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Supremo Tribunal Federal

Decisão sobre Repercussão Geral

Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9

24/02/2022 PLENÁRIO

REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO


1.320.744 DISTRITO FEDERAL

RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES


RECTE.(S) : WARLEY DOS SANTOS BARROS
ADV.(A/S) : ADILSON PINHEIRO DOS SANTOS
RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO
FEDERAL E TERRITÓRIOS

EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO.


POLICIAL MILITAR CONDENADO PELOS DELITOS DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA (ART. 129, § 9º, DO CÓDIGO PENAL) E DISPARO DE
ARMA DE FOGO (ART. 15, CAPUT, DA LEI 10.826/2003). ALEGADA
INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR PARA DECRETAR A PERDA
DO POSTO, PATENTE OU GRADUAÇÃO MILITAR, EM
DECORRÊNCIA DE SENTENÇA CONDENATÓRIA PROFERIDA PELA
JUSTIÇA COMUM. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA.
1. Revela especial relevância, na forma do art. 102, § 3º, da
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, delimitar o alcance da competência da
Justiça Militar para decretar, com base no art. 125, § 4º, da CF/1988,
especialmente à luz da redação que lhe foi conferida após o advento da
EC 45/2004, a perda do posto, patente ou graduação de militar que teve
contra si uma sentença condenatória, independentemente da natureza do
crime por ele cometido.
2. Repercussão geral da matéria reconhecida, nos termos do art.
1.035 do CPC.

Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reputou constitucional a


questão. O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a existência de
repercussão geral da questão constitucional suscitada.

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ARE 1320744 RG / DF

Ministro ALEXANDRE DE MORAES


Relator

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REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO


1.320.744 DISTRITO FEDERAL

Título do tema: Inteligência do artigo 125, § 4º, da Constituição


Federal, pela redação conferida após o advento da EC 45/04. Alcance da
competência da Justiça Militar para decretar a perda do posto, patente
ou graduação de militar que teve contra si uma sentença condenatória,
independentemente da natureza do crime por ele cometido.

MANIFESTAÇÃO

O Senhor Ministro Alexandre de Moraes (Relator): Trata-se de


Agravo em Recurso Extraordinário interposto em face de acórdão
proferido pelo Plenário do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São
Paulo (TJM/SP) que, à unanimidade, rejeitou a preliminar de
incompetência e, no mérito, por maioria de votos, julgou procedente a
representação ministerial para decretar a perda da graduação de praça do
ora recorrente. O julgamento restou assim ementado (e-STJ, fls. 167/168):

“POLICIAL MILITAR — CONDENAÇÃO —


VIOLÊNCIA DOMESTICA E DISPARO DE ARMA DE
FOGO – REPRESENTAÇÃO DA PROCURADORIA DE
JUSTIÇA PARA EVENTUAL DECRETAÇÃO DA PERDA DE
GRADUAÇÃO DO REPRESENTADO — ALEGAÇÃO
PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
MILITAR — NO MÉRITO, PEDE A RECONSIDERAÇÃO
PELA VIDA PREGRESSA DO REPRESENTADO — ATO
CRIMINOSO ISOLADO NA VIDA FUNCIONAL DO
REPRESENTADO — AFRONTA AOS PRINCIPIOS DA
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE —
REPRESENTAÇÃO PROCEDENTE
Policial militar condenado pela prática dos crimes descritos no
art. 129, § 9° do CP e art. 15, caput, da Lei 10.826/03 teve a
condenação transitada em julgado. O D. Procurador de Justiça, nos
termos do art. 125, § 4°, da Constituição Federal, e art. 81, § 1°, da
Constituição do Estado de São Paulo, propôs a instauração do feito
para a devida análise da repercussão da condenação criminal no

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âmbito do pundonor militar. A higidez do feito principal evidenciou


que a conduta do representado maculou o decoro militar, objeto desta
representação e, diante da impossibilidade de se reexaminar o mérito
da condenação criminal precedente, decreta-se a perda de sua
graduação e a cassação de eventuais medalhas, láureas e condecorações
outorgadas, com o devido registro nos seus assentamentos
individuais.”

