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O contrato é figura jurídica levada para a economia com o intuito de assegurar

expectativas legítimas dos agentes econômicos. Como toda categoria do Direito, deve
haver uma terminologia que remeta à disciplina pertinente. Aqui, o negócio contratual
se reporta a uma parcela jurídica relacionada ao fluxo patrimonial no mercado. Com o
conceito jurídico estão conectadas as funções do contrato, que se derivam em três e
atendem o interesse dos contratantes, o mercado e a sociedade. Por último, tanto a
compreensão terminológica quanto as funcionalidades contratuais têm certas balizas
interpretativas, sendo uma ligada à noção de sistema jurídico aberto e a outra, ao
chamado efeito integrador.

Nas diversas áreas ou subsistemas sociais, o fenômeno jurídico ganha suas qualidades próprias
por ser compreendido a partir de uma feição tríplice, contrastando ordenamento, normas e
relação intersubjetiva: trata-se, de acordo com Giuseppe Lumia (2003, p. 34-37), de um
conjunto hierarquicamente disposto de normas voltadas a disciplinar relações intersubjetivas.

Marcos Bernardes de Mello (2019b, p. 43-44) pontua duas características do Direito, quais
sejam, a sua dissociação da natureza humana (homo naturalis) em razão do homo socialis ser
produto da interação entre pessoas; e a sua necessidade como meio de garantia do convívio e
da adaptação social.

Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos e Manuel Enriquez Garcia (2011, p. 2, p. 36-39)


relacionam o mercado com o quadro geral relacional em razão da base da ciência econômica
tratar, em síntese, do setor patrimonial da esfera jurídica. A economia é definida como o
segmento científico que estuda e desenvolve mecanismos voltados a disciplinar o emprego de
recursos produtivos finitos na satisfação das necessidades de agrupamentos sociais. Dentro da
ciência econômica é que se desenvolve o mercado, figura que enlaça a relação entre oferta e
demanda de produtos e serviços, ou seja, a relação entre circulação patrimonial em prol da
produção, distribuição e obtenção dos recursos produtivos.

Na zona de convergência entre Direito e economia está a noção de patrimônio, também


denominado setor patrimonial da esfera jurídica. Trata-se o setor patrimonial da esfera jurídica
a universalidade de posições jurídicas subjetivas ativas e passivas, elementares e complexas,
que detêm valoração econômica e consequente expressão pecuniária (MELLO, 2019a, p. 97;
PONTES DE MIRANDA, 2012b, p. 435; PÁDUA, 2019a, p. 122).

F. C. Pontes de Miranda (2012c, p. 114) alia economia e ciência jurídica, assim como mercado e
patrimônio ao afirmar que há negócios voltados à satisfação de funções de relação entre os
seres humanos, declarando que os bens têm de circular para implementar as funções das
relações intersubjetivas, afirmando que para isso se precisou da compra e venda, a troca,
dentre outras figuras contratuais.

Volta-se, justamente, para o contrato, o negócio que permite a circulação de riquezas no


ambiente mercadológico, no fluxo patrimonial que ocorre do setor patrimonial de um ou uns
para outro ou outros. O contrato é a figura jurídica de maior relevância no mercado,
permitindo a que se estenda a roupagem jurídica – e, portanto, a segurança do Direito – às
operações econômicas que ocorrem entre os agentes da economia.

Quatro características do contrato: 1. É um facto jurídico, daí resultarem efeitos jurídicos.


