Você está na página 1de 52

 2.1.5.

Nacionalidade
 É um vínculo político entre o Estado soberano
e o indivíduo, que faz deste um membro da
comunidade constitutiva da dimensão
pessoal do Estado. Mesmo influenciado pelo
Direito Internacional, esse vínculo político
recebe, entretanto, uma disciplina jurídica de
direito interno: a cada Estado incumbe
legislar sobre sua própria nacionalidade.
 Juridicamente quem tem o direito de entrar e permanecer
livremente no Estado são os seus nacionais.

 No atual costume internacional, somente o Estado de


nacionalidade pode oferecer a um indivíduo proteção
diplomática.

 O Art. 20 do Pacto de São José da Costa Rica e os apátridas.

 Artigo 15 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de


1948: “toda pessoa tem direito a uma nacionalidade, e de buscar
esta nacionalidade”.
 Para fins de direito interno, a concessão de nacionalidade gera o
vínculo. Já para fins de Direito Internacional, a verificação do
vínculo de fato entre a pessoa e o Estado é fundamental. Ex: o
caso Nootebohn.
 2.1.5.1. No direito Internacional

 Art. 15 da DUDH:
 Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
 Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de
mudar de nacionalidade.

 Art. 20 da Convenção Americana de São José da Costa Rica:

 Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
 2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território
houver nascido, se não tiver direito a outra.

 Dupla nacionalidade:
 Plurinacionalidade: polipatridia. Várias nacionalidades.
 Apatridia: nenhuma nacionalidade. (chamados de apátridas)


 Quando trabalhamos com a atribuição de
nacionalidade, impera o princípio segundo o
qual compete fundamentalmente aos Estados
em seu Direito Interno fixar as hipóteses em
que consideram indivíduos como sendo seus
nacionais. Em DI encontramos poucas
normas sobre o indivíduo e a nacionalidade.
Normalmente encontramos tais normas para
evitar a apatrídia.
 NACIONALIDADE X CIDADANIA
 A nacionalidade interessa tanto ao Direito
Internacional quanto ao Direito Interno. O
conceito de cidadania só interessa na prática
ao Direito Interno. Isso porque cidadania
denota, em verdade, um conteúdo adicional
de direitos em relação à nacionalidade, que
permite ao seu titular exercer direitos
políticos na sua plenitude.
 Ex: os porto-riquenhos
 Nacionalidade originária: aquela que a pessoa
se vê atribuir quando nasce.
 nacionalidade derivada: aquela que se obtém
mediante naturalização e quase sempre
implica a ruptura do vínculo anterior. Há de
ter requisitos como alguns anos de residência
no país, o domínio do idioma, e outros mais,
que podem ser alternativos ou cumulativos.
 De modo geral a nacionalidade originária
(aquela que a pessoa se vê atribuir quando
nasce) resulta da consideração, em grau
variado, de dois critérios:

 Do lugar do nascimento ( critério jus solis)


 Da nacionalidade dos pais (critério jus
sanguinis)
 Da aceitação do jus solis e jus sanguinis
(critério misto) Ex: Brasil.
 #Exclui-se da atribuição de nacionalidade
jure soli os filhos de agentes de Estados
estrangeiros — diplomatas, cônsules,
membros de missões especiais, servidores
estatais em outro país a serviço do Estado de
origem (inclusive autarquias).

 #Proibição do banimento.
 Art. 12. São brasileiros:
 I - natos:
 a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país;
 b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
 c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
 II - naturalizados:
 a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade
moral;
 b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994)
 § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº
3, de 1994)
 .
 § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,
salvo nos casos previstos nesta Constituição
 § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
 I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
 II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
 III - de Presidente do Senado Federal;
 IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
 V - da carreira diplomática;
 VI - de oficial das Forças Armadas.
 VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de
1999)
 § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
 I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional;
 II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
 a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
 b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de
1994)
 Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
 § 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o
selo nacionais.
 § 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

