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(e-STJ Fl.

176)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUÍZ RELATOR DA 1ª TURMA RECURSAL MISTA


DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL.

Para acessar os autos processuais acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/esaj/portal.do?servico=920100, informe o processo 4000167-36.2022.8.12.9000 e o código 479993E.
RECURSO INOMINADO CÍVEL- Nº 0802304-55.2021.8.12.0110
RECORRENTE: ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
RECORRIDA: WANDERLEIA SILVA

O ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL, pessoa jurídica de


Direito Público interno, CNPJ nº 15.412.257/0001-28, com sede jurídica no Parque
dos Poderes, Bloco IV, Campo Grande/MS, nestes autos de processo epigrafados,
por intermédio de seu Procurador do Estado infrafirmado, mandato ex vi legis 1, com
o devido acatamento e urbanidade, alicerçado nas disposições do art. 18, § 3º, da

Este documento é copia do original assinado digitalmente por [ARLETHE MARIA DE SOUZA, protocoladora tjms 1].
Lei Federal nº 12.153/2009, vem à presença de Vossa Excelência para apresentar
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI ao e. Superior
Tribunal de Justiça 2, requerendo seu recebimento, processamento e
encaminhamento à superior instância, consoante os fundamentos jurídicos
presentes nas anexas razões.
Termos em que espera deferimento.

Protocolado em 02/03/2022 às 14:15:05, sob o número 40001673620228129000.


Campo Grande, 02 de março de 2022.

ARLETHE MARIA DE SOUZA


Procurador(a) do Estado
OAB/MS Nº 5.071

1
Art. 132 da CF e art. 16, parágrafo único, da Lei Complementar Estadual nº 95, de 26 de dezembro de 2001.
2
CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. PRESERVAÇÃO DE COMPETÊNCIA. JUIZADO ESPECIAL DA
FAZENDA PÚBLICA. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI. JUÍZO PRÉVIO
DE ADMISSIBILIDADE. INOCORRÊNCIA.
1. A Lei n. 12.153/2009, que trata dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, disciplina um sistema próprio de
uniformização jurisprudencial, mediante o denominado pedido de uniformização de interpretação de lei, o qual
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poderá ser processado e julgado tanto pelo Poder Judiciário local quanto pelo Superior Tribunal de Justiça, a
depender da divergência apontada. 2. Hipótese em que o pedido foi dirigido diretamente ao STJ, cabendo,
portanto, a esta Corte Superior exercer a sua competência para apreciá-lo, inclusive, naturalmente, no
tocante ao preenchimento de seus pressupostos legais, não prevendo a lei a existência de juízo prévio de
admissibilidade pela turma recursal.
3. Pedido procedente.
(Rcl 33.715/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/04/2018, DJe
15/05/2018)
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Número do processo judicial << Nenhuma informação disponível >>
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(e-STJ Fl.177)

Para acessar os autos processuais acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/esaj/portal.do?servico=920100, informe o processo 4000167-36.2022.8.12.9000 e o código 479993E.
E. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RAZÕES DE PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI

Este documento é copia do original assinado digitalmente por [ARLETHE MARIA DE SOUZA, protocoladora tjms 1].
Eminentes Ministros;

Insigne Relator.

Protocolado em 02/03/2022 às 14:15:05, sob o número 40001673620228129000.


1. DA EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO

Trata-se de ação declaratória c/c indenização, proposta por


Wanderleia Silva em face do Estado de Mato Grosso do Sul , requerendo seja
declarada a nulidade contratual e, por consequência, a condenação do Estado ao
pagamento dos depósitos do FGTS relativos aos períodos contratuais.

Após defesa do Estado de Mato Grosso do Sul, o Juízo a quo


julgou improcedente a demanda, tendo sido interposto Recurso Inominado, o qual
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fora dado provimento, restando assim ementado:

EMENTA – RECURSO INOMINADO – AÇÃO DECLARATÓRIA C/C


COBRANÇA – PROFESSOR CONTRATADO DA REDE ESTADUAL
DE ENSINO – COBRANÇA DE FGTS – DIREITO AO RECEBIMENTO

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– CORREÇÃO MONETÁRIA – CONDENAÇÃO DA FAZENDA


PÚBLICA ORIUNDA DE RELAÇÃO JURÍDICA NÃO-TRIBUTÁRIA –
APLICAÇÃO DO IPCA-E – TEMA PACIFICADO NO RE N.º 870.947
(TEMA 810) – RECURSO NÃO PROVIDO.

