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Ponto 6 – Nacionalidade no DIPr Brasileiro (Parte I)

Nacionalidade originária – CF/88

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais


estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde


que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde


que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir
na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;  (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 54, de 2007)

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas


aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República


Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.             (Redação dada
pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

§ 1º   Aos portugueses com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.               (Redação dada
pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e


naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.


VII - de Ministro de Estado da Defesa                 (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 23, de 1999)

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de


atividade nociva ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:            (Redação dada


pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;              


(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro


residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis;               (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

Observações:

I-Natos:

Primeira hipótese

“a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais


estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país”.

 O que seria considerado território nacional: Aeronaves e embarcações


com bandeira brasileira;
o Pública: Em todos os casos;
o Privada: Dependerá de onde está;
 Se estiver em território estrangeiro será considerado o
território estrangeiro;
 Se estiver em território internacional será considerado a
bandeira da aeronave ou embarcação;
o Importante ressaltar que se for um casal de estrangeiros a serviço
de outro país diferente de sua origem, não se enquadra na alínea
a.

Segunda hipótese

“b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde


que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil”.

Terceira hipótese

“c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde


que sejam registrados em repartição brasileira competente (1)/, ou venham a
residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta,
optem em qualquer tempo pela nacionalidade brasileira (2)”. (Redação original)

 Teria que ter registro de nascimento feito no consulado ou na embaixada


brasileira; não existia prazo para a criação de registro de nascimento;
 Residir no Brasil antes da maioridade e entrar com a ação de opção da
nacionalidade brasileira;

“c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde


que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira (2)”. (Primeira alteração
por meio da ECR n°. 3, de 7 de junho de 1994)

 A mudança da emenda constitucional retirou a possibilidade de


fazer o registro de nascimento e emissão de passaporte na
embaixada ou consulado brasileiro;

“c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira,


desde que sejam registrados em repartição brasileira competente (1)/, ou
venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira (2)”.
(Redação atual determinada pela EC n°. 54, de 20 de setembro de 2007)

Obs: Opção pela nacionalidade – Apenas art. 63 da Lei n° 13.445, de 2017.

Obs: Questão intertemporal – Brasileiros cujo nascimento ocorreu no período


de tempo entre as duas emendas – Art. 95 do ADCT

“Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da


promulgação desta Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe
brasileira, poderão ser registrados em repartição diplomática ou consular
brasileira competente ou em ofício de registro, se vierem a residir na República
Federativa do Brasil” (Artigo acrescentado pela EC n°. 54/2007).

Resolução nº155 do CNJ, registro de nascimento;

Bibliografia (Observações)

Podem utilizar obras de Direito Internacional Público, Direito Constitucional e


Direito Internacional Privado. Não há preocupação em relação à necessidade de
as edições serem muito atualizadas nesta ponto específico. A última alteração
na CF ocorreu em 2007 e a Lei de Migração, que entrou em vigor no final de
2017, praticamente não dispõe a respeito.                       

7.Nacionalidade no DIPr Brasileiro (Parte II)


7.1.Nacionalidade Derivada ou Nacionalidade Secundária (Naturalização
Brasileira)
a) Ato personalíssimo: A aquisição de naturalidade derivada, deve
ser um ato de manifestação da vontade do indivíduo; (Exceção:
Naturalização Provisória).

b) Forma Expressa: O Direito Internacional exige uma manifestação


Expressa da solicitação de naturalização para ser validada.

c) Perda da Nacionalidade em Virtude da Naturalização: Os


estados não possuem boa aceitação de um nacional pedir
naturalização em outro país, neste caso existe a possibilidade do
que a doutrina chama de Perda-Mudança.

Constituição Federal
Art. 12. São brasileiros:

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas


aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por
um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República


Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes
ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e


naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:


I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa.         