 Art. 12. São brasileiros:
 I - natos:
 a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país;
 b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil;
 c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir
na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
 Art. 12, I, a:
 Primeira parte do artigo (ius solis) e segunda parte (ius
sanguinis).
 A serviço do país deve ser entendido como país de
nacionalidade do estrangeiro. Se um casal egípcio estiver a
serviço da Bolívia no Brasil, seu filho será brasileiro.
 O trabalho para organizações internacionais do qual o país
de origem faça parte também constitui serviço para o país.
 Se apenas um dos pais estiver exercendo função a serviço
do país, ou outro estará o acompanhando no serviço em
país estrangeiro. Os dois devem ter a mesma
nacionalidade.
 O serviço, desde que público e afeto a potência
estrangeira, não precisa implicar permanência em nosso
território, nem cobertura das imunidades diplomáticas.
 Não se exige a nacionalidade originária. Filho
de brasileiro naturalizado também está
protegido.
 Serviço no Brasil não é apenas o serviço
diplomático ordinário, afeto ao Executivo
federal. Compreende todo encargo derivado
dos poderes da União, dos estados e
municípios. Compreende, mais, nesses três
planos, as autarquias. Constitui serviço do
Brasil, ainda, o serviço de organização
internacional de que a república faça parte.
 Art. 12. São brasileiros:
 I - natos:
 c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou
venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade
e, alcançada esta, optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade
brasileira; texto original da CF de 88.

 c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde


que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;(Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
 c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
 Observações:
 Quando a Constituição de 88 foi promulgada a alínea c
estabelecia que as crianças brasileiras registradas no
estrangeiro seriam brasileiras. Quando surgiu a proposta
de emenda constitucional as pessoas criticavam o fato de
que essas crianças não tinham vínculo nenhum com o
Brasil e eram brasileiras, então em 1994 foi estabelecido
que as crianças filhas de brasileiros que viessem morar no
Brasil poderiam ser brasileiras. A Emenda 54 surgiu
porque se percebeu que muitos filhos de imigrantes não
tinham nacionalidade pois continuavam em países no
estrangeiro que adotavam somente o ius sanguinis. Assim
havia uma quantidade muito grande de “brasileirinhos
apátridas”, esperando a maioridade para tornarem-se
brasileiros. Assim, veio a alínea c da Emenda 54 que disse
que se nasceu no estrangeiro e se registrou em repartição
brasileira é brasileiro.
 Art. 12. São brasileiros:
 II - naturalizados:
 a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade
moral;
 b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994)
 § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº
3, de 1994)
 § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,
salvo nos casos previstos nesta Constituição.
 § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
 I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
 II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
 III - de Presidente do Senado Federal;
 IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
 V - da carreira diplomática;
 VI - de oficial das Forças Armadas.
 VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de
1999)
 Naturalização Ordinária (Art. 12, II, a, primeira parte): Como
regra geral , a lei ordinária (Lei 13.445 de 2017), em seu artigo
65 exige, no mínimo,
 I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
 II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4
(quatro) anos;
 III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as
condições do naturalizando; e
 IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos
termos da lei.

 Naturalização pelo Estatuto da Igualdade (Art. 12, II, a da CF,


segunda parte): O Estatuto da Igualdade celebrado entre Brasil e
Portugal estabeleceu a naturalização dos originários de países de
língua portuguesa, aos quais se exige como prazo de residência
no Brasil apenas um ano ininterrupto e idoneidade moral.
 Naturalização extraordinária (Art. 12, II, b): A Constituição do
Brasil cuida, ela própria, de favorecer a naturalização dos
imigrantes que se fixaram no pais há mais de quinze anos, sem
quebra de continuidade e sem condenação penal, sendo essa
naturalização denominada extraordinária.

 Naturalização especial: destina-se ao estrangeiro casado com


diplomata brasileiro há mais de cinco anos, ou ao estrangeiro
que conte com mais de dez anos de serviços ininterruptos
empregado em Missão diplomática ou em Repartição consular
brasileira.(30 dias no Brasil). Devem ter ter capacidade civil,
segundo a lei brasileira; comunicar-se em língua portuguesa,
consideradas as condições do naturalizando; e não possuir
condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.

