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Contratos

Institui o Código Civil. Art. 107. A validade da


declaração de vontade não dependerá de forma
especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
CONTRATO É NEGÓCIO JURÍDICO BILATERAL / PLURILATERAL –
SEMPRE DUAS OU MAIS VONTADES – CONTRATO

• BILATERAL
SEMPRE DUAS OU MAIS
VONTADES
■ SINALAGMÁTICO

Sinalagmático significa uma relação de obrigação contraída entre


duas partes de comum acordo de vontades. Cada parte condiciona a
sua prestação a contraprestação da outra.
Classificação dos contratos
CONTRATOS UNILATERAIS, BILATERAIS E PLURILATERAIS

Não se confunde com a classificação do negócio jurídico em unilateral,


bilateral e plurilateral, pois “todo contrato é negócio jurídico pelo menos
bilateral”
CLASSIFICAÇÃO:
■ QUANTO AOS DIREITOS E DEVERES DAS PARTES -SEMPRE DUAS VONTADES

UNILATERAL:

EX: DOAÇÃO PURA

BILATERAL:

EX: TRANSPORTE/ CV/ LOCAÇÃO...

PLURILATERAL:

EX: SOCIEDADE/ SEGURO/ CONSÓRCIO


CLASSIFICAÇÃO:
■ QUANTO AOS DIREITOS E DEVERES DAS PARTES -SEMPRE DUAS VONTADES

Contrato unilateral: é aquele que cria obrigações para


apenas uma das partes contratantes. Contrato
bilateral: apresenta obrigações recíprocas e
interdependentes, pois ambas as partes possuem
obrigações. DEVERES E OBRIGAÇÕES
Contrato unilateral, de acordo com Tartuce, é o que
“apenas um dos contraentes assume deveres em face
do outro”, tal como na doação pura e simples, em
que só o doador tem deveres e o donatário somente
auferirá vantagens. Outros exemplos são o mútuo, o
comodato, o depósito, o mandato e a fiança.
2 OU + pessoas, mas só existe prestação por uma das
partes.
• Doação pura e simples – É a doação por mera liberalidade, sem ônus, sem
encargo.

• O mútuo - é o empréstimo de coisas fungíveis.


Coisas fungíveis é a característica de bens que podem ser substituídos por outro da
mesma espécie, qualidade ou quantidade (exemplo: dinheiro, mercadorias).
Mutuante é a parte que empresta.
Mutuário é a parte que recebe o empréstimo.
CC, art. 586.
O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao
mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
• Comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis.
Coisas fungíveis é a característica de bens que podem ser substituídos por outro
da mesma espécie, qualidade ou quantidade (exemplo: dinheiro, mercadorias).
Portanto, o comodato é um empréstimo de algo que não pode ser substituído por
outro da mesma espécie e qualidade (exemplo: comodato de imóvel ou veículo).

• Contrato de depósito é aquele por meio do qual recebe o


depositário um objeto móvel para guardar até que o depositante o
reclame (Artigo 627 do CC)
• Contrato de mandato é o contrato por meio do qual um indivíduo
(mandante) confia a gestão de um ou mais negócios a outro
(mandatário), que os irá gerir em nome do primeiro.
Artigo 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome,
praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.

• Contrato de fiança- uma pessoa garante satisfazer ao credor uma


obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. Essa é
a previsão do art. 818, do CC/2002.
Contrato de fiança, em regra, é unilateral, havendo
obrigações apenas para uma das partes, todavia, existe uma
parte de autores e juristas que entendem que, ao pagar a
dívida do devedor, o fiador se sub-roga nos direitos do credor,
podendo assim buscar o ressarcimento do seu prejuízo e, com
isso, torna-se em contrato bilateral.
Contratos bilaterais?

