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Direito Constitucional

I
Direito à nacionalidade. Brasileiro nato e naturalizado.
Conceito e espécies. Distinções. Retirada compulsória.
Perda da nacionalidade.

Professor - Patrick de Oliveira


O conceito de
nacionalidade pode ser definido
como o vínculo jurídico-político que liga um
indivíduo a determinado Estado, fazendo com
que esse indivíduo passe a integrar o povo desse
Estado e, por consequência, desfrute de direitos e
se submeta a obrigações.
O conceito de povo pode
ser definido como
conjunto de pessoas que
fazem parte do Estado.
O conceito de população
pode ser definido como o
conjunto de residentes no
território, sejam eles
nacionais ou estrangeiros.
O conceito de nação pode ser
definido como o conjunto de pessoas
ladeadas pela mesma língua, cultura,
costumes, tradições, adquirindo
identidade sociocultural, tendo
consciência e sentimento
da mesma.
O conceito de cidadão pode
ser definido como o nacional
(brasileiro nato ou
naturalizado) que goza de
direitos políticos.
As espécies de
nacionalidade
A doutrina costuma distinguir a nacionalidade em
duas espécies: a) primária ou originária
(involuntária); b) secundária ou adquirida
(voluntária).
A nacionalidade primária é
imposta, de maneira unilateral, independentemente
da vontade do indivíduo, pelo Estado, no momento
do nascimento. Falamos em involuntariedade
porque, de maneira soberana, cada país estabelece
as regras ou critérios para a outorga da
nacionalidade aos que nascerem sob o seu governo.
A nacionalidade
secundária é aquela que se adquire
por vontade própria, depois do
nascimento, normalmente pela
naturalização, que poderá ser requerida
tanto pelos estrangeiros como pelos
apátridas.
Os critérios usados pelos
países para aquisição de
nacionalidade são dois: ius
sanguinis; ius solis.
ius sanguinis o que interessa para
a aquisição da nacionalidade é o sangue, a
filiação, a ascendência, pouco importando
o local onde o indivíduo nasceu.
ius solis o que importa para a
definição e aquisição da nacionalidade é o
local do nascimento, e não a descendência.
Multinacionalidade ou
polipátrida é aquele indivíduo que
se enquadra em ambas as categorias,
sendo por exemplo filho de italianos (ius
sangunis) nascido no Brasil (ius solis).
O brasileiro nato art. 12, I, da
Constituição brasileira.
O brasileiro nato ius solis (art. 12,
I, “a”): qualquer pessoa que nascer no território
brasileiro (República Federativa do Brasil), mesmo
que seja filho de pais estrangeiros. Os pais
estrangeiros, no entanto, não podem estar a serviço
de seu país. Se estiverem, o que podemos afirmar é
que o indivíduo que nasceu em território brasileiro
não será brasileiro nato.
O brasileiro nato ius sanguinis +
serviço do Brasil (art. 12, I, “b”): e se o nascimento
se der fora do Brasil? Serão considerados
brasileiros natos os que, mesmo tendo nascido no
estrangeiro, sejam filhos de pai ou mãe brasileiros e
qualquer deles (o pai, a mãe, ou ambos) esteja a
serviço da República Federativa do Brasil
(administração direta ou indireta).
O brasileiro nato ius sanguinis +
registro (art. 12, I, “c”, primeira parte): e se o
nascimento não ocorrer no Brasil, filhos de pai brasileiro ou de mãe
brasileira (natos ou naturalizados) e os pais não estiverem a serviço do
país? Ex.: Maria, em férias no Japão, tem o seu filho em Tóquio. Pergunta-
se: o filho de Maria será considerado japonês? Depende da regra daquele
país. E brasileiro? Nesse caso, corrigindo a imperfeição trazida pela ECR n.
3/94, a EC n. 54/2007 (fruto de conversão da denominada “PEC dos
brasileirinhos apátridas”), resgatando a regra anterior, estabeleceu a
possibilidade de aquisição da nacionalidade brasileira originária pelo
simples ato de registro em repartição brasileira competente e, assim,
resolvendo um grave problema dos apátridas.
O brasileiro nato ius sanguinis +
opção confirmativa (art. 12, I, “c”, segunda parte):
outra possibilidade de aquisição da nacionalidade brasileira,
mantida pela EC n. 54/2007, dá-se quando o filho de pai
brasileiro ou de mãe brasileira (natos ou naturalizados), que
não estejam a serviço do Brasil, vier a residir no Brasil e optar,
em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira. Trata-se da chamada nacionalidade
potestativa, uma vez que a aquisição depende da exclusiva
vontade do filho.
O brasileiro
naturalizado
art. 12, II, da
Constituição brasileira.
Naturalização ordinária
constitucional de acordo com o art. 12, II, “a”,
CF/88, são brasileiros naturalizados os que, na forma da lei,
adquiram a nacionalidade brasileira, exigidos dos originários de
países de língua portuguesa apenas dois requisitos: residência
por 1 ano ininterrupto; e idoneidade moral.
Naturalização extraordinária
constitucional prevista no art. 12, II, “b”, CF/88 e no
art. 67 da Lei n. 13.445/2017, a naturalização extraordinária ou
quinzenária dar-se-á quando os estrangeiros, de qualquer
nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há
mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal,
requisitarem a nacionalidade brasileira.
A LEI PODERÁ ESTABELECER
DISTINÇÕES ENTRE
BRASILEIROS NATOS E
NATURALIZADOS?

De maneira coerente com o princípio da igualdade (isonomia), a


CF vedou qualquer possibilidade de se estabelecer por lei
distinção entre brasileiros natos e naturalizados, ressalvados os
casos previstos pela própria Constituição (art. 12, § 2.º), quais
sejam: arts. 5.º, LI; 12, § 3.º; 12, § 4.º, I; 89, VII; e 222.
A Extradição

De acordo com o art. 81 da Lei n. 13.445/2017, a extradição é a


medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro e
outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa
sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins
de instrução de processo penal em curso.
Extradição passiva: brasileiro nato x
brasileiro naturalizado

De acordo com o art. 5.º, LI, o brasileiro nato nunca poderá ser
extraditado. Já o naturalizado poderá ser extraditado em duas
situações: crime comum - o naturalizado poderá ser extraditado
somente se praticou o crime comum antes da naturalização; tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins - no caso de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
forma da lei, o brasileiro naturalizado poderá ser extraditado, não
importando o momento da prática do fato típico, seja antes, seja depois
da naturalização.
Extradição passiva: vedações legais

De acordo com o art. 82 da Lei n. 13.445/2017, não se concederá a


extradição quando…

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