 O brasileiro naturalizado tem todos os direitos do brasileiro


nato, salvo o acesso a certas funções públicas.
 O Estatuto da Igualdade: (Rezek)

 Gênese:
 O estatuto de igualdade entre brasileiros e portugueses, inovação jurídica
resultante de tratado bilateral do início dos anos setenta, substituído pelo tratado
de Amizade, cooperação e consulta entre Brasil e Portugal, de 2000, altera a
clássica noção da nacionalidade como pressuposto necessário da cidadania. Seu
regime toma possível que, conservando incólume o vínculo de nacionalidade com
um dos dois países, o indivíduo passe a exercer no outro direitos inerentes à
qualidade de cidadão.
 Dois padrões de igualdade: O estatuto prevê dois procedimentos: o relativo à
simples igualdade de direitos e obrigações civis, e um segundo, mais amplo,
tendente à obtenção também dos direitos políticos. A iniciativa de postular o
benefício do estatuto, num e noutro caso, incumbe sempre à pessoa natural
interessada, cabendo ao ministro da Justiça deferir o pedido através de portaria,
cujos efeitos, tal como sucede com a naturalização, são individuais. Quando vise
tão somente a igualdade de direitos e obrigações civis, o português fará prova da
sua nacionalidade, da sua capacidade civil e da sua admissão no Brasil em caráter
permanente, ainda que recente. Acaso objetivando à cobertura do estatuto em sua
forma plena, o interessado fará ainda prova do gozo dos direitos políticos em
Portugal e da sua residência no Brasil pelo prazo mínimo de três anos.
 Ruan Morellos, nascido na Espanha em 1973 e naturalizado brasileiro,
foi contratado pela Corte Internacional de Justiça para atuar numa
missão no Timor Leste. Antes da partida, casa-se com sua noiva,
Violetta Sanches, boliviana de 29 anos. Um ano depois da chegada ao
novo país, nasceu Antero Morellos Sanches, filho do casal. Marque a
alternativa correta sobre a nacionalidade de Antero:
 A) Antero será considerado nacional do Timor Leste, se o critério de
nacionalidade deste país for o ius solis.
 B) Antero será considerado nacional do Brasil, caso seja registrado em
repartição brasileira competente e venha e venha a residir na República
Federativa do Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.
 C) Antero será considerado nacional do Brasil desde que sejam
registrado em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
 D) Antero será considerado brasileiro, independente do critério adotado
pelo Timor leste quanto à nacionalidade.
 No Brasil, é competência da União legislar sobre
estrangeiro.

 No Brasil está em vigor a Lei de Migração, Lei


13.445 de maio de 2017.
 Prevalece a Soberania dos Estados
 Artigo 1º da Convenção de Havana sobre condição do estrangeiro:

 “Os Estados têm o direito de estabelecer, por


meio de leis, as condições de entrada e
residência dos estrangeiros nos seus territórios.”
 No Brasil, é o Conselho Nacional de Imigração
(CNIg) (criado pela lei 6815/80) que delineia a
política migratória brasileira.

 COMO SE ENTRA NO ESTADO?


 O visto consular: mera expectativa de direito
 O passaporte é o documento oficial de identidade
entre os países.
 É preciso ter visto. O visto não dá à pessoa o
direito de entrar no Brasil. O visto é emitido pelo
consulado do país em que se quer entrar, obtido
ainda quando se está no país originário. O visto é
mera expectativa de direito.
 Art. 12. Ao solicitante que pretenda
ingressar ou permanecer em território
nacional poderá ser concedido visto:
 I - de visita;
 II - temporário;
 III - diplomático;
 IV - oficial;
 V - de cortesia.

 Art. 13. O visto de visita poderá ser concedido ao visitante que venha ao
Brasil para estada de curta duração, sem intenção de estabelecer
residência, nos seguintes casos:
 I - turismo;
 II - negócios;
 III - trânsito;
 IV - atividades artísticas ou desportivas; e
 V - outras hipóteses definidas em regulamento.
 § 1o É vedado ao beneficiário de visto de visita exercer atividade
remunerada no Brasil.
 § 2o O beneficiário de visto de visita poderá receber pagamento do
governo, de empregador brasileiro ou de entidade privada a título de
diária, ajuda de custo, cachê, pró-labore ou outras despesas com a
viagem, bem como concorrer a prêmios, inclusive em dinheiro, em
competições desportivas ou em concursos artísticos ou culturais.
 § 3o O visto de visita não será exigido em caso de escala ou conexão
em território nacional, desde que o visitante não deixe a área de trânsito
internacional.
 Art. 14. O visto temporário poderá ser concedido ao imigrante que venha ao
Brasil com o intuito de estabelecer residência por tempo determinado e que se
enquadre em pelo menos uma das seguintes hipóteses:
 I - o visto temporário tenha como finalidade:
 a) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica;
 b) tratamento de saúde;
 c) acolhida humanitária;
 d) estudo;
 e) trabalho;
 f) férias-trabalho;
 g) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário;
 h) realização de investimento ou de atividade com relevância econômica, social,
científica, tecnológica ou cultural;
 i) reunião familiar;
 j) atividades artísticas ou desportivas com contrato por prazo determinado;
 II - o imigrante seja beneficiário de tratado em matéria de vistos;
 III - outras hipóteses definidas em regulamento.
 Da Reunião Familiar
 Art. 37. O visto ou a autorização de residência para
fins de reunião familiar será concedido ao imigrante:
 I - cônjuge ou companheiro, sem discriminação
alguma;
 II - filho de imigrante beneficiário de autorização de
residência, ou que tenha filho brasileiro ou imigrante
beneficiário de autorização de residência;
 III - ascendente, descendente até o segundo grau ou
irmão de brasileiro ou de imigrante beneficiário de
autorização de residência; ou
 IV - que tenha brasileiro sob sua tutela ou guarda.
 Art. 45. Poderá ser impedida de ingressar no País, após entrevista
individual e mediante ato fundamentado, a pessoa:

 I - anteriormente expulsa do País, enquanto os efeitos da expulsão


vigorarem;

 II - condenada ou respondendo a processo por ato de terrorismo ou por


crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou
crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do
Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto
no 4.388, de 25 de setembro de 2002;

 III - condenada ou respondendo a processo em outro país por crime


doloso passível de extradição segundo a lei brasileira;

 IV - que tenha o nome incluído em lista de restrições por ordem judicial


ou por compromisso assumido pelo Brasil perante organismo
internacional;
 V - que apresente documento de viagem que:
 a) não seja válido para o Brasil;

 b) esteja com o prazo de validade vencido; ou

 c) esteja com rasura ou indício de falsificação;

 VI - que não apresente documento de viagem ou documento de identidade,


quando admitido;

 VII - cuja razão da viagem não seja condizente com o visto ou com o motivo
alegado para a isenção de visto;

 VIII - que tenha, comprovadamente, fraudado documentação ou prestado


informação falsa por ocasião da solicitação de visto; ou

 IX - que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na


Constituição Federal.
 Parágrafo único. Ninguém será impedido de ingressar no País por motivo de raça,
religião, nacionalidade, pertinência a grupo social ou opinião política.
 Questão 24

 Rafael é brasileiro naturalizado e casado com Letícia, de nacionalidade
italiana. Rafael foi transferido pela empresa onde trabalha para a filial na
Argentina, estabelecendo-se com sua esposa em Córdoba. Em
02/03/2009, lá nasceu Valentina, filha do casal, que foi registrada na
repartição consular do Brasil.
 De acordo com as normas constitucionais Vigentes, assinale a afirmativa
correta.
 A) Valentina não pode ser considerada brasileira nata, em virtude de a
nacionalidade brasileira de seu pai ter sido adquirida de modo derivado
e pelo fato de sua mãe ser estrangeira.
 B) Valentina é brasileira nata, pelo simples fato de seu pai,brasileiro, se
ter deslocado por motivo de trabalho, em nada influenciando o modo
como Rafael adquiriu a nacionalidade.
 C) Valentina somente será brasileira nata se vier a residir no Brasil e fizer
a opção pela nacionalidade brasileira após atingir a maioridade.
 D) Valentina é brasileira nata, não constituindo óbice o fato de seu pai
ser brasileiro naturalizado e sua mãe, estrangeira.
 A saída pode ser:
 a) voluntária
 b)compulsória.

 No Brasil temos 4 medidas de retirada


compulsórias consagradas:
 a) Repatriação.
 b)Deportação.
 c) Expulsão.
 d) Extradição.
 Art. 49. A repatriação consiste em medida administrativa
de devolução de pessoa em situação de impedimento ao
país de procedência ou de nacionalidade.

