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Direito Constitucional 2

 Resumo NP1

 Direitos da Nacionalidade;

 Os elementos clássicos de um Estado são sua soberania, seu território e


seu povo. Este último, o povo, deve ser formado por um vínculo político e
pessoal estabelecido entre a pessoa e o Estado. A nacionalidade é
responsável por essa ligação, fazendo com que uma pessoa integre
determinada comunidade política. A partir disso, pode-se concluir que se
faz necessário que o Estado faça uma distinção do natural e estrangeiro,
para diversos fins.

 Embora a prerrogativa de adotar legislação sobre nacionalidade pertença


ao direito interno, a importância desse tema e a preocupação com a
existência de apátridas, são destacadas em diversos instrumentos
internacionais. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, por
exemplo, diz que o Estado não pode privar arbitrariamente um indivíduo
da sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.

 A nacionalidade pode ser adquirida de forma primária e de forma


secundária.

a) Forma primária: também pode ser chamada de originária, e


acontece quando a nacionalidade do indivíduo é adquirida a partir
do seu nascimento em determinado Estado, sem a presença da sua
vontade, é denominada nacionalidade primária.

b) Forma secundária: também pode ser chamada de derivada ou


adquirida, e é voluntariamente obtida pelo indivíduo, por meios do
casamento.

 Os critérios de determinação da nacionalidade variam entre jus soli (que


leva em consideração o nascimento do indivíduo em determinado Estado,
sem levar em consideração a sua ascendência) e jus sanguínis (que prioriza
os laços familiares para a determinação da nacionalidade).

 Também existem casos específicos dos polipátridas e dos apátridas.


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a) Polipátridas: são os indivíduos que possuem mais que uma


nacionalidade. Na legislação brasileira existem duas situações que
essa hipótese é admitida, quando o indivíduo adquire a sua
nacionalidade naturalmente, graças aos seus laços familiares (jus
saguínis), e quando a naturalização faz-se condição de permanência
do brasileiro em território estrangeiro.

b) Apátridas: são aqueles indivíduos que não tem a nacionalidade de


nenhum Estado soberano.

 Vale destacar que o conceito tradicional de nacionalidade refere-se


somente aos seres humanos e somente por extensão pode-se cogitar
nacionalidade a pessoas jurídicas ou coisas.

 Nacionalidade brasileira;

 Historicamente, a nacionalidade é um assunto exclusivo de jurisdição


doméstica. Na tradição brasileira, o direito de nacionalidade é regulado na
constituição, com contribuições significativas de jurisprudenciais e
doutrinárias.

 Brasileiros Natos: Modos de aquisição da nacionalidade brasileira


originaria;

 Art. 12 da CF/88: São brasileiros:

I. Natos:

a) Os nascidos na república federativa do Brasil, ainda que de país


estrangeiro, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,


desde qualquer deles esteja a serviço da república federativa do
Brasil;

c) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira,


desde que sejam registrados em repartição brasileira competente
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ou venha residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira.

 O artigo 12 da CF/88, parágrafo primeiro, que prevê três hipóteses;

1. A primeira hipótese (art.12, 1, a,) diz que são brasileiros natos, os


brasileiros nascidos em território brasileiro, ainda que resida em
território estrangeiro, desde que estes não estejam a serviço de seu
país. Esse critério para à determinação da nacionalidade, leva em
consideração a questão territorial (jus solis), isto é, leva em
consideração o território onde o indivíduo nasceu.

 O texto constitucional não tratou das questões referentes


a nacionalidade nos espaços híbridos, aéreos ou terrestres
não submetidos a soberania de um Estado. Para Pontes
Miranda, consideram-se brasileiros natos os nascidos em
navios ou aeronaves brasileiras, quando estiver em
território neutro. Entretanto, se estiver em território sob a
soberania de algum Estado, não há o que se falar em
nacionalidade brasileira.

2. A segunda hipótese (art.12, 1, a) diz que são brasileiros natos os


nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros, desde que
qualquer um deles esteja a serviço do Brasil. A aqui, o que vale são
os laços familiares (jus sanguíni) e um critério funcional, isto é, o pai
ou a mãe tem que está a serviço do Brasil.

3. A terceira hipótese (art.12, 1, a) diz que são brasileiros natos, os


nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente, ou venham a
residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira. Essa hipótese tem como
critério os laços familiares (jus sanguínes).

 A opção do registro em repartição estrangeira foi excluída


pela Emenda de Revisão nº 03/94 abolida, sem intenção
expressa, vindo a ser reintegrada no texto constitucional
pela EC 54/07. Tanto foi um equívoco que foi inserido um
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art. 95 na ADCT para tratar sobre o período compreendido
entre as emendas. É uma hipótese parecida com a
nacionalidade potestativa, mas sem a necessidade de
opção.

 a aquisição da nacionalidade, nos que optarem por residir


no Brasil, ainda que provisória se dá com a fixação da
residência, sendo a manifestação posterior uma
confirmação. Embora não haja prazo, entende-se que, após
a maioridade, essa nacionalidade provisória fica suspensa
até a opção.

 PRECEDENTE DO STF. "São brasileiros natos os nascidos no


estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde
que venham a residir no Brasil e optem, em qualquer
tempo, pela nacionalidade brasileira. A opção pode ser
feita a qualquer tempo, desde que venha o filho de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, nascido no estrangeiro, a
residir no Brasil. Essa opção somente pode ser manifestada
depois de alcançada a maioridade. É que a opção, por
decorrer da vontade, tem caráter personalíssimo. Exige-se,
então, que o optante tenha capacidade plena para
manifestar a sua vontade, capacidade que se adquire com
a maioridade. Vindo o nascido no estrangeiro, de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, a residir no Brasil, ainda
menor, passa a ser considerado brasileiro nato, sujeita essa
nacionalidade a manifestação da vontade do interessado,
mediante a opção, depois de atingida a maioridade.
Atingida a maioridade, enquanto não manifestada a opção,
esta passa a constituir-se em condição suspensiva da
Página 3 de 10 nacionalidade brasileira". (RE 418.096, Rel.
Min. Carlos Velloso, julgamento em 22-3- 05, DJ de 22-4-
05). No mesmo sentido: RE 415.957, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, julgamento em 23-8-05, DJ de 16-9-05.

 Brasileiros naturalizados: Modo de aquisição da nacionalidade brasileira


derivada;

 Art. 12 da CF/88: São brasileiros:


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II. Naturalizados:

a) Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,


exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na


República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.

 São brasileiros naturalizados aqueles que venham a adquirir a


nacionalidade brasileira, na forma prevista em lei.

 Naturalização tácita e expressa;

a) Naturalização tácita: a naturalização tácita independe de


requerimento ou qualquer manifestação do indivíduo, sendo
adquirida por meio de lei especial, de caráter geral. Sendo assim,
entende-se por naturalização tácita aquela concedida de ofício
pelo Estado a todos que atendem a determinados requisitos.

b) Naturalização expressa ordinária: a naturalização expressa


ordinária está prevista no art. 12, II, a da CF/88, ela é expressa uma
vez que a nacionalidade é adquirida na forma da lei, ou seja,
expressa em lei. Ela faz referência aos estrangeiros de língua
portuguesa, que residirem por um ano ininterrupto no Brasil e
idoneidade moral. Vale destacar que a naturalização expressa
ordinária não cria um direito subjetivo, uma vez que não é o
indivíduo que opta pela nacionalidade brasileira.

c) Naturalização expressa extraordinária: a naturalização expressa


extraordinária está prevista no art.12, II, b da CF/88, é adquirida na
forma de lei, para os estrangeiros que preencherem os requisitos, e,
diferentemente da ordinária, ela cria um direito subjetivo, já que a
escolha de obter a nacionalidade é do indivíduo, que tem que pedi-
la.
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 A lei 13. 445/17 é a que, atualmente, trata da naturalização e da opção


pela nacionalidade brasileira.

 Seção I Da Opção de Nacionalidade


Art. 63. O filho de pai ou de mãe brasileiro nascido no exterior e que não tenha sido
registrado em repartição consular poderá, a qualquer tempo, promover ação de opção
de nacionalidade.
Parágrafo único. O órgão de registro deve informar periodicamente à autoridade
competente os dados relativos à opção de nacionalidade, conforme regulamento.
Seção II Das Condições da Naturalização
Art. 64. A naturalização pode ser:
I - ordinária;
II - extraordinária;
III - especial; ou
IV - provisória.
Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária àquele que preencher as seguintes
condições:
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) anos;
III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
e IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.
Art. 66. O prazo de residência fixado no inciso II do caput do art. 65 será reduzido para,
no mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes
condições: I - (VETADO);
II - ter filho brasileiro;
III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legalmente ou
de fato no momento de concessão da naturalização;
IV - (VETADO);
V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou
VI - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística. Parágrafo
único. O preenchimento das condições previstas nos incisos V e VI do caput será
avaliado na forma disposta em regulamento.
Art. 67. A naturalização extraordinária será concedida a pessoa de qualquer
nacionalidade fixada no Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeira a nacionalidade brasileira.
Art. 68. A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro que se encontre
em uma das seguintes situações:
I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de integrante do Serviço
Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no
exterior; ou
II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular
do Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos.
Art. 69. São requisitos para a concessão da naturalização especial:
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
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II - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
e Página 5 de 10
III - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.
Art. 70. A naturalização provisória poderá ser concedida ao migrante criança ou
adolescente que tenha fixado residência em território nacional antes de completar 10
(dez) anos de idade e deverá ser requerida por intermédio de seu representante legal.
Parágrafo único. A naturalização prevista no caput será convertida em definitiva se o
naturalizando expressamente assim o requerer no prazo de 2 (dois) anos após atingir
a maioridade.
Art. 71. O pedido de naturalização será apresentado e processado na forma prevista
pelo órgão competente do Poder Executivo, sendo cabível recurso em caso de
denegação.
§ 1o No curso do processo de naturalização, o naturalizando poderá requerer a
tradução ou a adaptação de seu nome à língua portuguesa.
§ 2o Será mantido cadastro com o nome traduzido ou adaptado associado ao nome
anterior.
Art. 72. No prazo de até 1 (um) ano após a concessão da naturalização, deverá o
naturalizado comparecer perante a Justiça Eleitoral para o devido cadastramento.

 Distinções entre brasileiros, brasileiros naturalizados e estrangeiros;

 Art. 12. […]; da CF/88

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e


naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa


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 O artigo 12 da CF/88 vai tratar das diferenças entre brasileiros natos,


naturalizados e estrangeiros.

a) A constituição proíbe que se estabeleça distinção entre brasileiros


natos e naturalizados, salvos os casos previstos na constituição,
assim como está previsto no art. 12 da CF/88, no inciso segundo.

b) O inciso terceiro, do art.12 da CF/88, diz que são privativos de


brasileiros natos os cargos; de presidente e vice presidente da
república; presidente da câmara dos deputados, presidente do
Senado Federal; de Ministro do Supremo Tribunal Federal; da
carreira diplomática; de oficio das forças armadas e de Ministro do
Estado de defesa. Uma compreensão ampliada desse inciso, a
proibição também vale para eventuais substitutos dos cargos para
os quais se prevê. A constituição impediu, dessa maneira, que
brasileiros naturalizados ocupassem cargos de chefia de algum dos
três poderes ou exercesse representação política brasileira no
exterior.

 Extradição (art. 5, LI, LII da CF/88): a Constituição garante a


extraditibilidade apenas para o brasileiro nato, o brasileiro naturalizado
pode ser extraditado por um crime cometido antes da naturalização, ou,
como está previsto no art.5, quando comprovado o envolvimento com
tráfico de ilícitos e drogas afins. Ademais, também previsto no art. 5 da
CF/88, nenhum brasileiro naturalizado poderá ser extraditado por crime
político ou de opinião.

 Expulsão (art. 65 da CF/88): esse artigo diz que apenas será expulso do
país, o estrangeiro que atentar contra a segurança nacional, a ordem
política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia
popular, ou cujo o procedimento o torne nocivo à conveniência e aos
interesses nacionais. O parágrafo único do artigo prevê as situações pelo
qual o estrangeiro pode ser expulso, sendo eles; praticar fraude a fim de
obter a sua entrada ou permanência no Brasil; havendo entrado no
território brasileiro com infração à lei; entregar-se à vadiagem ou à
mendigagem ou desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para
estrangeiro.
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 Propriedade de empresa jornalística e de rádio difusão: a constituição
também impõe restrições à propriedade de empresa jornalísticas e de
rádio difusão, que são privativas dos brasileiros natos ou naturalizados a
mais de dez anos, e isso é feito para garantir o domínio e o controle de um
setor considerado estratégico, assim como está previsto no art. 222 da
CF/88.

 Perda da nacionalidade;

 A perda da nacionalidade poderá atingir tanto o brasileiro nato como o


brasileiro naturalizado, na hipótese de aquisição de outra nacionalidade,
por naturalização voluntária.

 Art. 12. […] da CF/88:

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:


I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em
seu território ou para o exercício de direitos civis;

 Poderá perder a nacionalidade:

a) O brasileiro naturalizado, por atividade nociva reconhecida por


sentença judicial (perda da nacionalidade derivada).

b) O brasileiro, nato ou naturalizado, por aquisição de outra


nacionalidade, salvo as hipóteses previstas no art. 12, § 4º, a e b.

 É possível readquirir a nacionalidade, uma vez cessada a causa, poderá


readquiri-la ou ter ato que declarou a perda revogado.

 Direitos políticos;
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 Direitos políticos são os instrumentos pelo qual a CF/88 garante a
soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na
condução da coisa pública, seja de maneira direta ou de maneira indireta.

 Podemos classificar os regimes democráticos em três espécies, a primeira


é a democracia direta (acontece quando o povo exerce por si o poder, sem
a necessidade de intermediários), a segunda é democracia representativa
(acontece quando o povo, soberano, escolhe representantes, outorgando-
lhes poderes, para que em nome deles governem o país) e a terceira é a
democracia semidireta (também pode ser chamada de participativa, e
consiste em um sistema híbrido, ou seja, uma democracia representativa,
com peculiaridade e atributos de uma democracia direta).

 Art. 14 da CF/88: A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal


e pelo voto direito e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da
lei, mediante:

I. Plebiscito;
II. Referendo;
III. Iniciativa popular.

 A democracia semidireta é assimilada pela CF/88 em art.1, parágrafo único


e art. 14, e caracteriza-se como base para que se possa falar em
participação popular no poder por intermédio de um processo, no caso, o
exercício da soberania que é feito por meio de plebiscito, referendo,
iniciativa popular ou por ajuizamento de ação popular.

a) Direito de sufrágio: caracteriza-se pela capacidade eleitoral ativa e


passiva, isto é, o direito de votar e ser votado. Ele já foi restrito
(censitário ou capacitário), mas agora é universal (requisitos de fundo
e de forma).

b) Plebiscito e Referendo: ambos são instrumentos de consulta popular,


para que se delibere sobre matéria de muita relevância, que pode ser
de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. A principal
diferença entre os dois se da no momento da sua consulta, pois no
plebiscito a consulta é previa, ou seja, é convocado antes do ato
legislativo ou administrativo, cabendo ao povo aprovar ou negar o que
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lhes foi proposto, por meio do voto. Nesse caso, a consulta do povo
ocorre primeiro, para posteriormente a decisão política ser tomada,
ficando, assim, o governante condicionado ao que foi decidido pelo
povo. No referendo, diferente do que acontece no plebiscito, a
consulta é feita posteriormente, ou seja, o ato legislativo ou
administrativo acontece primeiro, para depois haver a consulta
popular, que pode ratificar ou rejeitar a decisão. Essas características
estão dispostas no art. 2 da CF/88. Vale destacar que a competência
para autorizar referendo e convocar plebiscito, de acordo com o
art.49, XV, da CF/88, é exclusivo do congresso nacional, por meio de
decreto legislativo, que tem que ser proposto por 1/3, no mínimo, dos
integrantes de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

c) Iniciativa popular: é outro instrumento de participação popular, por


intermédio de um processo, de forma direta, no exercício do poder,
que consiste, em âmbito Federal, na apresentação de um projeto de lei
à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado
nacional, distribuído por, pelo menos, cinco Estados, com não menos
de 0,3% dos eleitores de cada um deles. Esse instrumento está disposto
no art. 61, inciso segundo, da CF/88.

d) Ação popular: é o meio processual a que tem direito qualquer cidadão


que deseje questionar judicialmente a validade de atos que considera
lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico cultural.

 Direito de sufrágio (direitos políticos positivos);

 Como núcleo dos direitos políticos tem-se o direito de sufrágio, que se


caracteriza pela capacidade eleitoral ativa (direito de votar, capacidade de
ser eleito, alistabilidade) como pela capacidade eleitoral passiva (direito
de ser votado, elegibilidade).