Contrato Bilateral é aquele em que, no momento de sua formação,


ambas as partes assumem obrigações recíprocas, uma em face da
outra. Exemplos: compra e venda, locação, permuta(escambo),
sociedade, etc.
Gera direitos e obrigações para ambas as partes;
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode
exigir o implemento da do outro.
Contrato plurilateral é aquele o que envolve várias partes
(mais de duas), todas possuindo direitos e obrigações, na
mesma proporção. São exemplos o seguro de vida em
grupo e o consórcio, sociedade.
■ QUANTO AO SACRIFÍCIO PATRIMONIAL DAS PARTES

■ ONEROSO: (encargo para ambas as partes)


Vantagem para ambas as partes
Ex: doação com encargo / CV/ locação

■ GRATUITO: (encargo para uma das partes)


Somente uma das partes será onerada
Ex: doação pura
Não há responsabilidade por evicção ou vício redibitório art. 552 CC
■ QUANTO AO MOMENTO DE APERFEIÇOAMENTO DO CONTRATO

CONSENSUAL:
APERFEIÇOA-SE: COM A VONTADE DAS PARTES- CONSENSO/ ACEITAÇÃO

EX: doação

REAL: (tradicio rei)


APERFEIÇOA-SE: COM A ENTREGA DA COISA

EX: depósito/ mútuo/ comodato


■ QUANTO AOS RISCOS QUE ENVOLVEM A PRESTAÇÃO

COMUTATIVO: As partes estão ciente quais os efeitos do contrato – contrato “quase” completo
Prestações
Valores
Prazos
Objeto

ALEATÓRIO: álea- sorte


As partes não conseguem antever os efeitos
Ex: seguro de carro, jogo ou aposta
■ QUANTO A NEGOIAÇÃO DO CONTEÚDO ENTRE AS PARTES

ADESÃO: UMA DAS PARTES IMPÕE AS CLÁUSULAS A OUTRA PARTE SÓ ANUI

PARTITÁRIO OU NEGOCIADO:
CONTEÚDO ESTIPULADO ENTRE AS PARTES.

SEMPRE 2 VONTADES
■ QUANTO A INDEPENDÊNCIA CONTRATUAL

PRINCIPAL OU INDEPENDENTE:
EXISTÊNCIA PRÓPRIA

ACESSÓRIO:
DEPENDE DO PRINCIPAL

DERIVADO:
NÃO DEPENDE DO PRINCIPAL, MAS DERIVA DELE.

EX: SUBLOCAÇÃO
■ QUANTO AO MOMENTO DE CUMPRIMENTO

INSTANTÂNEO OU EXECUÇÃO IMEDIATA:


CUMPRIMENTO IMEDIATO- À VISTA

EXECUÇÃO DIFERIDA:
EX: PAGAMENTO 30 DIAS

EXECUÇÃO CONTINUADA OU TRATO SUCESSIVO:


EX: PAGAMENTO 30/60/90
Segundo Orlando Gomes (2008, p.25) são seis os principais
princípios contratuais:

• o da autonomia da vontade,
• o do consensualismo,
• o da força obrigatória,
• o da boa-fé,
• o do equilíbrio econômico do contrato e
• o da função social.

Os três primeiros seriam clássicos, ao passo que os três


últimos seriam os modernos.
Princípio da autonomia de vontade

421 do Código Civil de 2002, que assim dispõe: “A liberdade de


contratar será exercida em razão e nos limites da função social
do contrato.”

NÃO É ABSOLUTA

É este o princípio, aduz a doutrina, que possibilita a celebração dos contratos atípicos, isto
é, daqueles que não estão regulamentados pelo ordenamento jurídico, mas que são
gerados pelas necessidades e interesses das partes. Conforme Silvio de Salvo Venosa
(2011, pag. 383): “A liberdade contratual permite que as partes se valham dos modelos
contratuais constantes do ordenamento jurídico (contratos típicos), ou criem uma
modalidade de contrato de acordo com suas necessidades (contratos atípicos).”
Principio da obrigatoriedade dos contratos

O princípio da obrigatoriedade determina que o contrato deverá ser cumprido entre


as partes que o celebraram, consubstanciado na expressão “pacta sunt servanda”.
Este principio significa, “em essência, a irreversibilidade da palavra
empenhada.”(PEREIRA, 2006, p. 14)