Estruturalmente um contrato é um acordo, mas nem todos os acordos são contratos. 2. O
contrato é sempre plurilateral dado que duas ou mais pessoas/esferas jurídicas colocam-se em
polos diferentes do fenómeno jurídico. É bi/plurilateral quanto aos efeitos dado que permite
um encontro de efeitos entre as esferas jurídicas que estiverem na sua base. Os efeitos nas
esferas jurídicas têm como contrapartidas os efeitos produzidos nas outras. Um contrato
sinalagmático produz direitos e obrigações em ambas as partes, como a compra e venda. A
doação não é sinalagmática. 3. O contrato é performativo  destina-se a alterar o ordenamento
jurídico, ou seja, é por definição fértil. (produz frutos) Um contrato é um plano que nós
esperamos/queremos que venha a acontecer. Ex.: quero comprar um livro e celebro um
contrato de compra e venda, faço então um plano daquilo que quero que venha acontecer. Se
o contrato cumpriu a sua função desaparece tal como todos os planos que foram cumpridos.
Se o contrato não cumpriu a sua função (devido a defeito no livro, por exemplo) tal é regido
pelo direito  Direito reage às divergências entre o plano e o que acontece mesmo. A ideia
fundamental é que o contrato é uma maneira de alcançar um fim. O fim são os efeitos
jurídicos. Direito dos Contratos Página 6 de 82 Contrato: codificação jurídica por
efeitos/situações jurídicas daquilo quer queremos que venha a acontecer, daí dizer-se que tem
um efeito performativo. Todos os contratos cumprem uma função que se distingue em: 
Função final/meta-jurídica/económico-social: resultado para além do direito que se quer
alcançar.  Função eficiente: meios que o contrato operacionaliza para que se possa chega à
função final. 4. O contrato é sempre reflexivo  é uma manifestação da autonomia privada e
tem reflexo na minha esfera jurídica. É sempre o próprio que seleciona os efeitos que estão na
sua esfera jurídica. Contratos em geral:  Conceito jurídico composto.  Resulta do encontro de
duas ou mais declarações negociais. Para a formação de um contrato concorrem declarações
de vontade que se traduz na interseção de duas ou mais declarações negociais.  Declaração
negocial: comportamento exterior de uma vontade de uma decisão. Temos de chegar à
conclusão de que aquele comportamento corresponde à exteriorização de uma decisão.  As
declarações têm de se encontrar para que se possa formar um contrato. Têm portanto de ser
coincidentes: o Coincidência material: quanto ao conteúdo - artigo 232º CC. o Coincidência
temporal: declarações têm de se encontrar no tempo. Elementos do contrato:  Envolve pelo
menos duas esferas jurídicas distintas, sendo que o mesmo acontece até no negócio consigo
mesmo.  Cada uma dessas pessoas tem de emitir uma declaração negocial.  Não basta a
emissão de uma qualquer declaração negocial: é necessário que essas declarações negociais
evidenciem a existência de um consenso sendo que terá de haver coincidência nos efeitos de
que as declarações negociais visam produzir. Direito dos Contratos Página 7 de 82  O
ordenamento jurídico reconhece que as nossas decisões têm um determinado contexto. Assim
às nossas declarações negociais é associada uma “janela de eficácia” pois elas só são eficazes
por um determinado período de tempo, ou seja, é reconhecida a relatividade circunstancial
das nossas decisões.  Existe um espaço e um tempo em que as declarações são eficazes,
sendo que é necessária a eficácia simultânea das declarações. Se a coincidência não existir não
há contrato.  Para a verificação destas condições há vários caminhos. O previsto no código
civil é o modelo proposta + aceitação, no entanto, a doutrina prevê mais. Relativamente às
pessoas: O que é importante não é o número de pessoas mas sim o número de esferas
jurídicas, o caráter plurilateral. Relativamente à declaração negocial:  A declaração negocial é
um comportamento que exterioriza uma decisão.  Quando a lei olha para a nossa decisão de
produzir efeitos jurídicos considera que isso depende de um processo de várias fases.

Modelos de Formação de Contratos  Há diferentes caminhos de chegar à situação onde estão


indicadas as quatro situações anteriores. São formas padronizadas de lá chegar: modelos de
formação de contratos.  O Código Civil prevê apenas um modelo (proposta + aceitação),
sendo que tentar reconduzir este modelo a todos os outros é algo sem justificação alguma.

Modelo de proposta e aceitação (modelo consagrado no Código Civil):  O contrato resulta da


conjugação de uma pergunta (proposta) e de uma resposta. (aceitação)
A proposta traduz-se na colocação de uma questão ao outro para saber se este quer contratar
em dadas condições. Deste modo quem recebe a proposta limita-se a dizer “sim”, sendo que
este terá de ser incondicional.  A ideia base é essa: uma das partes define e determina o
conteúdo do contrato e a outra parte diz “sim”.  Este é o único método legalmente previsto,
mas não é o único possível, pois este regime é incompleto, dado que nem todos os contratos
se reconduzem a proposta e aceitação.

