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População: expressão numérica, conjunto de pessoas que vivem num Estado, incluindo-
se nacionais e estrangeiros. Revela-se conceito lato por incluir estrangeiros domiciliados
no Estado ou que aí possuem sua principal residência, mas restringe por desconsiderar
os nacionais instalados no estrangeiro que escolheram continuar a participar na vida
política do seu Estado de origem.
Conceitos:
Alain Pellet aponta que a nacionalidade cria uma fidelidade pessoal do indivíduo para com o seu
Estado nacional, ela fundamenta a competência
pessoal do Estado, competência que o autoriza a exercer certos poderes sobre os seus
nacionais onde quer que se encontrem.
1
> NACIONALIDADE, conforme acredita a maioria dos doutrinadores, é O
VÍNCULO JURÍDICO-POLÍTICO QUE RELACIONA O INDIVÍDUO AO
ESTADO.
> NATURALIDADE revela um vínculo material-geográfico, pois nem
sempre são naturais do Brasil aqueles que possuem nacionalidade brasileira.
>CIDADANIA por sua vez, implica em exercício de direitos políticos de determinado povo.
Cada Estado determina por conta própria e dentro dos limites do Direito Internacional, as condições de aquisição ou perda
de nacionalidade.
A competência para legislar sobre nacionalidade é exclusiva do próprio Estado, sendo incontroversa a total
impossibilidade de ingerência normativa de direito estrangeiro. Isto é, competente para conceder a nacionalidade aos
indivíduos é o direito positivo de cada Estado tal como a competência para retirar a nacionalidade.
CONCEITO: É aquela preexistente, própria do indivíduo, ou melhor, natalícia. Também conhecida por
nacionalidade primária, possui dois critérios atributivos conhecidos doutrinariamente, sendo estes o
jus soli e o jus sanguinis. Há no entanto, o chamado critério misto que entremeia ambos para
determinar a nacionalidade do indivíduo.
Jus sanguinis ou direito de sangue é aquele oriundo de parentesco, sendo a nacionalidade obtida de
acordo com a dos pais, à época do nascimento. Via de regra, sendo a nacionalidade obtida de acordo com
a filiação e se os pais pertencerem a nações diversas, prevalecerá a do pai, mas quando esse for
desconhecido a nacionalidade do filho seguirá a da mãe. No caso de ambos os pais desconhecidos, o jus
sanguinis não poderá ser adotado, optando-se então para outro critério.
O direito do solo ou jus soli por sua vez, teve origem ainda no Feudalismo, dada a importância da terra ou do solo para aquele modo de
produção. Sabe-se que foi abolido na França e renasceu nos Estados Unidos da América, face a necessidade de reintegrar os imigrantes à
nova nacionalidade para fortalecer o país. Neste critério a nacionalidade é estabelecida pelo lugar do nascimento, obtida em virtude do
território berço do nascimento.
CRITÉRIO MISTO: Válido ressaltar que esses critérios também são adotados de forma flexível, ocasionando o surgimento do critério misto, no
qual um se adapta ao outro, conforme a legislação de cada país.
O Brasil adota como regra o jus soli;
O jus sanguinis entra como exceção ao primeiro em alguns casos, entretanto aparece não de forma pura, mas conjugado a certos
requisitos constitucionais. Segue o dispositivo constitucional pertinente:
NACIONALIDADE NA CONSTITUIÇÃO
As exigências são apenas três: residência ininterrupta no Brasil há mais de quinze anos,
ausência de condenação penal definitiva no Brasil e requerimento.
:
A CONSTITUIÇÃO AINDA EM SEU ARTIGO 12 APONTA QUE:
Comentário:
1. NOÇÕES GERAIS
Mudança de paradigma
A Lei nº 13.445/2017 revoga o chamado Estatuto do Estrangeiro (Lei nº
6.815/80). Vale ressaltar que, além da revogação, existe uma verdadeira mudança de paradigma:
•Lei nº 13.445/2017 tem como objetivo regular os direitos e os deveres do migrante e do visitante (art. 1º). Assim, o foco muda e a FINALIDADE
PRECÍPUA PASSA A SER A PROTEÇÃO DO MIGRANTE E DO VISITANTE, QUE SÃO ENCARADOS COMO SUJEITOS DE DIREITOS.
