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Supremo Tribunal Federal

Decisão sobre Repercussão Geral

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02/10/2014 PLENÁRIO

REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO


703.550 P ARANÁ

RELATOR : MIN. GILMAR MENDES


RECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL
RECDO.(A/S) : DOUGLAS VOI XAVIER
ADV.(A/S) : WALDEMAR DE MOURA JÚNIOR

Recurso extraordinário com agravo. Repercussão geral da questão


constitucional reconhecida. Reafirmação de jurisprudência. 2. Direito
Previdenciário. Magistério. Conversão do tempo de serviço especial em
comum. 3. Impossibilidade da conversão após a EC 18/81. Recurso
extraordinário provido.

Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reputou constitucional a


questão. O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a existência de
repercussão geral da questão constitucional suscitada. No mérito, por
maioria, reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria, vencido o
Ministro Marco Aurélio. Não se manifestou a Ministra Cármen Lúcia.

Ministro GILMAR MENDES


Relator

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02/10/2014 PLENÁRIO

REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO


703.550 P ARANÁ

MANIFESTAÇÃO

O Senhor Ministro Gilmar Mendes (Relator): Trata-se de


agravo contra decisão de inadmissibilidade de recurso
extraordinário em face de acórdão da Turma Nacional de
Uniformização da Jurisprudência dos Juizados Especiais
Federais, cuja ementa transcrevo a seguir:

ATIVIDADE ESPECIAL. PROFESSOR. JURISPRUDÊNCIA DO STJ E


PRECEDENTES DA TNU NO SENTIDO DE SER POSSÍVEL O
RECONHECIMENTO DA ATIVIDADE DE MAGISTÉRIO COMO
ESPECIAL, CONFORME PREVÊ O DECRETO Nº. 53.831, E SUA
CONVERSÃO EM TEMPO COMUM, MESMO APÓS A EC 18/81 ATÉ A
LEI 9.032/95. TEMPUS REGIT ACTUM. AS RESTRIÇÕES
IMPOSTAS PELA LEI 9.032/95 NÃO PODEM RETROAGIR.
INCIDENTE CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO COM A
DETERMINAÇÃO DE DEVOLUÇÃO DOS RECURSOS COM O MESMO
OBJETO ÀS TURMAS DE ORIGEM A FIM DE QUE, NOS TERMOS DO
ART. 15, §§1º E 3º, DO RI/TNU, MANTENHAM OU PROMOVAM A
ADEQUAÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA. (fl. 139)

No recurso extraordinário, interposto com fundamento


no art. 102, inciso III, alínea a, da Constituição
Federal, sustenta-se, em preliminar, a repercussão
geral da matéria deduzida no recurso. No mérito,
aponta-se violação do artigo 165, XX, da Constituição
Federal de 1967, na redação da EC 18/81, bem como dos
artigos 40, III, b; e 202, III, da Constituição
Federal de 1988, na sua redação original; e ainda dos
artigos 40, § 5º; e 201, § 8º, do texto
constitucional, na redação dada pela EC 20/98.

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ARE 703550 RG / PR

Defende-se, em síntese, que o acórdão recorrido, ao


reconhecer o direito à conversão de atividade de
magistério para a comum, com o intuito conceder a
aposentadoria por tempo de serviço/contribuição,
depois do advento da EC 18/81, violou, de forma
direta, o regime constitucional da aposentadoria por
tempo de serviço.

Nas contrarrazões, a parte recorrida aduz que a


disciplina constitucional da aposentadoria antecipada
do professor não prejudica a conversão do período de
exercício de efetivo magistério em tempo comum, por
força do direito adquirido à contagem diferenciada e
diante da inexistência de qualquer regra jurídica
impeditiva. (fl. 176)

O recurso não foi admitido na origem, ao fundamento de


que o acórdão recorrido estaria em conformidade com
entendimento consolidado do STF.

Interposto agravo em recurso extraordinário, o qual


restou provido, tendo em vista o preenchimento dos
pressupostos de admissibilidade (fl. 193).

