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Ementa e Acrdo
DJe 17/09/2012
Inteiro Teor do Acrdo - Pgina 1 de 9
ACRDO
RELATRIO
HC 111.442 / RS
VOTO
HC 111.442 / RS
HC 111.442 / RS
HC 111.442 / RS
Postas essas balizas, convm destacar que, nos termos do art. 18, I,
do CP, diz-se o crime doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o
risco de produzi-lo. Na primeira hiptese, temos o denominado dolo
direto ou determinado, na segunda, o dolo indireto ou indeterminado.
Na hiptese do dolo eventual, o agente, malgrado no queira
diretamente praticar a infrao penal, no se abdica de agir, assumindo,
desse modo, o risco de produzir o resultado. Nas palavras de Damsio,
(...) ocorre o dolo eventual quando o sujeito assume o risco de produzir o
resultado, isto , admite e aceita o risco de produzi-lo. Ele no quer o resultado,
pois se assim fosse haveria dolo direto. Ele antev o resultado e age. A vontade
no se dirige ao resultado (o agente no quer o evento), mas sim conduta,
prevendo que esta pode produzir aquele. Percebe que possvel causar o resultado
e, no obstante, realiza o comportamento (Jesus, Damsio de. Parte Especial.
Vol. 2. Editora Saraiva, 32 edio, 2012, pp. 290-291).
Quanto qualificadora genrica referente ao recurso que dificulte ou
torne impossvel a defesa da vtima, ensina Bitencourt que (...) somente
poder ser hiptese anloga traio, emboscada ou dissimulao, do
qual so exemplificativas. Em outros termos, necessrio que o outro
recurso tenha a mesma natureza das qualificadoras elencadas no inciso, que so
os exemplos mais caractersticos de recurso que dificulta ou torna impossvel a
defesa da vtima. Exemplo tpico e mais frequente a surpresa. E conclui o
eminente penalista: (...) a surpresa constitui um ataque inesperado,
imprevisto e imprevisvel; alm do procedimento inesperado, necessrio que a
vtima no tenha razo para esperar a agresso ou suspeitar dela (Bitencourt,
Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. Vol. 2. Editora Saraiva, 12
edio, 2012, p. 89).
Pois bem. No dolo eventual, a despeito de o agente ter assumido o
risco de produzir o resultado, por certo no o quis (frise-se, se o desejasse,
o dolo seria direto e no eventual). Nesse sentido, se no deseja a
produo do resultado, muito mais bvio concluir que o agente no
direciona sua vontade para impedir, dificultar ou impossibilitar a defesa
HC 111.442 / RS
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
p/ Fabiane Duarte
Secretria
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2751701