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:


I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:       
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira;         
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis;        

7.2. Adquirir Outra Nacionalidade, Salvo nos Casos:

a) Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;


b) Imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em
seu território ou para o exercício de direitos civis”.
d) Regra geral – Os Estados não estão obrigados a conceder a
naturalização, ainda que o requerente preencha todos os requisitos
estabelecidos pelo legislador (Lei n°6.815, de 1980).

Exemplo: Art. 121 do EE.


“Art. 121. A satisfação das condições previstas nesta Lei não assegura ao
estrangeiro direito à
naturalização”.
Exceção no ordenamento brasileiro: Art. 12, inciso II, alínea ‘b’ da CF/88.
“Art.12. São brasileiros:
(...)
II – naturalizados:
(...)
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República
Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade
brasileira.”

Obs: Lei n° 13.445, de 2017


Art. 65 (naturalização ordinária); art. 67 (naturalização extraordinária) - “Será
concedida...”.
Art. 68 (naturalização especial); art. 70 (naturalização provisória) – “...poderá
ser
concedida”.
d) Hipóteses de Naturalização

i. Ordinária P/ Países de Língua Portuguesa (Art. 12, inciso


II, alínea ‘a’ CF / Art. 65 da Lei n°13.445);
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por 1 ano
ininterrupto e idoneidade moral;
Originário de Países L. Portuguesa+ 1ano de Res.
+Idoneidade

ii. Ordinária (Art. 65 da Lei n°13.445);


Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária
àquele que preencher as seguintes condições:
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ter residência em território nacional, pelo prazo
mínimo de 4 (quatro) anos;
III - comunicar-se em língua portuguesa,
consideradas as condições do naturalizando; e
IV - não possuir condenação penal ou estiver
reabilitado, nos termos da lei.

iii. Extraordinária (Art.12, inciso II, alínea ‘ b’ CF /Art.67 da


Lei n°13.445);
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há mais
de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira
15anos de Res.+ S/Condenação + Req. de
Nacionalidade

iv. Especial (Art. 68 da Lei n°13.445);


A naturalização especial poderá ser concedida ao
estrangeiro que se encontre em uma das seguintes
situações:
I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco)
anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em
atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro
no exterior; ou
5anos de “casamento” com integrante do Serv.
Exterior
II - seja ou tenha sido empregado em missão
diplomática ou em repartição consular do Brasil por
mais de 10 (dez) anos ininterruptos.
10anos trabalhando em Missão diplomática

v. Provisória (art.116 do EE/ art.70 da Lei n°13.445):


Art. 70. A naturalização provisória poderá ser concedida ao
migrante criança ou adolescente que tenha fixado
residência em território nacional antes de completar 10
(dez) anos de idade e deverá ser requerida por intermédio
de seu representante legal.
O indivíduo possui um prazo de 2 anos após atingir a
maioridade para solicitar a Naturalização Definitiva;
Migrante Antes dos 10anos

e) Procedimento e requisitos – Arts. 111 a 121 do EE/ apenas art.71


da Lei n°13.445, de 2017

f) Status do Naturalizado no Brasil: O estabelecimento de


diferenças no tratamento entre brasileiros natos e naturalizados
por lei infraconstitucional é vedada pela CF (art. 12, §2° da CF)

i. Cargos Privativos:
“Art. 12, §2°. A lei não poderá estabelecer distinção entre
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos
nesta Constituição.”
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta
Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa

ii. Extradição:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
Naturalizado + Prática de Crime Antes da Naturalização;
Naturalizado + Prática de Crime de Tráfico Ilícito de
Entorpecentes;

Exemplos – Arts. 5°, inciso LI; 12, §§ 3° e 4°; 222 da CF


“Art. 12, §3°. São privativos de brasileiro nato os cargos:

Bibliografia (Observações):
Podem utilizar obras de Direito Internacional Privado, Direito Internacional
Público e de Direito Constitucional. Em relação à naturalização brasileira,
devido à maior utilização da Lei de Migração, é necessário maior cuidado a
respeito do ano da edição da obra. Recomendaria edições a partir de 2018, visto
que a referida lei entrou em vigor no final de 2017.