A Procuradoria-Geral da República, em parecer da lavra


do Subprocurador-Geral da República Paulo Gustavo
Gonet Branco, pronunciou-se pelo provimento do
recurso extraordinário, com base na ofensa ao artigo
165, XX, da CF/69, na redação da EC 18/81; e ao art.
202, III, da CF/88, na sua redação original, porquanto
ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal já se
pronunciaram pela impossibilidade de conversão do
tempo de serviço especial de magistério em tempo

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comum. Ademais, com apoio no voto do Ministro Relator


Teori Zavascki no ARE-AgR 742.005, DJe 1º.4.2014,
concluiu que a EC 18/81 instituiu uma espécie de
aposentadoria por tempo de serviço, desvinculando o
benefício previdenciário da natureza especial da
atividade. (fl. 201)

É o relatório.

Decido.

Observados os demais requisitos de admissibilidade do


presente recurso, submeto a matéria à análise da
repercussão geral.

A questão constitucional discutida nos autos é a


possibilidade de conversão de tempo de
serviço/contribuição cumprido no exercício do
magistério, após a EC n. 18/81, em tempo de
serviço/contribuição comum.

A discussão transborda os interesses jurídicos das


partes, uma vez que envolve os direitos
previdenciários de uma classe inteira de
profissionais, positivamente discriminada pelo Poder
Constituinte, dada sua relevante função social.

Atualmente, o §8º do art. 201 do texto constitucional


dispõe que o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério
na Educação Infantil e no Ensino Fundamental e Médio,
terá reduzido em cinco anos o requisito de tempo de
contribuição, para fins de aposentadoria no regime
geral de previdência social.

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Por conseguinte, revela-se patente a


constitucionalidade e a relevância do presente debate
nos escopos jurídico, político, econômico e social, a
ensejar a sistemática da repercussão geral. Soma-se a
isso o enfrentamento da temática pelo Supremo Tribunal
Federal em diversas oportunidades, seja pelo Plenário,
seja pelos órgãos fracionários.

Tal quadro permite concluir que a TNU decidiu a


controvérsia em desacordo ao entendimento iterativo do
Supremo Tribunal Federal, qual seja, a aposentadoria
especial de professor pressupõe o efetivo exercício
dessa função, com exclusividade, pelo tempo mínimo
fixado na Constituição da República. Assim, para fins
de aposentadoria, não se permite a conversão do tempo
de magistério em exercício comum.

Nesse sentido, já se pronunciou o Pleno desta Corte em


controle concentrado de constitucionalidade:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONTAGEM


PROPORCIONAL DO TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO POR
PROFESSORES PARA EFEITO DE CONTAGEM DE TEMPO PARA
APOSENTADORIA COMUM. IMPUGNAÇÃO, PELO GOVERNADOR DO
ESTADO, DO PAR. 4. DO ART. 38 DA CONSTITUIÇÃO
ESTADUAL,QUE ASSIM DISPÕE: "NA CONTAGEM DO TEMPO DE
SERVIÇO PARA A APOSENTADORIA DO SERVIDOR AOS TRINTA E
CINCO ANOS DE SERVIÇO E DA SERVIDORA AOS TRINTA, O
PERIODO DE EXERCÍCIO DE ATIVIDADES QUE ASSEGUREM
DIREITO A APOSENTADORIA ESPECIAL SERÁ ACRESCIDO DE UM
SEXTO E DE UM QUINTO, RESPECTIVAMENTE." AÇÃO JULGADA
PROCEDENTE. . 1. O art. 40, III, "b", da Constituição
Federal, assegura o direito a aposentadoria especial,

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de forma que o tempo de efetivo exercício em funções


de magistério e contado com o acréscimo de 1/6 (um
sexto) e o da professora com o de 1/5 (um quinto), em
relação ao tempo de serviço exigido para a
aposentadoria comum (35 anos para o homem e 30 anos
para a mulher: alínea "a" do mesmo inciso e artigo). .
2. A expressão "efetivo exercício em funções de
magistério" (CF, art. 40, III, "b") contem a exigência
de que o direito a aposentadoria especial dos
professores só se aperfeiçoa quando cumprido
totalmente este especial requisito temporal no
exercício das especificas funções de magistério,
excluída qualquer outra. 3. Não e permitido ao
constituinte estadual fundir normas que regem a
contagem do tempo de serviço para as aposentadorias
normal e especial, contando proporcionalmente o tempo
de serviço exercido em funções diversas. 4. Ação
direta conhecida e julgada procedente, para declarar a
inconstitucionalidade do par. 4. do art. 38 da
Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, eis que a
norma do art. 40 da Constituição Federal e de
observância obrigatória por todos os níveis de Poder.
(ADI 178, Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ
26.4.1996)