 Capacidade eleitoral ativa;

 Art. 14[…]:

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:


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I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o


período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

 O exercício do sufrágio ativo dá-se pelo voto, que pressupõe o alistamento


eleitoral na forma da lei (título de eleitor), a nacionalidade brasileira (não
podem alistar-se como eleitores os estrangeiros – art.14, inciso segundo,
da CF/88), a idade mínima de 16 anos (sendo que pra este, o voto é
facultativo, sendo obrigatório somente aos 18 anos) e não ser conscrito
durante o serviço militar obrigatório.

 O alistamento é obrigatório para os maiores de 18 anos, e facultativos para


os maiores de 16 e menores de 70, assim como está disposto no art.14 =,
inciso primeiro, da CF/88.

 Os estrangeiros e, durante o serviço militar obrigatório, os conscritos não


podem se alistar-se como eleitores, assim como está disposto no art.14,
inciso segundo, da CF/88.

 Características do voto: o voto é direto, secreto, universal, periódico, livre,


personalíssimo e com valor igual para todos:

a) Direito: no sentido de que o cidadão vota diretamente no


candidato, sem intermediário. Porém, existe uma única hipótese de
eleição indireta, que acontece quando vagarem os cargos de vice-
presidente e de presidente, dois anos após o início do mandato,
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nesse caso, excepcionalmente, as eleições serão realizadas pelo
Congresso Nacional.

b) Secreto: na medida que não se dá publicidade da opção do eleitor,


mantendo-a em sigilo absoluto.

c) Universal: visto que ele não está ligado a nenhuma condição


discriminatória, seja ela de ordem econômica (ter ou não certa
renda), intelectual (ser ou não alfabetizado), as concernentes a
nome, família, sexo, cor, religião. O voto no Brasil não é restrito,
uma vez que não é censitário (qualificação econômica) e nem
capacitário (capacitações especiais, notadamente de natureza
intelectual).

d) Periódico: pois a democracia representativa prevê e exige


mandatos por prazo determinado.

e) Livre: pois o eleitor pode escolher o seu candidato, ou, se preferir,


anular o seu voto ou depositar a cédula em branco na urna. A
obrigatoriedade do voto está somente no comparecimento para
votar, não se estendendo a como a pessoa pode votar.

f) Personalíssimo: pois é vedado a votação por procurador. O voto é


exercido pessoalmente pelo cidadão, identificado pelo título
eleitoral.

g) Com valor igual para todos: decorrente do princípio “one man one
vote” ou seja “um homem um voto”, que significa que o voto deve
ter um valor igual para todos, independente de qualquer tipo de
discriminação.

 Vale destacar que o voto universal, secreto, direito e


periódico é cláusula pétrea, entretanto o voto obrigatório não
é, podendo se tornar facultativo, por meio de emenda
constitucional.

 Capacidade eleitoral passiva (elegibilidade);


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 A capacidade eleitoral passiva é a possibilidade de eleger-se, concorrendo


a um mandato eletivo. Entretanto, o direito de ser votado só se torna
absoluto se o candidato preencher os requisitos de elegibilidade para o
cargo a qual se candidata e, ainda, não incidir em nenhum dos
impedimentos constitucionalmente previstos.

 Art. 14 […]:

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:


I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária [no mínimo seis meses antes da eleição]
VI - a idade mínima de [NA DATA DA POSSE]:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.

 Condições de elegibilidade;

 As condições de elegibilidade estão previstas no art.14, inciso terceiro, da


CF/88, e são eles; nacionalidade brasileira; pleno exercício dos direitos
políticos; alistamento eleitoral; domicílio eleitoral na circunscrição; filiação
partidária e idade mínima de acordo com o cargo ao qual se candidata.

 No tocante ao requisito da idade, essa condição de elegibilidade se inicia


aos 18 anos, terminando aos 35 anos;

Vereador: 18 anos

Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-


prefeito e juiz de paz: 21 anos
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Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal:
anos

Presidente, Vice-presidente da república e Senador: 35 anos

 Definido no mínimo um ano antes da eleição. A noção de


domicílio eleitoral é mais abrangente do que o domicílio civil,
pois o art. 42 do Código Eleitoral menciona a residência ou
moradia do requente, sem mencionar o ânimo definitivo. O
TSE já entendeu ser possível caracterizar domicílio eleitoral
até mesmo local em que haja relação meramente
patrimonial.

 Direitos políticos negativos;

 Ao contrário dos direitos políticos positivos, os direitos políticos negativos


individualizam-se ao definirem formulações constitucionais restritivas e
impeditivas das atividades políticas-partidárias, privando o cidadão do
exercício de seus direitos políticos, impedindo-o de eleger um candidato
(capacidade eleitoral ativa) ou de ser eleito (capacidade eleitoral passiva).

 Inelegibilidades: são as circunstâncias (constitucionais ou previstas em lei


complementar) que impedem os cidadãos do exercício total ou parcial da
capacidade eleitoral passiva, ou seja, da capacidade de eleger-se.
Restringem, portanto, a elegibilidade do cidadão, visando proteger a
probidade administrativa, a moralidade para exercício do mandato,
considerada a vida pregressa do candidato e a normalidade das eleições
contra influência do poder econômico ou abuso do exercício de função,
cargo ou emprego na administração direta ou indireta. As inelegibilidades
estão previstas no art.14, inciso quarto e inciso oitavo, normas essas que
independem de regulamentação infraconstitucional, já que são de eficácia
plena e de aplicação imediata, como em lei complementar, que poderá
estabelecer outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação,
dividindo-se em inelegibilidades absolutas e inelegibilidades relativas.

a) Inelegibilidades absolutas: segundo o que está disposto no art.14,


inciso quarto, são absolutamente inelegíveis, ou seja, não pode
exercer a capacidade eleitoral passiva, os inalistáveis (são os
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estrangeiros e, durante o serviço militar obrigatório, os conscritos.
Parte da suposição de que quem não pode ser eleitor, também não
pode ser eleito) e os analfabetos (o analfabeto pode se alistar, e
portanto, pode votar, mas não pode elege-se, pois não a
capacidade eleitoral passiva).

b) Inelegibilidades relativas: o relativamente inelegível, em razão de


alguma situação, não pode eleger-se para determinados cargos,
podendo, porém, candidatar-se e elege-se para outro, sob os quais
não recaia a inelegibilidade. Existem quatro espécies de
inelegibilidades, as funcionais, as de parentesco, militares e as
legais.

1. Inelegibilidade funcionais: diz respeito a questão de três


mandatos sucessivos, isto é, o presidente da república, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e
quem houver sucedido ou substituído no curso dos
mandatos não poderão ser reeleitos em terceiro mandato
sucessivo.

 É possível três ou mais mandatos, desde que não sejam


sucessivos. Há vedações implícitas a fim de evitar três
mandatos sucessivos, impedindo, assim, a candidatura à vice,
renúncia prévia ou na hipótese do art. 81. O vice que apenas
responder pela titularidade não está impedido de disputar
eleição seguinte e sua reeleição. Diversamente ocorre se ele
efetivamente substituir o titular.

 Prefeito itinerante. Impossibilidade. STF:”[...] O instituto da


reeleição tem fundamento não somente no postulado da
continuidade administrativa, mas também no princípio
republicano, que impede a perpetuação de uma mesma
pessoa ou grupo no poder. O princípio republicano
condiciona a interpretação e a aplicação do próprio comando
da norma constitucional, de modo que a reeleição é permitida
por apenas uma única vez. Esse princípio impede a terceira
eleição não apenas no mesmo município, mas em relação a
qualquer outro município da federação. Entendimento
contrário tornaria possível a figura do denominado “prefeito
itinerante” ou do “prefeito profissional”, o que claramente é
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incompatível com esse princípio, que também traduz um
postulado de temporariedade/alternância do exercício do
poder. Portanto, ambos os princípios – continuidade
administrativa e republicanismo – condicionam a
interpretação e a aplicação teleológicas do art. 14, § 5º, da
Constituição. O cidadão que exerce dois mandatos
consecutivos como prefeito de determinado município fica
inelegível para o cargo da mesma natureza em qualquer outro
município da federação. […]”2

 Os vices ou sucessores podem se candidatar sem perder o


cargo se não tiverem substituído ou sucedido o titular nos seis
meses que antecedem.

 O inciso sexto do artigo 14 diz que, o presidente,


governadores de Estados e do Distrito Federal, e os prefeitos,
se quiserem se candidatar a outro cargo, devem renunciar
seis meses antes do pleito os respectivos cargos.

2. Inelegibilidade por motivo de parentesco: como regra,


segundo o art.14, no sétimo inciso, da CF/88, são inelegíveis
no território de circunscrição do titular, o cônjuge e os
parente consanguíneos ou afins, até segundo grau ou por
adoção, do Presidente da República, Governador de Estado,
Território ou Distrito Federal, Prefeito, ou quem os haja
substituído dentro de seis meses anteriores ao pleito, salvo
se já titular da mandato eletivo e candidato à reeleição.

 Esse tipo de inelegibilidade se aplica aos titulares e não aos


vices. Pode ser elidida por afastamento antes dos seis
meses, embora isso seja construção da Justiça Eleitoral que
afastou súmula 6 do TSE que indicava em sentido contrário.
Isso livra inclusive para o próprio cargo de chefe do
executivo, desde que não seja o segundo mandato
consecutivo.

 Súmula vinculante nº 18: “A dissolução da sociedade ou


vínculo conjugal, no curso do mandato não afasta a
Direito Constitucional 2
inexigibilidade prevista no §7º do artigo 14 da Constituição
Federal”.

3. Inelegibilidade Militar: expressa no art.14, no inciso oitavo,


diz que os militar alistável é elegível, e para isso deve cumprir
as condições de, se tiver menos de 10 anos de serviço, se
afastar da atividade, se tiver mais de 10 anos de serviço, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

 há um aparente conflito entre a elegibilidade do militar


(art.14, §8°, CF/88) e a vedação de filiação a partido político
(Art. 142,§ 3º, V). Contudo, a Justiça Eleitoral compatibilizou
as normas mediante o entendimento que basta a
apresentação da candidatura do candidato pelo partido com
sua anuência para validade. Diante disso, desde a
apresentação da candidatura até a diplomação, se o militar
tiver menos de dez anos, deverá afastar-se definitivamente
da atividade. Caso tenha mais de dez anos deverá se afastar
e, no caso de eleição, ir para a inatividade.

4. Previsão legal: a Lei Complementar n. 64, de 18 de maio de


1990, dando cumprimento ao determinado pela
Constituição, veio disciplinar essa matéria, estabelecendo
mais detalhadamente os casos de inelegibilidade, assim
como a forma de sua arguição perante a Justiça Eleitoral.

 Privação dos direitos políticos;

 Art. 15 da CF/88: É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou


suspensão só se dará nos casos de:

I. Cancelamento da naturalização por sentença transitada em


julgado;
II. Incapacidade civil absoluta;
III. Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
seus efeitos;
Direito Constitucional 2
IV. Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa, nos termos do art. 5, VIII;
V. Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, inciso quarto.

 A constituição não evidencia o que é perda e o que é suspenção dos


direitos políticos.

 Perda dos direitos políticos: o art. 15 estabelece os casos em que acorre


a perda dos direitos políticos, sendo pelo:

a) Cancelamento da naturalização por sentença transitada em


julgado: acontece por decorrência do cancelamento da
naturalização, o indivíduo voltará a condição de estrangeiro, não
mais podendo se alistar como eleitor e nem se eleger, uma vez que
perdeu a nacionalidade brasileira.

b) Perda da nacionalidade brasileira em virtude de aquisição de


outra: o indivíduo também pode perder os seus direitos políticos
em decorrência da aquisição de outra nacionalidade, isso porque a
nacionalidade brasileira é pressuposta para aquisição dos direitos
políticos, já que o alistamento eleitoral não permite que
estrangeiros o façam, dessa forma, o estrangeiro não pode se
eleger, já que se não pode ser eleitor, não pode ser eleito.

c) Recusa de cumprir obrigações a todos imposta ou prestação


alternativa: se a pessoa for invocada para examinar obrigação legal
a todos imposta, como o alistamento militar obrigatório, e recusa-
se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei, terá como sanção
a perda de dos direitos políticos.

 Suspensão dos direitos políticos;

 O art. 15 da CF/88 prevê as hipóteses em que pode ocorrer a suspenção


dos direitos políticos, sendo elas:

a) Incapacidade civil absoluta: como só se pode suspender aquilo que


já existia, deve-se partir do pressuposto de que o individuo tinha
Direito Constitucional 2
direitos políticos e estes foram suspensos. Então, somente nos
casos de interdição é que se poderia falar em suspensão de direitos
políticos.

b) Condenação criminal transitada em julgado: observa-se que os


direitos políticos ficam suspensos enquanto durarem os efeitos da
condenação.

c) Improbabilidade administrativa: os atos de improbabilidade


administrativa, portanto, importarão a suspenção dos direitos
políticos, bem como a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação prevista
em lei.

 Reaquisição dos direitos políticos perdidos ou suspensos: “perdido o


direito político, na hipótese de cancelamento da naturalização por
sentença transitada em julgado, a reaquisição só se dará por meio de ação
rescisória. Se a hipótese for a perda por recusa de cumprir obrigação a
todos imposta ou prestação alternativa, a reaquisição dar-se-á quando o
indivíduo, a qualquer tempo, cumprir a obrigação devida. Todavia, se a
perda se der em virtude de aquisição de outra nacionalidade, a Lei de
Migração (Lei n. 13.445/2017) estabelece a seguinte regra: “o brasileiro
que, em razão do previsto no inciso II do § 4.º do art. 12 da Constituição
Federal, houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a causa, poderá
readquiri-la ou ter o ato que declarou a perda revogado, na forma definida
pelo órgão competente do Poder Executivo”. O art. 254 do Decreto n.
9.199/2017 regulamentou a matéria, estabelecendo em seu § 7.º que o
deferimento do requerimento de reaquisição ou a revogação da perda
importará no restabelecimento da nacionalidade originária brasileira
(confira nossas críticas no item 16.10). No tocante às hipóteses de
suspensão, a reaquisição dos direitos políticos dar-se-á quando cessarem
os motivos que a determinaram”

 Ação de impugnação de mandato eletivo: a ação de impugnação de


mandato eletivo, mais conhecida como AIME. É uma ação eleitoral, com
previsão na constituição Federal de 1988 e no Código Eleitoral Brasileiro,
tendo como seu principal objetivo impugnar o mandato obtido com abuso
de poder econômico, corrupção ou fraude. Segundo o que está disposto
no art.14, decimo inciso e decimo primeiro inciso, da CF/88, o mandato
Direito Constitucional 2
eletivo poderá se impugnado ante a justiça eleitoral no prazo de 15 dias
contados da diplomação, instituídas as provas do abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude, e tramitará em segredo de justiça.

 Princípio da anualidade nas eleições: esse princípio está expresso no


artigo 16 da Constituição de 1988, para o qual “A lei que alterar o processo
eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.” Em conformidade
com a Constituição, os conceitos de segurança jurídica, de eficácia
normativa e de processo eleitoral estão intimamente ligados ao princípio
da anterioridade.

http://www.tse.jus.br/o-tse/escola-judiciaria-
eleitoral/publicacoes/revistas-da-eje/artigos/revista-eletronica-
eje-n.-4-ano-3/principio-da-anualidade-eleitoral - LER O SITE DO
TSE.

 Partidos políticos;

 Partido político pode ser conceituado como uma organização de pessoas


reunidas em torno de um mesmo programa político, com a finalidade de
assumir o poder e de mantê-lo ou, ao menos, de influenciar na gestão da
coisa pública através de críticas e oposição.

 Art. 17 da CF/88: É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de


partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos:

I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou
governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração
de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e
Direito Constitucional 2
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições
proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas
em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus
estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na
forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito
ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que
alternativamente:
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3%
(três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço
das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos
votos válidos em cada uma delas; ou
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em
pelo menos um terço das unidades da Federação.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização
paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no §
3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda
do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação
considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e
de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

 De acordo com o art. 17, caput, consagra-se a liberdade de organização


partidária, visto ser livre a sua criação, a fusão, a incorporação e a extinção
dos partidos políticos. Não se trata de uma liberdade absoluta, já que
deverão ser resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e os
seguintes preceitos de caráter nacional; proibição de recebimento de
recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou subordinação
a estes; prestação de contas a justiça eleitoral; funcionamento
parlamentar de acordo com a lei; vedação da utilização pelos partidos
políticos de organização paramilitar.

 Autonomia partidária: Assegura-se aos partidos políticos autonomia para


definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação
e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
organização e funcionamento e para adotar critérios de escolha e o regime
Direito Constitucional 2
de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal,
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade
partidária.

 Segundo o que está disposto no art. 17, parágrafo primeiro da CF/88 os


partidos políticos tem autonomia para:

1. Definir estrutura interna;


2. Estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de
seus órgãos permanentes e provisórios;
3. Organização e funcionamento;
4. Para adotar os critérios de escolha e regime de suas
coligações.