3 Fases dos Processos Negociais  Preliminares: corresponde ao início do processo em que as


partes ainda não prepararam o documento, sendo que ainda estão em discussão.  Fase de
formação: consensualização do texto, que corresponde à redação e acordo sobre o texto. 
Pré-acordo final: confirmação por ambas as partes que aquele é o texto que as partes querem
formalizar. Do pré-acordo não resulta um estado de sujeição. Este é o momento decisivo para
efeitos de responsabilidade pré-contratual. Anteriormente havia apenas a exigência de boa-fé
na negociação, depois a exigência de celebração de contrato. Até aqui só há obrigação de
indemnizar por interesse contratual negativo; após o pré acordo há indemnização por
interesse contratual positivo.

Modelo de diálogos consertados  Normalmente por via oral e/ou comunicação instantânea,
sendo que o consenso resulta do diálogo.  Há o cruzamento de duas propostas inversas que
são coincidentes e eficazes. Ex.: na bolsa há uma ordem de venda e uma ordem de compra que
se encontram.  No caso do contrato consigo mesmo continua a haver duas esferas jurídicas
em contacto.

Contratos de opção  Contratos preliminares porque se integram no processo de formação de


outros contratos, sendo que não satisfazem por si só o interesse das partes, mas visam um
outro contrato.  É o contrato no qual uma das partes concede à outra o direito potestativo de
celebração de outro contrato. Fica em estado de sujeição. (efeitos próximos do proponente e
do aceitante)  Pacto da opção + exercício da opção

Contratos por via de concurso  Interesses: o Não conhecer quem está interessado. o Sabe
quem são os interessados mas quer que haja uma disputa entre si.  Anúncio: o Consubstancia
uma verdadeira proposta (modelo proposta + aceitação). o Por vezes não reúne requisitos de
proposta e corresponde a um convite a contratar.  Há a perda de autonomia relativamente a
outros modelos. De acordo como o artigo 227º resolvem-se a generalidade das questões. Ex.:
só há um concurso se o particular quiser, mas fica sujeito às regras do concurso, e isso é uma
forma de auto vinculação.
Contratos reais quoad constitutionem  Produzem efeitos reais que têm por efeito a
constituição, modificação, extinção dessas relações.  Princípio do consensualismo - artigo
408º. Contratos reais produzem-se por consenso de acordo com o artigo 879º. Esses são os
contratos “quoad effectum” basta o consenso para que o contrato se forme: artigo 408º.  Os
contratos reais “quoad constitutionem”, que são os que o efeito se produz apenas com a
entrega da coisa, podem ser Penhor: adquirir um direito sobre determinado bem do devedor.
Terá de existir a entrega da coisa para a proteção de terceiros. o Mútuo: devido à própria
natureza do negócio. o Coisas móveis: lei quer que pensemos naquilo que estamos a fazer
Contratos rígidos  Regra geral quem contrata interfere com o conteúdo do contrato.  São os
contratos que não admitem modificações/discussão de cláusulas, sendo que a decisão é de
“sim” ou “não”.  Os contratos são rigidamente definidos por uma das partes. Exige regime
próprio. Preocupações:  Se eu não posso interferir no conteúdo contratual, mais facilmente
desconsidero o seu conteúdo e provavelmente vou concentrar-me só no essencial.  Quem
tem a possibilidade de definir unilateralmente o contrato tem tendência para abusar dele,
sendo que escolhe o que lhe for mais favorável Estas duas preocupações levaram o legislador a
preocupar-se e daí a consagração da lei das cláusulas contratuais gerais que resultou de uma
transposição de uma diretiva comunitária.  É uma diretiva de proteção dos consumidores -
condições contratuais definidas em termos gerais e abstratos que valem numa multiplicidade
de situações.  O legislador português quebrou a conexão entre esta matéria e o direito do
consumo, sendo que se passa a aplicar não só em relação a consumidores como em relação a
quaisquer outros sujeitos.  Nº1 do DL 446/86: cláusulas gerais são unilateralmente definidas
ficando para a outra parte a opção de subscrever ou aceitar.  O que é característico para este
regime é só a rigidez e não a generalidade