Do mesmo modo, ambas as Turmas do Supremo Tribunal


Federal já se manifestaram favoráveis a essa posição:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


AGRAVO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL
E PREVIDENCIÁRIO. MAGISTÉRIO. IMPOSSIBILIDADE DA
CONVERSÃO DO TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM TEMPO DE
SERVIÇO COMUM. PRECEDENTE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO. (ARE-ED 655.682, Rel. Min. Cármen

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Lúcia, Primeira Turma, DJE 9.4.2012)

Agravo regimental no recurso extraordinário com


agravo. Magistério. Aposentadoria. Tempo de serviço
especial. Conversão em tempo de serviço comum.
Impossibilidade. Precedentes. 1. É firme o
entendimento desta Corte no sentido de que, para
efeito de aposentadoria, não é possível a conversão do
tempo de magistério em tempo de exercício comum. 2.
Agravo regimental não provido. (ARE 703551 AgR, Rel.
Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, DJe 6.12.2012)

AGRAVO REGIMENTAL. APOSENTADORIA COMUM. REGIME


PRÓPRIO. APROVEITAMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO
NO MAGISTÉRIO, MEDIANTE FATOR DE CONVERSÃO.
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. É pacífica a
jurisprudência desta Corte no sentido de que não é
possível fundir normas que regem a contagem do tempo
de serviço para as aposentadorias normal e especial,
contando proporcionalmente o tempo de serviço exercido
em funções diversas, pois a aposentadoria especial é a
exceção, e, como tal, sua interpretação só pode ser
restritiva (ADI 178, rel. min. Maurício Corrêa,
Tribunal Pleno, DJ 26.04.1996). Agravo regimental a
que se nega provimento. (RE-AgR 288.640, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, DJe 1º.2.2012)

Ademais, confiram-se as seguintes decisões


monocráticas: RE 783.331, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, DJe 1º.8.2014; RE 814.205, Rel. Min.
Marco Aurélio, DJe 17.6.2014; ARE 788.264, de minha
relatoria, DJe 22.4.2014.

No âmbito da ARE-AgR 742.005, Rel. Min. Teori

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Zavascki, DJe 1º.4.2014, a Segunda Turma teve


oportunidade de assentar a vigência da EC 18/81 como
marco temporal para vedar a conversão do tempo de
serviço especial em comum:

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. MAGISTÉRIO. CONVERSÃO DO
TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. SERVIÇO PRESTADO
ANTES DA EC 18/81. POSSIBILIDADE. 1. No regime
anterior à Emenda Constitucional 18/81, a atividade de
professor era considerada como especial (Decreto
53.831/64, Anexo, Item 2.1.4). Foi a partir dessa
Emenda que a aposentadoria do professor passou a ser
espécie de benefício por tempo de contribuição, com o
requisito etário reduzido, e não mais uma
aposentadoria especial. 2. Agravo regimental a que se
dá parcial provimento. (ARE 742005 AgR, Rel. Min.
TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe 1º.4.2014)

Ante o exposto, manifesto-me pela existência de


repercussão geral da questão constitucional suscitada
e pela reafirmação da jurisprudência desta Corte, a
fim de assentar a vedação da conversão do tempo de
serviço especial em comum na função de magistério após
a EC 18/81.

Posto isso, voto pelo conhecimento do agravo e pelo


provimento do recurso extraordinário para afastar a
conversão do tempo de serviço especial em comum na
função de magistério do recorrente após a EC 18/81, e,
se houver, pela inversão dos honorários, nos termos da
legislação processual.

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703.550 P ARANÁ

PRONUNCIAMENTO

TEMPO DE SERVIÇO – PROFESSOR –


CONVERSÃO EM ESPECIAL – EMENDA
CONSTITUCIONAL Nº 18/81 –
ADMISSIBILIDADE NA ORIGEM –
RECURSO EXTRAORDINÁRIO –
REPERCUSSÃO GERAL
CONFIGURADA – JULGAMENTO PELO
PLENO.

1. O Gabinete prestou as seguintes informações:

Eis a síntese do que discutido no Recurso Extraordinário


com Agravo nº 703.550/PR, da relatoria do ministro Gilmar
Mendes, inserido no sistema eletrônico da repercussão geral em
12 de setembro de 2014.