 Coligações partidárias: decorre da faculdade para a celebração de alianças


entre dois ou mais partidos (acordo de vontade), dento da mesma
circunscrição, com o objetivo de escolherem candidatos para a disputa das
eleições. Consiste em partidos maiores absorvendo menores, com
finalidades parecidas, com o intuito de ganhar terreno político e atingir
objetivos em comum.

 Emenda constitucional 97/17: a partir da EC 97/17, que alterou o art. 17,


parágrafo primeiro da CF/88, é vedado a celebração de coligações nas
eleições proporcionais, isto é, nas eleições para deputados estaduais,
federais e vereadores. Agora somente é permitido nas eleições
majoritárias, que são para presidente, governadores, senadores e
prefeitos. Essa mudança, segundo o que está disposto na emenda, vai
passar a valer em 2020, nas eleições municipais.

 Verticalização de coligações;

 “A Emenda Constitucional nº 52, de 08 de março de 2006, deu nova


redação ao § 1º do art. 17, da Constituição Federal, acabando com a
obrigatoriedade, no âmbito estadual, municipal e distrital, da observância
das mesmas coligações partidárias realização no plano federal.

Determinou, ainda, a referida EC a aplicação imediata da nova disciplina


para as coligações partidárias, de tal forma, que poderão já ser postas em
Direito Constitucional 2
prática para as eleições presidenciais e para a escolha de Governadores de
Estado deste ano.
Uma discussão se levantou no âmbito das instituições jurídicas do país
acerca da constitucionalidade da alteração legislativa. O Conselho Federal
da OAB e a Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério
Público) ajuizaram, perante o STF, Ações Diretas de Inconstitucionalidade
(nº 3.685 e 3.686) questionando a validade do novo dispositivo em face da
Constituição Federal.
DA VERTICALIZAÇÃO
A verticalização nas eleições obrigava os partidos políticos, que se
coligarem a uma determinada chapa para as eleições presidenciais,
mantenham a mesma coligação para a disputa de outros mandatos como
de governador, senador, deputado federal e deputado estadual ou
distrital.
A obrigatoriedade de verticalização surgiu em fevereiro de 2002 a partir
de uma interpretação do Tribunal Superior Eleitoral sobre a Lei nº
9.504/97 que disciplina as eleições. Para o TSE, os partidos, apesar de sua
autonomia, têm "caráter nacional". A expressão “verticalização” se deve
ao fato de que a instrução do TSE se impõe ao partido, devendo ser
seguida de cima para baixo, ou seja, do órgão nacional para os estaduais.
Dessa forma, nas eleições de 2002, a regra de verticalização foi observada,
sendo que as alianças feitas no âmbito federal (para as eleições de
Presidente da República) tiveram de ser respeitadas ou repetidas no
âmbito estadual (na escolha de Governador de Estado)”.

 EC 52/06: acabou com a obrigatoriedade da verticalização


de coligações.

 Fidelidade partidária: o entendimento do STF, com relação a fidelidade


partidária, é de que os candidatos eleitos devem respeitar a fidelidade
partidária, ou seja, o candidato eleito não poderá mudar de partido, sem
justa causa, após as eleições, sob pena de perder o cargo eletivo caso
ocorra a transferência de legenda. Segundo o entendimento do STF, essa
mudança é proibida uma vez que represente um desvio ético-político e
gera desequilíbrio parlamentar, representando, ainda, fraude contra a
vontade do povo, já que existe uma inter-relação entre o eleitor, o partido
político e o representante eleito. Vale destacar que, para que haja a perda
do mandato daquele que mudou de partido, é necessário que o partido
faça o requerimento ou o Ministério Público, e a sua aplicação não é válida
Direito Constitucional 2
para os candidatos eleitos no sistema majoritário, porque, segundo o
entendimento do Ministro Barroso, as características do sistema
majoritário tem seu foco voltado para figura do candidato, logo a perda de
mandato em caso de mudança de partido, sem justa causa, frustraria a
vontade do eleitor e violaria a soberania popular.

 Pode haver mudança de partido com justa causa, que são os


casos de incorporação ou fusão do partido, criação de um
novo partido, mudança substancial ou desvio reiterado do
programa partidário e grave discriminação pessoal.

 Criação dos partidos políticos: tem natureza do direito privado, pois


constitui uma pessoa jurídica de direito privado, adquirindo essa
personalidade por meio do ato constitutivo no respectivo registro,
observando-se a lei dos registros públicos.

 Direito ao fundo partidário e direito de antena: o parágrafo terceiro do


art.17 da CF/88 diz que somente terão direito a recursos do fundo
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão os partidos que
obtiverem para a Câmara dos deputados, no mínimo, 3% dos votos válidos
distribuídos nas unidades da federação e tiverem elegido pelo menos
quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação.

 Restrição a qualquer atividade paramilitar: segundo o que está disposto


no inciso quarto do art. 17 da CF/88, é vedada a utilização pelos partidos
políticos de organização paramilitar.
Resumo de D. Constitucional – NP2

 Estados Federal Brasileiro

 Forma de Estado;

 É o modo de exercício do poder político em função do território, que dá


origem ao conceito de forma de Estado, se existe unidade de poder sobre
o território, pessoas e bens, tem-se um Estado Unitário, agora, por outro
lado, se o poder se reparte, se divide, no espaço territorial, gerando uma
multiplicidade de organizações governamentais, distribuídas
regionalmente, nos encontramos diante de uma forma de Estado
composto, denominado Estado Federal ou Federação de Estados.

 Federação;

 A Forma Federativa de Estado tem sua origem nos EUA e decorre das
dificuldades de se estabelecer um Governo plenamente eficaz em um
território grande. Antes de surgir a forma Federativa, que data de 1787,
houve a proclamação da independência das 13 colônias, que passaram a
se intitular, cada uma delas, Estados, soberanos, com plena liberdade e
independência. Afim de se protegerem das ameaças da antiga metrópole
inglesa, os Estados criaram a Confederação Dos Estados Unidos
Americanos, por meio de um tratado internacional intitulado Artigos de
Confederação. Cada entidade componente da Confederação manteve a
sua soberania, o que enfraquecia o pacto, uma vez que as deliberações do
Estados Unidos em congresso nem sempre eram cumpridas, e havia
dificuldade na obtenção de recursos financeiros e humanos para as
atividades comuns. Além disso, a Confederação não podia legislar para os
cidadãos, dispondo, apenas, para os Estados, e assim não podia impor
tributos. Também não existia um tribunal supremo que unificasse a
interpretação do direito em comum aos Estados e que resolvesse
juridicamente as diferenças entre eles. Ainda era garantido o direito de
secessão, o que aumentava o problema constante das ameaças e a
fragilidade. A partir de todos esses problemas, os Estados confederados se
reuniram na Filadélfia, e estruturam a base da Federação norte-americana,
em que essa nova forma de Estado não permite o direito de secessão, e
cada Estado cedia parcela de sua Soberania para um órgão central,
responsável pela unificação formando os Estados Unidos da América,
Resumo de D. Constitucional – NP2
passando, nesse momento, a ser autônomos entre si, dentro do pacto
federativo.

 Características do federalismo americano clássico;

a) Separação vertical dos poderes;

b) Federalismo por agregação;

c) Autonomia dos Estados-membros;

d) Federalismo dual vinculado ao liberalismo;

e) Teoria dos poderes implícita;

f) Órgão judicial de cúpula resolvendo conflitos federativos.

 Tipologias do Federalismo;

 Federalismo por agregação ou por desagregação (segregação): essa


classificação leva em consideração a formação histórica, a origem do
federalismo em determinado Estado, podendo ser por agregação ou
desagregação.

a) Federalismo por agregação: no federalismo por agregação, os


Estados independentes ou soberanos resolvem abrir mão de parcela
de sua soberania para agregar-se entre si e formar um novo Estado,
agora, federativo, passando a ser, entre si, autônomos. Esse modelo
busca mais solidez, tendo em vista a indissolubilidade do vínculo
federativo, e pode-se tomar com exemplo a formação dos Estados
Unidos, Alemanha e da Suíça.

b) Federalismo por desagregação: no federalismo por desagregação


(segregação), a federação surge a partir de determinado Estado
unitário que resolva descentralizar-se, em obediência a imperativos
políticos (salvaguarda das liberdades) e de eficiência. O Brasil é
exemplo de federalismo por desagregação, que surgiu a partir da
proclamação da república, materializando-se, o novo modelo, na
constituição de 1891.
Resumo de D. Constitucional – NP2

 Federalismo dual ou cooperativo: essa classificação surge a partir da


análise do modo de separação de atribuições (competências) entre os
entes federativos, onde a doutrina encontrou o federalismo dual e o
federalismo cooperativo.

a) Federalismo dual: comum no século XIX, o federalismo dual se


caracteriza pela divisão de competências dada mediante
separação rígida dos âmbitos de atuação, sem qualquer
superposição ou interseção entre as partes, como os Estados
Unidos, em sua origem.

b) Federalismo cooperativo: nesse modelo, que flexibiliza a rigidez


do modelo dual, as atribuições serão exercidas de modo comum
ou concorrente, estabelecendo-se uma verdadeira aproximação
entre os entes federativos, que deverão atuar em conjunto.
Assim, modernamente, percebe-se, cada vez mais, uma
gradativa substituição do modelo dual pelo cooperativo.

 A doutrina adverte o risco de, em pretexto do modelo


cooperativo, instituir-se um federalismo de fachada,
com fortalecimento do órgão central em detrimento
dos demais entes federativos e, assim, havendo
sobreposição da União, a caracterização de um
federalismo de subordinação.

 Federalismo simétrico ou assimétrico: essa classificação decorre dos mais


variados fatores, seja em relação à cultura, seja decorrente ao
desenvolvimento, à língua etc.

a) Federalismo simétrico: no federalismo simétrico é dado o mesmo


modelo tratamento orgânico e material a todos os entes
periféricos. Verifica-se, pois, uma homogeneidade de cultura e
desenvolvimento, assim como de língua, como é o caso dos
Estados Unidos.

b) Federalismo Assimétrico: o federalismo assimétrico pode decorrer


da diversidade de língua e cultura, como verifica-se, por exemplo,
Resumo de D. Constitucional – NP2

nos quatros diferentes grupos étnicos da Suíça, ou, também, no


caso dos Canadá, país bilingue e multicultural.

 No Brasil há um certo erro de simetria, pelo fato de o


constituinte tratar de modo idêntico os Estados, como
se verifica na representação no parlamento. O
constituinte deveria ter considerado a dimensão
territorial, o desenvolvimento econômico, a cultura
etc, dessa forma, de modo assimétrico os entes
federativos. Essa distinção, naturalmente, não
poderia significar a preferência de um ente federativo
em relação a outro, sob pena de se desvincular do
texto constitucional.

 Federalismo centrípeto, centrífugo e de equilíbrio: essa classificação se


dar a partir da análise do grau de concentração de poder.

a) Federalismo centrípeto/orgânico: é aquele em que a maior


parte das competências toca ao ente central, ou seja, ocorre um
fortalecimento do poder da União Federal.

b) Federalismo centrífugo/integração: é aquele em que os entes


periféricos desfrutam de mais poder, ou seja, existe um
fortalecimento dos Estados membros da federação.

c) Federalismo de equilíbrio: é aquele que foge dos extremos do


federalismo centrípeto e do federalismo centrífugo,
estabelecendo um balanceamento entre as partes.

 Federalismo de segundo grau????

 Características da federação: para falar das características da federação,


primeiro é preciso entender que não existe um só federalismo, já que cada
Estado federativo vai apresentar as suas peculiaridades, inerentes às suas
realidades locais, entretanto, pode ser encontrado alguns pontos em
comuns que podem ser sistematizados.
Resumo de D. Constitucional – NP2

1. Descentralização política: a própria constituição prevê


núcleos de poder político, concedendo autonomia para os
referidos entes;

2. Repartição de competências: garante a autonomia entre os


entes federativos e, assim, entre os entes da federação;

3. Constituição rígida com base jurídica: é fundamental a


existência de uma constituição rígida no sentido de garantir
a distribuição de competências entre os entes autônomos,
surgindo, então, uma verdadeira estabilidade institucional;

4. Inexistência do direito de secessão: não é permitida, depois


de firmado o pacto federativo, o direito de separação dos
entes federativos. Nesse sentido, a CF/88 estabelece em seu
art. 34, I, que a tentativa de retirada ensejará a decretação
de intervenção federal no Estado “rebelante”. Isso decorre
do princípio da indissolubilidade do vínculo federativo,
lembrando, inclusive, que a forma federativa de Estado é um
dos limites materiais ao poder de ementa;

5. Soberania do Estado Federal: a partir do momento que os


Estados ingressam na federação perdem a sua soberania,
passando a ser autônomos entre si, de acordo com as regras
constitucionalmente previstas, nos limites da sua
competência; a soberania, por sua vez, é característica do
todo, do país, do Estado Federal;

6. Intervenção: diante de situações de crise, o processo


interventivo surge como instrumento para assegurar o
equilíbrio federativo e, assim, a manutenção federal;

7. Auto-organização dos Estados-membros: ocorre por meios


da elaboração das constituições estaduais;

8. Órgão representativo dos Estados-membros: no Brasil, de


acordo com a art.46, a representação dá-se através do
Senado Federal;
Resumo de D. Constitucional – NP2

9. Guardião da constituição: existe um guardião da


Constituição Federal, que no Brasil é o STF;

10. Repartição de receitas: assegura o equilíbrio entre os entes


federativos (arts. 157 a 159).

 Federação brasileira;

 A federação no Brasil surge com o decreto n. 1, de 15/11/1889, decreto


esse que instituiu, também, a forma republicana de governo. A
consolidação da federação, no Brasil, veio por meio da primeira
constituição republicana, a de 1891, que em seu art. 1 estabeleceu que a
nação brasileira adota como forma de governo a federação, sob regime
representativo.

 Características da Federação brasileira;

1. Constituição como base jurídica do Estado: ver na aula


2. Autonomia dos entes federativos: ver na aula
3. Ausência do direito de secessão:
4. Rendas próprias de cada ente federativo:
https://www.aurum.com.br/blog/competencia-tributaria/
5. Repartição constitucional das rendas:
6. Concessão de desoneração de tributos partilhados e o STF:
7. Participação dos entes federados, ou parte deles, na vontade
nacional:
8. Existência de um Tribunal competente em matéria constitucional:
9. Repartição constitucional de competências;

 Federação na CF/88 e princípios fundamentais;

 Art. 1 da CF/88 caput: A República Federativa do Brasil, formada pela


união indissolúvel dos Estados e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
democrático de direito e tem como fundamentos:
Resumo de D. Constitucional – NP2
 Art. 18 da CF/88 caput: A organização político-administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, todos autônomos, nos termos dessa constituição.

 Esses dois artigos se complementam, já que no caput do artigo 1 da CF/88


é estabelecido que a República Federativa do Brasil é formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios, e no caput do artigo 18, de forma
complementar, estabelece que a organização político administrativa da
República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da constituição.

 Fundamentos da República Federativa do Brasil: o art. 1 da CF/88


enumera, como fundamentos da República Federativa do Brasil:
soberania; cidadania; dignidade da pessoa humana; valores sociais do
trabalho e da livre-iniciativa e o pluralismo político.

 Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: primeiro é


necessário estabelecer a diferença entre objetivos fundamentais e
fundamentos, que não podem ser confundidos, uma vez que os
fundamentos dizem respeito a estrutura do Estado, ou seja, fazem parte
da estrutura do Estado. Os objetivos fundamentais, por outro lado,
consistem em metas que o Estado deve buscar atingir. Esses objetivos
fundamentais vêm relacionados no art. 3 da CF/88 e são: construir uma
sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional;
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdade sociais e
regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

 Organização político-administrativa;

 Capital federal: o art. 18, parágrafo primeiro, da CF/88 deixa expresso que
Brasília é a Capital Federal. Importante fazer a distinção entre Capital
Federal e Distrito Federal, uma vez que o Distrito Federal é formado por
Brasília e pelas demais regiões administrativas que compõe o Distrito
Federal, logo podemos afirmar que Brasília faz parte do Distrito Federal,
mas não posso afirmar que o Distrito Federal é a Capital Federal. Também
é importante saber que é vedado a divisão do Distrito Federal em
municípios, sendo, assim, dividido em regiões administrativas.
Resumo de D. Constitucional – NP2

 ”Conforme anotou José Afonso da Silva, de acordo


com as regras fixadas na Constituição de 1988, Brasília
assume uma posição jurídica específica no conceito
brasileiro de ‘cidade’. Brasília é civitas civitatum, na
medida em que é cidade-centro, polo irradiante, de
onde partem, aos governados, as decisões mais
graves e onde acontecem os fatos decisivos para os
destinos do país. Mas não se encaixa no conceito geral
de ‘cidade’ , porque não é sede de Município. É civitas
e poli, enquanto modo de habitar e sede do Governo
Federal”.

 Territórios Federais: o parágrafo segundo, do art. 18 da CF/88, diz “Os


territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em
Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei
complementar”. Vale destacar que Territórios não são entes federativos,
eles apenas integram a União, são autarquias territoriais da União. Logo,
parágrafo segundo, do art. 18 da CF/88 diz que a criação de Territórios, a
sua transformação em Estado ou sua reintegração ao Estado de origem
será regulamentado por lei complementar.