8. Nacionalidade no DIPr Brasileiro (Parte III)

8.Perda da Nacionalidade - Brasil

8.1.Hipóteses: Perda-Punição e Perda-Mudança


São hipóteses taxativas, previstas apenas na CF (art. 12, §4°, incisos I e II)

Art. 12. São brasileiros:


§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro
que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em


virtude de atividade nociva ao interesse nacional; (Perda-
Punição)

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Perda-


Mudança)       
a) de reconhecimento de nacionalidade originária
pela lei estrangeira
b) de imposição de naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em
seu território ou para o exercício de direitos civis;

Efeitos da Declaração de Perda: Ex Nunc

OBS: Em relação ao EE, os procedimentos de apuração próprios eram regulados


pela Lei n.°818/49 o art. 124 da Lei n° 13.445, de 2017 revogou expressamente a
Lei n° 818/49. No entanto possui apenas um artigo dispondo a respeito do
tema (art. 75).

8.1.1 Perda-Punição (art. 12, §4°, inciso I)

Art. 12, §4°. Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de


atividade nociva aos
interesses nacionais

Art. 109, inciso X. Aos juízes federais compete processar e julgar:


X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução
de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a
homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção,
e à naturalização”. Lei n° 13.445, de 2017

Art. 75. O naturalizado perderá a nacionalidade em razão de condenação transitada em


julgado
por atividade nociva ao interesse nacional, nos termos do inciso I do § 4° do art. 12 da
Constituição Federal.

Características Principais
a) Atinge apenas os Brasileiros Naturalizados;
b) Procedimento Judicial: Competência Exclusiva do Judiciário (art.
109,inciso X);
c) Não pode ser beneficiado pelo Procedimento da Reaquisição;

8.1.2. Perda-Mudança (art. 12, § 4°, inciso II)

Art. 12, §4°. Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

II – Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) De reconhecimento de nacionalidade originária pela lei


estrangeira;
b) De imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis”.

Características Principais
d) Atinge os Brasileiros Natos;
e) Procedimento Administrativo;
f) Reversão por meio do Procedimento da Reaquisição;

Observação:
Questão intertemporal – O governo brasileiro autorizou a reaquisição da
nacionalidade brasileira aos que perderam sua nacionalidade por força da
opção pela nacionalidade originária estrangeira antes da ECR n° 03/94. Esses
pedidos de requisição seguiram o procedimento da Lei n° 818/49. No entanto, o
governo também autorizou os consulados brasileiros a receberem tais pedidos
para que fossem por eles enviados ao Ministério da Justiça.
8.2. Reaquisição da Nacionalidade: É possível que o sujeito recupere a
nacionalidade a partir de um pedido ao Ministro da Justiça, onde este irá
verificar se houve:

a) Cessação da situação que deu causa à perda de nacionalidade;


b) Revogação do ato de perda;
c) Rescisão da sentença que cancelou a naturalização.

No entanto, o Decreto n° 3.453, de 09 de maio de 2000, delegou a competência


ao Ministro da Justiça para declarar a perda-mudança e a reaquisição da
nacionalidade brasileira.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe


confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o
disposto nos arts. 19 da Medida Provisória n o 1.999-17, de 11 de
abril de 2000, e 11 e 12 do Decreto-Lei n o 200, de 25 de fevereiro de
1967,

DECRETA:
Art. 1 o   Fica delegada competência ao Ministro de Estado da
Justiça, vedada a subdelegação, para declarar a perda e a reaquisição
da nacionalidade brasileira nos casos previstos nos arts. 12, § 4 o ,
inciso II, da Constituição, e 22, incisos I e II, e 36 da Lei n o 818, de 18
de setembro de 1949.
Art. 2 o   Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Obs: A Lei n°13.445, apesar de ter revogado a Lei n°818/49, prevê apenas um
artigo a respeito do tema.

