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RECURSO EXTRAORDINÁRIO 939.

903 DISTRITO FEDERAL

RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI


RECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL
RECDO.(A/S) : ASSOCIACAO NACIONAL DOS SERVIDORES DA
PREVIDENCIA E DA SEGURIDADE SOCIAL
ADV.(A/S) : ANTONIO TORREAO BRAZ FILHO

DECISÃO
Vistos.
União interpõe recurso extraordinário, com fundamento na alínea
“a” do permissivo constitucional, contra acórdão da Segunda Turma
Suplementar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, assim ementado:

“ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL.
SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. TEMPO DE SERVIÇO
CELETISTA. CONTAGEM NO REGIME ESTATUTÁRIO
PARA FINS DE ANUÊNIO E LICENÇA PRÊMIO E
INCORPORAÇÃO DE QUINTOS. POSSIBILIDADE.
PRECEDENTES DO STF E DESTA CORTE.
1. Com a implantação do Regime Jurídico Único, o tempo
de serviço público federal prestado sob o extinto regime
celetista, é computado para todos os efeitos, inclusive para
anuênios. Inteligência dos arts. 67 e 100, da Lei nº 8.112/90.
2. Os servidores públicos celetistas submetidos ao regime
jurídico único, por força do art. 243 da Lei nº 8.112/90, têm
direito adquirido à contagem do tempo de serviço público
federal prestado sob o regime da Consolidação das Leis do
Trabalho para todos os efeitos, inclusive incorporação de
quintos. Precedentes do STF (RE 221.946-4, Rel. Min. Sydney
Sanches, DJ 26/02/99; RE 218.402/MG, Rel. Min. Carlos Velloso,
DJ 30/11/98; RE 225.759-4, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 19/03/99;
RE 196.260/DF, Rel. Min. Néri da Silveira, DJ 07/04/00, p.69).
3. Em sendo o art. 62 da Lei nº 8.112/90 de norma de
eficácia diferida, a depender, portanto, de regulamentação, seus
efeitos financeiros somente se fizeram sentir a partir da edição
da Lei nº 8.911, de 11/07/94. Precedentes da 1ª Seção e da Turma

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RE 939903 / DF

(EAC 1997.01.00.027311-9/DF, 1ª Seção, Rel. Des. Fed. Carlos


Moreira Alves, maioria, julgado em 09/05/2001; AC
2000.00.01.119959-6/DF, Relator Des. Fed. Luiz Gonzaga
Barbosa Moreira, DJ 23/10/2001, p.46; AC 2000.01.00.098517-
4/AM, Relator Juiz Convocado Itelmar Raydan Evangelista, DJ
13/02/2006, p. 25 e AC 1997.01.00.061368-3/MA, Rel.
Desembargador Federal José Amilcar Machado, Conv. Juiz
Federal Evaldo De Oliveira Fernandes Filho (conv.), Primeira
Turma,e-DJF1 p.22 de 23/09/2008).”

Opostos embargos declaratórios, foram rejeitados.


No recurso extraordinário, sustenta-se violação do artigo 109, § 2º,
da Constituição Federal. Pleiteia a reforma do acórdão recorrido para que
“se reconheça como legítima constitucionalmente a limitação veiculada
pela norma do art. 2-A da Lei 9494/97”.
Decido.
Anote-se, inicialmente, que o recurso extraordinário foi interposto
contra acórdão publicado após 3/5/07, quando já era plenamente exigível
a demonstração da repercussão geral da matéria constitucional objeto do
recurso, conforme decidido na Questão de Ordem no Agravo de
Instrumento nº 664.567/RS, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda
Pertence, DJ de 6/9/07. Todavia, apesar da petição recursal haver trazido a
preliminar sobre o tema, não é de se proceder ao exame de sua existência,
uma vez que, nos termos do artigo 323 do Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal, com a redação introduzida pela Emenda Regimental nº
21/07, primeira parte, o procedimento acerca da existência da repercussão
geral somente ocorrerá “quando não for o caso de inadmissibilidade do
recurso por outra razão”.
A irresignação não merece prosperar, haja vista que o acolhimento
da pretensão recursal demandaria, induvidosamente, o reexame da
legislação infraconstitucional pertinente (Lei nº 9.494/97) e do conjunto
fático-probatório dos autos, o que não se mostra cabível em sede de
recurso extraordinário. A propósito:

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RE 939903 / DF

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. DIREITO COLETIVO. ALCANCE
TERRITORIAL DA EFICÁCIA DAS DECISÕES PROFERIDAS
EM AÇÕES COLETIVAS. ANÁLISE DE NORMAS
INFRACONSTITUCIONAIS. PRECEDENTES. AGRAVO
IMPROVIDO. I – A questão atinente à limitação territorial da
eficácia da decisão proferida em ação coletiva proposta por
entidade associativa restringe-se ao âmbito infraconstitucional
(Leis 7.347/1985, 8.078/1990 e 9.494/1997), não guardando
relação com o art. 5º, XXI, da Constituição . Precedentes. II -
Agravo regimental improvido” (RE nº 468.140/PE-AgR,
Segunda Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe
de 26/9/13).

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO
COLETIVA. LIMITES TERRITORIAIS DA COISA JULGADA.
MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO
PLENÁRIO DO STF NO ARE Nº 796.473. CONTROVÉRSIA DE
ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. A limitação territorial
da eficácia da decisão proferida em ação coletiva, não revela
repercussão geral apta a dar seguimento ao apelo extremo,
consoante decidido pelo Plenário Virtual do STF, na análise do
ARE nº 796.473, Rel. Min. Gilmar Mendes. 2. In casu, o acórdão
recorrido assentou: “PROCESSO CIVIL. EXPURGOS
INFLACIONÁRIOS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LIMITES
SUBJETIVOS DA SENTENÇA. COISA JULGADA.
CUMPRIMENTO INDIVIDUAL DE SENTENÇA COLETIVA”.
3. Agravo regimental DESPROVIDO” (RE nº 788.989/DF-AgR,
Primeira Turma, Relator o Ministro Luiz Fux, DJe de 9/9/14).

“RECURSO EXTRAORDINÁRIO – ALEGADA


VIOLAÇÃO A PRECEITOS INSCRITOS NA CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA – AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À
CONSTITUIÇÃO – INVIABILIDADE DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO – AGRAVO IMPROVIDO.

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RE 939903 / DF

- A situação de ofensa meramente reflexa ao texto


constitucional, quando ocorrente, não basta, só por si, para
viabilizar o acesso à via recursal extraordinária.” (RE nº
683.984/DF-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de
Mello, DJe de 10/11/14).

Nesse sentido, anote-se também as seguintes decisões: RE nº


603.366/PE, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 23/11/09; AI nº
738.693/PE, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 29/6/10;
ARE nº 873.762/SP, Relatora a Ministra Rosa Weber, DJe de 21/5/15; ARE
nº 797.357/RS, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 1/10/14.
Ante o exposto, nos termos do artigo 557, caput, do Código de
Processo Civil, nego seguimento ao recurso extraordinário.
Publique-se.
Brasília, 23 de fevereiro de 2016.

Ministro DIAS TOFFOLI


Relator
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