 Criação de Estados-Membros: o parágrafo terceiro, do art. 18 da CF/88,


diz que “Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexar a outros, ou formarem novos Estados ou
Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente
interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
complementar”. Esse parágrafo está se referindo a criação de novos
Estados, as formas possíveis de criação de um Estado e as etapas para a
criação. A primeira etapa para a criação de um Estado, prevista no
parágrafo terceiro, é o plebiscito, que consiste em uma consulta prévia da
população diretamente interessada. Vale destacar que o plebiscito é
convocado pelo Congresso Nacional e tem caráter terminativo, isto é, se a
população disser não a criação do novo Estado, o processo dar-se-á por
terminado. A segunda etapa, que está implícita no texto, mas
regulamentada por lei complementar sobre a criação de Estados e
territórios no Brasil, e diz que uma vez feito o plebiscito e a resposta da
população for favorável a criação de um novo Estado, vai ocorrer as oitivas
das Assembleis Legislativas envolvidas, que tem caráter opinativo, ou seja,
Resumo de D. Constitucional – NP2

será feita uma consulta as Assembleis Legislativas dos Estados envolvidos


na criação desse novo Estado. A terceira e última etapa, é a provação de
lei complementar pelo Congresso Nacional, ou seja, a decisão em si está
nas mãos do Congresso Nacional, uma vez que eles que vão decidir se
aprovam ou não a lei complementar para à criação de um novo Estado.
Agora é preciso destacar as formas de criação de um novo Estado, que
pode se dar pela fusão ou incorporação entre si (consiste em dois ou mais
Estados se fundirem para formar um novo Estado), pela cisão ou
subdivisão (consiste em um Estado que dividi o seu território para formar
outro Estado), ou pelo desmembramento (que pode ser um
desmembramento por anexação, que consiste em pegar parte de um
território de um Estado e anexa-lo a outro, ou um desmembramento por
formação, que consiste em um Estado desmembrar-se de uma parte do
seu território para formar outro Estado). Na fusão ou incorporação e na
cisão ou subdivisão, a identidade originária não permanece, isto é, quando
o Estado uni seus territórios ou subdivide ele para formar um Estado novo,
o nome do antigo Estado não será mais usado, pois nesse processo a
identidade originária é perdida. No desmembramento, por outro lado,
ocorre apenas uma manutenção da identidade originária, isto é, o nome
antigo do Estado ainda permanece logo depois do desmembramento.

 Criação de municípios: o inciso quarto, do art. 15, da CF/88 diz “A criação,


a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por
lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal,
e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos, após a divulgação do Estudos de Viabilidade
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei”. Primeiro ponto que
deve ser observado no parágrafo terceiro, é que a criação de um
município, diferentemente da criação de um Estado, se dará por meio de
lei estadual, entretanto, será necessário que uma lei complementar federal
estabeleça um período para a criação de um novo município. A primeira
etapa para criação de um novo município é a divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, que são apresentados e publicados na forma da lei.
A segunda etapa é o plebiscito, ou seja, a consulta da população
diretamente interessada dos municípios envolvidos. A terceira e última
etapa é a aprovação da lei estadual na assembleia legislativa do Estado
respectivo do município. Vale destacar que atualmente o período
estipulado para criação de novos municípios, feito por meio de lei
complementar federal, já passou, logo não pode haver a criação de novos
Resumo de D. Constitucional – NP2
municípios mas nada impede que o Congresso Nacional, posteriormente,
venha editar uma nova lei complementar que estabeleça um novo prazo
para a criação de municípios.

 Vedações;

 Art. 19 da CF/88: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e ao


Municípios:

I. Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,


embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles e seus
representantes relação de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público;

II. Recusar fé aos documentos públicos;

III. Criar distinção entre brasileiros ou preferências entre si.

 O art. 19 da CF/88 dispões sobre as vedações impostas a União, aos


Estados e aos Municípios. O inciso primeiro trata da laicidade do Estado
brasileiro que, obviamente, não possui uma religião oficial, logo é vedado
aos entes federativos instituírem uma política pública no sentido de
incentivarem uma determinada religião, ou seja, não pode manter uma
relação dependência ou aliança, salvo os casos destacados na forma da lei,
a colaboração de interesse público, assim como está destacado no inciso.
Por embaraça o funcionamento, o inciso se refere a possibilidade dos
entes federativos, de algum modo, interferirem no culto de uma
determinada religião, no sentido de impedimento, uma vez que o Brasil é
um Estado laico e a população goza de liberdade religiosa. O segundo
inciso veda a recusa de fé aos documentos públicas, pois, em regra, os
documentos públicos dispõem de fé pública, ou seja, tem uma presunção
de veracidade, logo não será permitido aos entes federativos a recusa a fé
aos documentos públicos. O inciso terceiro veda a possibilidade de
qualquer tipo de discriminação aos entes federativos, uma vez que um dos
objetivos da República Federativa do Brasil é reduzir qualquer tipo de
discriminação, preconceito e desigualdade social, logo, é evidente que se
essa distinção pudesse ser feita pelos entes federativos, entraria em
contradição com os próprios objetivos da federação brasileira. Vale
Resumo de D. Constitucional – NP2
destacar que a própria constituição oferece algumas distinções, como o
caso dos brasileiros natos e os brasileiros naturalizados, que, por exemplo,
existem cargos que somente podem ser ocupados por brasileiros natos,
entretanto, vale destacar que estás distinções estão presentes no corpo
constitucional e tem a única e exclusiva finalidade de proteger a soberania
nacional, ao impedir que estrangeiros ocupem cargos de chefia de um dos
três poderes e considerados estratégicos.

 União Federal;

 A União Federal mais os Estados-Membros, o Distrito Federal e os


Municípios compõem a República Federativa do Brasil, ou seja, o Estado
Federal, o País Brasil. A União se constitui pela congregação das
comunidades regionais que vêm a ser os Estados-Membros. Assim,
quando se fala em Federação se refere à união dos Estados. No caso do
Brasil, seria a união dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Vale
destacar que uma coisa é União (unidade federativa), ordem central, que
se forma pela reunião de partes, através de um pacto federativo, e outra
coisa é a República Federativa do Brasil, formada pela reunião da União,
Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios, todos autônomos, nos
termos da CF/88. Dentro desse contexto, é importante saber que a
República Federativa do Brasil goza de soberania, enquanto a União, como
um ente federativo, goza de autonomia.

 Duplo caráter da personalidade: a União possui dupla personalidade, pois


assume um papel internamente e ou internacionalmente. Internamente, é
uma pessoa jurídica de direito público interno, componente da Federação
brasileira e autônoma na medida em que possui capacidade de auto-
organização, autogoverno, autolegislação e autoadministração,
configurando assim, autonomia financeira, política e administrativa.
Internacionalmente, a União representa a República Federativa do Brasil,
e vale observar que a soberania é da República Federativa do Brasil,
representada pela União Federal. A união age em nome de toda a
Federação, quando, no plano internacional, representa o país, ou, no plano
interno, intervém em um Estado-Membro. Ela também pode agir por si
mesma, como nas situações em que organiza a justiça federal, realiza
obras públicas ou organiza o serviço público federal.

 Bens da União;
Resumo de D. Constitucional – NP2
 Art. 20 da CF/88: São bens da União:

I. os que atualmente lhe pertenciam e os lhe vieram a ser atribuídos;


II. as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das
fortificações e construções militares, das vias federais de
comunicação e à prevenção ambiental, definida por lei;
III. os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu
domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com
outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV. as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países;
as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas,
destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas
áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e
as referidas no art. 26, II;
V. os recursos naturais da plataforma continental e da zona
econômica exclusiva;
VI. o mar territorial;
VII. os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII. os potenciais de energia hidráulica;
IX. os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X. as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-
históricos;
XI. as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios;
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação
no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para
fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo
território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva,
ou compensação financeira por essa exploração.
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das
fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada
fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão
reguladas em lei.

 Terras devolutas: o inciso primeiro diz que as propriedades atuais e as que


vierem a ser adquiridas, pertence ao patrimônio da União, aqui está se
Resumo de D. Constitucional – NP2
referido aos bens de uma maneira geral. O inciso segundo diz respeito as
terras devolutas indispensáveis para defesa, que são aquelas terras sem
donos, ou melhor, que pertencem ao Estado, o poder público, assim
pertencendo a União, e que são indispensáveis a defesa das fronteiras, das
fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e para
a preservação ambiental. Vale ressaltar que não são todas as terras devolutas
que pertencem a União, já que podem existir terras devolutas que pertencem
aos Estados e aos Municípios, as terras devolutas referidas no inciso, diz
respeito somente aquelas que são indispensáveis para defesa. Um Estado
pode até fazer concessões para o uso de terras devolutas, porém, não se trata
de ceder a posse dessas terras, mas tão somente permitir o seu uso,
concedendo o direito de uso, dessa forma, a posse ainda continua a ser da
União.

 Lagos, rios e correntes de águas da União: o inciso terceiro faz referência aos
lagos, rios e correntes de águas da União, e diz que, qualquer um desses,
quando encontrado em terrenos da União, banhem mais de um Estados, os
que ficam nos limites com outros países, que provenham ou se estendam a
outros países e os terrenos marginais e as praias fluviais, são de domínio da
União.

 Praias e Terrenos de Marinha: o inciso quarto faz referência as praias e


terrenos de Marinha, e diz que são bens da União: as ilhas fluviais e lacustres,
em rios que fazem fronteira entre o Brasil e outro País; as praias marítimas,
ou seja, as praias em geral são bens da União, não podendo esta ser fechada
ao público ou privatizada, pois como um domínio da União, é um espaço de
circulação pública, podendo ter restrições em áreas de preservação, e com
relação a hotéis que dizem que tem uma praia privativa, não se trata de uma
praia particular, e sim que esse hotel tem um acesso privativo, ou seja, apenas
um acesso, não podendo restringir a movimentação do público; ilhas
oceânicas e costeiras, são bens da União, a não ser que seja sede de
municípios, então nesse caso se constitui bem do município, ou também se
pertencerem a Estados ou a particulares, nesses casos não são bens da União
(ver as observações no livro do Pedro Lenza sobre esse assunto). Vale destacar
que as ilhas afetadas ao serviço público e as unidades ambientais de
conservação, também são de domínio da União, e ainda, de acordo com o
inciso, não podem ser incluídos entre os bens da União, as ilhas referidas no
art. 26, inciso segundo, da CF/88, pois estas constituem bem dos Estados,
como no caso do Arquipélago de Fernando de Noronha, que pertence ao
Resumo de D. Constitucional – NP2

Estado de Pernambuco, conforme prevê a própria constituição


pernambucana.

 Mar territorial, ZEE e Plataforma Continental: o inciso quinto e o inciso sexto


diz que, são bens da União, os recursos naturais da plataforma continental e
da zona econômica exclusiva e mar territorial. Mar territorial é a faixa de água
que tem 12 milhas náuticas, que é medida a partir da linha de baixa mar,
aproximadamente 22 KM. O inciso destaca que, os recursos da Zona
econômica exclusiva, são bens da União, e também tem direito de soberania,
logo tem o direito de explorar esses recursos. A plataforma está nos mesmos
limites da zona econômica exclusiva, vale ressaltar que o Brasil pleiteou a
extensão da sua plataforma continental (ver melhor a vídeo aula sobre esses
incisos).

 Terreno de marinha e seus acrescidos: terrenos de marinha e seus acrescidos,


no qual faz referência o inciso sétimo, e são terrenos que, em regra, são
destinados a preservação ambiental, mas quanto a utilização desse terreno, a
União pode, aos seus critérios, conceder o aforamento, a concessão do
domínio útil, e quem recebe esse aforamento, tem que pagar um foro uma vez
por ano a União, pagar 0,6 do domínio pleno, e se passar três anos sem pagar
o aforamento, perde essa concessão de uso. Vale destacar que esse inciso tem
uma interpretação sistemática com o inciso quarto (ver no livro do Pedro
Lenza).

 Potenciais de energia hidráulica: o inciso oitavo diz que é um bem da União,


os potenciais de energia hidráulica, ou seja, o potencial para gerar energia
hidroelétrica. É importante destacar que, o rio onde vai se encontrar o
potencial para geração de energia elétrica pode ser um bem da União ou dos
Estados, mas o potencial para gerar energia desse rio pertence a União, e pode
ser explorada diretamente ou mediante concessão.

 Recurso minerais; Cavernas e Aldeias: o nono, decimo e decimo primeiro


incisos dizem que, são bens da União, os recursos minerais, inclusive os do
subsolo, as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-
históricos e as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. Quando ao
inciso nono, que faz referência aos recursos minerais, incluindo os do subsolo,
ou seja, qualquer riqueza mineral encontrada, jamais será do dono do local
Resumo de D. Constitucional – NP2
em que foi encontrada, pertencendo a União, ou seja, são dois bens
distintos, o local em que foi encontrado os recursos minerais e os próprios
recurso minerais. Vale destacar que o proprietário da terra onde o recurso
mineral foi encontrado, vai participar da exploração desse recurso, ou seja,
vai ter algum lucro oriundo da exploração desse recurso. O decimo inciso, diz
que as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológico e pré-
históricos, são bens da União, ou seja, qualquer cavidade natural já é um bem
da União, tendo ou não um sítio arqueológico e pré-histórico, e o proprietário
da terra onde foi encontrado, pode receber uma permissão da União para
explora esse patrimônio, cobrando, por exemplo, uma taxa de visitação,
obviamente cumprindo alguns requisitos para a preservação desse local. O
decimo primeiro inciso diz que é um bem da União as terrar tradicionalmente
ocupadas por índios, e de acordo com a Súmula 620 do STF, isso não inclui os
aldeamentos extintos, isto é, aldeias que não existem mais.

 O parágrafo primeiro, do art. 20 da CF/88, diz que é assegurada, nos termos


da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos
da administração direta da União, participação no resultado da exploração de
petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma
continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação
financeira por essa exploração (ver melhor a vídeo aula sobre esse parágrafo).

 O parágrafo segundo, do art. 20 da CF/88, diz que a faixa de até cento e


cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres,
designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do
território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei (ver
melhor na vídeo aula sobre esse parágrafo).

 Competência não legislativa (administrativa ou material): a competência


não legislativa, como o próprio nome ajuda a compreender, determina um
campo de atuação político-administrativa, tanto é que são também
denominadas competências administrativas ou materiais, pois não se trata de
atividade legiferante. Elas podem ser tanto exclusivas da União ou comum aos
entes federativos, assim esquematizados. As competências exclusivas estão
dispostas no art. 21 da CF/88 e as competências exclusivas estão dispostas no
art. 23 da CF/88.
Resumo de D. Constitucional – NP2

 Competência material exclusiva: o art. 21 da CF/88 (ler melhor na


constituição), está tratando das competências exclusivas da União, que são
aquelas que não podem ser delegadas, ou seja, indelegáveis, não podendo ser
delegados a outros entes federativos, e assim, a listagem feita pelo art. 21 é
taxativa, ou seja, não pode ser contestada.

 Primeiro ao vigésimo quinto inciso do art. 21 da CF/88: o primeiro inciso ao


vigésimo quinto inciso, fica estabelecido que é competência exclusiva da
União: manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações
internacionais (que representa o Brasil internacionalmente, é o chefe do
executivo, ou seja, o presidente da república, por conseguinte, é competência
da União); declarar guerra e celebrar paz (obviamente que declarar guerra e
celebra paz compete a União, não podendo ser pelos demais entes
federativos); assegurar a defesa nacional (também é obvio que a defesa
nacional é competência da União); permitir, nos caso previstos em lei
complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
nele permaneçam temporariamente; decretar estado de sítio, estado de
defesa e a intervenção federal (são medidas graves, e por esse motivo
competem a União); autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material
bélico (tratando-se de material bélico, é de se esperar que seja uma
competência da União, já que vai ser exercida pelo exército e pela polícia
federal); emitir moeda (outra competência que é claro que pertence à União,
que feito através do Banco Central do Brasil); administrar as reservas cambiais
do país e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de
crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência
privada; elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
território e de desenvolvimento econômico social (como um dos objetivos da
República Federativa do Brasil é diminuir as desigualdades sociais,
obviamente que a elaboração e a execução desses planos iriam ser
competência da União); manter serviço postal e o correio aéreo nacional (aqui
temos um fundamento constitucional para a existência dos correios, que
abrangem todo o território nacional); explorar, diretamente ou mediante
autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos
termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um
órgão regulador e outros aspectos institucionais (explorar os serviços de
telecomunicação é competência exclusiva da União, que pode fazer
diretamente ou mediante concessão, e aqui vale destacar que as
competências exclusivas da União não podem ser delegadas a outros entes
federativos); explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
Resumo de D. Constitucional – NP2

permissão (hipóteses no inciso); organizar e manter o Poder Judiciário, o


Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública
dos Territórios (essa é uma competência exclusiva da União, uma vez que cabe
a União manter e organizar o Judiciário, do Distrito Federal, uma vez que este
não tem condições de manter sozinho); organizar e manter a polícia civil, a
polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a
execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio (seguindo o mesmo
raciocínio do inciso anterior, de que a arrecadação financeira do DF não é
suficiente, manter a polícia civil, polícia militar, polícia penal e o corpo de
bombeiros, esse dever compete a União); organizar e manter os serviços
oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e
cartografia de âmbito nacional; exercer a classificação, para efeito indicativo,
de diversões públicas e de programas de rádio e televisão; conceder anistia
(cabe a União, exclusivamente, conceder anistia); planejar e promover a
defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e
as inundações; instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; instituir diretrizes
para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos (apesar de cada Estado e Municípios ter as suas
peculiaridades a esse respeito, cabe a União estabelecer as diretrizes);
estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; executar
os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; explorar os
serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio
estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados,
atendidos os seguintes princípios e condições (hipóteses no inciso); organizar,
manter e executar a inspeção do trabalho; estabelecer as áreas e as condições
para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.

