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Volume 2
Maio.2020
SUMÁRIO
1. Inovações Legislativas................................................................................................................................................. 3
2. Tribunais ........................................................................................................................................................................... 5
LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................ 10
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 11
Volume 2 – Maio/2020
Neste capítulo abordar-se-ão as principais inovações legislativas e recentes jurisprudências
firmadas pelos Tribunais Superiores, notadamente o Supremo Tribunal Federal e o Superior
Tribunal de Justiça. No universo dos concursos públicos é fundamental manter-se bem
informado. Para isto, conte sempre conosco.
Vamos juntos!
1. Inovações Legislativas
A lei em epígrafe altera a Lei nº 9.099/95, para possibilitar a conciliação não presencial
no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis. A legislação promove alterações nos artigos 22 e 23
da Lei dos JECs. Confira abaixo esquematização comparativa da redação dos dispositivos.
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Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz Art. 23. Se o demandado não comparecer ou recusar-se
togado proferirá sentença. a participar da tentativa de conciliação não presencial, o
Juiz togado proferirá sentença. (Redação dada pela Lei
nº 13.994, de 2020)
A Lei nº 13.994/20 não fixa período de vacatio legis, estabelecendo, o seu artigo 3º, vigência a
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2. Tribunais
A temática era alvo de divergência entre a Primeira e a Segunda Turma do Supremo, razão
pela qual foi submetida a julgamento pelo Pleno.
O Plenário do STF vislumbrou que, segundo o artigo 117, IV, do Código Penal, não há
distinção entre estes pronunciamentos judiciais, podendo o acórdão que confirma decisão
condenatória interromper o prazo prescricional.
Art. 117, CP. O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
II - pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; (Redação
dada pela Lei nº 11.596, de 2007).
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Redação dada pela Lei nº
9.268, de 1º.4.1996)
VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
§1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição
produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que
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sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a
qualquer deles. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o
prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
O julgamento dos EREsp 1738968 põe fim à divergência entre a Quinta e a Sexta Turma do
STJ. Aquela Turma entendia que a proclamação da reincidência, não reconhecida de forma
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expressa na sentença, pelo juiz da execução, afrontaria a coisa julgada e o princípio non
reformatio in pejus.
Afasta-se a tese de ofensa à coisa julgada e ao princípio non reformatio in pejus, pois não
há agravamento do tempo da pena nem modificação de seu regime inicial. A relatora, Ministra
Laurita Vaz, ainda destacou que o Supremo Tribunal Federal, em decisões monocráticas, vem
decidindo neste sentido.
A relatora do processo, Ministra Nancy Andrighi, asseverou que tal autorização é necessária
tanto nas ações que o interditado precise ajuizar quanto nas que sejam movidas contra ele, nos
termos do artigo 1.748, V, do Código Civil.
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Art. 1.748, CC. Compete também ao tutor, com autorização do juiz:
I - pagar as dívidas do menor;
II - aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com encargos;
III - transigir;
IV - vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos
casos em que for permitido;
V - propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas as
diligências a bem deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos.
Parágrafo único. No caso de falta de autorização, a eficácia de ato do tutor
depende da aprovação ulterior do juiz.
Todavia, o colegiado fixou distinção relevante no que toca à convalidação dos atos. Não se
aplica às hipóteses discriminadas no artigo 1.749, do Diploma Civil, referida possibilidade. Assim,
enquanto a inobservância da exigência legal não implica nulidade absoluta no caso do artigo
1.748, a ofensa à regra do artigo 1.749 não é suscetível de ratificação posterior.
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QUADRO SINÓTICO
INOVAÇÕES LEGISLATIVAS
Altera a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, para possibilitar a conciliação
Lei nº 13.994/20 não presencial no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis.
TRIBUNAIS
Não há distinção entre acórdão condenatório inicial ou confirmatório da
HC 176.473/RR decisão para fins de interrupção da prescrição.
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LEGISLAÇÃO COMPILADA
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JURISPRUDÊNCIA
HC 176.473/RR
Decisão: O Tribunal, por maioria, indeferiu a ordem de habeas corpus e fixou a seguinte tese: "Nos termos do
inciso IV do artigo 117 do Código Penal, o Acórdão condenatório sempre interrompe a prescrição, inclusive quando
confirmatório da sentença de 1º grau, seja mantendo, reduzindo ou aumentando a pena anteriormente imposta",
nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello.
Plenário, Sessão Virtual de 17.4.2020 a 24.4.2020.
ADPF 457/GO
DA UNIÃO. DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (ART. 22, XXIV, CF). VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS
(ART. 5º, CAPUT, CF). DEVER ESTATAL NA PROMOÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMBATE À DESIGUALDADE E
À DISCRIMINAÇÃO DE MINORIAS. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL RECONHECIDAS.
PROCEDÊNCIA. 1. Compete privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (CF, art.