Opostos Embargos de Declaração, objetivando sanar suposta


omissão e prequestionar as matérias (e-STJ, fls. 187/188), estes tiveram seu
provimento negado pelo Tribunal de origem, também à unanimidade (e-
STJ, fls. 192/195).
No apelo extremo, interposto com amparo no art. 102, III, a, da
Constituição Federal, o recorrente defende a existência da repercussão
geral do tema debatido, bem como ter havido o devido
prequestionamento da matéria constitucional levantada, sustentando que
o acórdão violou o art. 125, § 4º, da CF/88 (e-STJ, fls. 209/215).
Argumenta que o acordão recorrido diverge da consolidada
jurisprudência do STF “no sentido de que compete à Justiça Militar Estadual
decidir sobre a perda da graduação de praças somente quando se tratar de crime
que a ela caiba processar e julgar, ou seja, crimes militares, o que não se verifica
na espécie”. Acrescenta que, como foi julgado pela Justiça comum e
condenado pela prática de crimes comuns, “deveria o órgão judicante, na
mesma oportunidade, observar o art. 92, inciso I, do Código Penal, que prevê a
perda do cargo ou da função pública como efeito secundário da condenação, o que
não ocorreu”.
Por fim, pede que o recurso seja conhecido e provido, “a fim de que
seja anulado o acórdão para que seja mantida a graduação de Praça do
recorrente”.
Contrarrazões do Ministério Público do Estado de São Paulo
(MP/SP) assentando o seguinte: “Na esteira do que há muito tempo vem
decidindo esta Colenda Presidência, em hipóteses assemelhadas, os recursos raros
não atendem aos requisitos de admissibilidade, versando sobre matéria de há
muito vencida nas Superiores Cortes, bem como reclamando revolvimento de

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matéria fática ou pertinente a direito local, o que tampouco se aceita” (e-STJ, fl.
217).
O Tribunal a quo inadmitiu o apelo extremo ao fundamento de que
incide o óbice da Súmula 284/STF, na medida em que “Muito embora o
Recorrente não vincule sua argumentação ao citado dispositivo do CPM [art.
102], há de se reconhecer a deficiência no postulado, já que o próprio E. STF
testifica a existência de um processo específico, inaugurado pela redação do § 4°
do artigo 125, da CF/1988” (e-STJ, fls. 218/220).
No Agravo, a parte recorrente sustenta a admissibilidade do apelo e
reitera que o acórdão recorrido “colidiu frontalmente com inúmeras decisões
desta Suprema Corte que sempre foi firme no sentido de que a Justiça Militar
estadual tem competência para decidir a respeito da perda da graduação das
praças apenas como pena acessória de crime de sua respectiva competência”. Ao
final, pugna pelo conhecimento e provimento do Agravo para que se
viabilize o julgamento do Recurso Extraordinário anteriormente
interposto e “seja declarada a incompetência a Justiça Militar estadual para
decidir a respeito da perda da graduação das praças em decorrência de processo
oriundo da Justiça comum” (e-STJ, fls. 233/240).
Contrarrazões do MP/SP opinando pelo não provimento do apelo
“nos termos da respeitável referida decisão judicial monocrática (ID268868) e da
manifestação de nosso ilustre Colega de Procuradoria de Justiça (ID 267756)” (e-
STJ, fl. 243).
Concomitantemente ao Recurso Extraordinário, o ora recorrente
interpôs Recurso Especial (e-STJ, fls. 200/207), devidamente
contrarrazoado pelo MP/SP (e-STJ, fl. 217), o qual foi inadmitido pela
Presidência do Tribunal a quo (e-STJ, fls. 218/220). Adveio, então, Agravo
em Recurso Especial (e-STJ, fls. 226/231), que, após receber as
contrarrazões do MP/SP (e-STJ, fl. 243), foi remetido ao Superior Tribunal
de Justiça (e-STJ, fls. 244/245). Perante o Tribunal da Cidadania, o AResp
sequer foi conhecido por não ter impugnado especificamente os
fundamentos da decisão agravada (e-STJ, fls. 253/254), ensejando a
interposição de Agravo Regimental (e-STJ, fls. 259/261), o qual também
não foi conhecido, à unanimidade, pela Sexta Turma do STJ (e-STJ, fls.