O processo revela ação por intermédio da qual a parte


pretende a revisão do benefício de aposentadoria proporcional
por tempo de serviço, ante o reconhecimento, como período de
serviço especial, do trabalho desenvolvido como professor,
antes da entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 20/98 –
6 de agosto de 1984 a 25 de fevereiro de 1985 e 1º de abril de
1991 a 15 de dezembro de 1998. O pedido foi julgado
procedente pelo Juízo.

A Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais


Federais da Seção Judiciária do Paraná, ao prover o recurso
inominado interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social
– INSS, reformou a sentença e julgou improcedente o pleito.
Asseverou que, até a publicação da Emenda Constitucional nº
18/81, de 9 de julho de 1981, o serviço prestado como

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professor era considerado especial, consoante o disposto no


Decreto nº 53.831/64. A partir dessa data, consignou, a atividade
somente seria tida como tal se realizada em ambiente sujeito a
agentes nocivos e insalubres, conforme a regra geral.
Acrescentou que a passagem do profissional à inatividade
mereceu tratamento diferenciado pela Carta da República, com
a redução em cinco anos do tempo de serviço necessário à
aposentadoria daquele que exerce exclusivamente o magistério.
Observou não ter havido a comprovação dessa circunstância.

A Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência


dos Juizados Especiais Federais acolheu pedido referente ao
incidente suscitado para condenar o INSS a revisar o benefício,
convertendo em especial os períodos de 6 de agosto de 1984 a
25 de fevereiro de 1985 e 1º de abril de 1991 a 28 de abril de
1995. Frisou que a legislação aplicável à espécie é aquela
vigente ao tempo da prestação do serviço e, nos termos do
Decreto nº 53.831/64, reconheceu a atividade de magistério
como especial até o advento da Lei nº 9.032/95, por meio da
qual se passou a exigir a efetiva comprovação da exposição a
agentes nocivos ou prejudiciais para tanto.

Os embargos de declaração interpostos foram providos


para afastar omissão no acordão, sem efeitos modificativos.
Afirmou-se que os dispositivos constitucionais que instituíram
aposentadoria com redução do tempo mínimo de contribuição
em razão do efetivo exercício da função de magistério não são
incompatíveis com o previsto no Decreto nº 53.831/64, que
permite o reconhecimento de período laborado como professor
como sendo de atividade especial, com a possibilidade de
conversão em tempo comum para efeito de aposentadoria por
tempo de serviço. Esclareceu-se que, até 29 de abril de 1995, o
docente podia optar pela aposentadoria especial aos 30 ou 25
anos de contribuição ou converter o tempo especial de
magistério em comum visando a concessão de aposentadoria
por tempo de serviço, segundo as regras aplicáveis aos

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trabalhadores em geral.

No extraordinário, protocolado com alegada base na


alínea “a” do permissivo constitucional, o INSS argui
desrespeito aos artigos 165, inciso XX, da Carta de 1967, na
redação conferida pela Emenda Constitucional nº 18/81, 40,
inciso III, alínea “b”, e 202, inciso III, da Carta de 1988, na
redação original, e 40, § 5º e 201, § 8º, com a redação da Emenda
Constitucional nº 20/98. Sustenta que, após a Emenda
Constitucional nº 18/81, a aposentadoria de professor dissociou-
se das regras da aposentadoria especial por periculosidade,
insalubridade ou penosidade, ficando submetida a normas
constitucionais próprias, que permitem a aposentação em
condições peculiares, mediante a redução do tempo de
contribuição para o implemento do benefício previdenciário,
desde que comprovado período de trabalho no qual
desenvolvida exclusivamente atividade de magistério. Ressalta
não ser possível a reunião de regimes diversos. Aduz que, se o
segurado não conta com 30 ou 25 anos de docência, somente
poderá pleitear aposentadoria proporcional por tempo de
serviço, sem que o período trabalhado como professor mereça
contagem diferenciada. Cita precedentes do Supremo nesse
sentido.

Sob o ângulo da repercussão geral, afirma que a matéria


versada no recurso ultrapassa os limites subjetivos da lide,
mostrando-se relevante do ponto de vista econômico, político,
social e jurídico. Salienta que o tema tem reflexos no
planejamento de custeio da Previdência Social e pode afetar a
manutenção do sistema de seguridade pública. Assevera que a
orientação firmada alcançará diversos casos semelhantes.