 § 4o Não será aplicada medida de repatriação à pessoa em


situação de refúgio ou de apatridia, de fato ou de direito,
ao menor de 18 (dezoito) anos desacompanhado ou
separado de sua família, exceto nos casos em que se
demonstrar favorável para a garantia de seus direitos ou
para a reintegração a sua família de origem, ou a quem
necessite de acolhimento humanitário, nem, em qualquer
caso, medida de devolução para país ou região que possa
apresentar risco à vida, à integridade pessoal ou à
liberdade da pessoa.
 Art. 45. Poderá ser impedida de ingressar no País, após entrevista
individual e mediante ato fundamentado, a pessoa:
 I - anteriormente expulsa do País, enquanto os efeitos da expulsão
vigorarem;
 II - condenada ou respondendo a processo por ato de terrorismo ou por
crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou
crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do
Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto no
4.388, de 25 de setembro de 2002;
 III - condenada ou respondendo a processo em outro país por crime
doloso passível de extradição segundo a lei brasileira;
 IV - que tenha o nome incluído em lista de restrições por ordem judicial
ou por compromisso assumido pelo Brasil perante organismo
internacional;
 V - que apresente documento de viagem que:
 a) não seja válido para o Brasil;
 b) esteja com o prazo de validade vencido; ou
 c) esteja com rasura ou indício de falsificação;
 Art. 45. Poderá ser impedida de ingressar no País, após
entrevista individual e mediante ato fundamentado, a
pessoa:
 VI - que não apresente documento de viagem ou
documento de identidade, quando admitido;
 VII - cuja razão da viagem não seja condizente com o visto
ou com o motivo alegado para a isenção de visto;
 VIII - que tenha, comprovadamente, fraudado
documentação ou prestado informação falsa por ocasião
da solicitação de visto; ou
 IX - que tenha praticado ato contrário aos princípios e
objetivos dispostos na Constituição Federal.
 Parágrafo único. Ninguém será impedido de ingressar no
País por motivo de raça, religião, nacionalidade,
pertinência a grupo social ou opinião política.
 A deportação é uma forma de exclusão do
território nacional, daquele estrangeiro que
aqui se encontre após uma entrada irregular
(geralmente clandestina), ou cuja estada
tenha-se tornado irregular. A medida não é
exatamente punitiva. O deportado pode
retornar ao país desde que provido de
documentação regular para o ingresso.
 No Brasil, policiais federais têm competência
para promover a deportação de estrangeiros.
 Art. 50. A deportação é medida decorrente de procedimento administrativo que
consiste na retirada compulsória de pessoa que se encontre em situação
migratória irregular em território nacional.
 § 1o A deportação será precedida de notificação pessoal ao deportando, da qual
constem, expressamente, as irregularidades verificadas e prazo para a
regularização não inferior a 60 (sessenta) dias, podendo ser prorrogado, por igual
período, por despacho fundamentado e mediante compromisso de a pessoa
manter atualizadas suas informações domiciliares.
 § 2o A notificação prevista no § 1o não impede a livre circulação em território
nacional, devendo o deportando informar seu domicílio e suas atividades.
 § 3o Vencido o prazo do § 1o sem que se regularize a situação migratória, a
deportação poderá ser executada.
 § 4o A deportação não exclui eventuais direitos adquiridos em relações
contratuais ou decorrentes da lei brasileira.
 § 5o A saída voluntária de pessoa notificada para deixar o País equivale ao
cumprimento da notificação de deportação para todos os fins.
 § 6o O prazo previsto no § 1o poderá ser reduzido nos casos que se enquadrem
no inciso IX do art. 45.
 Art. 51. Os procedimentos conducentes à deportação devem respeitar o
contraditório e a ampla defesa e a garantia de recurso com efeito suspensivo.
 Art. 54. A expulsão consiste em medida administrativa de retirada
compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada
com o impedimento de reingresso por prazo determinado.