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Esta a delimitação da discussão tratada no presente pedido de
uniformização de interpretação de lei, pertinente à incidência da TR como índice
de correção monetária do FGTS, independentemente de ser devedora a
Fazenda Pública , nos exatos termos do RR Tema 731 (REsp 1.614.874).

2. DO CABIMENTO DO PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE


LEI

Como se analisa do caderno recursal, a decisão objurgada foi

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proferida pela c. 3ª Turma Recursal Mista dos Juizados Especiais do Estado de
Mato Grosso do Sul, em sede de recurso inominado e posteriores embargos de
declaração.

O PUIL tem expressa previsão legal no art. 18, § 3º, da Lei


Federal n. 12.153/2009, que prescreve:

Protocolado em 02/03/2022 às 14:15:05, sob o número 40001673620228129000.


Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei
quando houver divergência entre decisões proferidas por Turmas
Recursais sobre questões de direito material .

[...]

§ 3o Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal


interpretações divergentes, ou quando a decisão proferida estiver
em contrariedade com súmula do Superior Tribunal de Justiça, o
pedido será por este julgado .
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Ao regulamentar o PUIL, este e. STJ consignou em seu


Regimento Interno:

Art. 67. O registro far-se-á em numeração contínua e seriada em cada

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(e-STJ Fl.179)

uma das classes seguintes:

[...]

L - Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei (PUIL).

Parágrafo único. O Presidente resolverá, mediante instrução normativa,

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as dúvidas que se suscitarem na classificação dos feitos e papéis,
observando-se as seguintes normas:

[...]

VIII-A - a classe Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei


(PUIL) compreende a medida interposta contra decisão: a) da
Turma Nacional de Uniformização no âmbito da Justiça Federal que,
em questões de direito material, contrarie súmula ou jurisprudência
dominante no Superior Tribunal de Justiça; b) da Turma Recursal dos
Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios quando as

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Turmas de diferentes Estados derem a lei federal interpretações
divergentes, ou quando a decisão proferida estiver em
contrariedade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ; e c)
das Turmas de Uniformização dos Juizados Especiais da Fazenda
Pública no âmbito dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municípios quando a orientação adotada pelas Turmas de

Protocolado em 02/03/2022 às 14:15:05, sob o número 40001673620228129000.


Uniformização contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça;

Disso, infere-se que, para o regular processamento do PUIL,


necessário que, na discussão acerca de direito material, haja divergência entre
interpretação de lei federal entre Turmas Recursais de Estados diversos ou quando
a decisão proferida por Turma Recursal esteja em contrariedade com súmula desse
e. STJ.

Nesse sentido:
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PROCESSO CIVIL. BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE. APOSENTADORIA


POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. INCIDÊNCIA DO ART. 67 DO RI
DO STJ. UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI.
IMPOSSIBILIDADE. DEFICIÊNCIA NA APRESENTAÇÃO DA

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(e-STJ Fl.180)

DIVERGÊNCIA. INVIÁVEL O PEDIDO.

[...]

II - O Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, sobre o


presente pedido, dispõe: "Art. 67. (...) Parágrafo único. O Presidente

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resolverá, mediante instrução normativa, as dúvidas que se suscitarem
na classificação dos feitos e papéis, observando-se as seguintes
normas: (...) VIII-A - a classe Pedido de Uniformização de Interpretação
de Lei (PUIL) compreende a medida interposta contra decisão: a) da
Turma Nacional de Uniformização no âmbito da Justiça Federal que,
em questões de direito material, contrarie súmula ou jurisprudência
dominante no Superior Tribunal de Justiça; (...)".

III - Da legislação acima transcrita, decorre que o pedido de


uniformização de interpretação de lei somente é cognoscível
quando a decisão hostilizada versar sobre questão de direito

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material, nas seguintes hipóteses: a) divergência entre turmas
recursais dos Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito
dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios,
de diferentes Estados da Federação, acerca da interpretação de lei
federal; b) quando a decisão proferida por turma recursal dos
Juizados Especiais da Fazenda Pública contrarie súmula do
Superior Tribunal de Justiça ; c) contrariedade à decisão da Turma

Protocolado em 02/03/2022 às 14:15:05, sob o número 40001673620228129000.