 Competência material comum: trata-se de competências comuns aos quatro


entes federativos, ou seja, a União, os Estados, Distrito Federal e os
Municípios, e estão previstas no art. 23 da CF/88, que estabelece quais são as
competências comuns entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios. Vale ressaltar que a listagem feita pelo artigo é meramente
exemplificativa, ou seja, traz exemplos de competências que podem ser
exercidas por todos os entes federativos.
Resumo de D. Constitucional – NP2

 O inciso primeiro do art. 23 da CF/88, diz que zelar pela guarda da


constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio
público, é uma competência comum entre os entes federativos, uma vez que
é do interesse de todos. O segundo inciso, diz que cuidar da saúde e
assistência pública, da proteção e garantia das pessoas com deficiência, é uma
competência comum. O terceiro inciso, diz que proteger os documentos, as
obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos, é competência comum.
O quarto, diz que impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
obras de arte e de outros bens de valor histórico e artístico, é de competência
de todos os entes federativos. O inciso quinto diz que, é competência comum
proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia,
à pesquisa e à inovação. O sexto inciso diz que, é competência comum
proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas.
O sétimo inciso diz que é competência comum, preservar as florestas, a fauna
e a flora. O oitavo inciso diz que, é competência comum fomentar a produção
agropecuária e organizar o abastecimento alimentar. O nono inciso diz que, é
competência comum promover programas de construção de moradias e a
melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico. O decimo
inciso diz que é competência comum, combater as causas de pobreza e os
fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos. O decimo primeiro inciso diz que, é competência comum
registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios. O decimo
segundo diz que é competência comum, estabelecer e implantar política de
educação para segurança no trânsito.

 Parágrafo único do art. 23 da CF/88: em relação á competência comum, vale


destacar, o parágrafo único estabelece que leis complementares fixarão
normas para cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar
em âmbito nacional. O objetivo é, como se trata de competências comuns a
todos, ou seja, concorrentes no sentido de todos os entes federativos poderem
atuar, o objetivo, assim, das referidas leis complementares, é evitar conflitos
e a dispersão de recurso, procurando estabelecer um mecanismo de
otimização dos esforços, isto é, uma forma de cooperação entre os entes
federativos. Vale ressaltar que nem todas as competências previstas no art.
23 tem uma lei complementar que estabeleça como vai se dar essa
cooperação entre os entes, logo, poderá existir conflitos entre os entes nesses
Resumo de D. Constitucional – NP2

pontos, que devem ser resolvidos através do critério da preponderância de


interesses, isto é, mesmo que não haja hierarquia entre os entes federativos,
pode-se falar em hierarquia de interesses, onde o interesse do mais amplo
põe de lado o dos menos amplos.

 Competências legislativas privativas;

 São as competências para elaborar leis e podem ser privativas ou


concorrentes. As privativas estão dispostas no art. 22 da CF/88, e são
aquelas matérias que, em tese, somente a União poderia legislar sobre, e
são matérias relacionadas aos ramos do direito, matérias jurídicas
integrantes de parte de um ramo do direito e atividades matérias.
Entretanto, vale destacar que essas competências podem sim se delegadas
ao Estados para que possam legislar sobre, através de lei complementar.
Também se entende que essa possibilidade pode-se estender-se ao
Distrito Federal, por força do art. 32 da CF/88, inciso primeiro. Vale
ressaltar que, se acontecer de a União, ela não pode se restringir a um
único Estado determinado, mas deverá ser para todos os Estados e o
Distrito Federal.

 Competências concorrentes;

 Definidas no art. 24 da CF/88, as competências legislativas comuns tratam


de matérias que podem ser legisladas pela União, os Estados e o Distrito
Federal, dentro dos parâmetros estabelecidos no próprio artigo. Com
relação as matérias estabelecidas no art. 24, a União se limita a
estabelecer normas gerais, ou seja, tratará da matéria de uma forma mais
ampla, enquanto os Estados e o Distrito Federal tratarão de uma forma
mais específica. O artigo, em seu parágrafo, ainda estabelece que em caso
de inércia da União, inexistindo uma lei federal elaborada pela União sobre
norma geral, os Estados e o Distrito Federal poderão também legislar
sobre norma geral, exercendo a competência legislativa plena. Agora, se
no caso do Estado, frente a inercia da União, houver legislado sobre norma
geral, e a União posteriormente legislar sobre norma geral, a norma geral
do Estado ou DF, tem a sua eficácia suspensa, no ponto que for contrária
a nova lei federal sobre norma geral. Caso as duas não seja conflitantes,
passarão a viver em harmonia. Vale ressaltar que, sobre é revogada
apenas a eficácia da norma geral feita pelo Estado ou DF, e não revogação,
pois caso a norma geral feita pela União e que suspendeu a eficácia da
Resumo de D. Constitucional – NP2

norma geral feita pelo o Estado ou DF, for revogada por outra norma geral
feita pela União, e que não entra em contradição com a feita pelo Estado
ou DF, está voltará a produzir efeitos.

 Estados-membros;

 Competência constituinte dos Estados-membros;

 A auto-organização dos Estados-membros manifesta-se na elaboração das


constituições estaduais e leis. A constituição estadual cabe o dever de
delinear as instituições políticas fundamentais do ente federado, ou seja,
seus funcionamentos e estruturas, e quanto as leis estaduais e municipais,
estas devem ter uma relação de hierarquia e coerência com a constituição
estadual. Dessa forma, como está disposto no art. 25 caput, da CF/88, os
Estados podem fazer a sua estruturação dos três poderes estaduais, e
ainda, é permitida a constituição estadual o exercício da sua autonomia
federativa, principalmente a autolegislação, que deve ser feita levando em
consideração as peculiaridades de cada local.

 Art. 25 da CF: Os Estados organizam-se e regem-se pelas constituições e


leis que adotarem, observados os princípios dessa constituição.

 Parágrafo primeiro: São reservadas aos Estados as competências que não


lhes sejam vedadas por esta constituição.

 Parágrafo segundo: Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante


concessão, os serviços de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição
de medidas provisórias para a sua regulamentação.

 Vale destacar que, o ADCT, no art. 11, estabeleceu um prazo de um ano,


contando da promulgação da constituição federal, para que todos os
Estados elaborassem as suas respectivas constituições. Enquanto esse
prazo não estava em curso, a constituições antigas forma recepcionadas,
e vigoraram até o final desse prazo, com a edição das novas, em caso
algum Estado-membro não houvesse cumprido esse prazo, esse
continuaria sendo regido pela constituição antiga, no que não fosse
contrário as disposições federais.
Resumo de D. Constitucional – NP2

 O poder de criar as constituições estaduais, trata-se de um pode


constituinte derivado decorrente, no qual é exercido pela assembleia
legislativa, de maneira limitada e condicionada, devido as imposições dos
princípios constitucionais federais, no qual esse poder deve se submeter.
Existem divergências da jurisprudência quanto a essa classificação de
poder constituinte, uma vez que esse somente é constituinte na medida
em que cria as constituições estaduais, sendo no resto, como alguns
pensadores explicitam, é apenas uma reprodução ou detalhamento do
conteúdo da constituição federal. No entanto, existe sim um poder
constituinte em nível estadual, mesmo sendo limitado e condicionado,
uma vez que cria a constituição estadual, esta que inaugura os três
poderes nos Estados e tem uma posição hierarquicamente superior as leis
estaduais e as leis municipais, assim como é entendido pela jurisprudência
do STF, no qual reconhece a natureza constituinte do poder que é exercido
pela assembleia legislativa para a elaboração das constituições estaduais,
mas sendo limitado pela Constituição Federal, para que essas não entrem
em contradição e respeitem a hierarquia da CF/88.

 O poder constituinte decorrente se subdivide em poder constituinte


decorrente derivado inaugural e poder constituinte derivado decorrente
revisor. Esse primeiro, se destina a criar as instituições fundamentais do
Estado-membro e o segundo a modifica-la, perante o processo de
emenda, posteriormente. Vale ressaltar que esses dois não possuem uma
relação de hierarquia, mas graus de autonomia distintos. Também é válido
ressaltar que o STF entende que algumas matérias só podem ser
disciplinadas no prazo de um ano estabelecido pelo ADCT para a criação
das constituições estaduais, ou seja, pelo poder constituinte decorrente
derivado inaugural, sendo essas matérias são referentes a iniciativa
privativa do processo legislativo ou tipicamente de legislação
infraconstitucional. Logo, pode-se perceber que aqui é estabelecido
limites ao poder constituinte decorrente derivado revisor, quanto as
matérias que poderão ser alteradas através do processo de emenda
posteriormente.

 Limites ao poder constituinte dos Estados-membros;

 Tanto o art. 25 da CF/88 e o art. 11 do ADCT, estabelecem limites ao poder


constituinte do Estados-membros, a respeitar os princípios da Constituição
Resumo de D. Constitucional – NP2
Federal. Nesse ponto, vale fazer uma ressalva a palavra princípios nesse
âmbito, uma vez que não tem o seu sentido voltado a uma interpretação

ampla, mas, segundo o entendimento do STF, faz referências as


prescrições que definem a feição básica da federação brasileira, ou seja,
são normas que regem a estrutura da federação brasileira. Desse
entendimento, sendo observado nas demais constituições brasileiras, essa
submissão ao princípios constitucionais, com relação a estrutura
federativa, pode se identificar dois tipos de normas, constitucionais
estaduais de reprodução (obrigatória) e normas de repetição (repetição
facultativa), que devem surgem a partir do entendimento que se deve
levar em consideração as peculiaridades de cada Estado. Essa vinculação
do constituinte derivado decorrente da constituição federal, implica três
atitudes, respeito as normas de reprodução obrigatória, possibilidade de
imitação ou não das normas facultativas e a impossibilidade de edição de
normas proibitivas.

 O STF definiu por sua jurisprudência as normas de reprodução obrigatória


e as classificou da seguinte maneira:

a) Princípios sensíveis: são aqueles previsto no art. 34 da CF/88 e que


autorizam a mais árdua sanção em uma federação, a intervenção
de um ente em outro, no caso, intervenção federal no Estado-
membro. Nesse caso, inciso VII, do art. 34, diz que a União poderá
intervir nos Estados ou no DF, para assegurar a observância dos
princípios constitucionais, quais sejam, a forma republicana,
sistema representativo, e regime democrático; direitos da pessoa
humana; autonomia municipal,; prestação de contas da
administração pública, direta e indireta; (olhar no artigo).

b) Princípios estabelecidos: são as normas dispostas de maneira


esparsa ao longo do texto constitucional e que versam sobre o
conteúdo material de constituição federal, como, por exemplo, as
disciplinam os direitos fundamentais.

c) Princípios de preordenação: a própria constituição federal já


disciplina aspectos da estruturação dos entes subnacionais, ou seja,
são norma que já estabelecem determinada estrutura dos entes
federativos – como o caso da determinação de quantos deputados
Resumo de D. Constitucional – NP2
devem ter em determinado Estado, e por tanto, devem ser
reproduzidas obrigatoriamente na constituição estadual.

d) Princípios extensíveis: são aquelas disposições que versam sobre a


União, mas que, por força do dever de simetria entre os entes
federativos, devem ser de compulsória reprodução e observância
pelos Estados Federais.

 O princípio da simetria, então, deve ser entendido como norma não escrita
na constituição federal, mas identificada no sistema pelo STF, que
estabelece dever de reprodução, no plano estadual, das disposições dos
três poderes da União. Dessa forma, pode se entender os princípios
extensivos como aqueles que versam sobre a estrutura e o funcionamento
das instituições federais.

 A partir dessa perspectiva, o STF, invocando o princípio da simetria, vem


decidindo como princípios extensíveis as seguintes matérias:

1. Processo legislativo, sobretudo as disposições sobre a


iniciativa e estruturação das fases;
2. Atividades do legislativo, como o funcionamento de CPIs;
3. Atribuições do chefe do executivo;
4. Estruturação e funcionamento dos tribunais de contas
estados;
5. Competências do poder judiciário e das funções
essenciais à justiça.

 Competência residual dos Estados-membros: o parágrafo primeiro, do


art. 25 da CF/88, diz que toda competência que não for vedada está
reservada aos Estados-membros, ou seja, o resíduo que sobrar, o que não
for de competência expressa dos outros entes e não houver vedação,
caberá aos Estados materializar.

 Competências expressas: estão destacadas no art. 25 da CF/88, no


segundo e terceiro parágrafo, que dizem respeito sobre a exploração dos
serviços de gás canalizado e regiões metropolitanas, aglomerações
urbanas e microrregiões.

 Bens dos Estados-membros: são aqueles que estão previstos no art. 26 da


CF/88.
Resumo de D. Constitucional – NP2

 Está faltando os municípios e Distrito Federal.


Resumo de D. Constitucional – NP3

 Poder legislativo

 Na divisão das funções dos Poderes da República, cabe ao Legislativo as


funções típicas de legislar e de fiscalizar. Porém, de forma atípica, o poder
Legislativo pode ter a função de administrar (ao prover cargos da sua
estrutura ou atuar o poder de polícia) e de julgar (o Senado processa e
julga, por crimes de responsabilidade, o Presidente da República e o Vice-
Presidente da República, bem como os Ministros de Estado e os
Comandantes das três Forças Armadas, nos crimes de mesma natureza
conexos com os praticados pelo Chefe do Executivo; também processa e
julga, por crimes de responsabilidade, os Ministros do Supremo Tribunal
Federal, os membros dos Conselhos Nacionais da Justiça e do Ministério
Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União).

 Funções típicas do Poder Legislativo;

a) Legislar: processo legislativo – arts. 59 a 69 da CF/88 – Pode-se dizer


que esta é a principal função do Legislativo, embora, graças a
delegação de poderes legislativos, o poder de legislar, de um certo
modo, se dividiu para os demais poderes.

b) Fiscalizar: comissões parlamentares de inquérito – art. 59,


parágrafo terceiro, da CF/88; Fiscalização de contas com auxilio do
Tribunal de Contas – art. 70; Julgamento anual de contas e
acompanhamento dos planos de governo – art. 49 IX; Fiscalizar ato
do Executivo – art. 49 X – Historicamente essa era principal função.

 Funções atípicas do Poder Legislativo;

a) Administrar: nos casos dispostos no art. 51 IV e no art. 52 XIII – Essa


administração compete ao presidente das Mesas de cada Casa, ou
seja, ao Presidente da Câmara, no caso da Câmara dos Deputados,
e ao Presidente do Senado, no caso do Senado Federal, e o que é
comum ao Congresso Nacional, o Presidente do Congresso
Nacional, que também é o Presidente do Senado.

b) Julgar: previsto no art. 52 I e II.


Resumo de D. Constitucional – NP3

 Estrutura de funcionamento;

 Art. 44 da CF/88: O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional,


que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Parágrafo Único: Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

 No Brasil vigora o bicameralismo federativo, já que o Poder Legislativo, em


âmbito Federal, é bicameral, isto é, composto por duas casas, qual seja a
Câmara dos Deputados e o Senado Federal, assim como está disposto no
art. 44 da CF/88. A Câmara dos Deputados é casa dos representantes do
povo, que foram eleitos pelo sistema proporcional em cada Estado e no
Distrito Federal, assim como está destacado no art. 45 da CF/88. O senado
Federal é composto por três representantes de cada Estado e do Distrito
Federal, eleitos pelo sistema majoritário, assim como está destacado no
art. 46 da CF/88.

 Vale destacar que existe uma diferença do número de Deputados


eleitos em cada Estado, para que cada Deputado represente um
determinado número de eleitores, e por esse motivo, por
exemplo, que o Estado de São Paulo tem mais deputados que o
Estado do Ceará, pois a sua população é maior. No Senado, por
outro lado, existe uma paridade no número de Senadores por
Estado, sendo três para cada, e isso acontece para que exista um
equilíbrio entre os Estados, em uma das Casas que compõe o
Congresso Nacional. Isso está disposto no art. 45 e art. 46 d CF/88,
e é chamado de “Sistema Proporcional”.

