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Este documento é copia do original assinado digitalmente por ATINOEL LUIZ CARDOSO e PROTOCOLADORA TJMS 1. Protocolado em 11/12/2018 às 10:54, sob o número 08010421520188120033, e
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“JUÍZO DE DIREITO DA COMARCA DE ELDORADO – ESTADO


DE MATO GROSSO DO SUL”

liberado nos autos digitais por Usuário padrão para acesso SAJ/AT, em 20/12/2018 às 04:24. Para acessar os autos processuais, acesse o site
https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0801042-15.2018.8.12.0033 e o código 5AC65A7.
ERCILIO CHINET JUNIOR , brasileiro, solteiro,
aposentado, inscrito no CPF sob o n.º 497.630.327 -68, portador do RG n.
6.050.681 SSP/SP, sem endereço eletrônico, residente e domiciliado
Avenida Brasil n. 1034, centro, Eldorado/MS, por seu Procurador Judicial,
(procuração em anexo), com endereço eletrônico atinoelluiz@hotmail.com
,escritório profissional no rodapé, onde recebe intimações de estilo, vem
mui respeitosamente à pre sença de Vossa Excelência, propor :

AÇÃO DE COBRANÇA - RELAÇÃO EMPREGATICIA

pelo Rito Ordinário, em face do MUNICÍPIO DE ELDORADO -MS,


pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº
03.741.675/0001 -80, com sede na Av. Presidente Tancredo de A lmeida
Neves, 1191, Centro, Eldorado/MS, CEP. 79.970 -000, onde pode ser
notificada, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir:

1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Inicialmente, afirma o Autor, por meio da declaração anexa,
que, de acordo com o artigo 4º da Lei nº 1.060/50 com redação introduzida
pela Lei nº 7.510/86, não possui r condições econômicas que lhe possibilite

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arcar com ônus sucumbencial, sem prejuízo dos direitos basilares


asseverados pelo artigo 6º da Constituição Federal de 1988, garantidor do
sustento próprio.

Em decorrência deste fato, o Autor se enquadra no conceito


de necessitado, trazido pelo parágrafo único do artigo 2º da lei 1.060/50. In
verbis:

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Art. 2º. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou
estrangeiros residentes no país, que necessitarem recorrer à Justiça
penal, civil, militar ou do trabalho.

Parágrafo único. - Considera -se necessitado, para os fins legais,


todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas
do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento
próprio ou da família.

2. COMPETÊNCIA.

Embora a matéria seja de natureza e relação de


emprego, a questão diz respeito a direitos sob a égide do regime
estatutário, razão pela qual a questão da competência do foro, é definida ao
juízo estadual, competindo-lhe conhecer e julgar esta ação.

3. FATOS
Prementemente calha mencionar que o Autor buscou acordo
amigável com o requerido visando receber verbas da relação trabalhista que
entende possuir direito. Debalde os esforços, de modo que s em outra
alternativa ao Autor, resolveu provocar a jurisdição, meio da presente ação,
no escopo de sanar a desordem e evitar o enriquecimento ilícito do

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requerido, dada sua conduta incivil, a qual submete Autor e impõe o


desequilíbrio da relação, em prejuízo exclusivo do Autor.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

O Autor foi contrata do em 15.08.1989, para exercer função


de cirurgião dentista, percebendo como último salário o valor de
R$10.375,20 (dez mil trezen tos e setenta e cinco reais e vinte

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centavos). Operou -se o seu desligamento em 05.08.2016 em razão de
sua aposentadoria.

O regime jurídico a que o reclamante foi submetido era o


Estatuto do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do
Município de Eldorado/MS (Lei Complementar n. 059/2011 e suas
alterações).

Fato é que o reclamante, durante seus 27 (vinte e sete) anos


de Prefeitura, teve direitos suprimidos, e ainda, seu desligamento se operou
de forma totalmente ilegal. Senão vejamos.

Tendo em vi sta o fato de o Autor ter logrado aposentadoria,


procedeu a rescisão trabalhista, apurando -se total rescisório na ordem de
R$ 106.345,80 (cento e seis mil, trezentos e quarenta e cinco reais e oitenta
centavos). Em que pese tal fato, o Autor apura as verb as impagas, que
pretende receber do Município, meio desta ação de cobrança, por merecido
direito e justiça.