Nacional de Uniformização no âmbito da Justiça Federal que, em
questão de direito material, contrarie súmula ou jurisprudência
dominante no Superior Tribunal de Justiça; d) quando a decisão
proferida pelas Turmas de Uniformização dos Juizados Especiais da
Fazenda Pública contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça.

[...]

(AgInt no PUIL 936/RS, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,


PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/02/2019, DJe 22/02/2019)
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O presente pedido de uniformização de interpretação de lei é


alicerçado na existência de julgado da 3ª Turma Recursal da Fazenda Pública do
Estado do Rio Grande do Sul, cujo inteiro teor do v. acórdão segue anexo, que

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(e-STJ Fl.181)

conferiu interpretação diversa ao art. 17 da Lei Federal n. 8.177/1991 e ao art. 22


da Lei Federal n. 8.036/1990 daquela concedida pelo v. acórdão impugnado, de
lavra da 1ª Turma Recursal Mista do Estado de Mato Grosso do Sul, proferida no
presente processado.

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Ademais disso, o entendimento firmado no v. Acórdão recorrido
também contrapõe-se ao teor da Súmula n. 4593 desse e. STJ, que determina a
incidência da TR mesmo quando não recolhido a tempo e modo o FGTS.

Por estas razões, queda apresentado o presente pedido de


uniformização de interpretação de lei para que esse e. Superior Tribunal de Justiça
possa exercer seu mister constitucional, pertinente à uniformização da interpretação
da legislação federal.

3. DA EXISTÊNCIA DE DIVERGÊNCIA ENTRE JULGADOS DE TURMAS

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RECURSAIS DE ESTADOS DIVERSOS SOBRE A INTERPRETAÇÃO DO ART. 17
DA LEI FEDERAL N. 8.177/1991 E AO ART. 22 DA LEI FEDERAL N. 8.036/1990

Da forma como narrado alhures, o v. acórdão impugnado, de


lavra da 1ª Turma Recursal Mista do Estado de Mato Grosso do Sul, contou com a
seguinte súmula de julgamento:

Protocolado em 02/03/2022 às 14:15:05, sob o número 40001673620228129000.


EMENTA – RECURSO INOMINADO – AÇÃO DECLARATÓRIA C/C
COBRANÇA – PROFESSOR CONTRATADO DA REDE ESTADUAL
DE ENSINO – COBRANÇA DE FGTS – DIREITO AO RECEBIMENTO
– CORREÇÃO MONETÁRIA – CONDENAÇÃO DA FAZENDA
PÚBLICA ORIUNDA DE RELAÇÃO JURÍDICA NÃO-TRIBUTÁRIA –
APLICAÇÃO DO IPCA-E – TEMA PACIFICADO NO RE N.º 870.947
(TEMA 810) – RECURSO NÃO PROVIDO.

[...]

No caso em tela, conquanto o recorrente sustente a aplicação da TR a


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todo o período da condenação, em razão da tese firmada no Tema n.º


731, do Superior Tribunal de Justiça, a questão solucionada na

3
"A Taxa Referencial (TR) é o índice aplicável, a título de correção monetária, aos débitos com o FGTS
recolhidos pelo empregador mas não repassados ao fundo" (SÚMULA 459, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
25/08/2010, DJe 08/09/2010)
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(e-STJ Fl.182)

presente demanda diz respeito a um vínculo de natureza jurídico-


administrativa, isto é, versa sobre o direito à indenização do FGTS a
professor contratado temporariamente, e não a forma de remuneração
do saldo existente em contas vinculadas ao fundo de garantia, razão
pela qual a correção monetária deverá ser pelo IPCA-E, conforme

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definido pelo Supremo Tribunal Federal (Tema n.º 810).

No entanto, em sentido diametralmente oposto, restou lavrado o


v. acórdão da 3ª Turma Recursal da Fazenda Pública do Rio Grande do Sul, nos
autos de Recurso Inominado n. 0037890-50.2018.8.21.9000:

RECURSO INOMINADO. TERCEIRA TURMA RECURSAL DA


FAZENDA. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. MAGISTÉRIO.
CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO. FGTS. SUCESSIVAS
RENOVAÇÕES. PRETENSÃO ANULATÓRIA E CONDENATÓRIA.