“Art.76. O brasileiro que, em razão do previsto no inciso II do §4° do art. 12 da


Constituição Federal, houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a causa, poderá
readquiri-la ou ter o ato que declarou a perda revogado, na forma definida pelo órgão
competente do Poder Executivo”.

8.1.3.Perda-Renúncia (Doutrina)
Divergências quanto à possibilidade de renúncia unilateral da nacionalidade.

 Não existe tal possibilidade no ordenamento jurídico brasileiro, apesar


da Proposta de Emenda Constitucional;

Bibliografia:
Podem utilizar livros de Direito Internacional Privado que tratem do tema,
obras de Direito Internacional Público e/ou de Direito Constitucional. No
entanto, devem ficar atentos ao ano da edição, devido à Lei de Migração e seu
Regulamento, que entraram em vigor no final de 2017. Em relação aos
dispositivos da CF, não é necessário tanto cuidado, pois a única alteração
ocorreu em 1994.

11. Condição Jurídica do Estrangeiro – Entrada do Estrangeiro

11.1. República Federativa do Brasil

a) Legislação anterior - Estatuto do Estrangeiro (Lei n°. 6.815, de


19.08.1980) e o respectivo Regulamento (Decreto n°. 86.715, de
10.12.1981);
b) Legislação atual - Lei da Migração (Lei n°. 13.445, de 24.05.2017)  e
o atual Regulamento (Decreto n ͦ. 9.199, de 20.11.2017).

11.2. Posicionamento/Política da legislação brasileira em relação ao


estrangeiro

a) REVOGADO: Estatuto do Estrangeiro (EE) – Arts. 2° e 3°;


b) Lei de Migração (LM) – Arts. 3° e 4°;

11.3. A entrada do estrangeiro 

a) Posicionamento Geral: “Segundo o direito internacional, nenhum


Estado tem obrigação de admitir estrangeiros em seu território”;

b) República Federativa do Brasil – Legislação anterior e atual

 REVOGADO - EE, art. 26. “O visto concedido pela


autoridade consular configura mera expectativa de direito,
podendo a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser
obstado ocorrendo qualquer dos casos do art. 7°, ou a
inconveniência de sua presença no território nacional, a
critério do Ministério da Justiça”.
 Lei de Migração (Lei nº 13.445) Art. 6º O visto é o
documento que dá a seu titular expectativa de ingresso em
território nacional;

11.4. Visto

a) Conceito: Permissão; documento que permite a entrada e


permanência num país estrangeiro, geralmente anexada ao
passaporte;
b) Previsão Legal:  Lei de Migração (Lei nº 13.445) Art. 6º O visto é o
documento que dá a seu titular expectativa de ingresso em
território nacional;
11.5. Espécies de visto da Lei de Migração

 Espécie
Art. 12. Ao solicitante que pretenda ingressar ou permanecer em
território nacional poderá ser concedido visto:
I- de visita;
II - temporário;
III - diplomático;
IV - oficial;
V - de cortesia;

a) Visto de visita – Conceito, hipóteses, vedação e exceção (art. 13 da


Lei de Migração e arts. 29 a 32 do Regulamento);
b) Visto temporário – Conceito, hipóteses, vedações (Art.14 da Lei
de Migração e arts. 33 a 50 do Regulamento);
c) Vistos diplomático, oficial e de cortesia – Arts. 15 a 18 da Lei de
Migração e arts. 51 a 57 do Regulamento;

 Autorização de Residência:
É uma autorização concedida a um estrangeiro para permanecer no
Brasil de forma definitiva;