Migrante
Migrante é a pessoa que se desloca de país ou região geográfica ao território de outro país ou região geográfica. É um conceito genérico que abrange o
imigrante, o emigrante e o apátrida.
Imigrante
Imigrante é a pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha ou reside e se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil.
Ex: Benjamin é um haitiano que veio morar e trabalhar no Brasil.
Emigrante
Emigrante é o brasileiro que se estabelece temporária ou definitivamente no exterior. Ex: a atriz Sônia Braga é uma emigrante que foi morar e trabalhar
nos EUA.
Residente fronteiriço
Residente fronteiriço é a pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida que conserva a sua residência habitual em município fronteiriço de país vizinho.
Ex: Juan, uruguaio, mora em Santana do Livramento (RS), cidade que faz fronteira com Rivera (Uruguai).
Visitante
Visitante é a pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao Brasil para estadas de curta duração, sem pretensão de se estabelecer temporária
ou definitivamente no território nacional. Ex: Sean, cidadão norte-americano, veio ao Brasil para visitar o Rio de Janeiro e conhecer o carnaval carioca.
Apátrida
Apátrida é a pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado, segundo a sua
legislação, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo
Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002, ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro.
2. PRINCÍPIOS E GARANTIAS
destino de movimentos migratórios, a fim de garantir efetiva proteção aos direitos humanos do migrante;
XVI.- integração e desenvolvimento das regiões de fronteira e articulação de políticas públicas regionais capazes de garantir efetividade
aos direitos do residente fronteiriço;
XVII.- proteção integral e atenção ao superior interesse da criança e do adolescente migrante; XVIII - observância ao disposto em
tratado;
XIX - proteção ao brasileiro no exterior;
Documentos de viagem
São documentos de viagem:
I.- PASSAPORTE;
II.- LAISSEZ-PASSER;
III.- AUTORIZAÇÃO DE RETORNO; IV - SALVO-CONDUTO;
V - CARTEIRA DE IDENTIDADE DE MARÍTIMO; VI - CARTEIRA DE MATRÍCULA CONSULAR;
VII - DOCUMENTO DE IDENTIDADE CIVIL OU DOCUMENTO ESTRANGEIRO EQUIVALENTE, QUANDO
ADMITIDOS EM TRATADO;
VII - CERTIFICADO DE MEMBRO DE TRIPULAÇÃO DE TRANSPORTE AÉREO; E
IX - OUTROS QUE VIEREM A SER RECONHECIDOS PELO ESTADO BRASILEIRO EM REGULAMENTO.
O que é o visto?
O visto é o documento que dá a seu titular expectativa de ingresso em território nacional.
Poderá ser denegado visto a quem se enquadrar em pelo menos um dos casos de impedimento definidos nos incisos
I, II, III, IV e IX do art. 45.
Art. 45. Poderá ser impedida de ingressar no País, após entrevista individual e mediante ato fundamentado, a pessoa:
I.- anteriormente expulsa do País, enquanto os efeitos da expulsão vigorarem;
II.- condenada ou respondendo a processo por ato de terrorismo ou por crime de genocídio, crime contra a humanidade,
crime de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de
1998, promulgado pelo Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002;
III.- condenada ou respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira;
IV.- que tenha o nome incluído em lista de restrições por ordem judicial ou por compromisso assumido pelo Brasil
perante organismo internacional;
(...)
IX - que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal.
A pessoa que tiver visto brasileiro denegado será impedida de ingressar no País enquanto permanecerem as
condições que ensejaram a denegação.
TIPOS DE VISTO
Ao solicitante que pretenda ingressar ou permanecer no Brasil poderá ser concedido visto:
I.- DE VISITA;
II.- TEMPORÁRIO; III - DIPLOMÁTICO; IV - OFICIAL;
V - DE CORTESIA.