 É importante destacar o que está disposto no art. 47 da CF/88, que diz que
as deliberações de cada casa e de suas comissões, serão tomadas pela
maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros, salvo
disposições em contrário.

 Funcionamento;

 Compreende-se por legislatura, o período de execução das atividades do


Congresso Nacional e, assim como estabelece o art. 44, parágrafo único,
compreende um período de quatro anos, coincidindo com o mandato dos
deputados federais. O período da legislatura é relevante, uma vez que o
Resumo de D. Constitucional – NP3

seu termino implica algumas consequências, como por exemplo, impedir


a continuidade das Comissões Parlamentares de Inquérito por acaso em
curso.

 Durante a legislatura ocorrem as sessões legislativas, que podem ser


ordinárias (quando correspondem ao período de trabalho previsto na
Constituição) ou extraordinárias (quando ocorrem no período de recesso
do Congresso).

 Art. 57 da CF/88: O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na


Capital Federal de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1 de agosto a 22 de
dezembro.

 Sessão legislativa ordinária: é dividida em dois períodos legislativos, assim


como estabelece o art. 57 da CF/88, sendo o primeiro se inicia em 2 de
fevereiro e se encerra em 17 de julho, e o segundo se inicia em 1 de agosto
e se encerra em 22 de dezembro. Vale destacar, que o segundo parágrafo
do art. 57, diz que a sessão legislativa não será interrompida sem que se
haja aprovado o projeto de lei de diretrizes orçamentarias.

 Recesso parlamentar: são 55 dias do ano, e durante esse período, assim


como está estabelecido no art. 58, §4º da CF/88, deverá haver uma
comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na
última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas
no regimento comum, cujo a composição reproduzirá, o tanto que for
possível, a proporcionalidade de representantes partidários.

 Sessões preparatórias: o art. 57, §4º da CF/88, estabelece que cada uma
das Casas deve se reunir em sessões preparatórias, a partir de 1 de
fevereiro, no primeiro ano da Legislatura, para posse dos membros e
eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 anos, vedando a
recondução para o mesmo cargo na eleição subsequente.

 Sessões: são as reuniões diárias do Congresso Nacional, podem ser


ordinárias ou extraordinárias.

 Ordem do dia: é a fase da sessão (reunião diária) em que são discutidas e


votadas as matérias incluídas na pauta. Na Câmara dos Deputados, a
Ordem do Dia também ocorre em reunião de comissões. No Senado
Resumo de D. Constitucional – NP3

Federal e na Câmara dos Deputados, durante o período da Ordem do Dia


da respectiva Casa Legislativa ou do Congresso Nacional, é vedado o
funcionamento de quaisquer comissões, sejam permanentes ou
temporárias. No Senado Federal, não se aplica a vedação de realização de
reuniões durante a Ordem do Dia de sessão extraordinária.

 Sessão solene de posse: é a sessão dedicada a posse de cargos, como, por


exemplo, a do Presidente e do Vice-Presidente – olhar o regimento interno
na nota de aula.

 Sessão conjunta: é a sessão em que se reúnem Deputados e Senadores


para: inaugurar a sessão legislativa; dar posse ao Presidente e ao Vice-
Presidente da República eleitos; promulgar emendas à Constituição
Federal; discutir e votar o orçamento; deliberar sobre matéria vetada;
delegar ao Presidente da República poderes para legislar; elaborar ou
reformar o regimento Comum e atender aos demais casos previstos na
Constituição Federal e no Regimento Comum.

 Direção dos trabalhos e administração: Mesas (art. 57, §5º) – Ler na nota.

 Sessão legislativa extraordinária: no intervalo entre os dois períodos


legislativos, ocorrem os recessos, e nesse tempo que o Congresso Nacional
está de recesso, é que a sessão legislativa extraordinária pode ocorrer.

 Art. 57, §6° da CF/88: A convocação extraordinária do Congresso Nacional


far-se-á:

I. Pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de


estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de
autorização para a decretação de estado de sítio e para o
compromisso de posse do Presidente e do Vice-Presidente da
República;

II. Pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos


Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos
membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse
público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a
aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do
Congresso Nacional.
Resumo de D. Constitucional – NP3

 Quem pode convocar e exigências;

 O art. 57, §6° da CF/88, dispões sobre quem pode convocar a sessão
extraordinária e em que circunstâncias. O primeiro inciso do parágrafo
sexto, diz que o Presidente do Senado Federal é um legitimado para
convocar a sessão extraordinária, uma vez que este também preside a
mesa do Congresso Nacional, e poderá fazer essa convocação em caso de
decretação de estado de defesa ou intervenção federal, de pedido de
decretação de estado de sítio e para compromisso e posse do Presidente
e do Vice-Presidente da República. O segundo inciso do parágrafo sexto,
diz que que também são legitimados para convocar a sessão
extraordinária o Presidente da República, os Presidentes das duas Casas
do Congresso Nacional ou a requerimento da maioria dos membros de
ambas as casas, no caso de urgência ou interesse público relevante. Vale
destacar que a emenda constitucional número 50, colocou como regra,
para que a convocação extraordinária aconteça, que essa deve ser
aprovada pela maioria absoluta de ambas as Casas do Congresso Nacional,
sendo a única exceção as hipóteses dispostas no inciso primeiro do sexto
parágrafo, e também foi extinta a remuneração adicional.

 Existe a possibilidade de dupla convocação, por mais de um


legitimado a convocar.

 Art. 57, § 7º da CF/88: Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso


Nacional somente deliberará sobre a matéria para qual foi convocado,
ressalvado a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela
indenizatório, em razão da convocação.

 Art. 57, c da CF/88: Havendo medidas provisórias em vigor na data de


convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão ela
automaticamente incluídas na pauta da convocação.

 Matéria a ser tratada;

 No § 7º e no § 8º, do art. 57 da CF/88, é disposto que a matéria que será


deliberada pelo Congresso Nacional, durante a sessão legislativa
extraordinária, somente será aquele pelo qual a sessão foi convocada,
Resumo de D. Constitucional – NP3

exceto se existir medidas provisórias no momento da convocação, nesse


caso essas serão automaticamente incluídas na pauta da sessão.

 Atribuições do Congresso Nacional;

 Art. 48 da CF: Cabe ao Congresso Nacional, com sanção do Presidente da


República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor
sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:

I. sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II. plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual,


operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;

III. fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV. planos e programas nacionais, regionais e setoriais de


desenvolvimento;

V. limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do


domínio da União;

VI. limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do


domínio da União;

VII. transferência temporária da sede do Governo Federal;

VIII. concessão de anistia;

IX. organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da


Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização
judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;

X. criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções


públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b ;

XI. criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração


pública;
Resumo de D. Constitucional – NP3

XII. telecomunicações e radiodifusão;

XIII. matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e


suas operações;

XIV. moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária


federal.

 Competência comum do Congresso Nacional;

 O art. 48 da CF/88 discorre sobre a competência comum do Congresso


Nacional. Esse artigo traz matérias que diz respeito a União, e que
demanda a atividade dos poderes em conjunto. O artigo ressalta a
participação do Presidente da República, não exigida está para os casos
especificados nos arts. 49, 51 e 52, uma vez que estes tratam,
necessariamente nessa ordem, da competência exclusiva do Congresso
Nacional, da competência privativa da Câmara do Deputados e da
competência privativa do Senado Federal. Esses três artigos fazem
referência a normas que serão produzidas sem a participação do
Presidente da República. As matérias que estão dispostas no art. 48, são
meramente exemplificativas, apenas para separar quais são as normas que
serão criadas com a participação do Presidente.

 Art. 49 da CF/88: É competência exclusiva do Congresso Nacional:

I. resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos


internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional;

II. autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar


a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os
casos previstos em lei complementar;

III. autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar


a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território
Resumo de D. Constitucional – NP3

IV. nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os


casos previstos em lei complementar;

V. aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o


estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;

VI. sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do


poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

VII. mudar temporariamente sua sede;

VIII. fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os


Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150,
II, 153, III, e 153, § 2º, I;

IX. fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República


e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37,
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

X. julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da


República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de
governo;

XI. fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas,


os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

XII. zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da


atribuição normativa dos outros Poderes;

XIII. apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de


emissoras de rádio e televisão;

XIV. escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da


União;

XV. aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades


nucleares;

XVI. autorizar referendo e convocar plebiscito;


Resumo de D. Constitucional – NP3

XVII. autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento


de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

XVIII. aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas


com área superior a dois mil e quinhentos hectares.

 Competência exclusiva do Congresso Nacional;

 O art. 49 trata das competências exclusivas do Congresso Nacional. Na


elaboração de normas, referentes as matérias abordadas nesse artigo, não
se faz necessário a participação do Presidente da República, pois dizem
respeito a fiscalização dos demais poderes ou a interesses apenas do
Congresso Nacional. O inciso primeiro diz que resolver definitivamente
sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou
compromisso gravosos ao patrimônio nacional, é competência exclusiva
do Congresso, e deixa claro que, apesar da competência de representação
da República Federativa do Brasil ser do Presidente, para assinar tratados,
acordos ou fazer atos internacionais, cabe ao Congresso ratificar estes. O
inciso segundo diz que é competência exclusiva do Congresso, autorizar o
Presidente da República declarar guerra, celebrar paz, a permitir que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar,
que são as exceções a autorização do Congresso. O inciso terceiro diz que
é competência do Congresso autorizar o Presidente e o Vice-Presidente a
se ausentarem do País, quando a ausência exceder 15 dias, ou seja, se
esses forem se sair do país por um período de mais de 15 dias, somente
poderão fazer com a autorização do Congresso. O inciso quarto diz que é
competência do Congresso, aprovar o estado de defesa e a intervenção
federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas
medidas (vale ressaltar que, nesses casos descrito no inciso, o estado de
defesa e a intervenção federal são decretados pelo Presidente, e depois o
congresso aprova/ratifica, já no estado de sítio, primeiro o Congresso
Nacional autoriza, para depois o presidente decretar o estado de sítio). O
inciso quinto diz que é competência do Congresso, sustar os atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem o poder de regulamentar
ou dos limites de delegação legislativa, ou seja, cabe ao Congresso barrar
os decretos presidenciais que disponham além do que a lei permite ou
sustar quando por meio de lei delgadas (Congresso delega um
determinado assunto para o Presidente poder legislar) o presidente
Resumo de D. Constitucional – NP3

extrapola os limites da delegação. O inciso sexto diz que é competência do


Congresso mudar temporariamente a sua sede, ou seja, mudar
temporariamente a sede do Congresso Nacional (fazendo um comparativo
com a competência comum, quando se trata da mudança temporária da
sede do Governo Federal, trata-se de uma lei aprovada pelo Congresso e
sancionada pelo Presidente). O inciso sétimo diz que é competência do
Congresso, fixar idêntico subsidio para os Deputados Federais e os
Senadores, observando os limites impostos pela CF (fazendo um paralelo
com a competência comum do Congresso, pode-se perceber que essa
competência exclusiva é somente referente ao subsidio dos integrantes do
Congresso Nacional, das suas duas Casas, e esse deve ser idêntico, uma vez
que não existe hierarquia entre as Casas. Já na competência comum, cabe
ao Congresso, com sansão do Presidente, fixar o subsidio dos Ministros do
STF). O inciso oitavo diz que é competência do Congresso, fixar subsídios
do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de
Estado, observando os limites constitucionais. O nono inciso diz que é
competência exclusiva do Congresso julgar anualmente as contas
prestadas Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a
execução dos planos de governo (Nesse caso, a comparação é feita com a
competência privativa da Câmara, destacada no art. 51, inciso segundo,
uma vez que, passando-se um período de 60 dias, depois de aberta a
sessão legislativa, não sendo apresentadas as contas ao Congresso
Nacional, a competência para julgar as contas prestadas pelo Presidente
da República, passa a ser uma competência privativa da Câmara dos
Deputados). O decimo inciso diz que é competência do Congresso
fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos
do Poder Executivo, incluídos os da administração direta, e essa
competência está de acordo com as funções típicas do Poder Legislativo,
que é a função de fiscalização. O decimo primeiro inciso diz que é
competência exclusiva do Congresso zelar pela preservação de sua
competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros
poderes. O decimo segundo inciso diz que é competência exclusiva do
Congresso apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de
emissoras de rádio e televisão (Vale destacar que a outorga para
concessão é do Presidente, mas quem vai apreciar/aprovar a concessão ou
a renovação de concessão vai ser o Congresso Nacional). O decimo terceiro
inciso diz que é competência exclusiva do Congresso Nacional escolher
dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União, e esse Tribunal
é composto por nove ministros, logo, o Congresso escolhe seis ministros.
Resumo de D. Constitucional – NP3

O decimo quarto inciso diz que é competência exclusiva do Congresso


aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares.
O decimo quinto inciso diz que é competência exclusiva do Congresso
autorizar referendo e convocar plebiscito (Vale lembrar que o plebiscito é
uma consulta anterior e o referendo é uma consulta posterior). O decimo
sexto inciso diz que é competência exclusiva do Congresso autorizar, em
terrar indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a
pesquisa e lavra de riquezas minerais. O decimo sétimo inciso diz que é
competência exclusiva do Congresso aprovar, previamente, a alienação ou
concessão de terras públicas com áreas superior a dois mil e quinhentos
hectares.

 Câmara dos Deputados;

 Art. 45, §1º da CF/88: O número total de Deputados, bem como a


representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos
ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta
Deputados.

 Esse artigo da CF/88 dispões sobre a quantidade de Deputados que cada


Estado e o Distrito Federal vão eleger, estabelecendo que nenhum ente da
Federação tenha menos de oito e mais de setenta Deputados. O critério de
escolha é a eleição proporcional, que está estabelecida na Lei
complementar 78/93, assim como deixou claro o art. 45, parágrafo
primeiro – Ler essa Lei na nota de aula.

 Competência privativa da Câmara dos Deputados;

 Art. 51 da CF/88: Compete privativamente à câmara dos Deputados:

I. Autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de


processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os
Ministros de Estado;

II. Proceder á tomada de contas do Presidente da República, quando


não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias
após a abertura da sessão legislativa;
Resumo de D. Constitucional – NP3

III. Elabora seu regimento interno;

IV. Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,


transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus
serviços, e a inciativa de lei para a fixação da respectiva
remuneração, observados os paramentos estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias.

V. Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89.


VII.

 O artigo 51 dispões sobre a competência privativa da Câmara dos


Deputados, que são aquelas, obviamente, que não podem ser delegadas e
deverão ser realizadas apenas pela Câmara dos Deputados, sem a
participação do Presidente da República. O inciso primeiro diz que é
competência privativa da Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços
de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da República e os Ministros de Estado (falando de casos de
crime comum ou de crime de responsabilidade, do Presidente, do Vice-
Presidente ou dos Ministros de Estado, compete privativamente a Câmara
dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração
do processo. Vale destacar que é somente a autorização para a
instauração do processo, não compete a Câmara do Deputados julgar. No
caso de crime comum, quem irá julgar será o STF, e no caso de crime de
responsabilidade, quem irá julgar será o Senado Federal. Também é
importante saber que, no caso dos Ministros de Estado, quando cometem
crimes comum, cabe ao STF julgar, agora se cometem crime de
responsabilidade, caberá ao Senado julgar, somente se esse crime estiver
conectado ao Presidente e ao Vice-Presidente da República, caso não, a
competência compete ao STF – viés de controle). O inciso segundo diz que
compete privativamente a Câmara dos Deputados proceder a tomada de
contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao
Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa (caso seja apresentada dentro do prazo, é uma competência
exclusiva do Congresso Nacional). O inciso terceiro diz que é competência
privativa da Câmara dos Deputados elaborar seu regimento interno. O
inciso quarto diz que é competência privativa da Câmara dos Deputados
dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus
Resumo de D. Constitucional – NP3

serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,


observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias. O inciso quinto diz que é competência privativa da Câmara
dos Deputados eleger membros do Conselho da República, nos termos do
art. 89, VII.

 O artigo 50 da CF/88 ressalta a função fiscalizatória do Congresso


Nacional, e diz “A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou
qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado
ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à
Presidência da República para prestarem, pessoalmente,
informações sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada”.
Esse artigo deixa claro a função fiscalizadora do Congresso, que
pode ser feita pela Câmara e o Senado, ou qualquer uma de suas
Comissões – Ler o resto do artigo.

 Senado Federal;

 Art. 46 da CF/88: O Senado Federal compõe-se de representantes dos


Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com


mandato de oito anos.

§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada


de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.