 Previsão Legal:
Art. 30. A residência poderá ser autorizada, mediante registro, ao
imigrante, ao residente fronteiriço ou ao visitante que se enquadre em
uma das seguintes hipóteses:
I - a residência tenha como finalidade:
a) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica;
b) tratamento de saúde;
c) acolhida humanitária;
d) estudo;
e) trabalho;
f) férias-trabalho;
g) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário;
h) realização de investimento ou de atividade com relevância econômica,
social, científica, tecnológica ou cultural;
i) reunião familiar;
II - a pessoa:
a) seja beneficiária de tratado em matéria de residência e livre circulação;
b) seja detentora de oferta de trabalho;
c) já tenha possuído a nacionalidade brasileira e não deseje ou não reúna
os requisitos para readquiri-la;
d) (VETADO);
e) seja beneficiária de refúgio, de asilo ou de proteção ao apátrida;
f) seja menor nacional de outro país ou apátrida, desacompanhado ou
abandonado, que se encontre nas fronteiras brasileiras ou em território
nacional;
g) tenha sido vítima de tráfico de pessoas, de trabalho escravo ou de
violação de direito agravada por sua condição migratória;
h) esteja em liberdade provisória ou em cumprimento de pena no Brasil;
III - outras hipóteses definidas em regulamento.
§ 1º Não se concederá a autorização de residência a pessoa condenada
criminalmente no Brasil ou no exterior por sentença transitada em
julgado, desde que a conduta esteja tipificada na legislação penal
brasileira, ressalvados os casos em que:
I - a conduta caracterize infração de menor potencial ofensivo;
II - (VETADO); ou
III - a pessoa se enquadre nas hipóteses previstas nas alíneas “b”, “c” e
“i” do inciso I e na alínea “a” do inciso II do caput deste artigo.
§ 2º O disposto no § 1º não obsta progressão de regime de cumprimento
de pena, nos termos da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 , ficando a
pessoa autorizada a trabalhar quando assim exigido pelo novo regime de
cumprimento de pena.
§ 3º Nos procedimentos conducentes ao cancelamento de autorização de
residência e no recurso contra a negativa de concessão de autorização de
residência devem ser respeitados o contraditório e a ampla defesa.

11.6. Conceitos importantes utilizados na Lei de Migração (Art. 1 ̊, parágrafo


único, incisos II, IV e V )

11.6.1. Imigrante: Pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalhe


ou resida e se estabeleça temporária ou definitivamente na República
Federativa do Brasil.

11.6.2.Visitante: Pessoa nacional de outro país ou apátrida que venha à


República Federativa do Brasil para estadas de curta duração, sem
pretensão de se estabelecer temporária ou definitivamente no território
nacional.

11.6.3.Residente Fronteiriço – Pessoa nacional de país limítrofe ou


apátrida que conserve a sua residência habitual em município fronteiriço
de país vizinho.

Obs: Do residente fronteiriço – Arts. 23 a 25 da Lei de Migração e arts.


86 a 94 do Regulamento

Do Residente Fronteiriço

Art. 23. A fim de facilitar a sua livre circulação, poderá ser


concedida ao residente fronteiriço, mediante requerimento,
autorização para a realização de atos da vida civil.
Parágrafo único. Condições específicas poderão ser estabelecidas
em regulamento ou tratado.
Art. 24. A autorização referida no caput do art. 23 indicará o
Município fronteiriço no qual o residente estará autorizado a
exercer os direitos a ele atribuídos por esta Lei.
§ 1º O residente fronteiriço detentor da autorização gozará das
garantias e dos direitos assegurados pelo regime geral de
migração desta Lei, conforme especificado em regulamento.
§ 2º O espaço geográfico de abrangência e de validade da
autorização será especificado no documento de residente
fronteiriço.
Art. 25. O documento de residente fronteiriço será cancelado, a
qualquer tempo, se o titular:
I - tiver fraudado documento ou utilizado documento falso para
obtê-lo;
II - obtiver outra condição migratória;
III - sofrer condenação penal; ou
IV - exercer direito fora dos limites previstos na autorização.