Tipos de contrato de trabalho: Saiba


quais são os tipos existentes na lei
Por Redator PontoTel / 27 de abril de 2023
Com certeza você já ouviu falar sobre contrato de trabalho e sua
função, e consegue entender um pouco da importância desse
documento. Mas, você sabia que existem vários tipos de contrato de
trabalho, e que cada um é destinado a um tipo específico de trabalho
ou prestação de serviço?
Pois é, o contrato de trabalho é um documento importantíssimo, tanto
para empregadores, quanto para seus empregados, e é por meio dele
que os negócios estabelecem o vínculo empregatício dos seus
funcionários, ou prestadores de serviço.
É fundamental que os profissionais de RH entendam bem as diferenças
entre tipos de contratos de trabalho existentes, para que na hora de
fechar uma contratação, não utilizem o documento errado,
desperdiçando dinheiro ao fechar um contrato por tempo
indeterminado, com um profissional autônomo, por exemplo.
Para você entender os conceitos de cada modalidade de contrato de
trabalho, e os direitos de cada um deles, reunimos neste conteúdo os
seguintes tópicos:

 O que é um contrato de trabalho?


 Quais são os principais tipos?
 Quais tipos de contrato gera vínculo empregatício?
 Quais contratos agregam direitos trabalhistas ao funcionário?
Aproveite a leitura, e tenha um bom aprendizado!

O que é contrato de trabalho?

Um contrato de trabalho é um acordo pré-estabelecido entre empresa e


funcionário, que pode ser feito de maneira formal ou informal, a fim de
firmar uma relação empregatícia entre uma pessoa física e uma
pessoa jurídica, ou, de uma pessoa jurídica, com outra pessoa
jurídica.
Elaborar um contrato trabalhista é uma das primeiras obrigações de
um empregador  para com seus contratados, onde ficam definidas as
regras, obrigações, direitos e deveres entres as partes envolvidas.
Antes de entendermos profundamente quais os tipos de contrato de
trabalho existem, é importante sabermos que para que um contrato de
trabalho seja válido, ele precisa seguir os seguintes requisitos:

 continuidade – o trabalho deve ser prestado com continuidade;


 subordinação – o funcionário realiza suas atividades com algum
tipo de dependência do seu trabalhado, seja ela uma
dependência econômica, técnica, hierárquica, jurídica ou até
mesmo social;
 onerosidade – o contrato de trabalho é remunerado;
 pessoalidade – o colaborador não pode ser substituído por outro
funcionário.
Além desses requisitos, é importante que as empresas conheçam bem
a legislação envolvida na elaboração do contrato de trabalho, que
explicaremos detalhadamente a seguir.

O que diz a lei sobre o contrato de trabalho?

Segundo o Art. 442 da CLT, um “contrato individual de trabalho é


o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”, e,
engana-se quem pensa que existe um único tipo de contrato de
trabalho.
Esse documento é elaborado para que as normas trabalhistas
previstas pela Consolidação das Leis do Trabalho, assim como as regras
internas das empresas sejam seguidas, tanto pelos trabalhadores,
quanto pelos próprios negócios.
A regulamentação do contrato de trabalho também é estabelecida por
meio do primeiro inciso do Art. 7º da Constituição Federal, que diz:
“Art. 7º – São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem
justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos”.
E, ainda, pelo Art. 468 da CLT, onde são citadas as regras para
alterações de um contrato de trabalho, onde está descrito que:
“Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde
que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado,
sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia”.
Quais são os principais tipos?
Existem diversas modalidades de contrato de trabalho, e cada uma
delas é direcionada para uma tipificação de trabalho específica com
regras pré-estabelecidas pela legislação trabalhista, sendo
fundamental que os profissionais de Recursos Humanos conheçam todas as
características importantes para a elaboração dos contratos
trabalhistas. 
Para quem não conhece quais os tipos de contrato de trabalho,
podemos citar os principais como sendo os seguintes:

 contrato por tempo determinado;


 contrato por tempo indeterminado;
 contrato de trabalho eventual;
 contrato de estágio;
 contrato de experiência;
 contrato de teletrabalho;
 contrato intermitente;
 contrato de trabalho autônomo.
Cada um desses contratos trabalhistas possuem suas características
e regras específicas, as quais descreveremos detalhadamente a
seguir. Confira! 