I- Visto DE VISITA
O visto de visita poderá ser concedido ao visitante que venha ao Brasil para estada de curta duração, sem intenção de estabelecer residência, nos seguintes casos:
I.- turismo;
II.- negócios;
III.- trânsito;
IV.- atividades artísticas ou desportivas; e
V.- outras hipóteses definidas em regulamento.
II - Visto TEMPORÁRIO
O visto temporário é concedido ao imigrante que venha ao Brasil com o intuito de estabelecer residência por tempo determinado e que tenha uma das
seguintes finalidades:
4) Estudo;
Poderá ser concedido ao imigrante que pretenda vir ao Brasil para frequentar curso regular ou realizar estágio ou intercâmbio de estudo ou de pesquisa.
5) Trabalho;
Poderá ser concedido ao imigrante que venha exercer atividade laboral,
com ou sem vínculo empregatício no Brasil, desde que comprove oferta de trabalho formalizada por pessoa jurídica em atividade no País, dispensada
esta exigência se o imigrante comprovar titulação em curso de ensino superior ou equivalente. Não se exigirá do marítimo que ingressar no Brasil em viagem de
longo curso ou em cruzeiros marítimos pela costa brasileira o visto temporário de trabalho, bastando a apresentação da carteira internacional de marítimo.
É reconhecida ao imigrante a quem se tenha concedido visto temporário
para trabalho a possibilidade de modificação do local de exercício de sua atividade laboral.
6) Férias-trabalho;
Poderá ser concedido ao imigrante maior de 16 anos que seja nacional de país
que conceda idêntico benefício ao nacional brasileiro, em termos definidos por comunicação diplomática.
9) Reunião familiar;
PONTO IMPORTANTE
6. ASILADO
Ato discricionário
O asilo político é um instrumento de proteção à pessoa, sendo, no entanto, um ato discricionário do Estado.
Espécies
O asilo poderá ser de duas espécies:
a) diplomático; ou
b) territorial.
Vedação ao asilo
Não se concederá asilo a quem tenha cometido:
• crime de genocídio;
• crime contra a humanidade;
• crime de guerra; ou
• crime de agressão
Tal vedação se dá nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo
Decreto nº 4.388/2002.
Saída do asilado sem
autorização
O visto ou a autorização de residência para fins de reunião familiar será concedido ao imigrante:
I.- cônjuge ou companheiro, sem discriminação alguma;
II.- filho de imigrante beneficiário de autorização de residência, ou que tenha filho brasileiro ou
imigrante beneficiário de autorização de residência;
III.- ascendente, descendente até o segundo grau ou irmão de brasileiro ou de imigrante
beneficiário de autorização de residência; ou
IV.- que tenha brasileiro sob sua tutela ou guarda.
MEDIDAS DE RETIRADA COMPULSÓRIA
1. NOÇÕES GERAIS
A repatriação, a deportação e a expulsão serão feitas para o país de
nacionalidade ou de procedência do migrante ou do visitante, ou para outro que o
aceite, em observância aos tratados dos quais o Brasil seja parte.
Nos casos de deportação ou expulsão, o chefe da unidade da Polícia Federal
poderá representar perante o juízo federal, respeitados, nos procedimentos
judiciais, os direitos à ampla defesa e ao devido processo legal.
Em que consiste
A repatriação consiste em medida administrativa de devolução de pessoa em situação de impedimento ao
país de procedência ou de nacionalidade.
Será feita imediata comunicação do ato fundamentado de repatriação à
empresa transportadora e à autoridade consular do país de procedência ou de nacionalidade do migrante ou
do visitante, ou a quem o representa.
Proibição de repatriação
Não será aplicada medida de repatriação à pessoa em situação de refúgio ou
de apatridia, de fato ou de direito, ao menor de 18 anos desacompanhado ou separado de sua família, exceto
nos casos em que se demonstrar favorável para a garantia de seus direitos ou para a reintegração a sua
família de origem, ou a quem necessite de acolhimento humanitário, nem, em qualquer caso, medida de
devolução para país ou região que possa apresentar risco à vida, à integridade pessoal ou à liberdade da
pessoa.