O contrato, deste modo, é lei entre as partes


• A fim de evitar esse desequilíbrio e, consequentemente, um proveito injustificado,
tem-se admitido a intervenção do Estado nos contratos, a fim de modificá-lo ou
apenas liberar a parte prejudicada. A essa intervenção do Estado dá-se o nome de
dirigismo estatal
• À essa limitação acrescenta-se mais duas: a primeira é o caso fortuito e a força maior,
exceções clássicas, que liberam uma das partes de cumprir o contrato em virtude de
um acontecimento natural ou humano que escapa de seu controle, como, por
exemplo, terremotos, enchentes, guerras, etc.

• O segundo é o arrependimento do comprador. Disciplinado pelo código de defesa do


consumidor, estabelece que o comprador tem o prazo de sete dias para desistir do
negócio, desde que a aquisição do produto ocorra fora do estabelecimento comercial
(por telefone, em domicílio, através de internet ou por outro meio similar). É o que
dispõe o art. 49 do CDC:
Princípio da revisão dos contratos. A cláusula “rebus sic stantibus” e a Teoria da Imprevisão

Por meio deste princípio, as partes podem revisar, alterar, modificar um contrato
estabelecido, a fim de evitar injustiças. Consequentemente, opõe-se à força obrigatória dos
contratos.
Foi explicado que, em regra, quando um contrato é firmado entre as partes, deve ser
cumprido, isto é, o contrato faz lei entre as partes. Entretanto, podem ocorrer fatos que
alteram a situação de um dos contraentes, de modo que a este sobrevém uma excessiva
onerosidade para cumprir as obrigações que assumira. A situação de fato em que se
encontrava foi alterada, impossibilitando que cumpra suas obrigações. Para evitar este tipo
de injustiça, criou-se a possibilidade de revisar os contratos.
Esta teoria foi adotada no Brasil com o nome de teoria da imprevisão. Possui as
mesmas características da “rebus sic stantibus”, mas à ela foi acrescentada um
requisito: a imprevisibilidade. Assim, além de ocorrer uma alteração de fato que
torne excessiva a prestação de uma das partes, impõe-se que essa alteração seja
imprevisível.
Carlos Roberto Gonçalves expõe: “A teoria da imprevisão consiste, portanto, na possibilidade de
desfazimento ou revisão forçada do contrato quando, por eventos imprevisíveis e extraordinários, a
prestação de uma das partes torna-se exageradamente onerosa (...)” (GONÇALVES, 2012, p. 52).

ATENÇÃO:
Este princípio, portanto, não desfaz os contratos, mas
apenas fornece um meio judicial de alterar modificações
supervenientes que os atingem. Busca-se a justiça
contratual.
Princípio da relatividade dos contratos

Estipula que, como regra, os contratos possuem efeitos apenas entre as


partes. “Seus efeitos não podem, em princípio, nem prejudicar, nem aproveitar
a terceiros.” (VENOSA, 2011, p. 385).

As cláusulas gerais, por disporem de normas de ordem pública,


referentes aos interesses da sociedade, também são
consideradas como limitações a este princípio.
Estipulação em favor de terceiros

A estipulação em favor de terceiro é um contrato firmado entre as partes, denominadas


estipulante e promitente, mas que convenciona uma vantagem a um terceiro, determinado
beneficiário, que não participa da formação do contrato.
Caracterizada está, com a formação deste contrato, uma exceção ao princípio da relatividade dos
contratos, segundo o qual estes produzem efeitos apenas entre as partes.
A validade do contrato não depende do beneficiário, mas sua eficácia sim. Em outras palavras, o
beneficiário não está obrigado a aceitar a estipulação feita em seu nome, mas o contrato é feito
mesmo sem este consentimento.

É o caso, por exemplo, do contrato de seguro de vida,


no qual se estipula o prêmio em favor de um terceiro.
Princípio do consensualismo e os contratos reais

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