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NULIDADE CONFIGURADA. ALTERAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE
INCIDÊNCIA DA CORREÇÃO MONETÁRIA.

1. Mérito. A parte autora manteve vínculo com o demandado, por meio


de contrato temporário de trabalho, nos moldes previstos no art. 37, IX,
da CF, o qual prevê que "a lei estabelecerá os casos de contratação
por tempo determinado para atender a necessidade temporária de

Protocolado em 02/03/2022 às 14:15:05, sob o número 40001673620228129000.


excepcional interesse público". Todavia, não obstante a natureza
administrativa do vínculo em questão, que não se confunde com a
relação trabalhista regida pela CLT, no caso em apreço, há que se
reconhecer a nulidade de tais contrações, com fundamento no art. 37, §
2°, da CF, em razão das sucessivas renovações, o que descaracteriza
o contrato temporário e viola o art. 37, II, da CF, que exige a
necessidade de concurso para provimento de cargos públicos. Nessa
esteira, comprovada a hipótese de nulidade do contrato, é assegurado
ao servidor o direito à percepção do salário referente ao período
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trabalhado e o depósito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço,


nos termos do artigo 19-A da Lei n. 8.036/1990.

2. Correção Monetária. Tratando-se de pretensão ao pagamento de


FGTS, aplica-se a tese firmada pelo STJ quando do julgamento do
TEMA 731, no sentido de que a correção monetária das contas
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(e-STJ Fl.183)

vinculadas ao FGTS deverá ser feita pela TR, a contar de cada


inadimplemento.

RECURSO INOMINADO PROVIDO PARCIALMENTE. UNÂNIME.

(grifos nossos).

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Do teor do v. acórdão extrai-se:

Em relação à atualização do valor devido, assiste razão em parte ao


recorrente, porquanto, tratando-se de pretensão ao pagamento de
FGTS, aplica-se a tese firmada pelo STJ quando do julgamento do
TEMA 731, no sentido de que a correção monetária das contas
vinculadas ao FGTS deverá ser feita pela TR, a contar de cada
inadimplemento.

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Do cotejo analítico realizado, observa-se que ambas as
situações fáticas versavam acerca da concessão da delimitação do índice de
correção monetária em cobrança de FGTS em virtude da declaração de
nulidade de contratação temporária realizada pela administração pública .

O julgado recorrido, de lavra da 1ª Turma Recursal Mista do


Estado de Mato Grosso do Sul, ignorando o art. 17 da Lei Federal n. 8.177/1991 e

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o art. 22 da Lei Federal n. 8.036/1990, entendeu tratar-se de incidência do IPCA-E,
fundamentando na RG Tema 810 (RE 870.947) e no RR Tema 905 (REsp
1.495.146) sob o entendimento de tratar-se a contratação temporária de vínculo de
natureza jurídico-administrativa.

Já o julgado da 3ª Turma Recursal da Fazenda Pública do Estado


do Rio Grande do Sul entendeu que, por se tratar de cobrança de FGTS,
incidentes as disposições legais a ele pertinentes, incidente o índice de correção
monetária da TR nos exatos termos do RR Tema 731 (REsp 1.614.874), em
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observância ao art. 17 da Lei Federal n. 8.177/1991 e o art. 22 da Lei Federal n.


8.036/1990.

Desta feita, demonstrada a interpretação divergente concedida


por Turmas Recursais de Estados diversos, acerca de direito material, apta ao

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(e-STJ Fl.184)

ajuizamento do presente pedido de uniformização de interpretação de lei.

Em prosseguimento, revela-se que o entendimento adotado pelo


v. acórdão paradigma, de lavra da 3ª Turma Recursal da Fazenda Pública do
Estado do Rio Grande do Sul, é o que deve prevalecer, uma vez que reverencia a

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jurisprudência desse e. STJ firmada no julgamento do RR Tema 731 (REsp
1.614.874).

É o que se passa a evidenciar.

Da maneira como já registrado, a c. 1ª Turma Recursal dos


Juizados Especiais de Mato Grosso do Sul aplicou o índice de correção monetária
do IPCA-E em cobrança de FGTS pela declaração de nulidade de contratação
temporária.