§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

 O art. 46 da CF/88 trata da composição do Senado Federal, e diz que ele é


composto pelos representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário (diferentemente da Câmara, em que os
deputados são eleitos pelo sistema proporcional). Na Câmara dos
Deputados estão os representantes do povo, já no Senado Federal é
composto pelos representantes dos entes federativos (curiosidade:
território pode ter deputado, mas nunca terá um senador, uma vez que não
é um ente federativo). O parágrafo primeiro diz que cada Estado e o
Distrito Federal elegera três senadores, para um mandato de oito anos.
Resumo de D. Constitucional – NP3

Nesse ponto vale ressaltar que o mandato de oito anos compreende duas
legislaturas, enquanto o mandato dos deputados federais, que é de quatro
anos, compreende uma legislatura. O segundo parágrafo mostra como
será feito a renovação do Senado ao final de uma legislatura, ou seja, de
quatro em quatro anos, alternado por um e dois terços. Vale destacar que
o senador pode se candidatar para uma reeleição. O terceiro parágrafo
deixa explicitado que cada senador será eleito com dois suplentes, para
ocupar o seu lugar, a depender da solução. O número máximo de
senadores no Senado Federal é 81.

 Art. 52 da CF/88: Compete privativamente ao Senado Federal:

I. processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos


crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes
da mesma natureza conexos com aqueles;

II. processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os


membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional
do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o
Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;

III. aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a


escolha de:

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;


b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo
Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

IV. aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão


secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter
permanente;
Resumo de D. Constitucional – NP3

V. autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse


da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios;

VI. autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse


da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios;

VII. dispor sobre limites globais e condições para as operações de


crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades
controladas pelo Poder Público federal;

VIII. dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da


União em operações de crédito externo e interno;

IX. estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida


mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

X. suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada


inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal
Federal;

XI. aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de


ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu
mandato;

XII. elaborar seu regimento interno;

XIII. dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,


transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus
serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias;

XIV. eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89,


VII.
Resumo de D. Constitucional – NP3

XV. avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário


Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho
das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito
Federal e dos Municípios.

 Parágrafo único: Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como
Presidente o do Supremos Tribunal Federal, limitando-se a condenação,
que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal,
à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de
função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

 O art. 52 da CF/88 dispõe sobre as competências privativas do Senado


Federal, e pode-se dizer que trata-se de um controle Federativo. O inciso
primeiro diz que é competência privativa do Senado processar e julgar o
Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de
responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza
conexos com aqueles (de modo direto, o inciso deixa claro que compete ao
Senado julgar as autoridades aqui citadas, caso cometam crime de
responsabilidade. É valido destacar que no caso do Presidente e do Vice-
Presidente da República, caso cometam crimes comuns, a competência
para julgar será do STF. Os Ministros de Estado e os Comandantes das
forças armadas, também serão julgados pelo STF em caso de crime comum
e de crime de responsabilidade, pois a competência somente recai para o
Senado, no caso do crime de responsabilidade, quando o crime está
diretamente relacionado com o Presidente e Vice-Presidente da República).
O inciso segundo diz que é competência privativa do Senado processar e
julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho
Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes
de responsabilidade (Vale destacar que caso os Ministros do STF cometam
crime comum, a competência para julgar recai sobre o próprio STF, sendo
essa atribuída ao Senado somente no caso de crime de responsabilidade.
Quanto ao os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho
Nacional do Ministério Público, caso cometa crime comum, deve-se
observar a autoridade, para saber sobre a quem recai a competência para
julgar, no caso de crime de responsabilidade, compete ao Senado. O
Procurador-Geral da República, quando comete crime comum, a
competência para o julgamento recai sobre o STF, no caso de
Resumo de D. Constitucional – NP3

crime de responsabilidade, recai sobre o Senado, do mesmo modo será


para o Advogado-Geral da União). O parágrafo único do art. 52 da CF/88
diz que nos casos previstos no primeiro e no segundo incisos, funcionará
como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a
condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do
Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o
exercício de função públicas, sem prejuízos das demais sanções judiciais
cabíveis (vale destacar que o parágrafo único deixa claro que quem vai
presidir a sessão, no processo de qualquer uma das autoridades referidas
no inciso primeiro e no inciso segundo, será o Presidente do STF, limitando-
se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do
Senado Federal).

 É preciso saber que enquanto a competência exclusiva do


Congresso Nacional, tem de maneira subjacente a ideia de
controle entre os poderes – Legislativo fiscalizando outros
poderes – a competência privativa do Senado é um controle
federativo, é a ideia de que os Estados, cujos os representantes
estão no Senado Federal, estão exercendo um determinado
controle sobre a União, e nesse ponto que o art. 52 destaca quais
são essas competências – isso a grosso modo/genericamente –
FALA DO JURACI – então só deixei esses dois incisos e o parágrafo
único porque é interessante saber.

 Legislaturas Estaduais;

 Estas são normas de pré-ordenação, já que a Constituição dispões sobre


esse assunto, e é imperativo que os Estados Membros sigam essas
disposições.

 Art. 27 da CF/88: O número de Deputados à Assemblei Legislativa


corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos
Deputados e, atingindo o número de trinta e seis, será acrescido de tantos
quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-


sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral,
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
Resumo de D. Constitucional – NP3

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da


Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento
daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado
o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento


interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os
respectivos cargos.

§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo


estadual.

 O caput do art. 27 da CF/88 estabelece duas regras, para saber qual o


número de deputados estaduais nas Assembleias Legislativas. A primeira
diz respeito a Estados com até 12 deputados federais, que nesse caso deve
ser multiplicado por três, e o resultado dessa multiplicação será a
quantidade de deputados estaduais. A segunda diz respeito a estados com
mais de 12 deputados federais, e nesse caso basta pegar o número de
deputados federais e somar com 24, e assim terá a quantidade de número
de deputados estaduais (O porque eu não sei). O primeiro parágrafo do
art. 27 diz que será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais,
aplicando- ‘sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral,
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
impedimentos e incorporação às Forças Armadas (Do mesmo modo que os
Deputados Federais, os Deputados Estaduais serão eleitos pelo sistema
proporcional). O segundo parágrafo diz que o subsídio dos Deputados
Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na
razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em
espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts.
39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. O terceiro parágrafo diz
que compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento
interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os
respectivos cargos. O quarto parágrafo diz que A lei disporá sobre a
iniciativa popular no processo legislativo estadual.

 Legislativos municipais;
Resumo de D. Constitucional – NP3

 Aqui estão as normas de pré-ordenação do legislativo municipal, ou seja,


a Constituição dispõe e é imperativo que essas disposições sejam seguidas
pelos Municípios.

 O art. 29 da CF/88, inciso quarto predeterminou o número de Vereadores


que cada Município deve ter, entretanto, nem sempre foi assim, o quarto
inciso, antes, trazia apenas três alinhas, que diziam que o número de
vereadores seria proporcional a população de cada Município, com as
seguintes disposições: mínimo de 9 e máximo de 21, para Municípios de
até um milhão de habitantes; mínimo de 33 e máximo de 41, para
Municípios entre um milhão de habitantes e cinco milhões de habitantes;
mínimo de 42 e máximo de 55, para os Municípios com mais de 55 milhões
de habitantes. A Câmara dos Vereadores poderia escolher, dentro dos
limites mínimo e máximo de Vereadores, de acordo com a sua quantidade
populacional. Isso mudou porque as Câmaras sempre escolhiam um
número de Vereadores próximo ao teto permitido, não importando a real
proporção com número populacional. A partir disso, o TSE e o STF,
entenderam que é necessário que exista uma real proporcionalidade entre
o número de habitantes e o número de Vereadores, e em 2006, essa
decisão levou a extinção de mais de seis mil cargos de Vereadores nos
Municípios. Dado toda essa problemática, uma emenda constitucional
substituiu as três alinhas da redação antiga do inciso quarto, deixando com
24 alinhas, afim de deixar mais especificado e acabar com o problema.

 Imunidades: O art. 29 da CF/88, inciso oitavo, diz que as leis orgânicas dos
Municípios devem tratar da inviolabilidade dos Vereadores por suas
opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do
Município.

 Limites de gastos: O sétimo inciso do art. 29 da CF/88 diz que o total da


despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o
montante de cinco por cento da receita do Município. Essas disposições
sobre as despesas dos Legislativos Municipais são melhor detalhadas no
art. 29A. Além disso, o subsídio dos Vereadores é fixado no sexto inciso.
Resumo de D. Constitucional – NP3

 Comissões parlamentares;

 Art. 58 da CF/88: O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões


permanentes e temporários, constituídas na forma e com as atribuições
previstas no respectivo regimento ou no ato de que resulta sua criação.

§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto


quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
parlamentares que participam da respectiva Casa.

§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I. discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do


regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de
um décimo dos membros da Casa;
II. realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III. convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre
assuntos inerentes a suas atribuições;
IV. receber petições, reclamações, representações ou queixas de
qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou
entidades públicas;
V. solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI. apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais
de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de


investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos
nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração
de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o
caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Resumo de D. Constitucional – NP3

§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do


Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do
período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja
composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da
representação partidária.

 O art. 58 da CF/88 trata das Comissões Parlamentares, e diz que o


Congresso Nacional e suas Casas terão Comissões, podendo estas serem
permanentes (que também podem ser chamadas de temáticas, e são
aquelas encontradas no regimento interno de cada Casa) ou temporárias
(que serão criadas, com um tempo determinado, quando necessário),
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo
regimento ou no ato de que resulta sua criação. O parágrafo primeiro diz
que na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto
quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
parlamentares que participam da respectiva Casa (esse parágrafo trata da
constituição das Comissões, e assegura, tanto quanto possível, a
proporcionalidade de forças políticas na composição da Comissão, com
base nos integrantes do Plenário). O parágrafo segundo trata das
competências/temáticas das Comissões Parlamentares – O inciso
primeiro, do segundo parágrafo, diz que compete as Comissões discutir e
votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência
do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa
(é preciso saber que, em regra, no processo legislativo, um projeto de lei
ordinário, tramita primeiro pelas Comissões Parlamentares, para então
passar pela aprovação do Plenário, contudo, o inciso primeiro deixa claro
que nem sempre será necessário a participação do Plenário, podendo
determinados assuntos a serem resolvidos apenas nas Comissões, e essas
temáticas devem estar determinadas no regimento interno da Casa.
Porém, se houver um recurso de um décimo dos membros da Casa, esse
assunto, que não precisaria ir para aprovação do Plenário, poderá ser
apreciado também no Plenário); O inciso segundo diz que compete as
Comissões realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil
(qualquer Comissão pode realizar audiências públicas, para conhecer
melhor determinados assuntos); O inciso terceiro diz que compete as
comissões convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre
assuntos inerentes a suas atribuições (vale ressaltar que ele somente pode
convocar Ministros correlatos com a temática da Comissão, como, por
Resumo de D. Constitucional – NP3

exemplo, uma Comissão que trate das relações exteriores, pode convocar
o Ministro das relações exteriores); O inciso quarto diz que compete as
Comissões receber petições, reclamações, representações ou queixas de
qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades
públicas (ressalta a função fiscalizadora do Legislativo); O inciso quinto diz
que compete as comissões solicitar depoimento de qualquer autoridade
ou cidadão; O sexto inciso diz que compete as Comissões apreciar
programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento e sobre eles emitir parecer – O parágrafo quarto diz que
Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso
Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período
legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja
composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da
representação partidária (esse parágrafo trata das Comissões
Representativas do Congresso Nacional , que são aquelas que funcionam
durante os recessos entre um período legislativo e outro, que devem ser
eleitas por suas Casas na última sessão ordinária, e reproduzirá, tanto
quanto for possível, a proporcionalidade da representação partidária).

 A parte em azul são os incisos do parágrafo segundo, do art. 58 da


CF/88, que está destacado para ficar menos confuso. O parágrafo
terceiro será tratado logo abaixo, porque ele trata
especificamente das comissões parlamentares de inquérito,
assunto mais extenso.

 Comissões Parlamentares de Inquérito;

 Art.58, § 3º da CF/88: As comissões parlamentares de inquérito, que


terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de
outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros,
para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

 O parágrafo terceiro do art. 58 da CF/88, trata das Comissões


Parlamentares de Inquérito, estabelecendo como se dará sua criação,
objetivos e suas regras. São estas uma manifestação da função típica do
Resumo de D. Constitucional – NP3

Poder Legislativo, a função de fiscalização, trata-se de um controle


político-administrativo exercido pelo Poder Legislativo. Apesar de ser uma
das mais faladas, as CPIs não são as Comissões Parlamentares mais
importantes, sendo estas as permanentes.

 Criação: as CPIs poderão ser criadas pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal, em conjunto (CPI mista – CPMI - composta por membros
das duas casas. Nesse caso, para à aprovação da CPI, é preciso que haja
1/3 do Senado e 1/3 da Câmara, não pode simplesmente somar os
membros das duas casas) ou separadamente, mediante a aprovação de
1/3 dos membros das Casas. É preciso saber também, que além do que
está disposto no parágrafo terceiro, os regimentos internos das próprias
Casas, também tratam das CPIs, como o caso em que exista 5 CPIs
ocorrendo simultaneamente, e caso seja criado uma sexta CPI, essa só
entrará em atividade quando uma das anteriores tiver acabado, salvo ser
houver deliberação expressa de 1/3 da Casa para iniciar imediatamente
os trabalhos. É válido saber que é 1/3 dos votos para a criação de uma CPI,
por se tratar de um instrumento da minoria.

 A Câmara dos Deputados tem em seu regimento interno previsão


de que estando funcionando na casa 5 CPIs concomitantemente
uma eventual sexta comissão só poderá começar a funcionar
quando uma das cinco anteriores encerrar os trabalhos, salvo se
houver deliberação expressa de 1/3 da Casa para iniciar
imediatamente dos trabalhos. O STF entendeu que a norma
regimental que traz essa disposição é constitucional por dizer
respeito apenas ao funcionamento interno da Casa.

 Objeto/objetivo: é preciso primeiro esclarecer que, apesar do parágrafo


terceiro dizer que as CPIs têm poderes próprios das autoridades judiciais,
isso não as torna um órgão jurisdicional, ou seja, as CPIs não julgam,
ficando com a função de investigação, o texto constitucional diz apenas
que as CPIs, em determinados atos, terão as mesmas prerrogativas que o
judiciário tem para investigar e para determinar a produção de provas.
Pode ser objeto de CPI qualquer fato determinado ligado com a gestão
pública e dentro da competência do Congresso Nacional. Existe a
hipótese de investigação dos fatos conexos, permitindo, inclusive, o
Resumo de D. Constitucional – NP3

aditamento do pedido inicial para ampliar o objeto da CPI, ou seja, caso


suja no curso da investigação, outros fatos ligados ao foco da CPI, poderá
este ser investigado, permitindo, ainda, o ampliamento do objeto inicial da
CPI.

 Duração: uma CPI é uma Comissão Parlamentar temporária, ou seja, tem


um prazo certo. Contudo, vale ressaltar que tem a possibilidade de
prorrogações reiteradas dentro da legislatura, não havendo a
possibilidade de uma Comissão que foi criada dentro de uma determinada
legislatura, passar para a outra, ou seja, só pode ser prorrogada dentro
do período de quatro anos de uma legislatura, e isso consta no regimento
interno das Casas.

 Poderes: como já foi destacado, o parágrafo terceiro diz que as CPIs têm
poderes de investigação próprios de autoridades judiciais, mas isso não as
torna um órgão jurisdicional, somente quer dizer que elas têm, em
determinadas situações, as mesmas prerrogativas que o judiciário para a
criação de provas. Também é importante saber que as CPIs, não abrem
investigações somente com relação ao poder executivo, mas também ao
próprio legislativo e o judiciário. Existe, também, uma crítica voltada a
essa expressão “poderes de investigação próprios de autoridades
judiciais”, uma vez que não existe a figura do juiz investigador no Brasil,
sendo uma inspiração da Itália.

 Impossibilidades: existem limites para as CPIs, em seu processo de


investigação, definidos pelo STF, chamado de reserva de jurisdição, todos
os atos que a constituição reservou ao judiciário, ou seja, depende de
ordem judicial. Destaca-se: diligência de busca domiciliar (é necessário
ordem judicial); quebra de sigilo das comunicações telefônicas (vedado a
interceptação ou acesso ao conteúdo de conversas ou transmissão de
dados); ordem de prisão (salvo em flagrante delito, inclusive por falso
testemunho); medidas cautelares sobre bens e atividades; proibir ou
restringir a assistência jurídica do investigado; quebrar sigilo imposto a
processo que ocorre em segredo de justiça.
Resumo de D. Constitucional – NP3

 Possibilidades: quebrar sigilo bancário, fiscal e dados (inclusive telefônico,


mas a interceptação e o acesso ao conteúdo de conversas ou transmissão
de dados não é permitido. O que é permitido, por exemplo, é saber para
quais pessoas, aquele determinado indivíduo ligou, por quanto tempo
conversaram. Vale destacar o entendimento do Supremo para o que é
comunicação telefônica, que nessa linha de raciocínio seria apenas a troca
de voz); ouvir testemunhas (havendo a possibilidade de condução
coercitiva, respeitando o direito ao silêncio); ouvir investigados ou
indiciados (esposa não deve prestar compromisso de dizer a verdade, e não
incorrer no crime de falso testemunho); realizar perícias e exames;
determinação de busca e apreensão de documentos (para apuração de
provas de fatos, respeitando a inviolabilidade do domicílio – Reserva de
jurisdição).