Por tempo determinado

Um contrato de trabalho por tempo determinado estabelece o tempo


exato em que o contratante terá um contratado prestando serviço ao
estabelecimento. 
Esse tipo de contrato de trabalho também é conhecido como contrato
temporário, e nele a empresa deve estabelecer a data de início e
término da sua vigência, sendo esse período de no máximo dois anos.
Caso o negócio utilize esse tipo de contrato de trabalho, é importante
que ela saiba que o mesmo não pode ser prorrogado por mais de uma
vez, e quando isso acontecer, o contrato deixará de ser por tempo
determinado, e será chamado contrato indeterminado. 

Segundo a CLT, em seu Art. 443 § 2º, o estilos de contrato por tempo


determinado precisam considerar três hipóteses, sendo elas:
 a contratação de serviços onde a natureza justifique a
predeterminação de um prazo de contrato;
 a contratação de atividades de caráter transitório;
 contratação de colaboradores em período de experiência.
Empregados que seguem regimes de trabalho determinados por
tempo, têm seus direitos reduzidos, com isso, os mesmos não
recebem aviso prévio, multa de 40% sobre FGTS e seguro-desemprego.
Por tempo indeterminado

O contrato de trabalho por tempo indeterminado é o tipo de contrato


de trabalho padrão na legislação brasileira. Esse é o modelo de
contrato mais usado no mundo corporativo, que é normalmente
implementado após o final de contratos temporários de experiência, com
duração de no máximo 90 dias.
Tipos de contrato de trabalho por prazo indeterminado são um dos
mais vantajosos para os trabalhadores, pois, oferecem diversos
benefícios, como:

 13º salário;
 férias remuneradas;
 descanso remunerado (DSR) de dois dias;
 salário mínimo conforme a função exercida e em conformidade
com o acordo coletivo de trabalho;
 tempo máximo de trabalho de oito horas por dia;
 pagamento de horas extras de no mínimo 50%.
Outro ponto importante a se considerar é que caso o empregado seja
demitido sem justa causa, ele também terá direito ao seguro-
desemprego, 40% sobre o valor do FGTS e aviso prévio.
Além disso, esse é um tipo de contrato efetivo CLT que garante a
possibilidade de a rescisão contratual ser pedida a qualquer momento,
desde que isso aconteça com aviso prévio, ou, ambas as partes
concordem com o encerramento do contrato, respeitando as novas
normas impostas pela Reforma Trabalhista.
Contrato de trabalho eventual

O contrato de trabalho eventual é utilizado quando as empresas não


querem criar nenhum vínculo empregatício com o contratado.

Algumas pessoas confundem esse tipo de contrato de trabalho com


o temporário, porém, o contrato eventual é utilizado principalmente
quando as empresas precisam de algum tipo de prestação de serviço
que não invoca a necessidade de contratação do profissional.
Normalmente, o contrato de trabalho eventual é muito utilizado na
contratação de serviços terceirizados de realização rápida de
profissionais de pintura, reformas, fotografia, encanadores, e outras
atividades contratadas de maneira pontual.
Contrato de estágio
A contratação de estagiários é bastante comum, pois normalmente a
mão de obra de profissionais em desenvolvimento possui um bom
custo. Além disso, o contrato de trabalho do estagiário é outro estilo de
contrato que não configura um vínculo empregatício, por ser uma
oportunidade de aprendizado.
Por conta do regime de trabalho do estagiário não possuir vínculo
empregatício, o profissional não tem direito de receber verbas
rescisórias, 13º salário, férias, aviso prévio ou depósito de FGTS,
porém, o mesmo tem direito ao seguro de acidentes pessoais, e um auxílio
financeiro mensal, quando o estágio for remunerado .
Todas as normas que envolvem a contratação de um estagiário
podem ser consultadas na Lei nº 11.788, conhecida como Lei do Estágio.
Contrato de experiência

O contrato de experiência se encaixa na categoria de contratos 


determinados, porém, para que esse tipo de contrato de trabalho seja
válido, algumas regras específicas precisam ser seguidas. 
Dentre as normas do contrato de experiência, as principais são:

 esse contrato só pode ser prorrogado uma vez, no período


integral de 90 dias;
 qualquer profissional pode ser contratado em caráter de
experiência;
 o período de experiência deve ser registrado na carteira de
trabalho de empregado;
 o profissional fica amparado de todos os direitos trabalhistas
quando assina um contrato de experiência.
Com o término do período de experiência, é a empresa quem decide
se o profissional em experiência terá ou não o seu contrato efetivo
CLT assinado.