Todavia, pela incidência do princípio da especialidade ( lex


specialis derogat generali ), prevista no art. 2º, § 2º, da LINDB, não se aplica a regra

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geral de atualização monetária dos débitos da Fazenda Pública (art. 1º-F da Lei
Federal n. 9.494/1997), mas sim as regras específicas pertinentes à cobrança de
FGTS, objeto deste processado.

Por expressa disposição legal, o FGTS ostenta regramento


próprio quanto à sua correção monetária , não sendo possível ao Poder Judiciário
substituir o índice disposto por lei. A Taxa Referencial - TR é estabelecida para a

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remuneração do FGTS consoante entendimento cumulado do art. 17 da Lei
Federal n. 8.177/1991 4 com os arts. 2º e 7º da Lei Federal n. 8.660/1993 5.

4
Art. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplicável à remuneração básica dos depósitos de poupança
com data de aniversário no dia 1°, observada a periodicidade mensal para remuneração.
Parágrafo único. As taxas de juros previstas na legislação em vigor do FGTS são mantidas e consideradas como
adicionais à remuneração prevista neste artigo.
5
Art. 2º Fica extinta, a partir de 1º de maio de 1993, a Taxa Referencial Diária - TRD de que trata o art. 2º da
Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991.
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Parágrafo único. Exclusivamente para os fins previstos no art. 4º, o Banco Central do Brasil divulgará taxas
diárias para o mês de maio de 1993, cujo valor corresponderá a distribuição pro rata dia da Taxa Referencial -
TR do dia primeiro daquele mês.
Art. 7º Os depósitos de poupança têm como remuneração básica a Taxa Referencial - TR relativa à
respectiva data de aniversário.
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se ao crédito de rendimento realizado a partir do mês de maio de 1993.
§ 2º Para o cálculo do rendimento a ser creditado no mês de maio de 1993 - cadernetas mensais - e, nos meses
de maio, junho e julho de 1993 - cadernetas trimestrais -, utiliza-se o critério estabelecido no art. 4º.
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(e-STJ Fl.185)

Inclusive há expressa disposição legal do art. 226 da Lei Federal n. 8.036/1990 que
estabelece que os pagamentos do FGTS não realizados a tempo e modo devem
ser corrigidos pela TR.

Esse entendimento foi sedimentado por este e. STJ no REsp

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1.614.874/SC (Recurso Repetitivo Tema 7317), que estabeleceu que a
atualização monetária do FGTS se dará exclusivamente pela TR. Veja-se:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL


REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. TEMA 731. ARTIGO 1.036
DO CPC/2015. FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO -
FGTS. SUBSTITUIÇÃO DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO
FATOR DE CORREÇÃO MONETÁRIA DOS VALORES
DEPOSITADOS POR ÍNDICE QUE MELHOR REPONHA AS PERDAS
DECORRENTES DO PROCESSO INFLACIONÁRIO.
IMPOSSIBILIDADE. FGTS QUE NÃO OSTENTA NATUREZA

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CONTRATUAL. REGRAMENTO ESTABELECIDO PELO ART. 17 DA
LEI N. 8.177/1991 COMBINADO COM OS ARTS. 2º E 7º DA LEI N.
8.660/1993.

[...]

5. O FGTS não tem natureza contratual, na medida em que decorre


de lei todo o seu disciplinamento. Precedentes RE 248.188, Relator

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Ministro Ilmar Galvão, Tribunal Pleno, DJ 1/6/2001; e RE 226.855/RS,
Relator Ministro Moreira Alves, Tribunal Pleno, DJ 13/10/2000.

6. É vedado ao Poder Judiciário substituir índice de correção


monetária estabelecido em lei. Precedentes : RE 442634 AgR,
Relator Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 30/11/2007; e RE
200.844 AgR, Relator: Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJ
16/08/2002.
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6 Art. 22. O empregador que não realizar os depósitos previstos nesta Lei, no prazo fixado no art. 15, responderá
pela incidência da Taxa Referencial TR sobre a importância correspondente. (Redação dada pela Lei
nº 9.964, de 2000)
7
Tema 731 de repetitivos do STJ: A remuneração das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina própria,
ditada por lei, que estabelece a TR como forma de atualização monetária, sendo vedado, portanto, ao Poder
Judiciário substituir o mencionado índice.
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(e-STJ Fl.186)

[...]