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278/281), e cujo acórdão transitou em julgado em 7/4/2021 (e-STJ, fl. 286).


O feito foi a mim distribuído em 30/4/2021 (eDoc. 5).
É o relatório. DECIDO.
O presente recurso preenche os pressupostos de conhecimento
definidos na legislação processual.
Em primeiro lugar, o Agravo suscita questão constitucional
expressamente abordada pelo TJM/SP. Está configurado, portanto, o
requisito do prequestionamento.
Nesse sentido, cito trecho do voto condutor do acórdão proferido
pelo Tribunal a quo, cujo eminente Relator, apesar de vencido quanto ao
mérito, teve o seu entendimento aderido pela corrente vencedora no que
diz respeito à rejeição da preliminar de incompetência arguida pela
defesa, nos seguintes termos (e-STJ, fls. 174/177):

“A nobre e combativa Defensoria sustenta incompetência


da Justiça Militar para conhecer e julgar o presente processo em
face da condenação que lastreou a representação ter sido
proferida perante a Justiça Comum.
Não obstante os arestos trazidos à colação para o sustento
de sua tese, nem mesmo os tribunais superiores, com o respeito
que temos por seus prolatores, não possui força para vincular
nossa decisão em face da clareza solar do art. 125, § 4°, da
Constituição Cidadã. Verbis:

‘Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os


militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as
ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao
tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da
patente dos oficiais e da graduação das praças". (grifo
nosso).

Aqui, não há qualquer ressalva à que tipo de crime


(militar ou comum) deveria o representado ter cometido para
perder sua vitaliciedade.

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O Constituinte tratou desse assunto mais adiante,


precisamente no o art. 142, § 3°, VI. Confirmou a vitaliciedade
do oficial determinou que ele ‘... só perderá oposto e a patente se
for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão
de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de
tribunal especial, em tempo de guerra’ e, na sequência, no inciso
VII, especificou que o faltoso será submetido a esse processo
pelo cometimento de crime comum ou militar.
Seguindo o espírito do Constituinte de igualar o
tratamento dado aos militares, tanto as praças como aos oficiais,
fez consignar no art. 42, § 1° da CF que: ‘Aplicam-se aos
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do
que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8°; do art. 40,
§ 9°; e do art. 142 §§ 2° e 3° cabendo a lei estadual específica dispor
sobre as matérias do art. 142, § 3°, inciso X sendo as patentes dos
oficiais conferidas pelos respectivos governadores’.
Assim, pela leitura desses dispositivos, sem maiores
recursos hermenêuticos, não resta dúvida de que a condição de
procedibilidade da presente representação poderá ser
alicerçada em condenação criminal oriunda de juízo militar ou
comum.
Não é por outros motivos que esta E. Corte de Justiça
possui entendimento uníssono sobre a matéria:
[...]
Sobre o tema, em recente acórdão (2018) o Tribunal da
Cidadania, ao julgar Recurso em Mandado de Segurança contra
acórdão desta Casa de Justiça, de minha relatoria, versando
sobre o mesmo tema, reafirmou a tese aqui esposada. Por sua
clareza, vale a transcrição de trechos da v. decisão:
[...]
Portanto, confirmo a competência deste tribunal para
conhecer e julgar a presente representação, afastando a
preliminar arguida.”