8.3 DEPORTAÇÃO
Em que consiste
A deportação é medida decorrente de procedimento administrativo que consiste na retirada compulsória de pessoa que se encontre em situação migratória
irregular em território nacional
PONTO IMPORTANTE A deportação será precedida de notificação pessoal ao deportando, da qual constem,
expressamente, as irregularidades verificadas e prazo para a regularização não inferior a 60 dias, podendo ser prorrogado, por igual
período, por despacho fundamentado e mediante compromisso de a pessoa manter atualizadas suas informações domiciliares.
Essa notificação não impede a livre circulação em território nacional, devendo o deportando informar seu domicílio e
suas atividades.
Vencido o prazo de 60 dias sem que se regularize a situação migratória, a deportação poderá ser executada. A
deportação não exclui eventuais direitos adquiridos em relações contratuais ou decorrentes da lei brasileira.
A saída voluntária de pessoa notificada para deixar o País equivale ao cumprimento da notificação de deportação
para todos os fins.
O prazo de 60 dias poderá ser reduzido nos casos em que a pessoa tenha
praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal.
Participação da DPU A Defensoria Pública da União deverá ser notificada, preferencialmente por meio eletrônico, para
prestar assistência ao deportando em todos os procedimentos administrativos de deportação. A ausência de manifestação da
Defensoria Pública da União, desde que prévia e devidamente notificada, não impedirá a efetivação da medida de deportação.
Deportação de apátrida
Em se tratando de apátrida, o procedimento de deportação dependerá de prévia autorização
da autoridade competente.
Em que consiste
A expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante do território nacional,
conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado.
Hipóteses
Poderá dar causa à expulsão a condenação com sentença transitada em julgado relativa à prática de:
• crime de genocídio;
• crime contra a humanidade;
• crime de guerra;
• crime de agressão;
•crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização
em território nacional.
A Lei de Migração não é muito clara sobre o tema e fala apenas que “caberá à
autoridade competente resolver sobre a expulsão, a duração do impedimento de
reingresso e a suspensão ou a revogação dos efeitos da expulsão” (art. 54, § 2º).
O Poder Judiciário poderá avaliar a decisão de expulsão?
SIM, é possível. No entanto, como o ato de expulsão é considerado
discricionário, somente cabe ao Poder Judiciário analisar se ele foi praticado em
conformidade ou não com a legislação em vigor (controle delegalidade), não
podendo examinar a sua conveniência e oportunidade, ou seja, não poderá
realizar o controle sobre o mérito da decisão.
Expulsão de estrangeiro refugiado
A expulsão de estrangeiro que ostente a condição de refugiado não pode ocorrer sem a regular perda
dessa condição.
Assim, antes da expulsão, deveria ter sido determinada a instauração de devido processo legal, com
contraditório e ampla defesa, para se decretar a perda da condição de refugiado, nos termos do art. 39,
III, da Lei nº 9.474/97. Somente após essa providência, ele poderá ser expulso.
STJ. 1ª Seção. HC 333.902-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 14/10/2015 (Info 571).
PONTO IMPORTANTE
Prazo de vigência da medida
de impedimento
No revogado Estatuto do Estrangeiro, a pessoa expulsa só poderia retornar ao Brasil caso o decreto de
expulsão fosse revogado pelo Presidente da República. A situação mudou com a Lei de Migração (Lei nº 13.445/2017) e
agora o impedimento de reingresso do estrangeiro é feito com prazo determinado:
Art. 54 (...)
§ 4º O prazo de vigência da medida de impedimento
vinculada aos efeitos da expulsão será proporcional ao
prazo total da pena aplicada e nunca será superior ao
dobro de seu tempo.
Situações em que não se admite a expulsão
Não se procederá à expulsão quando:
I.- a medida configurar extradição inadmitida pela legislação brasileira;
II.- o expulsando:
a)tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela;
b)tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem discriminação alguma, reconhecido judicial ou legalmente;
c)tiver ingressado no Brasil até os 12 anos de idade, residindo desde então no País;
d)for pessoa com mais de 70 anos que resida no País há mais de 10 anos, considerados a gravidade e o fundamento da expulsão.
Pedido de reconsideração
Caberá pedido de reconsideração da decisão sobre a expulsão no prazo de 10 dias, a contar da notificação pessoal do expulsando.