Bibliografia (Observações)

O assunto poderá ser encontrado nas obras de Direito Internacional Público e


em parte das obras de Direito Internacional Privado, pois nem todos os autores
da disciplina consideram o tema objeto do DIPr. Em relação a este ponto, a
edição da obra é muito importante, porque todo o assunto se encontra na Lei de
Migração e seu Regulamento, que entraram em vigor no final de 2017 e
alteraram substancialmente as normas utilizadas na legislação anterior.

12. Restrições e Limitações

12.1. Exercício de Atividade Remunerada (Trabalho): Nesse caso, representa


uma limitação, pois o estrangeiro precisa solicitar uma autorização do Estado,
respeitando determinadas condições para exercer atividade remunerada.

Art. 13. O visto de visita poderá ser concedido ao visitante que venha ao
Brasil para estada de curta duração, sem intenção de estabelecer
residência, nos seguintes casos:
I - turismo;
II - negócios;
III - trânsito;
IV - atividades artísticas ou desportivas; e
V - outras hipóteses definidas em regulamento.
§ 1º É vedado ao beneficiário de visto de visita exercer atividade
remunerada no Brasil.
§ 2º O beneficiário de visto de visita poderá receber pagamento do
governo, de empregador brasileiro ou de entidade privada a título de
diária, ajuda de custo, cachê, pró-labore ou outras despesas com a viagem,
bem como concorrer a prêmios, inclusive em dinheiro, em competições
desportivas ou em concursos artísticos ou culturais.
§ 3º O visto de visita não será exigido em caso de escala ou conexão em
território nacional, desde que o visitante não deixe a área de trânsito
internacional.
12.2. Direitos Políticos: O Português beneficiado do Tratado de Amizade de
Forma Ampla é a única EXCEÇÃO;

12.3. Cargos Públicos:

a) Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei;         

Prova- na 1ª Chamada
Não caem impedimentos da expulsão
Não caem extradição

Ponto 13 – Condição Jurídica do Estrangeiro (1ª Parte)

Das Medidas de Retirada Compulsória

a) Retirada compulsória – Diferença de tratamento entre nacionais e


estrangeiros.Principais formas de retirada compulsória na Lei de
Migração – Repatriação, deportação e expulsão.
b) Repatriação: Art. 49 da Lei da Migração (LM) e arts. 185 e 186 do
Regulamento (Decreto n ̊. 9.199, de 20.11.2017) Conceito Art. 49, caput da
LM e art. 185, caput do Regulamento A repatriação consiste em medida
administrativa da devolução ao país de procedência ou de nacionalidade
da pessoa em situação de impedimento de ingresso, identificada no
momento de entrada no território nacional (art. 185, caput do
Regulamento). Procedimento – Art. 186 do Regulamento (Ato do
dirigente máximo da Polícia Federal estabelecerá os procedimentos
necessários para a repatriação). Natureza – Administrativa Destino –
Art. 47 da LM Obs: Impedimento de ingresso – Art. 45 da LM e art. 171
do Regulamento
c) Deportação – Arts. 50 a 53 da LM e arts. 187 a 190 do
Regulamento.ConceitoA deportação é medida decorrente de
procedimento administrativo que consiste na retirada compulsória de
pessoa que se encontre em situação migratória irregular em território
nacional (art. 50, caput da LM) Procedimento – Art. 50, § 1̊ e 3̊ da LM e
art. 188 do Regulamento (O procedimento que poderá levar à deportação
será instaurado pela Polícia Federal). Natureza – Administrativa Destino
– Art. 47 da LM Impedimento à deportação – Art. 53 da LM Obs:
Irregularidade migratória – Art. 176, § 1̊ do Regulamento
d) Expulsão – Arts. 54 a 60 da LM e arts. 192 a 206 do Regulamento
Conceito: A expulsão consiste em medida de retirada compulsória do
território nacional instaurada por meio de Inquérito Policial de Expulsão,
conjugada com impedimento de reingresso por prazo determinado do
imigrante ou do visitante com sentença condenatória transitada em
julgado pela prática de: I- nos termos definidos pelo Estatuto de Roma
do Tribunal Penal Internacional (TPI), de 1998, promulgado pelo Decreto
n ̊. 4.388, de 2002 (crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime
de guerra, crime de agressão) II- crime comum doloso passível de pena
privativa de liberdade. Procedimento – O Inquérito Policial de Expulsão
será instaurado pela Polícia Federal, de ofício ou por determinação
Ministro da Justiça e terá como objetivo produzir relatório final sobre a
pertinência ou não da medida de expulsão, com o levantamento de
subsídios para a decisão realizada pelo Ministro da Justiça (art. 195, § 1̊
do Regulamento). Natureza – Administrativa Destino – Art. 47 da LM
Impedimentos à expulsão – Art. 55 da LM