TESE PARA FINS DO ART. 1.036 DO CPC/2015

8. A remuneração das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina


própria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma de

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atualização monetária, sendo vedado, portanto, ao Poder
Judiciário substituir o mencionado índice .

9. Recurso especial não provido. Acórdão submetido à sistemática do


artigo 1.036 do CPC/2015.

(STJ, REsp 1614874/SC, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,


PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/04/2018, DJe 15/05/2018)

Especificamente quanto ao caso emoldurado, esse e. STJ firmou


entendimento pela aplicação da TR:

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ADMINISTRATIVO. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE
INTERPRETAÇÃO DE LEI. AÇÃO DE COBRANÇA. SERVIDOR
TEMPORÁRIO. VERBAS CONCERNENTES AO FGTS NÃO
RECOLHIDAS PELO ESTADO EMPREGADOR. CONSERVAÇÃO
DESSA MESMA NATUREZA JURÍDICA. JUROS E CORREÇÃO
MONETÁRIA. TEMA 731/STJ. SOBRESTAMENTO. ADI 5.090/DF.

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1. O tema trazido a debate no presente Pedido de Uniformização de
Interpretação de Lei Federal está em saber se, reconhecida a nulidade
de contratação temporária, fundada no art. 37, IX, da Constituição
Federal, o recolhimento dos valores devidos ao FGTS deve ser
corrigido pela TR, em conformidade com o disposto no art. 17 da Lei n.
8.177/1993 e no Tema 731 da jurisprudência do STJ (tese defendida
pelo requerente), ou se, como entendeu a 4.ª Turma Recursal dos
Juizados Especiais do Estado do Paraná, em razão da não existência
de prévio recolhimento de tais valores, deve incidir sobre a hipótese o
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índice atualizatório geral (IPCA-E), devido nas condenações da


Fazenda Pública, em sintonia com o decidido por este STJ, no Tema
905 dos recursos repetitivos.

2. O colegiado paranaense compreendeu que a ausência do prévio

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(e-STJ Fl.187)

depósito dos valores devidos ao FGTS mudaria a natureza jurídica da


obrigação, pelo que afastou a aplicação do Tema 731/STJ, específico,
e tratou a questão como as demais condenações impostas à Fazenda
Pública, objeto do Tema 905/STJ.

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3. Entretanto, no caso concreto, o não recolhimento do FGTS tão
somente perpetua essa mesma obrigação, sem, contudo,
desnaturar-lhe a essência original, qual seja, a de se tratar de
dívida fundiária .

4. Está-se, pois, diante de uma cobrança diferenciada, por


envolver valores concernentes ao FGTS, que, até o presente
momento, deveria observar o regime atualizatório previsto no
Tema 731/STJ, definido no REsp 1.614.874/SC, de relatoria do Ministro
Benedito Gonçalves (Primeira Seção, DJe 15/5/2018), no qual se
firmou o entendimento de que "A remuneração das contas vinculadas
tem disciplina própria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma

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de atualização monetária, sendo vedado, portanto, ao Poder Judiciário
substituir o mencionado índice".

5. Entretanto, a eficácia da tese firmada no mencionado repetitivo


(Tema 731) acha-se momentaneamente sobrestada, por força de
decisão liminar no STF, proferida pelo Ministro Luís Roberto Barroso,
nos autos da ADI 5.090/DF, em que se questiona a rentabilidade do

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FGTS.

6. Nesse contexto, para se evitar a prolação, pelo STJ, de provimento


jurisdicional em eventual desconformidade com o que vier a ser
definitivamente decidido pela Corte Suprema (relativamente ao fator de
atualização monetária do FGTS), faz-se conveniente que a apreciação
do presente PUIL se esgote com a tão só definição da tese de que se
está, no caso concreto, à frente de inequívoca ação de cobrança de
verba fundiária/FGTS, restituindo-se, após isso, os autos à Turma
Recursal de origem, que, em sendo o caso, deverá promover o cabível
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juízo de conformação à decisão que vier a ser proferida pelo STF, no


âmbito da referida ADI 5.090/DF.