Saída voluntária
A existência de processo de expulsão não impede a saída voluntária do expulsando do País.
10. EXTRADIÇÃO E OUTRAS MEDIDAS DE COOPERAÇÃO
O que é a extradição?
A extradição ocorre quando o Estado entrega a outro país um indivíduo que cometeu um crime
que é punido segundo as leis daquele país (e também do Brasil), a fim de que lá ele seja
processado ou cumpra a pena por esse ilícito.
Ex: um cidadão dos EUA lá comete um homicídio e foge para o Brasil. Os EUA requerem a
extradição desse indivíduo e, se for deferida pelo Brasil, ele é mandado de volta ao território
estadunidense.
Veja o que diz a Lei nº 13.445/2017 (Lei de Migração):
PONTO IMPORTANTE
Situações em que não se concede a extradição
O naturalizado pode ser extraditado por crime cometido antes da naturalização ou então mesmo depois
da naturalização se o crime cometido foi o tráfico ilícito de entorpecentes.
Para determinação da incidência do disposto neste inciso I, será observada, nos casos de aquisição de
outra nacionalidade por naturalização, a anterioridade do fato gerador da extradição.
II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente;
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando;
A extradição poderá ocorrer quando o fato praticado constituir, principalmente, infração à lei penal comum ou quando
o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato principal.
O STF (autoridade judiciária competente) é quem irá apreciar o caráter da infração, ou seja, quem dirá se é crime
político ou de opinião.
O STF poderá deixar de considerar crime político o atentado contra chefe de Estado ou quaisquer
autoridades, bem como crime contra a humanidade, crime de guerra, crime de genocídio e
terrorismo.
I.- ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao
extraditando as leis penais desse Estado; e
Prisão cautelar
- Em caso de urgência, o Estado interessado na extradição poderá, previamente ou conjuntamente com a formalização do pedido extradicional,
requerer, por via diplomática ou por meio de autoridade central do Poder Executivo, prisão cautelar do extraditando com o objetivo de assegurar a
executoriedade da medida de extradição que, após exame da presença dos pressupostos formais de admissibilidade, deverá representar à
autoridade judicial competente, ouvido previamente o MPF.
Depois da prisão
Efetivada a prisão do extraditando, o pedido de extradição será encaminhado à autoridade judiciária competente.
Duração da prisão
A prisão cautelar poderá ser prorrogada até o julgamento final da autoridade judiciária competente quanto à legalidade do pedido de extradição.
a)o Estado requerente em cujo território tenha sido cometido o crime mais grave, segundo a lei brasileira;
b)o Estado que em primeiro lugar tenha pedido a entrega do extraditando, se a gravidade dos crimes for idêntica;
c) o Estado de origem, ou, em sua falta, o domiciliar do extraditando, se os
pedidos forem simultâneos.
Obs1: se a situação não se enquadrar em nenhuma das hipóteses acima
mencionadas, o órgão competente do Poder Executivo decidirá sobre a preferência do pedido, priorizando o Estado requerente que
mantiver tratado de extradição com o Brasil.
Obs2: havendo tratado com algum dos Estados requerentes, prevalecerão suas normas no que diz respeito à preferência de que trata
este artigo.
O STF, ouvido o Ministério Público, poderá autorizar prisão albergue ou domiciliar ou determinar
que o extraditando responda ao processo de extradição em liberdade, com retenção do documento de viagem ou outras medidas
Prisão albergue ou prisão domiciliar
cautelares necessárias, até o julgamento da extradição ou a entrega do extraditando, se pertinente, considerando a situação
administrativa migratória, os antecedentes do extraditando e as circunstâncias do caso.
Mudança importante: o revogado Estatuto do Estrangeiro dizia que a prisão deveria perdurar até o julgamento final do STF, “não
sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão albergue” (art. 84, parágrafo único, da Lei nº 6.815/80).
Concordância do extraditando
O extraditando poderá entregar-se voluntariamente ao Estado requerente, desde que:
• declare isso expressamente
• esteja assistido por advogado e
• seja advertido de que tem direito ao processo judicial de extradição.