e) Extradição – Arts. 81 a 99 da Lei da Migração e arts. 262 a 280 do


Regulamento

 Conceito: (Art. 81 da LM)

Art. 81. A extradição é a medida de cooperação internacional entre


o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a
entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva
ou para fins de instrução de processo penal em curso.

§ 1º A extradição será requerida por via diplomática ou pelas


autoridades centrais designadas para esse fim.

§ 2º A extradição e sua rotina de comunicação serão realizadas pelo


órgão competente do Poder Executivo em coordenação com as
autoridades judiciárias e policiais competentes.

 OBS: Para ocorrer a Extradição existe a necessidade de Tratado


Internacional ou uma Promessa de Reciprocidade (de fazer o
mesmo em um caso futuro);

 Competência: Poderes Executivo e Judiciário (STF);

 Diferença entre nacionais e estrangeiros – Constituição Federal

(Art.5º-LI) - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o


naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
 Impedimentos à extradição – Lei de Migração

Art. 82. Não se concederá a extradição quando:

I - o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for brasileiro


nato;

II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no


Brasil ou no Estado requerente;

III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime
imputado ao extraditando;

IV - a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2


(dois) anos;

V - o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver


sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se
fundar o pedido;

VI - a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei


brasileira ou a do Estado requerente;

VII - o fato constituir crime político ou de opinião;

VIII - o extraditando tiver de responder, no Estado requerente,


perante tribunal ou juízo de exceção; ou

IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos termos da Lei


nº 9.474, de 22 de julho de 1997 , ou de asilo territorial.

§ 1º A previsão constante do inciso VII do caput não impedirá a


extradição quando o fato constituir, principalmente, infração à lei
penal comum ou quando o crime comum, conexo ao delito
político, constituir o fato principal.

§ 2º Caberá à autoridade judiciária competente a apreciação do


caráter da infração.

§ 3º Para determinação da incidência do disposto no inciso I, será


observada, nos casos de aquisição de outra nacionalidade por
naturalização, a anterioridade do fato gerador da extradição.

§ 4º O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar


crime político o atentado contra chefe de Estado ou quaisquer
autoridades, bem como crime contra a humanidade, crime de
guerra, crime de genocídio e terrorismo.
§ 5º Admite-se a extradição de brasileiro naturalizado, nas
hipóteses previstas na Constituição Federal.

 Procedimento – Alguns dispositivos (Arts. 84 ,89 e 92 da LM)

 Defesa do extraditando – Art. 91, § 1̊ da LM

 Efetivação da extradição – Art. 96 da LM

Bibliografia
Podem utilizar livros de Direito Internacional Público e de Direito
Internacional Privado que tratem do tema. O ideal em relação às edições
é que sejam posteriores à Lei de Migração (2017). No entanto, há muito
em comum com o Estatuto do Estrangeiro e obras mais antigas também
podem ser aproveitadas.

Bibliografia

Obs: Podem utilizar obras de Direito Internacional Público e as de Direito


Internacional Privado que tratam do tema. No entanto, é necessário ter cuidado
em relação ao ano da edição, visto que a Lei de Migração modificou bastante o
tema.

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