7. PUIL parcialmente provido.

(PUIL 1.212/PR, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO,


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(e-STJ Fl.188)

julgado em 09/06/2021, DJe 15/06/2021)

Exatamente nesse mesmo sentido: AgInt no PUIL 1.308/PR, Rel.


Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/04/2021, DJe

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23/04/2021; PUIL 1218/PR, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 09/06/2021, DJe 15/06/2021; PUIL 1244/PR, Rel. Ministro SÉRGIO
KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/06/2021, DJe 15/06/2021; e PUIL
1295/PR, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
09/06/2021, DJe 15/06/2021.

Desta feita, por se tratar a presente demanda de cobrança de


FGTS, que tem regramento legal do índice de sua correção monetária, deve ser
fixada a TR como índice de correção monetária, consoante comando do art. 927,
inc. III, do CPC, pois não cabe ao Poder Judiciário alterar a remuneração do FGTS

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com índices de atualização monetária diverso daquele estabelecido em lei,
consoante decidido no REsp 1.614.874/SC (Recurso Repetitivo Tema 731).

4. DA CONTRARIEDADE DO JULGADO IMPUGNADO DA TURMA RECURSAL


COM A SÚMULA N. 459 DO E. STJ

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Igualmente alicerçado no art. 18, § 3º, da Lei Federal nº
12.153/2009, o presente PUIL também é apresentado no desiderato de que seja
respeitada a iterativa jurisprudência desta e. Corte Superior, vez que o v. acórdão
impugnado foi proferido em contrariedade à Súmula n. 459 desse e. STJ.

Explica-se.

A Súmula n. 459 desse e. STJ tem o seguinte teor: “A Taxa


Referencial (TR) é o índice aplicável, a título de correção monetária, aos débitos
com o FGTS recolhidos pelo empregador mas não repassados ao fundo” .
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Dentre as disposições legais que alicerçam referido entendimento


sumular, se vê o art. 22 da Lei Federal n. 8.036/1990, que dispõe:

Art. 22. O empregador que não realizar os depósitos previstos nesta


Lei, no prazo fixado no art. 15, responderá pela incidência da Taxa

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(e-STJ Fl.189)

Referencial TR sobre a importância correspondente. (Redação dada


pela Lei nº 9.964, de 2000)

Consta do v. acórdão recorrido:

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Tendo em vista que a Fazenda Pública foi sucumbente, a correção
monetária deverá ser feita pelo IPCA-E, a partir do vencimento de cada
uma das parcelas mensais, na forma decidida pelo Supremo Tribunal
Federal no RE nº 870.947(Tema 810 repercussão geral), além de
juros moratórios aplicáveis à caderneta de poupança, os quais incidirão
a partir da citação válida, conforme art. 1º da Lei nº 9.494/1997.

Dessa afirmação contida no v. acórdão, vê-se que


deliberadamente deixou de seguir a orientação firmada na Súmula 459 desse e.

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STJ, assim agindo ao fundamento de que o vínculo de natureza jurídico-
administrativa da contratação temporária afastaria o regramento legal específico
pertinente ao FGTS.

Desta feita, o v. acórdão recorrido restou proferido em ofensa ao


que prescreve a Súmula n. 459 desse e. STJ, deixando de aplicar a legislação
pertinente à atualização monetária do FGTS, a saber o art. 17 da Lei Federal n.

Protocolado em 02/03/2022 às 14:15:05, sob o número 40001673620228129000.


8.177/1991 e o art. 22 da Lei Federal n. 8.036/1990, que determinam a incidência
da TR como índice de correção monetária nas cobrança de FGTS.

Destarte, igualmente por essa razão, deve ser julgado procedente


o presente PUIL, por inobservância a entendimento sumulado desse e. STJ.

5. DO PEDIDO
Ex positis , pede o Estado de Mato Grosso do Sul dignem-se
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Vossas Excelências em conhecer do presente Pedido de Uniformização de


Interpretação de Lei, para, em seu mérito, lhe concederem provimento, reformando
o v. Acórdão proferido pela c. Turma Recursal a quo no desiderato de determinar a
aplicação da TR como índice de correção monetária da cobrança do FGTS.

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OAB/MS Nº 5.071

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Procurador(a) do Estado
Termos em que espera deferimento.

ARLETHE MARIA DE SOUZA

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De Campo Grande para Brasília, 2 de março de 2022.

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