 § 1o Poderá dar causa à expulsão a condenação com sentença
transitada em julgado relativa à prática de:
 I - crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou
crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do
Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto
no 4.388, de 25 de setembro de 2002; ou
 II - crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade,
consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização em
território nacional.
 § 2o Caberá à autoridade competente resolver sobre a expulsão, a
duração do impedimento de reingresso e a suspensão ou a revogação
dos efeitos da expulsão, observado o disposto nesta Lei.
 § 3o O processamento da expulsão em caso de crime comum não
prejudicará a progressão de regime, o cumprimento da pena, a
suspensão condicional do processo, a comutação da pena ou a
concessão de pena alternativa, de indulto coletivo ou individual, de
anistia ou de quaisquer benefícios concedidos em igualdade de
condições ao nacional brasileiro.
 § 4o O prazo de vigência da medida de impedimento vinculada aos
efeitos da expulsão será proporcional ao prazo total da pena aplicada e
nunca será superior ao dobro de seu tempo.
 Art. 192. A expulsão consiste em medida administrativa da retirada compulsória do território nacional
instaurada por meio de Inquérito Policial de Expulsão, conjugada com impedimento de reingresso por prazo
determinado do imigrante ou do visitante com sentença condenatória transitada em julgado pela prática de:
 I - nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo
Decreto no 4.388, de 2002:
 a) crime de genocídio;
 b) crime contra a humanidade;
 c) crime de guerra; ou
 d) crime de agressão; ou
 II - crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, consideradas a gravidade e as possibilidades
de ressocialização no território nacional.
 Art. 193. O Ministério da Justiça e Segurança Pública não procederá à expulsão daqueles a que se refere o art.
192 quando:
 I - a medida configurar extradição não admitida pela lei brasileira;
 II - o expulsando:
 a) tiver filho brasileiro que esteja sob a sua guarda ou dependência econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa
brasileira sob a sua tutela;
 b) tiver cônjuge ou companheiro residente no País, sem discriminação alguma, reconhecido judicial ou
legalmente;
 c) tiver ingressado no País antes de completar os doze anos de idade, desde que resida, desde então, no País;
ou
 d) seja pessoa com mais de setenta anos que resida no País há mais de dez anos, considerados a gravidade e o
fundamento da expulsão.
 Art. 194. Enquanto o procedimento de expulsão estiver pendente, o expulsando permanecerá aguardando a
sua decisão, sem alteração de sua condição migratória.
 Art. 195. O procedimento de expulsão será iniciado por meio de Inquérito Policial de Expulsão.
 Art. 202. O relatório final com a recomendação
técnica pela efetivação da expulsão ou pelo
reconhecimento de causa de impedimento da
medida de retirada compulsória será
encaminhado para apreciação e deliberação do
Ministro de Estado da Justiça e Segurança
Pública.
 Art. 203. Publicado o ato do Ministro de Estado
da Justiça e Segurança Pública que disponha
sobre a expulsão e o prazo determinado de
impedimento para reingresso no território
nacional, o expulsando poderá interpor pedido
de reconsideração no prazo de dez dias, contado
da data da sua notificação pessoal.
 Art. 55. Não se procederá à expulsão quando:
 I - a medida configurar extradição inadmitida pela legislação
brasileira;
 II - o expulsando:
 a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência
econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela;
 b) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem
discriminação alguma, reconhecido judicial ou legalmente;
 c) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de idade,
residindo desde então no País;
 d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida no País há
mais de 10 (dez) anos, considerados a gravidade e o fundamento da
expulsão