Contrato de teletrabalho

O teletrabalho é uma categoria de trabalho a distância, regulamentado


em 2017, por meio da Lei 13.467/201,  Art. 75 -B da CLT nova reforma
trabalhista.
O contrato de trabalho pode ser firmado por tempo indeterminado ou
determinado, e é a determinação entre esses tipos de contrato de
trabalho que ajudam a apontar os direitos do trabalhador nesse
formato de contratação.

Além disso, nessa modalidade de contrato de trabalho  não existe a


obrigatoriedade de uma jornada de trabalho fixa, e também fica muito
mais difícil de calcular a jornada de trabalho, caso a empresa não
utilize um sistema de controle de jornada.

É importante destacar que com a pandemia da COVID-19, o


teletrabalho se fortaleceu, e, seguindo uma pesquisa da Salesforce,
cerca de 52% dos profissionais estão dispostos a trocar de emprego
se puderem trabalhar em jornada de teletrabalho ou home office.
Contrato intermitente

O contrato intermitente é uma nova categoria de trabalho, criada na


Reforma Trabalhista, em 2017, a qual permitiu a prestação de serviços
de maneira subordinada e não continuada, ou seja, os profissionais
têm um contrato efetivo CLT firmado, mas o período de trabalho pode
ser alterado em horas, dias ou meses.
É importante dizer que os contratos trabalhistas desse tipo, garantem
que os trabalhadores usufruam de férias remuneradas, 13º salário,
fundo de garantia e previdência social.

As regras desse tipo de contrato de trabalho podem ser consultadas


no parágrafo 3º do Art. 433 da CLT.
Contrato de trabalho autônomo
O contrato de trabalho autônomo é semelhante ao contrato de trabalho
eventual, e esse tipo de contrato de trabalho está previsto no Art. 443
da CLT.
O contrato de trabalho autônomo é um tipo de contrato de prestação
de serviço, em que o profissional e a empresa não firmam vínculo
empregatício, sendo assim, o prestador de serviço não é subordinado
ao empregador, e todo o trabalho acordado é estabelecido
previamente entre as partes envolvidas.

Outro ponto a se observar é que no contrato de trabalho autônomo, o


pagamento do serviço prestado é feito por meio da emissão de um
Recibo de Pagamento a Autônomo (RPA), onde devem estar
destacadas as contribuições previdenciárias (INSS) referente a
prestação de serviço, o imposto de renda (IRRF) e o ISS.
Quais tipos de contrato geram vínculo empregatício?
Para que um contrato de trabalho gere algum vínculo empregatício, é
necessário que o funcionário seja considerado um trabalhador
subordinado da empresa contratante, sendo assim, o mesmo deve
acatar as ordens estabelecidas pelo negócio contratante, ser uma
pessoa física, trabalhar em dias e horários pré-determinados e ser
assalariado.

Sendo assim, veja a seguir quais os tipos de contrato geram ou não


vínculo empregatício.

 Estágio: desde que o contrato de estágio seja firmado entre a


empresa e o estudante, o estágio pode sim ser considerado um
contrato de vínculo empregatício, já que o estagiário precisará
cumprir uma carga horária determinada, e geralmente, receberá
uma bolsa-auxílio.
 Contrato efetivo CLT: considerado o modelo padrão de
contratação. O contrato CLT, geralmente de período
indeterminado, teletrabalho, intermitente ou temporário, é sim
considerado um vínculo empregatício, pois, além de ser um
contrato, também precisa ser registrado na carteira de trabalho
do profissional, e garante direitos específicos e um salário.
Os demais tipos de contrato de trabalho não podem ser considerados
como vínculo empregatício, pois, a maioria deles não seguem os
requisitos básicos de um contrato onde o trabalhador é subordinado
da empresa.
Quais contratos agregam direitos trabalhistas ao
funcionário?
Os únicos tipos de contrato de trabalho que agregam direitos
trabalhistas aos trabalhadores, são os contratos de período
indeterminado, de teletrabalho e intermitente.