1. LICENÇA PRÊMIO.

Preceitua a Lei n. 059/2011:

Art. 117 - Após cada decênio de efetivo exercício o


servidor fará jus a 6 (seis) meses de licença, a

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título de prêmio por assiduidade, com a


remuneração do cargo efetivo.

Do cotejo da documentação acostada, o Autor denuncia ter


percebido a vantagem assegurada apenas parcialmente quando do seu
desligamento, ou seja, recebeu apenas 06 (seis) meses quando, na verdade,
fazia jus a 12 (doze) meses , em razão do direito adquirido, por ter
trabalho por mais de 02 (duas) décadas .

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Desse modo, o requerido deixou de pagar a diferença,
correspondente a seis meses, na ordem de R$ 67.251,20 (sessenta e sete mil,
duzentos e cinquenta e um reais e vinte centavos). Requer, seja compelido
o Autor ao pagamento do direito a licença prêmio suprimido, e apontado
acima, corrigida monetariamente e acrescida de juros desde a data da
rescisão e desligamento.

2. INSALUBRIDADE

Colhe-se, mais, da referida Lei n. 059/2011, que o Autor


tem direito ao adicional de insalubridade, conforme se vê estampado no
artigo 161 da citada lei, que se pede licença para transcrever:

“art. 161. Os servidores que trabalhem com habitualidade em


ambientes ou funções insalubres ou perigosa, fazem jus a um adicional, que
corresponderá:

I – no caso de insalubridade, a dez por cento, vinte por cento ou


quarenta por cento do salário -mínimo, conforme o grau definido em perícia;

Art. 163. Para a definição das hipót eses de periculosidade e de


insalubridade serão usados os critérios da legislação federal e respectivos
regulamentos sobre a matéria.

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O requerido está obrigado , por lei, a pagar o adicional de


insalubridade que restou sonegado, esclarecendo que prestou se rviço durante
aproximadamente cinco (05) anos em Posto de Saúde , na zona urbana do
Município, onde há incidência muito grande do fator de risco. Confira-se,
sobre o tema, lições jurisprudenciais sobre questão semelhante e legislação
federal, abaixo transcritas:

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TJ-SP - Reexame Necessário REEX 10009695120 -158260073 -
SP-1000969-51.2015.8.26.0073 (TJ -SP). Data de publicação:
25/10/2016 .

Ementa: Servidora municipal de Avaré. Adicional de


insalubridade. Dentista em Posto de Saúde. Pretensão ao
recebimento de adicional de insalubridade em grau máximo incidente
sobre os vencimentos. Admissibilidade. Laudo pericial conclusivo
pela existência de insalubridade em grau máximo. Comprovação de
contato permanente e direto com agentes biológicos. Base de cálculo
que deve se r aquela prevista na lei instituidora. Artigo 146 do
Estatuto dos Servidores Públicos Municipais. Sentença de
procedência. Remessa necessária parcialmente provida a fim de
admitir a base de cálculo da forma prevista na Lei Municipal nº
1954/15 desde sua vi gência, bem como adequar a taxa de correção
monetária a ser aplicada. Encontrado em: 4ª Câmara de Direito
Público 25/10/2016 - 25/10/2016

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Reexame Necessário REEX 10009695120158260073 SP


1000969-51.2015.8.26.0073 (TJ -SP) Luis Fernando Camargo de
Barros Vidal TJ -SP - Apelação APL 00060090820118260417 -
SP-000600908.2011.8.2604 -17 (TJ-SP). Data de publicação:
14/09/2016 .
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Ementa : ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. Paraguaçu


Paulista. Cirurgião dentis ta. Grau de insalubridade. – 1. Adicional
de insalubridade. A concessão do benefício não é controvertida. O
Município passou a pagar o adicional antes da citação. A questão a
ser apreciada cinge-se ao grau do adicional de insalubridade, se
médio ou máximo. – 2. Adicional de insalubridade. Dentista. Dois
laudos informam que o contato do dentista com mercúrio não é
considerado risco químico, pois não é permanente. Além de o uso de

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luvas de procedimento ser suficiente para evitar o contato direito do

