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CONTRATOS
Eduardo Zaffari
Dispensa e inexigibilidade
de licitação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A Administração Pública necessita garantir as condições mais vantajosas
para a compra de bens e serviços para o Estado, conforme art. 37 da
Constituição Federal. O contrato público se diferencia do contrato civil
porque os caracteres da posição estatal dão ao Estado e ao interesse
público supremacia sobre o particular.
Neste capítulo, você vai ler sobre a distinção entre contrato público
e contrato civil, bem como sobre as condições de possibilidade para a
sua validade e eficácia. Você também verá que a regra da licitação será
excepcionada quando condições diferenciadas obrigarem o administra-
dor público a contratar diretamente no caso de haver a inexigibilidade
de licitação ou a sua dispensa.
O poder de império é aquele que deriva dos atos de império e que permite à Ad-
ministração Pública exercer prerrogativas e privilégios, impondo ao particular sua
vontade de forma unilateral e coercitiva, independentemente de autorização ou
força executiva judicial.
O art. 60, parágrafo único, da Lei de Licitações prescreve ser nulo o contrato admi-
nistrativo verbal, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento. Entretanto, a
jurisprudência tem admitido o contrato verbal em contratos de valores maiores quando
da hipótese do art. 24, IV, da referida lei, ou seja, casos de emergência ou calamidade
pública (BRASIL, Lei 8.666, 1993, art. 60, pú; art. 24, IV) (BRASIL, 1993).
O contrato será válido quando atender aos requisitos impostos pela Lei
de Licitações, mas poderá eventualmente ser considerado válido se for
possível a comprovação por outros meios de sua validade e existência. Para
Justen Filho (2009, p. 728), “[...] se for possível comprovar a existência e
validade da contratação, o descumprimento ao disposto a essas regras será
Dispensa e inexigibilidade de licitação 5
Dispensa de licitação
A ausência de licitação prevista no art. 24 da Lei nº. 8.666/1993 (BRASIL, 1993)
não significa que o administrador público não deve observar qualquer procedi-
mento e poderá contratar bens e serviços públicos sem qualquer formalidade.
Nas hipóteses expressamente elencadas em lei para a dispensa de licitação, o
administrador deverá seguir um procedimento mínimo expresso em lei para que
se garanta a melhor contratação possível dentro das circunstâncias apresentadas.
Em outras palavras, a desnecessidade de licitação dispensa apenas o proce-
dimento expressamente previsto para cada uma das modalidades de licitação
que eventualmente seriam aplicáveis, mas não significa a falta de um proce-
dimento a ser atendido. Como refere Justen Filho (2009, p. 283):
6 Dispensa e inexigibilidade de licitação
Art. 25 [...]
I — para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam
ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo,
vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade
ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do
local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato,
Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II — para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei,
de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização,
vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III — para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente
ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica espe-
cializada ou pela opinião pública.
A Lei nº. 13.303, de 30 de junho de 2016 (BRASIL, 2016), que versa sobre o estatuto
jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias,
prescreveu hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação, estabelecendo critérios
objetivos (valor da obra ou serviço, por exemplo) para a dispensa e conceituando a
especialização para a inexigibilidade.
Inexigibilidade Dispensa
Leituras recomendadas
CARVALHO FILHO, J. S. Manual de Direito Administrativo. 31. ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2017.
JUSTEN FILHO, M. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 17. ed. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.
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