A parte recorrida apresentou contrarrazões, apontando o


acerto do ato impugnado.

O extraordinário não foi admitido na origem. Seguiu-se a

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interposição de agravo, no qual se defendeu a sequência do


recurso.

O ministro Gilmar Mendes, em 12 de maio de 2014, deu


provimento ao agravo e determinou o processamento do
extraordinário.

A Procuradoria Geral da República, em parecer, opina


pelo provimento do recurso, assinalando que o entendimento
da Turma Nacional de Uniformização não se coaduna com o do
Supremo.

Consta da presente repercussão geral questão relativa à


reafirmação da jurisprudência do Tribunal no sentido de vedar
a conversão do tempo de serviço especial em comum na função
de magistério após a Emenda Constitucional nº 18/81, havendo
o relator provido o extraordinário.

Eis o pronunciamento do ministro Gilmar Mendes:

O Senhor Ministro Gilmar Mendes (Relator): Trata-se


de agravo contra decisão de inadmissibilidade de recurso
extraordinário em face de acórdão da Turma Nacional de
Uniformização da Jurisprudência dos Juizados Especiais
Federais, cuja ementa transcrevo a seguir:

ATIVIDADE ESPECIAL. PROFESSOR.


JURISPRUDÊNCIA DO STJ E PRECEDENTES DA
TNU NO SENTIDO DE SER POSSÍVEL O
RECONHECIMENTO DA ATIVIDADE DE
MAGISTÉRIO COMO ESPECIAL, CONFORME
PREVÊ O DECRETO Nº. 53.831, E SUA
CONVERSÃO EM TEMPO COMUM, MESMO
APÓS A EC 18/81 ATÉ A LEI 9.032/95. TEMPUS
REGIT ACTUM. AS RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELA

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LEI 9.032/95 NÃO PODEM RETROAGIR.


INCIDENTE CONHECIDO E PARCIALMENTE
PROVIDO COM A DETERMINAÇÃO DE
DEVOLUÇÃO DOS RECURSOS COM O MESMO
OBJETO ÀS TURMAS DE ORIGEM A FIM DE QUE,
NOS TERMOS DO ART. 15, §§1º E 3º, DO RI/TNU,
MANTENHAM OU PROMOVAM A ADEQUAÇÃO
DA DECISÃO RECORRIDA. (fl. 139)

No recurso extraordinário, interposto com


fundamento no art. 102, inciso III, alínea a, da Constituição
Federal, sustenta-se, em preliminar, a repercussão geral da
matéria deduzida no recurso. No mérito, aponta-se
violação do artigo 165, XX, da Constituição Federal de
1967, na redação da EC 18/81, bem como dos artigos 40,
III, b; e 202, III, da Constituição Federal de 1988, na sua
redação original; e ainda dos artigos 40, § 5º; e 201, § 8º, do
texto constitucional, na redação dada pela EC 20/98.

Defende-se, em síntese, que o acórdão recorrido, ao


reconhecer o direito à conversão de atividade de
magistério para a comum, com o intuito conceder a
aposentadoria por tempo de serviço/contribuição, depois
do advento da EC 18/81, violou, de forma direta, o regime
constitucional da aposentadoria por tempo de serviço.

Nas contrarrazões, a parte recorrida aduz que a


disciplina constitucional da aposentadoria antecipada do
professor não prejudica a conversão do período de
exercício de efetivo magistério em tempo comum, por
força do direito adquirido à contagem diferenciada e
diante da inexistência de qualquer regra jurídica
impeditiva. (fl. 176)

O recurso não foi admitido na origem, ao


fundamento de que o acórdão recorrido estaria em

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conformidade com entendimento consolidado do STF.

Interposto agravo em recurso extraordinário, o qual


restou provido, tendo em vista o preenchimento dos
pressupostos de admissibilidade (fl. 193).

A Procuradoria-Geral da República, em parecer da


lavra do Subprocurador-Geral da República Paulo
Gustavo Gonet Branco, pronunciou-se pelo provimento
do recurso extraordinário, com base na ofensa ao artigo
165, XX, da CF/69, na redação da EC 18/81; e ao art. 202,
III, da CF/88, na sua redação original, porquanto ambas as
Turmas do Supremo Tribunal Federal já se pronunciaram
pela impossibilidade de conversão do tempo de serviço
especial de magistério em tempo comum. Ademais, com
apoio no voto do Ministro Relator Teori Zavascki no ARE-
AgR 742.005, DJe 1º.4.2014, concluiu que a EC 18/81
instituiu uma espécie de aposentadoria por tempo de
serviço, desvinculando o benefício previdenciário da
natureza especial da atividade. (fl. 201)

É o relatório.