 As CPIs, como já foi destacado, têm a função de investigação, tão


somente. Assim, investigado e apurado determinado fato, elas
podem levar isso para o Ministério Público, para ajuizar uma ação,
ou, em um caso mais especifico, um pedido impeachment.

 Estatuto dos Congressista;

 É o conjunto de prerrogativas e sujeições que Deputados e Senadores


possuem, composto das unidades parlamentares, do foro privilegiado,
mas também dos impedimentos das unidades parlamentares e das
hipóteses da perda de mandato, ou seja, são as disposições dadas pela
Constituição Federal para Deputados e Senadores.

 Imunidade material: os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e


penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos, assim
como estabelece o art. 53 da CF/88. Entretanto, vale destacar que desde
que seja no exercício do mandato ou em razão dele. Exemplo do caso da
Maria do Rosário e do Bolsonaro, em que este último desferiu ofensas
contra a Deputada Maria do Rosário, mesmo estando no recinto da
Câmara do Deputados, o STF determinou que sua afirmação não tinha
nenhuma ligação com a função legislativa, logo, não é possível a aplicação
do art. 53 da CF/88. Essa decisão do STF teve o fundamento no sentido de
que a ofensa proferida por Bolsonaro, de nenhuma maneira
interpretativa, poderia ser levada como exercício do seu cargo ou em
razão deste. Vale lembrar que esse processo não foi completado, uma vez
Resumo de D. Constitucional – NP3

que o presidente não reponde por crime alheio ao seu cargo, então,
quando o Bononoro se tornou presidente, o caso foi encerrado. Isso
acontece porque as disposições postas no estatuto dos congressistas, não
tem a finalidade de protegerem a pessoa que ocupa o cargo, mas sim para
proteger o exercício do cargo. Imunidade material exclui o crime.

 Caso do Deputado André Fernandes – QUEBRA DE DECORO


PARLAMENTAR – Deputados e Senadores, como destacado no
ponto acima, possuem imunidade civil e penal, para atos dentro
do exercício de seus cargos, com relação as suas opiniões, palavras
e votos, entretanto, esses casos podem ser apurados pelas
próprias Casas, como quebra de decoro parlamentar, e o
ivestigado pode sofrer consequências e até perder o mandato,
perante a sua própria Casa. Isso prova que imunidades
parlamentares são para proteger o cargo, o próprio Poder
Legislativo.

 Vale destacar também que os Deputados e Senadores não podem


renunciar as imunidades parlamentares, uma vez que essas
pertencem ao cargo, e não a quem ocupa ele.

 O estatuto dos Congressistas trata das prerrogativas e sujeições


dos Deputados e Senadores, contudo, como vista nas normas de
pré-ordenação, a Constituição diz que os Deputados Estaduais
terão algumas dessa prerrogativas e sujeições também, mas não
necessariamente será aplicado para todos os Vereadores, vai
depender de um melhor detalhamento das Leis Orgânicas dos
Municípios.

 Imunidades formal/processual: dizem respeito a forma como as infrações


dos Senadores e Deputados federais serão apuradas e investigadas. São
de duas ordens, para prisão e para processo. Para o processo, começa a
valer desde o momento da diplomação, e abrange qualquer tipo de prisão,
seja civil ou penal, sendo essa a regra. A exceção se da no caso de flagrante
por crime inafiançável, e nesse caso, a respectiva Casa tem 24 horas para
serem remetidos os autos, e por voto da maioria de seus membros, ser
resolvida a prisão (caso Delcílio do Amara – nota de aula, ver mesmo).
Para processo, o referido parágrafo terceiro do art. 53 da CF, já foi alterado
por meio de emenda, pois antigamente o Supremo, antes de dar inicio a
Resumo de D. Constitucional – NP3

um processo contra Deputado ou Senador, pedia autorização das


respectivas casas, contudo, essa autorização nunca era dada, e nenhum
processo era levado adiante. Agora, com o novo texto do parágrafo
terceiro, recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime
ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à
Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e
pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar
o andamento da ação, em um período de 45 dias.

 Foro privilegiado: os Deputados e Senadores, desde o momento da


diplomação, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal. No entendimento já superado do STF, o foro se estendia para ex-
ocupantes de cargos, mas, com a superação dessa linha de pensamento, a
competência para julgar Deputados e Senadores, sai do STF, e passam para
os juízes comum, a partir do momento que saem do cargo. Outro ponto
que deve ser destacado é que, deve ser um crime cometido após a
diplomação e ligado ao exercício do cargo, para que existe o foro de
prerrogativa de função.

 Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar


sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício
do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles
receberam informações.

 A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores,


embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de
prévia licença da Casa respectiva.

 As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o


estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois
terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos
praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
incompatíveis com a execução da medida.

 Incompatibilidades e impedimentos dos parlamentares: o art. 54 da CF,


trata das limitações que os Deputados e Senadores têm, apenas porque
ocupam os respectivos cargos, desde a diplomação e desde a posse: Desde
a diplomação: firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito
Resumo de D. Constitucional – NP3

público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou


empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato
obedecer a cláusulas uniformes; aceitar ou exercer cargo, função ou
emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum",
nas entidades constantes da alínea anterior; Desde a posse: ser
proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada; ocupar cargo ou função de que sejam
demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a"; patrocinar
causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, "a"; ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

 Perda de mandato: o art. 55 da CF trata da cassação, da extinção e da


renúncia de mandato, e tem a finalidade de evitar o mal uso do cargo.
Começando com a cassação, perde o mandato: quem infringir qualquer
uma das proibições estabelecidas no artigo anterior; cujo procedimento
for declarado incompatível com o decoro parlamentar; que perder ou tiver
suspensos os direitos políticos; ESSES TRÊS CASOS, CONFORME
ESTABELECE O PARÁGRAFO SEGUNDO DO ART. 55, A PERDA DO MANDATO
SERÁ DECEDIDA PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS OU PELO SENADO
FEDERAL, POR MAIORIA ABSOLUTA. Extinção do mandato: que deixar de
comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões
ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta
autorizada; que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; quando o
decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; que
sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado; Nos casos
previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa
respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus
membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional,
assegurada ampla defesa – ATO MERAMENTE DECLARÁTÓRIO, ESSE É O
PARÁGRAFO TERCEIRO.

 Renúncia: A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou


possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos
suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. Esse
dispositivo teve a finalidade de impedir que Deputados e Senadores
saíssem impunes, uma vez que sempre que estavam perto de ser
condenados, renunciavam.
Resumo de D. Constitucional – NP3

 Não poderá perder mandato e demais disciplinamento: ler art. 56 da CP.

 Decoro parlamentar: É incompatível com o decoro parlamentar, além dos


casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas
asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de
vantagens indevidas.

 Processo legislativo

 De maneira ilustrativa, o processo legislativo pode ser comparado com o


ato de preparação de um prato, em que cada fase tem que ser observada,
para que o resultado final não seja prejudicado.

 Conceito: é o conjunto concatenado e coordenado de atos independentes


entre si, voltado à criação das normas jurídicas especificadas no art. 59 da
Constituição Federal.

 O art. 59 da CF diz quais são as normas jurídicas que podem ser criadas no
processo legislativo, sendo: emendas à Constituição; leis complementares;
leis ordinárias; leis delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos;
resoluções. Todos esses atos tem uma forma de elaboração, que podem
ser organizados em fases. Existe uma lógica no processo, obviamente, tem
que fazer uma fase para passar para próxima, caso não aconteça isso,
ocorre um vício, que podem sanáveis e insanáveis.

 Impugnação judicial do processo legislativo: o controle de


constitucionalidade pode se exercido, pelo STF, no próprio processo
legislativo, uma vez que se verifique uma irregularidade. Somente
parlamentares possuem legitimidade para ajuizar uma ação. Ofensas ao
regime interno e à lei complementar não autorizam a intervenção judicial,
é necessário que ocorra uma ofensa direta às disposições da Constituição
Federal a respeito do processo legislativo.

 Processo legislativo ordinário: esse é processo legislativo padrão, todos


os outro são especiais, em relação a esse procedimento padrão, pois têm
uma adaptação. Esse processo é composto por três fases, sendo estas a
introdutória, deliberativa e a complementar. E mesmo nesse comum, pode
Resumo de D. Constitucional – NP3

haver procedimento comum ordinário, que é aquele que não tem prazo
pra acabar e passa por votação em plenário, e procedimento sumário e
outro conclusivo, que interferem no que desrespeito ao tempo ou se passa
ou não por votação no plenário. O procedimento sumário é aquele que
tem caráter de urgência, ou seja, tempo certo. Já o procedimento
conclusivo é aquele que não precisa passar por votação no plenário, e
pode se exaurido nas comissões parlamentares.

 As fases do processo legislativo expressam as dimensões das


normas, existência, eficácia e validade.

 Processo x Procedimento: processo é conjunto de atos, e o procedimento


é como se organizam e se estruturam esses atos.

 Fase introdutória: é a fase que dá inicio ao processo legislativo, e diz


respeito a quem têm competência para iniciar os procedimentos.

 Iniciativa: pode ser concorrente ou privativa, parlamentares ou


extraparlamentares, iniciativa popular.

 Iniciativa concorrente: está previsto no art. 61, e recebe o nome de


concorrente porque qualquer entidade prevista no artigo pode dar início
a matérias que não são de competência privativa. Assim como dispões a
Constituição, a iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a
qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo
Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da
República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição. Essas pessoas, de um modo geral, podem dar início ao
processo legislativo, algumas podem somente dar início determinado
tipos de matérias, como, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal, que só
pode tratar de matérias que dizem respeito ao judiciário. Os demais, tem
competência genérica para qualquer matéria.

 Iniciativa privativa: ela normalmente é uma inciativa que serve para


proteger a autonomia de um dos Poderes ou de órgãos constitucionais.

 Competência privativa do Presidente da República: disposta no art. 61,


parágrafo primeiro, são aquelas matérias que somente o Presidente da
Resumo de D. Constitucional – NP3

República pode da iniciativa, quais sejam: leis que fixem ou modifiquem os


efetivos das forças armadas ou que disponham sobre criação de cargos,
unções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou
aumento de sua remuneração; organização administrativa e judiciária,
matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
administração dos Territórios; servidores públicos da União e Territórios,
seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria; organização do Ministério Público e da Defensoria Pública
da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério
Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios; criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
pública, observado o disposto no art. 84, VI; militares das Forças Armadas,
seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade,
remuneração, reforma e transferência para a reserva. Todas as
competências privativas dizem respeito ao âmago do poder executivo.

 Organização do MP: É competência privativa do Presidente a


organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da
União, bem como normas gerais para a organização do Ministério
Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios. É isso que está disposto no art. 61, parágrafo
primeiro, alinha “d”, entretanto, o art. 128, parágrafo quinto,
ressalva que compete os Procuradores-Gerais inciativa sobre a
organização dos Ministérios Públicos. Dessa forma, devido a essa
incongruência, o STF entendeu que se trata de uma competência
concorrente do Presidente e do Procurador-Geral.

 É possível, na inciativa privativa, fazer emenda ao projeto de lei?


A constituição dispões que pode haver emenda, com duas
condições, existindo pertinência temática e não pode implicar
aumento de despesa.

 Sanção convalida o vício? Por exemplo, uma entidade propõe um


projeto de lei que a competência recaia sobre o Presidente da
República, e nesse exemplo, o Presidente, vai de acordo com o
projeto, e decide sancionar. Mesmo que ele decida sancionar, ele
está indo conte o princípio da não convalidação das nulidades.
Resumo de D. Constitucional – NP3

 Iniciativa privativa pode ser contornada por emenda


constitucional? A resposta depende, se é no âmbito federal ou no
âmbito estadual. No âmbito estadual, as constituições são feitas
com o princípio da simetria, logo, por exemplo, as competências
do chefe do executivo Federal, qual seja, o Presidente da
República, devem ser replicadas nas Constituições Estaduais para
o chefe do executivo estadual, qual seja o Governador. Logo, uma
emenda à Constituição Estadual, visando contornar a iniciativa
privativa do Governador, feriria o princípio da simetria, e assim
não pode ser feita. Contudo, no âmbito federal, uma emenda a
Constituição Federal, visando o mesmo objetivo, poderia ser
usada, uma vez que as iniciativas privadas não são cláusulas
pétreas.

 COMPLEMENTAÇÃO: o plano da existência da norma é atingido


com o fim da fase deliberativa, já o plano de eficácia, quando a
norma será capaz de produzir efeitos, só acontecerá ao final das
três fases. Quanto ao plano de validade, se está ou não em
conformidade com a Constituição, é feito durante o processo
legislativo (controle de constitucionalidade prévio) e
posteriormente pelo judiciário.

 Iniciativa privativa do judiciário: o caput do art. 93 diz que lei


complementar, de inciativa do STF, disporá sobre o estatuto das
magistraturas. Fixação do próprio subsídio e o teto do funcionalismo
público, também compete ao STF inciativa de projetos de lei sobre essa
temática. FIM DA INICIATIVA CONJUNTA????

 Iniciativa privativa da Câmara dos Deputados e do Senado: matérias


dispostas nos art. 51 e 52 da CF, que trata das competências privativas das
duas Casas.

 Iniciativa popular: está disposta no parágrafo segundo do art. 61 da CF


(CURIOSIDADE: só houve uma única lei que foi fruto de iniciativa popular).
Para se apresentar um projeto de lei popular, é precisa de uma quantidade
muito grande de assinatura, e, ainda, é preciso verificar cada uma dessas
assinaturas, para considerar sua validade. Existem inciativas popular
formulada (é quando a inciativa já vem no projeto de lei) e não formulada
(a inciativa pede que se crie um projeto de lei sobre determinada
Resumo de D. Constitucional – NP3

temática), semivinculante (é saber se ela interfere na fase constitutiva) e


não vinculante (não interfere na fase constitutiva). No Brasil, a iniciativa
popular, é não vinculante e formulada. A iniciativa popular começa na
Câmara dos Deputados, com apresentação do projeto, com um por cento
do eleitorado nacional, distribuído em cinco Estados.

 Fase deliberativa:

 Fase constitutiva: é aqui que acontece o plano de existência da norma, já


que é nessa fase que ela é criada. Acontece em dois momentos, primeiro
a deliberação parlamentar (discussão e votação) e segundo deliberação
executiva (sanção ou veto). Na primeira parte, que é a deliberação
parlamentar, a discussão ocorre para depois acorrer a votação, que pode
ser nominal ou simbólica (cada partido diz como os seus membros irão
votar).

 Como começa? Casa iniciadora: A regra é começar na Câmara dos


Deputados, ou seja, é a Casa iniciadora, entretanto, o Senado Federal
também pode ser Casa iniciadora, quando é projeto de lei apresentado por
Senador ou Comissão do Senado. Nesse caso, compete ao Presidente da
Casa juízo de admissibilidade, régime de tramitação conclusivo (passa só
pelas Comissões) ou tradicional (passa pelas Comissões e pelo plenário), e
determinar em quais Comissões irá tramitar. BICAMERALISMO MITIGADO;
SOMENTE PARA PROJETO DE LEI ORDINÁRIA COMPLEMENTAR – A CASA
INCIADORA, DEPOIS QUE O PROJETO PASSOU PELA CASA REVISORA,
DECIDE SE FICA OU NÃO COM AS EMENDAS, SE HOUVER, ASSIM,
APROVAÇÃO DEPENDE EXCLUSIVAMENTE DA CASA INICADORA APROVAR
O PROJETO DE LEI.

 Lei complementar x Lei ordinária: para ser aprovada a lei complementar,


depende do voto da maioria absoluta, para ser aprovada a lei ordinária
basta os votos da maioria relativa.

 Casa revisora: aprovado o projeto pela Casa Revisora, vai para o


Presidente da República, rejeitada, o projeto é arquivado, só podendo ser
apreciado na mesma sessão legislativa, se requerido pela maioria absoluta
de qualquer uma das Casas do Congresso Nacional. Em caso de emenda, o
projeto volta para a Casa Iniciadora, para apreciar ou não a emenda, caso
Resumo de D. Constitucional – NP3

rejeite, há uma preponderância da casa iniciadora, logo depois é mandado


para deliberação do Executivo a versão aprovada na casa iniciadora.

 Regime de Urgência: o Presidente pode solicitar urgência para apreciação


de projetos de sua iniciativa, se a Câmara dos Deputados nem o Senado se
manifestarem a esse respeito, o projeto de lei passa na frente dos outros
em deliberação da respectiva Casa, exceto as que tenham prazo certo.
Lembrando que as duas Casas têm um prazo de 45 dias para se manifestar.

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