O contrato temporário e o contrato por tempo determinado também


garantem direitos trabalhistas aos funcionários, porém, esses direitos
são limitados, pois, nesses tipos de contrato de trabalho os
colaboradores não têm direito ao aviso prévio, multa de 40% sobre
FGTS e seguro-desemprego.

Dentre os direitos garantidos pelo vínculo empregatício firmado em um


contrato de trabalho que agrega direitos trabalhistas ao funcionário,
estão:

 salário, recebido até o quinto dia útil, todos os meses;


 férias de 30 dias, uma vez por ano;
 pagamento do 13º salário;
 recebimento de horas extras trabalhadas;
 ao menos uma folga remunerada por semana;
 aviso prévio;
 direitos trabalhistas garantidos, como FGTS e INSS;
 direito ao seguro desemprego, em caso de demissão sem justa
causa.
Contratos regidos pela CLT

Atualmente, a CLT rege três tipos de contrato de trabalho, os quais


têm todos, ou boa parte dos direitos trabalhistas garantidos. Confira.

Contrato de trabalho por tempo indeterminado:  a CLT assegura


diversos direitos ao trabalhador que trabalha nesse formato, no caso
de rescisão contratual, como: aviso prévio indenizado, férias
proporcionais e multa de 40% sobre o saldo do FGTS – exceto para
demissão por justa causa;

Contrato de trabalho por tempo determinado: Existem hoje três tipos


de contrato por prazo determinado:

 Contrato padrão por prazo determinado: rege atividades


temporárias ou transitórias, com duração que deve ser
estabelecida previamente e não pode ultrapassar os 2 anos.
Todos os direitos da CLT são assegurados, mas não há
exigência de aviso prévio. Porém, o contratante ou o contratado
deve pagar uma indenização no caso de rescindir o contrato
antes do período combinado.
 Contrato de experiência: refere-se à contratação de um
profissional por um período de experiência e avaliação, com
prazo máximo de 90 dias.
 Contrato de aprendizagem: rege a contratação específica de
jovens aprendizes, entre 14 e 24 anos, segundo a Lei de
Aprendizagem. Tem prazo máximo de 2 anos, exceto para
aprendizes com deficiência.
Contrato de trabalho intermitente: como já dissemos, esse contrato foi
criado pela reforma trabalhista, e nesse tipo de vínculo empregatício, o
empregado fica com seus direitos trabalhistas garantidos, durante seu
período de atividade.

Conclusão

Existem diversos tipos de contrato de trabalho e cada um deles é ideal


para uma determinada modalidade de contratação, sendo fundamental
que os profissionais de Recursos Humanos das empresas saibam
determinar os melhores contratos, considerando a jornada de
trabalho do negócio.
É importante saber avaliar todas as características de uma
contratação, para que não ocorram prejuízos para o empreendimento,
ao optar por um tipo de contrato de trabalho errado.

Além disso, considerando a necessidade atual por contratos de


teletrabalho, é importante que as empresas utilizem ferramentas no
acompanhamento da jornada dos trabalhadores, isso evita problemas
trabalhistas, e auxilia os negócios a identificarem melhor a necessidade
de estabelecer ou não vínculo empregatício com prestadores de
serviço.
Por fim, esperamos que você tenha entendido as diferenças entre os
mais variados tipos de contrato de trabalho, e com isso possa
determinar as melhores escolhas de contrato de trabalho para seus
funcionários.

Ah, aproveite para conhecer o sistema de controle de jornada


do PontoTel, essa ferramenta te ajudará no controle de ponto dos seus
colaboradores em teletrabalho, e será muito útil na hora de somar as
horas extras desses profissionais.  
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acompanhando o blog da PontoTel. 

Efeitos de Contrato, regulamentados pelo Banco Central,


funcionam como uma espécie de garantia em alguns modelos
de operação de crédito, como por exemplo empréstimos
empresariais. Por exemplo, quando um lojista pede o
empréstimo, ele pode utilizar recebíveis futuros de vendas no
crédito como garantia de pagamento.