De outro lado, é superlativa a relevância do tema discutido. Em jogo,


o alcance da competência da Justiça castrense para decretar a perda do

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posto, patente ou graduação de militar que teve contra si uma sentença


condenatória, independentemente da natureza do delito por ele cometido
(seja ele militar ou comum). Em outras palavras, discute-se qual a
interpretação mais adequada ao art. 125, § 4º, da CF/88, especialmente à
luz da redação que lhe foi conferida após o advento da EC 45/04, que
ampliou consideravelmente a competência da Justiça Militar.
Na presente hipótese, portanto, patente a repercussão geral.
Os Recursos Extraordinários somente serão conhecidos e julgados,
quando essenciais e relevantes as questões constitucionais a serem
analisadas, sendo imprescindível ao recorrente, em sua petição de
interposição de recurso, a apresentação formal e motivada da repercussão
geral que demonstre, perante o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a
existência de acentuado interesse geral na solução das questões
constitucionais discutidas no processo, que transcenda a defesa
puramente de interesses subjetivos e particulares.
Foi cumprida, no caso, obrigação do recorrente de apresentar, formal
e motivadamente, a repercussão geral, demonstrando a relevância da
questão constitucional debatida que ultrapasse os interesses subjetivos da
causa, conforme exigência constitucional, legal e regimental (art. 102, § 3º,
da CF/88, c/c art. 1.035, § 2º, do Código de Processo Civil de 2015 e art.
327, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).
Com efeito, (a) o tema controvertido é portador de ampla
repercussão e de suma importância para o cenário político, social e
jurídico e (b) a matéria não interessa única e simplesmente às partes
envolvidas na lide.
Inclusive, o Plenário desta SUPREMA CORTE, no julgamento do
RE 447.859 (Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Plenário, DJe de 20/8/2015),
ao se debruçar sobre matéria similar, concluiu, por maioria, que a pena
acessória prevista no art. 102 do Código Penal Militar (CPM), além de
possuir plena eficácia, aplica-se de maneira automática e imediata,
sendo desnecessário, portanto, a abertura de processo específico para
tanto. Referido julgamento, que reforça a relevância e importância do
tema ora em discussão, foi assim ementado:

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“FORÇA MILITAR – PRAÇA – PERDA DO POSTO.


Relativamente a praça, é inexigível pronunciamento de
Tribunal, em processo específico, para que se tenha a perda do
posto.”

Em recente sessão virtual (realizada entre os dias 19 e 26/3/2021), o


Plenário manteve o entendimento firmado no RE 447.859, e, por
unanimidade, conheceu dos Embargos de Declaração opostos pelos
condenados, e negou-lhes provimento, nos termos do voto do relator. O
julgamento restou assim ementado (DJe de 15/4/2021):

“COISA JULGADA – PRONUNCIAMENTO JUDICIAL –


CAPÍTULOS – AUTONOMIA. O título condenatório compõe-se
de capítulos – autônomos e passíveis de cisão entre si – que se
formam em relação a cada objeto específico da decisão”

Neste caso, consta dos autos que o recorrente, após ser denunciado
pelo MP/SP, foi processado e julgado perante o Juízo de Direito da Vara
Única da Comarca de Pariquera-Açu/SP, do Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo (TJ/SP), e, ao final, mediante sentença proferida em
11/1/2017, condenado à pena de 3 (três) meses de detenção, por infração
ao art. 129, § 9°, do Código Penal, e à pena de 2 (dois) anos de reclusão e
10 (dez) dias-multa, por infração ao delito previsto no art. 15, caput, da Lei
10.826/03 (e-STJ, fls. 11/14). Referida sentença foi mantida in totum pela 8ª
Câmara de Direito Criminal do TJ/SP, a qual, por unanimidade, negou
provimento ao recurso de apelação defensiva (e-STJ, fls. 15/24).
Por essas razões, manifesto-me pelo reconhecimento da repercussão
geral da matéria constitucional. É como voto.

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