Decido.

Observados os demais requisitos de admissibilidade


do presente recurso, submeto a matéria à análise da
repercussão geral.

A questão constitucional discutida nos autos é a


possibilidade de conversão de tempo de
serviço/contribuição cumprido no exercício do magistério,
após a EC n. 18/81, em tempo de serviço/contribuição
comum.

A discussão transborda os interesses jurídicos das

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partes, uma vez que envolve os direitos previdenciários de


uma classe inteira de profissionais, positivamente
discriminada pelo Poder Constituinte, dada sua relevante
função social.

Atualmente, o §8º do art. 201 do texto constitucional


dispõe que o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
Educação Infantil e no Ensino Fundamental e Médio, terá
reduzido em cinco anos o requisito de tempo de
contribuição, para fins de aposentadoria no regime geral
de previdência social.

Por conseguinte, revela-se patente a


constitucionalidade e a relevância do presente debate nos
escopos jurídico, político, econômico e social, a ensejar a
sistemática da repercussão geral. Soma-se a isso o
enfrentamento da temática pelo Supremo Tribunal Federal
em diversas oportunidades, seja pelo Plenário, seja pelos
órgãos fracionários.

Tal quadro permite concluir que a TNU decidiu a


controvérsia em desacordo ao entendimento iterativo do
Supremo Tribunal Federal, qual seja, a aposentadoria
especial de professor pressupõe o efetivo exercício dessa
função, com exclusividade, pelo tempo mínimo fixado na
Constituição da República. Assim, para fins de
aposentadoria, não se permite a conversão do tempo de
magistério em exercício comum.

Nesse sentido, já se pronunciou o Pleno desta Corte


em controle concentrado de constitucionalidade:

AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. CONTAGEM
PROPORCIONAL DO TEMPO DE SERVIÇO

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PRESTADO POR PROFESSORES PARA EFEITO DE


CONTAGEM DE TEMPO PARA APOSENTADORIA
COMUM. IMPUGNAÇÃO, PELO GOVERNADOR
DO ESTADO, DO PAR. 4. DO ART. 38 DA
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL,QUE ASSIM DISPÕE:
"NA CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO PARA
A APOSENTADORIA DO SERVIDOR AOS TRINTA
E CINCO ANOS DE SERVIÇO E DA SERVIDORA
AOS TRINTA, O PERIODO DE EXERCÍCIO DE
ATIVIDADES QUE ASSEGUREM DIREITO A
APOSENTADORIA ESPECIAL SERÁ ACRESCIDO
DE UM SEXTO E DE UM QUINTO,
RESPECTIVAMENTE." AÇÃO JULGADA
PROCEDENTE. . 1. O art. 40, III, "b", da Constituição
Federal, assegura o direito a aposentadoria especial,
de forma que o tempo de efetivo exercício em
funções de magistério e contado com o acréscimo de
1/6 (um sexto) e o da professora com o de 1/5 (um
quinto), em relação ao tempo de serviço exigido para
a aposentadoria comum (35 anos para o homem e 30
anos para a mulher: alínea "a" do mesmo inciso e
artigo). . 2. A expressão "efetivo exercício em funções
de magistério" (CF, art. 40, III, "b") contem a
exigência de que o direito a aposentadoria especial
dos professores só se aperfeiçoa quando cumprido
totalmente este especial requisito temporal no
exercício das especificas funções de magistério,
excluída qualquer outra. 3. Não e permitido ao
constituinte estadual fundir normas que regem a
contagem do tempo de serviço para as
aposentadorias normal e especial, contando
proporcionalmente o tempo de serviço exercido em
funções diversas. 4. Ação direta conhecida e julgada
procedente, para declarar a inconstitucionalidade do
par. 4. do art. 38 da Constituição do Estado do Rio
Grande do Sul, eis que a norma do art. 40 da

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Constituição Federal e de observância obrigatória


por todos os níveis de Poder. (ADI 178, Min.
Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 26.4.1996)