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agente químico com o profissional, as restaurações com uso de
mercúrio têm sido substituídas pelo uso de resina, circunstâncias que
enfraquecem o laudo pericial. Adicional de insalubridade que deve
ser fixado em grau médio. O reflexo do adicional em outras verbas,
no entanto, depende de análise da lei local e da natureza de cada
verba, a ser analisada em execução. – Procedência. Recurso oficial
provido em parte. Recurso do Município provido, com observação .
Encontrado em: 10ª Câmara de Direito Público 14/09/2016 -
14/9/2016 Apelação APL 00060090820118260417 -SP-
000600908.2011.8.26 -.0417 (TJ-SP) Torres de Carvalho

Colhe-se que o Autor desde seu ingresso, para o


desempenho e realização do serviço p úblico, realizava serviços, atividades ,
operações insalubres , as quais, por sua natureza, condiç ões, profissionais,
expunha o Autor a agentes nocivos à saúde e riscos como agentes f ísicos,
químicos e biológicos existentes no ambiente de trabalho, capazes de
causar danos à saúde do servidor, em função de sua natureza ou
intensidade e tempo de exposiç ão, contágio, consideradas as características
profissionais e condiç ões de trabalho, corresponden te ao direito de
perceber adicional de insalubridade em grau máximo.

Atente -se a tudo o fato do reconhecimento e cabimento da


insalubridade na atividade e funç ão exercida pelo Autor, incidindo o direito
ao pagamento dos reflexos sobre f érias e décimo terceiro e de mais verbas

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remuneratórias por se tratar de natureza salarial , retroagindo no tempo


com os acréscimos legais.

O Autor colaciona entendimento jurisprudencial, abaixo:

AÇÃO DE COBRANÇA. SERVIDOR P ÚBLICO


MUNICIPAL. MUNICIPIO DE TERES ÓPOLIS.

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ADICIONAL DE INSALUBRI DADE.RETROATIVIDADE.

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PAGAMENTO DO ADICIONAL COM REFLEXOS
SOBRE FÉRIAS E DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO.
SENTENÇA DE PROCEDENCIA. IRRESIGNAÇ ÃO DO
MUNICIPIO RÉU QUANTO AOS REFLEXOS NAS
DEMAIS VERBAS. AUTORA QUE FAZ JUS AO
RECEBIMENTO DO ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE, TENDO SIDO O REFERIDO
DIREITO RECONHECIDO PELO MUNICIPIO R ÉU. O
ADICIONAL EM QUESTÃO DEVE INCIDIR SOBRE AS
VANTAGENS PECUNIÁRIAS, COMO FÉ4RIAS E
DECIMO TERCEIRO SALÁRIO, ANTE A SUA
NATUREZA SALARIAL. PRECEDENTES
JURISPRUDENCIAIS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
DESPROVIMENTO DO APELO INTERPOSTO PELO
MUNICIPIO RÉU. REEXAME NECESS ÁRIO. JUROS DE
MORA QUE DEVEM OBSERVAR O DISPOSTO NO
ARTIGO 1º F DA LEI 9.49497 (TJ -RJ, 1ª Câm. Civ. Ap.
0013945-12.2013.8.12.0061, R eexame Necessário. Rel. Des.
SERGIO RICARDO DE ARRUDA FERNANDES, RJ
04/;10/2016.

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Embora o requerido não tenha disponibilizado laudo


técnico atualizado , que desde logo requer seja exibido, tal fato n ão exime
de responsabilidade de arcar com o pagamento da verba pleiteada, pena de
de o requerido se beneficiar , valendo-se da própria torpeza.

Consoante se vê, insofismavelmente, o entendimento


jurisprudencial e a norma legal, confirmam o direito do Autor, de modo
que requer seja compelido o requeri do a efetuar o pagamento do adicional

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de insalubridade, no percentual máximo , durante todo o período em que

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trabalhou nos Postos de Saúde do Município, devidamente corrigido, cujo
direito foi sonegado pelo requerido, em prejuízo exclusivo do Autor.

Requer seja compelido o Município ao pagamento do


percentual impago à rubrica de insalubridade, de fo rma retroativa, haja
vista o entendimento jurisprudencial da exposiç ão de risco á saúde,
acrescido de atualizaç ão monetária pelo índice legal e juros de 1% a/m,
incidentes sobre o período imprescrito, a ser apurado em liquidaç ão de
sentença.