CONTRATOS DURADOUROS E CONTRATOS INSTANTÂNEOS Os contratos duradouros


correspondem a um número muitíssimo significativo daqueles que são celebrados no
quotidiano, já que a maioria dos contratos são vocacionados para durar, isto é, são celebrados
numa perspetiva de futuro, com ideia de se prolongar por um determinado período de tempo
ou mesmo sem prazo, e nesse caso serão contratos por tempo indefinido. Já no contrato
instantâneo, tudo acontece num dado instante e o contrato fica perfeito nesse mesmo
instante. O contrato de execução instantânea paradigmático é a compra e venda, que fica
pronto no momento em que o celebramos, nomeadamente o pagamento do preço e a
transmissão da coisa. Por outro lado, contratos como o de trabalho ou o de fornecimento de
água e luz, que têm vocação para perdurar, são exemplos de contratos duradouros. Qual é a
principal dificuldade dos contratos com vocação para perdurar? Os contratos duradouros
estão, por natureza, sujeitos aos efeitos do tempo. O que se faz é um esforço de antecipação,
uma vez que as parte não sabem o que vai acontecer. Foi por essa razão que surgiram
construções teóricas sobre a definição desses contratos. Página 5 de 85 Importa neste
contexto referir a construção anglo-saxónica, de Ian MacMillan, que veio dizer que os
contratos de execução duradoura ou relational contracts têm uma natureza própria e estão
em constante evolução, tendo traços muito diferentes dos de execução instantânea. Os
contratos relacionais impõem um vínculo muito maior de cooperação entre as partes e uma
importância muito mais forte dos deveres acessórios de conduta. Estes traços prevalecem, em
muitos casos, sobre aquilo a que a teoria dos contratos clássica entendia como sendo os
elementos essenciais constitutivos dos contratos, como o princípio pacta sunt servanda,
cumprimento pontual dos contratos. A teoria dos contratos foi desenvolvida, numa primeira
fase, um pouco por toda a parte. É de notar que, apesar do que foi dito acerca dos contratos
duradouros, a codificação deu mais relevância aos contratos de execução instantânea. Quando
lemos o nosso código civil, por exemplo, o artigo 792º sobre a impossibilidade temporária,
vemos que se o credor não perder o interesse na prestação, o devedor não responde pela
mora (isto se o contrato não tiver um prazo essencial). Mas se for um contrato de execução
continuada e houver impossibilidade de cumprimento de um conjunto de prestações, qual é a
norma do código civil que vamos aplicar? Tomemos como exemplo um contrato de trabalho,
em que existem duas prestações: o trabalhador tem de trabalhar e o empregador tem de
pagar a retribuição. Imaginemos que o trabalhador está doente durante um mês e, por isso,
estamos perante uma impossibilidade temporária de cumprimento. Sendo o contrato de
trabalho um contrato de execução continuada, não há a possibilidade de o empregador negar
as férias do trabalhador como forma de “compensar o tempo perdido”. Os dias de trabalho
que não foram cumpridos não podem ser adiados nem deslocados, passando a fazer parte de
uma prestação definitivamente impossível. Se o trabalhador faltar em outubro, vai cumprir,
quando voltar, a prestação devida de novembro, a de dezembro e por aí a fora, mas não vai
nunca poder cumprir a de outubro que ficou para trás. E se for um contrato de fornecimento
que deixo de pagar um mês, mas depois retorno? Se deixar de pagar, o fornecimento cessa e
só vai retomar quando pagar. Aquela prestação fica irremediavelmente impossibilitada, o que
nos leva à conclusão de que, ao contrário do que acontece nos contratos de execução
instantânea, nos contratos duradouros não pode haver uma deslocação no tempo da
prestação devida. Estas foram as dificuldades historicamente apontadas à teoria geral dos
contratos construída com base no contrato de execução instantânea. Toda a dogmática dos
contratos assentou na teoria clássica dos contratos instantâneos, spot contracts, tendo a
compra e venda como paradigma, quando grande parte dos contratos não o são. É por esta
razão que houve uma tentativa de identificar várias características típicas dos contratos de
execução duradoura, que deveriam facilitar a resolução dos problemas práticos gerado por
estes. Tem havido um grande apelo à cooperação entre as partes, reforço dos deveres de
conduta, admitir que não é possível prever tudo o que vai acontecer ao longo do seu período
de execução, fixando alguma tolerância e assumindo que é muito complicado prever o futuro
de forma eficiente.

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