22, XXIV), de modo que os Municípios não têm competência legislativa para a edição de normas que tratem de
currículos, conteúdos programáticos, metodologia de ensino ou modo de exercício da atividade docente. A eventual
necessidade de suplementação da legislação federal, com vistas à regulamentação de interesse local (art. 30, I e
II, CF), não justifica a proibição de conteúdo pedagógico, não correspondente às diretrizes fixadas na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996). Inconstitucionalidade formal. 2. O exercício da jurisdição
constitucional baseia-se na necessidade de respeito absoluto à Constituição Federal, havendo, na evolução das
Democracias modernas, a imprescindível necessidade de proteger a efetividade dos direitos e garantias
fundamentais, em especial das minorias. 3. Regentes da ministração do ensino no País, os princípios atinentes à
liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (art. 206, II, CF) e ao pluralismo
de ideias e de concepções pedagógicas (art. 206, III, CF), amplamente reconduzíveis à proibição da censura em
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atividades culturais em geral e, consequentemente, à liberdade de expressão (art. 5º, IX, CF), não se direcionam
apenas a proteger as opiniões supostamente verdadeiras, admiráveis ou convencionais, mas também aquelas
eventualmente não compartilhada pelas maiorias. 4. Ao aderir à imposição do silêncio, da censura e, de modo mais
abrangente, do obscurantismo como estratégias discursivas dominantes, de modo a enfraquecer ainda mais a
fronteira entre heteronormatividade e homofobia, a Lei municipal impugnada contrariou um dos objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil, relacionado à promoção do bem de todos (art. 3º, IV, CF), e, por
consequência, o princípio segundo o qual todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (art.
5º, caput, CF). 5. A Lei 1.516/2015 do Município de Novo Gama – GO, ao proibir a divulgação de material com
referência a ideologia de gênero nas escolas municipais, não cumpre com o dever estatal de promover políticas de
inclusão e de igualdade, contribuindo para a manutenção da discriminação com base na orientação sexual e
identidade de gênero. Inconstitucionalidade material reconhecida. 6. Arguição de descumprimento de preceito
EREsp 1.738.968/MG
tipo legal, pelo Legislador; na sentença penal condenatória, pelo Juízo de conhecimento; e na execução penal, pelo
Juízo das Execuções. 2. A intangibilidade da sentença penal condenatória transitada em julgado não retira do Juízo
das Execuções Penais o dever de adequar o cumprimento da sanção penal às condições pessoais do réu. 3.
'Tratando-se de sentença penal condenatória, o juízo da execução deve se ater ao teor do referido decisum, no
tocante ao quantum de pena, ao regime inicial, bem como ao fato de ter sido a pena privativa de liberdade
substituída ou não por restritivas de direitos. Todavia, as condições pessoais do paciente, da qual é exemplo a
reincidência, devem ser observadas pelo juízo da execução para concessão de benefícios (progressão de regime,
livramento condicional etc.). (AgRg no REsp 1.642.746/ES, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 03/08/2017, DJe 14/08/2017). 4. Embargos de divergência acolhidos para, cassando o acórdão
embargado, dar provimento ao agravo regimental, para dar provimento ao recurso especial e, assim, também cassar
o acórdão recorrido e a decisão de primeiro grau, devendo o Juízo das Execuções promover a retificação do
atestado de pena para constar a reincidência, com todos os consectários daí decorrentes.
REsp 1.705.605/SC
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA NO CÓDIGO CIVIL DE 1916. OMISSÃO NO JULGADO.
INOCORRÊNCIA. EXAME DAS QUESTÕES RELEVANTES SUBMETIDAS AO ÓRGÃO JULGADOR. CURADOR JUDICIAL.
OUTORGA DE PROCURAÇÃO A TERCEIRO, EM NOME DA CURATELADA, SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. NULIDADE
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RELATIVA. ANULABILIDADE. CONVALIDAÇÃO OU RATIFICAÇÃO JUDICIAL POSTERIOR. POSSIBILIDADE.
CONTRATAÇÃO, PELO MANDATÁRIO, DE ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA PARA DEFESA DA INTERDITADA EM AÇÃO
defesa da interditada em ação rescisória que fora contra ela ajuizada. 3- Inexiste omissão no julgado que examine
as questões relevantes para o desate da controvérsia, ainda que em sentido diverso daquele pretendido pela parte.
4- A inobservância da regra do art. 427, VII, do CC/1916 (atual art. 1.748, V, do CC/2002), que prevê que caberá ao
tutor, e também ao curador, apenas mediante prévia autorização judicial, propor ou responder as ações que
envolvam o tutelado ou curatelado, é causa de nulidade relativa (ou anulabilidade) suscetível de convalidação e
ratificação judicial posterior. 5- A outorga de procuração, pelo curador judicial e cônjuge da interditada, para que
terceiro, em nome dela, celebrasse contrato de prestação de serviços advocatícios para defendê-la em ação
rescisória, deve ser reputada como válida, na vigência do CC/1916, tendo em vista o contexto normativo e social
que previa a cessão de uma vasta gama de poderes de gestão e de administração ao cônjuge varão e, sobretudo,
por não ter havido a transferência da curatela propriamente dita, mas, apenas a gestão dos bens de propriedade
dos cônjuges, bem como por ter sido buscado e atingido o melhor interesse da interditada. 6- Recurso especial
conhecido e desprovido.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Brasília: Presidência da República,
2002.
______. Lei nº 13.994, de 24 de abril de 2020. Altera a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995,
para possibilitar a conciliação não presencial no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis.
Brasília: Presidência da República, 2020.
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