3. DIFERENÇA DE NÍVEL

Consoante previsão da Lei Complementar n.º 55/2010


(Plano de Cargos e Vencimentos da Prefeitura Municipal de Eldorado), em
seus artigos 11 e seguintes, colhe-se que o requerente igualmente não teve
assegurado o direito ao percebimento remuneratório em paridade com o
Anexo II Tabela 4. O Requerido deixou de pagar a diferença de nível 8 para
9, desde 2.011.

Com efeito, o Requerido só iniciou o pagamento da diferença de


nível 8 para 9, em observância ao dispositivo legal somente à partir de 2016,
razão pela qual deve ser compelido ao retroativo impago, acrescido de
juros e correção monetária , para o período e 2011 a 2016 , quando, à
partir de então (2016) o requerido iniciou o pagamento.

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Requer seja condenado o Requerido a efetuar o pagamento


das diferenças salariais pertinente s a diferença de nível 8 para 9, a serem apuradas
em liquidação de sentença , com respectivos reflexos em 13º sal ário e férias,
retroagindo ao período imprescrito, a ser apurado em liquidaç ão de
sentença.

4. PRODUTIVIDADE - PMAQ

No ano de 2014 foi editado o Decreto n.º 068/2014 pela

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Chefe do Executivo, autorizando o pagamento de incentivo financeiro d o
Programa Nacional de Melhoria de Acesso e Qualidade da Atenção Básica
(PMAQ/AB), porém deixou de repassar ao reclamante o que lhe cabia por
direito, seja o correspondente ao rateio de 30% dos valores repassados
pelo Ministério da Saúde , mesmo tendo prestado serviços nesse Programa
nos meses de janeiro a agosto de 2016.

Assim, deve ser compelido ao pagamento , devidamente


atualizado, a ser apurado em liquidação de sentença , com os

5. DIFERENÇAS RESCISÓRIAS

(DESCONTOS NÃO AUTORIZADOS

PARCELAMENTO INDEVIDO ). DANO MORAL

Quando O Requerido apresentou a rescisão trabalhista os


pagamentos ocorreram de modo indevido e ilegal porquanto o Requerido,
desautorizadamente , ao invés de proceder ao pagamento das verbas rescisórias de
uma única vez, o fez com abuso de poder porquanto o fez de forma
parcelada, sem autorização e anuência do Autor.

O Autor esclarece que quando o Requerido efetuou o


primeiro pagamento parcelado das verbas rescisórias, o Autor não aceitou

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que fosse feito o pagamento em parcelas , isto porque necessitava receber


de uma só vez.

Em que pese não ter autorizado o pagamento parcelado


acabou por aquiescer, dada a necessidade, conquanto tivesse o Requerido
assegurado que efetuaria o pagamento da diferença decorrente , atualizada
pelo índice de correç ão monetária e juros, em raz ão da perda do pode r
aquisitivo da moeda do período. Desse modo, ante a proposta do requerid o

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de que efetuaria o pagamento da diferença ao término do pagamento

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parcelado em dez (10) vezes , sob a juistificativa de o Município não dispor
de condições econômicas para fazer frente ao pagamento à vista da verba
rescisória, mas que, asseguraria ao Autor que a diferença do poder
aquisitivo da moeda, a ser apurado no período , seria compensado com
juros e correção monetária, de modo a não causar nenhum prejuízo ao
Autor.

Em que pese tal promessa, jamais foi cumprida , certo que


o Requerido prevaleceu e abusou do seu poder discricionário submetendo o
Autor a prejuízo correspondent e, porquanto jamais efetuou o pagamento da
diferença prometida (devida no período do parcelamento tendo em vista a
perda do poder aquisitivo da moeda) , em flagrante abuso de autoridade e
enriquecimento ileg ítimo e indevido.

Tal conduta, impôs prejuízo exclusivo ao Autor , em razão


da perca de poder aquisit ivo da moeda. Confira -se, o Requerido em
autêntico abuso de poder, moto próprio sponte sua , dividiu em dez (10) vezes,
o valor total dos direitos rescisórios, sem lhes acrescer juros e correção
monetária do período, causou prejuízo correspondente ao Autor .

Essa diferença jamais foi paga pelo Requerido, certo que o


Autor pretende haver por justiça . Para tanto requer seja condenado o
Requerido ao pagamento correspondente a diferença atualizada (juros e
correção monetária) além de indenização por dano moral cujo valor pede

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seja fixado por este emérito juízo, à vista de o Requerido ter submetido a
vontade do Autor, obrigado ao pagamento por modo diverso da lei, e m
autêntico abuso de autoridade , causando prej uízo deliberado do Autor.

