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São os acontecimentos que têm relevância para o mundo do direito, que produzem
consequências jurídicas.
CLASSIFICAÇÃO
• Ordinários – são aqueles que naturalmente vão ocorrer. Ex. nascimento, morte, maioridade etc.
• Extraordinários – ocorre de vez em quando. Ex. terremoto, raio, tempestade – caso fortuito e força maior, CC, art. 393. Ex. perda
total do veículo pela enchente; incêndio de uma casa provocado por um raio; naufrágio de uma embarcação em virtude de
maremoto.
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por
eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
Obs. O STJ também não se preocupou em distinguir caso fortuito de força maior, ressalva apenas que a imprevisibilidade é
comum a todos eles.
CLASSIFICAÇÃO
b) fatos humanos ou atos jurídicos lato sensu (resultam das ações humanas) – lícito
(praticado em consonância com o ordenamento jurídico) ou ilícito (são aqueles
praticados com negligência, imprudência e imperícia - gera dano, sendo um dos
pressupostos da responsabilidade civil – art. 186 e 187 CC).
CLASSIFICAÇÃO
a) Os negócios jurídicos – (o efeito somente se verifica se tiver sido pretendido pelo agente) são os atos humanos que
demonstram a intenção (vontade) de produzir efeitos jurídicos. Contratos e Testamentos. Ex. contrato de compra e venda;
contrato de locação; contrato de financiamento; contrato de permuta. (princípio da autonomia da vontade).
b) Os atos meramente lícitos (stricto sensu) – CC, art. 185 - (o efeito independe da intenção do agente, ou seja, a
manifestação da vontade está predeterminado na lei. Ex. reconhecimento do filho (CC, art. 1.607), a mudança de domicílio
(CC, art. 74), ocupação de um imóvel (CC, 1.263); quando alguém fisga um peixe, dele se tornando proprietário graças ao
instituto da ocupação; o pagamento de uma obrigação.
c) Ato-fato jurídico – (atos humanos cujo efeito não decorre de ato voluntário) - o efeito do ato não é buscado e nem
imaginado pelo agente, mas decorre de uma conduta e é sancionado pela lei. Ex. uma pessoa que acha casualmente um
tesouro (CC, art. 1.264), ainda que se trate de absolutamente incapaz, pelo simples achado do tesouro, torna-se proprietário
de metade dele; descoberta (CC, art. 1.233/1.234); CC, art. 1.230; os atos praticados por uma criança, na compra e venda
de pequenos efeitos.
NEGÓCIOS JURÍDICOS
• São atos humanos (praticado pelas partes) com a intenção (vontade) de produzir efeitos
jurídicos: adquirir, conservar, modificar ou extinguir relações jurídicas. São subordinados à lei
e marcado pela autonomia da vontade (pacta sunt servanda), mas essa autonomia não é
absoluta, sofre limitações ditadas pelo art. 1º, III, da CF; princípio da função social e da boa-fé
objetiva.
• Ex. contratos e testamentos.
• “O direito positivo brasileiro adotou um sistema dualista, reconhecendo, ao lado do ato jurídico em sentido estrito
(artigo 185), a categoria mais importante do negócio jurídico (artigos 104 e ss)” Pablo Stolze
Para Miguel Reale, “negócio jurídico é aquela espécie de ato jurídico que, além de se originar de um ato de
vontade, implica na declaração expressa da vontade, instauradora de uma relação entre dois ou mais
sujeitos tendo em vista um objetivo protegido pelo ordenamento jurídico”.
• Classificação:
I - Quanto a número de declarantes (manifestação de vontade dos envolvidos):
• Unilaterais
• Bilaterais
• Plurilaterais
CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS
JURÍDICOS
(Flavio Tartuce e Carlos Roberto Gonçalves)
• Bilaterais – manifestação de vontade de duas partes, com vínculo jurídico entre si.
Podem ser:
Simples - caso em que somente uma das partes aufere vantagens, enquanto a outra arca com os
ônus. Ex. doação e comodato.
Aleatórios – a prestação das partes não é proporcional, dependem de fatos incertos e externos
(álea). O risco é da essência do negócio.
Ex. Contrato de seguro (só vou usar se bater ou roubarem); contrato de plano de saúde (só
vou utilizar o plano de saúde se ficar doente); contrato de assistência funeral.
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(Flavio Tartuce e Carlos Roberto Gonçalves)
• Neutros – aqueles que não são nem gratuitos e nem onerosos, não têm atribuição
patrimonial.
Ex. contrato de depósito: pode ser gratuito ou oneroso; doação: pode ser pura ou com
encargo.
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(Flavio Tartuce e Carlos Roberto Gonçalves)
• Não formais; não solenes ou forma livre – as partes escolhem a forma do negócio.
Art. 107, CC: “A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão
quando a lei expressamente a exigir”.
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JURÍDICOS
(Flavio Tartuce e Carlos Roberto Gonçalves)
Ex. testamento.
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(Flavio Tartuce e Carlos Roberto Gonçalves)