 É sempre possível deixar de promover a deportação, ou a expulsão,


mesmo em presença de tais motivos. A lei nunca obriga o governo a
deportar ou expulsar.
 Extradição é a entrega, por um Estado a outro, e a
pedido deste, de pessoa que em seu território deva
responder a processo penal ou cumprir pena. Cuida-
se de uma relação executiva, com envolvimento
judiciário de ambos os lados (cooperação). O governo
do Estado requerido não goza, em geral, de uma
prerrogativa de decidir sobre o atendimento do
pedido senão depois de um pronunciamento da
Justiça local.
 O fundamento jurídico de todo pedido de extradição
há de ser um tratado entre os dois países envolvidos.
 Na falta de um tratado sobre extradição entre os
países só haverá possibilidade de extradição se o
país requerido à luz de sua própria legislação
possibilitar a promessa de reciprocidade.
 Art. 5º,CF
 LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
 LII - não será concedida extradição de
estrangeiro por crime político ou de opinião;

 Art. 83. São condições para concessão da
extradição:
 I - ter sido o crime cometido no território do
Estado requerente ou serem aplicáveis ao
extraditando as leis penais desse Estado; e
 II - estar o extraditando respondendo a
processo investigatório ou a processo penal
ou ter sido condenado pelas autoridades
judiciárias do Estado requerente a pena
privativa de liberdade.
 Art. 82. Não se concederá a extradição quando:
 I - o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for brasileiro nato;
 II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou
no Estado requerente;
 III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime
imputado ao extraditando;
 IV - a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2 (dois)
anos;
 V - o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido
condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o
pedido;
 VI - a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei
brasileira ou a do Estado requerente;
 VII - o fato constituir crime político ou de opinião;
 VIII - o extraditando tiver de responder, no Estado requerente, perante
tribunal ou juízo de exceção; ou
 IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos termos da Lei
no 9.474, de 22 de julho de 1997, ou de asilo territorial.
 Havendo tratado sobre o tema, ,impõe-se-lhe
a submissão do pedido ao crivo judiciário,
cabendo ao STF o exame da legalidade da
demanda extradicional.
 O STF tem reconhecido sua competência
originária para o conhecimento de habeas
corpus, e mesmo de mandados de segurança,
impetrados em favor de extraditandos (v HC
S0.923-SC, 2001, e Reclamação 2 069-DF,
2002)
 A defesa do extraditando não pode explorar
o mérito da acusação. Ela será impertinente
em tudo quanto não diga respeito à:
 a) identidade,
 b) instrução do pedido,
 c) legalidade da extradição à luz da lei
específica.
 Pierre de Oliveira nasceu na França, filho de pai brasileiro (que à época
se encontrava em viagem privada de estudos) e mãe francesa. Viveu até
os 25 anos em Paris, onde se formou em análise de sistemas e se pós-
graduou em segurança de rede. Em 2007, Pierre foi convidado por uma
universidade brasileira para fazer parte de um projeto de pesquisa
destinado a desenvolver um sistema de segurança para uso de
instituições financeiras. Embora viajasse com frequência para a França,
Pierre passou a residir no Brasil, optando, em 2008, pela nacionalidade
brasileira. No início de 2010, uma investigação conjunta entre as polícias
brasileira e francesa descobriu que Pierre fez parte, no passado, de uma
quadrilha internacional de hackers. Detido em São Paulo, ele confessou
que, entre 2004 e 2005, quando ainda vivia em Paris, invadiu mais de
uma vez a rede de um grande banco francês, desviando recursos para
contas localizadas em paraísos fiscais.
Diante dos fatos acima e à luz da temática que envolve o Direito
Internacional, Pierre poderá sofrer alguma medida de saída compulsória
do território brasileiro? Qual? Explique: (1.0 ponto)
 1ª fase (governamental): recepção do pedido de
extradição e encaminhamento do pedido ao
exame do STF.
 2ª fase (judiciária): Exame de legalidade pelo STF
e encarceramento do extraditando. Deferimento
ou indeferimento do pedido.
 3ª fase (governamental):
 Indeferida a extradição pelo STF o extraditando é
libertado e o Executivo comunica a decisão ao
país requerente.
 Deferida a extradição, o chefe do executivo
poderá negá-la usando de poder discricionário
(conveniência e oportunidade).

 Questão 22

 No que tange ao direito de nacionalidade, assinale a alternativa correta.
 (A)O brasileiro nato não pode perder a
 nacionalidade.

 (B) O filho de pais alemães que estão no Brasil a
 serviço de empresa privada alemã será brasileiro
 nato caso venha a nascer no Brasil.

 (C) O brasileiro naturalizado pode ser extraditado
 pela prática de crime comum após a naturalização.

 (D) O brasileiro nato somente poderá ser
 extraditado no caso de envolvimento com o tráfico
 de entorpecentes.

 FGV - VI Exame de Ordem Unificado – Prova tipo 1/branca

 Questão 19
 João, residente no Brasil há cinco anos, é acusado em outro país
de ter cometido crime político. Nesse caso, o Brasil
 (A) pode conceder a extradição se João for estrangeiro.

 (B) pode conceder a extradição se João for brasileiro naturalizado
e tiver cometido o crime antes da naturalização.

 (C) não pode conceder a extradição, independentemente da
nacionalidade de João.

 (D) não pode conceder a extradição apenas se João for brasileiro
nato.
DIFERENÇAS
ASILO REFÚGIO

É ato discricionário por parte do Estado. Aqui trata-se de um ato apolítico. Existem
tratados internacionais e órgãos
internacionais (alto Comissionado das
Nações Unidas para os Refugiados) ACNU.
Se o indivíduo preenche os requisitos
segundo a Lei 9474 do Brasil e Tratados
internacionais, ele vai ter o refúgio, pois
existem tratados sobre o assunto.

Na prática aplica-se aos casos de Na prática o refúgio alcança várias pessoas,


perseguição política individualizada. com a necessidade de proteção a um
grupo.
Pode ser pedido desde o país de origem.
Ou seja, o indivíduo pode pedir dentro do Não se pede dentro do país de origem. O
seu país de origem. refugiado chega ao país em que pretende
ter o refúgio e solicita.

ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para


Refugiados.

Você também pode gostar