Do mesmo modo, ambas as Turmas do Supremo


Tribunal Federal já se manifestaram favoráveis a essa
posição:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO.
CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL.
CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO.
MAGISTÉRIO. IMPOSSIBILIDADE DA
CONVERSÃO DO TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL
EM TEMPO DE SERVIÇO COMUM. PRECEDENTE.
AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO. (ARE-ED 655.682, Rel. Min. Cármen
Lúcia, Primeira Turma, DJE 9.4.2012)

Agravo regimental no recurso extraordinário


com agravo. Magistério. Aposentadoria. Tempo de
serviço especial. Conversão em tempo de serviço
comum. Impossibilidade. Precedentes. 1. É firme o
entendimento desta Corte no sentido de que, para
efeito de aposentadoria, não é possível a conversão
do tempo de magistério em tempo de exercício
comum. 2. Agravo regimental não provido. (ARE
703551 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Primeira
Turma, DJe 6.12.2012)

AGRAVO REGIMENTAL. APOSENTADORIA


COMUM. REGIME PRÓPRIO. APROVEITAMENTO
DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO NO
MAGISTÉRIO, MEDIANTE FATOR DE
CONVERSÃO. IMPOSSIBILIDADE.
PRECEDENTES. É pacífica a jurisprudência desta

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Corte no sentido de que não é possível fundir


normas que regem a contagem do tempo de serviço
para as aposentadorias normal e especial, contando
proporcionalmente o tempo de serviço exercido em
funções diversas, pois a aposentadoria especial é a
exceção, e, como tal, sua interpretação só pode ser
restritiva (ADI 178, rel. min. Maurício Corrêa,
Tribunal Pleno, DJ 26.04.1996). Agravo regimental a
que se nega provimento. (RE-AgR 288.640, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, DJe 1º.2.2012)

Ademais, confiram-se as seguintes decisões


monocráticas: RE 783.331, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, DJe 1º.8.2014; RE 814.205, Rel. Min. Marco
Aurélio, DJe 17.6.2014; ARE 788.264, de minha relatoria,
DJe 22.4.2014.

No âmbito da ARE-AgR 742.005, Rel. Min. Teori


Zavascki, DJe 1º.4.2014, a Segunda Turma teve
oportunidade de assentar a vigência da EC 18/81 como
marco temporal para vedar a conversão do tempo de
serviço especial em comum:

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL


NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM
AGRAVO. MAGISTÉRIO. CONVERSÃO DO
TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM.
SERVIÇO PRESTADO ANTES DA EC 18/81.
POSSIBILIDADE. 1. No regime anterior à Emenda
Constitucional 18/81, a atividade de professor era
considerada como especial (Decreto 53.831/64,
Anexo, Item 2.1.4). Foi a partir dessa Emenda que a
aposentadoria do professor passou a ser espécie de
benefício por tempo de contribuição, com o requisito
etário reduzido, e não mais uma aposentadoria
especial. 2. Agravo regimental a que se dá parcial

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provimento. (ARE 742005 AgR, Rel. Min. TEORI


ZAVASCKI, Segunda Turma, DJe 1º.4.2014)

Ante o exposto, manifesto-me pela existência de


repercussão geral da questão constitucional suscitada e
pela reafirmação da jurisprudência desta Corte, a fim de
assentar a vedação da conversão do tempo de serviço
especial em comum na função de magistério após a EC
18/81.

Posto isso, voto pelo conhecimento do agravo e pelo


provimento do recurso extraordinário para afastar a
conversão do tempo de serviço especial em comum na
função de magistério do recorrente após a EC 18/81, e, se
houver, pela inversão dos honorários, nos termos da
legislação processual.

2. Inicialmente, consigno que, mediante ato individual, o relator


proveu o agravo de instrumento. No mais, o tema é passível de análise
pelo Colegiado em reunião física, presente a conversão do tempo de
serviço especial em comum considerado o período posterior à Emenda
Constitucional nº 18/81.

3. Limito-me a aquiescer à óptica segundo a qual está configurada a


repercussão geral.

4. À Assessoria, para o acompanhamento do incidente, inclusive em


relação a processos que, no Gabinete, versem a mesma matéria.

5. Publiquem.

Brasília – residência –, 28 de setembro de 2014, às 12h15.

Ministro MARCO AURÉLIO

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