Inobstante, igualmente, o Autor requer seja condenado o


Requerido, também, ao pagamento de indenização por dano moral , pelo
fato de o Requerido , em autentico abuso de autoridade e excedendo ao
poder discricionário , desautorizadame nte, levou a débito em cada

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parcela mensal paga (direitos rescisórios), impostos e taxas municipais

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por compensação jamais autorizada pelo Autor por dívida tributária de
IPTU, cuja soma aproximada importa em R$ 10.900,00 (dez mil e
novecentos reais), não ajuizada e parcialmente prescrita, locupletando -se
indevidamente. O dolo e o nexo de causalidade de tal atitude incivil do
Requerido, está no fato de o Município de Eldorado ter deixado de
reconhecer a prescrição de ofício, como lhe impõe a Lei..

E pelo fato de o Requerido ter avançado sobre o s limites


correspondentes ao direito do Autor, levando a débito desautorizado
corresponde a dívida de IPTU e taxas municipais, diretamente d o crédito
rescisório trabalhista, fazendo-o sem qualquer autorização do autor , e de
modo diverso da lei requer seja condenado o Requerido ao pagamento
de indenização por dano moral a ser fixado por este emérito juízo ,
pelo maltrato voluntário ao direito do autor.

6. DO DIREITO
Uma vez descritos os fatos que deram origem a presente
demanda, passemos agora a análise do direito que ampara a pretensão ora
deduzida em Juízo.

Do Ato Ilícito . Do enriquecimento sem causa por parte


do Requerido.

Preleciona o artigo 186 do Código Civil de 2002 que:


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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Patente que a conduta voluntária do Requerido ultrapassou


as raias do seu direito e violou direito alheio, causando danos deliberados
ao Autor, de modo que o Requerido tem o dever de indenizar o Autor,

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consoante a força do artigo 927 do Código Civil de 2002 .

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Com efeito, sendo o ato ilícito o ato de vontade de um
agente, contrário à ordem jurídica viola do o direito subjetivo d o terceiro
prejudicado, causando-lhe um dano deliberado, causado dano ilícito a
outrem, flagrante o nexo de causalidade, emerge o dever de inde nizar esse
dano, recompondo ou reparando o patrimônio material ou imaterial do
lesado na exata proporção do dano causado. Sobressai -se o nexo de
causalidade entre o ato voluntário do agente e o dano sofrido pela vítima.

Vejamos:

Art. 927. Aquele que, po r ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará -lo.

O não pagamento da indenização pretendida , proporcionará


ao Requerido que enriqueça ilicitamente às expensas do Autor, fato que,
por força do artigo 884 do Código Civil de 2002 é vedado pelo
ordenamento jurídico brasileiro:

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de


outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
atualização dos valores monetários.

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É explicito também na exposição dos fatos que o Requerido,


- pessoa jurídica de direito público -, encontre lições na Constituição
Federal nos termos seguintes:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência...

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Assim, temos, feriu-se o princípio da moralidade, sobre isso
temos MEIRELLES (2012, pág. 90) :

“ Ao atuar, não poderá desprezar o ele mento ético da sua conduta.


Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o
justo do injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o
inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto.”

Sabendo que aquele que trabalha tem o direi to de receber,


negando-lhe o direito, ou submetendo-o ao abuso, percebe-se o desprezo
pela moralidade da administração pública.

Nos termos do mesmo artigo temos o princípio da


impessoalidade, que também foi rejeitado pela administração do
município, fato que se comprova pela jurisprudência utilizada a frente.

Nos moldes conforme se houve o Requerido, feriu o


princípio da impessoalidade da Administração Pública, vez que a
responsabilidade de pagar os servidores públicos é do Município,
independentemente de seus gestores.

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Salários são verbas sociais e de pleno direito do servidor,


constitucionalmente garantidos pela Magna Carta, e a garantia de seu
pagamento é imperiosa, sob pena de restar caracterizado o enriquecimento
ilícito da Administração Pública. O desdenho do Requerido está
estampado na conduta ilícita, deixando de efetuar pagamento de verbas e
abonos, além de levar a débito não autorizado importância correspondente
a impostos e taxas, afora o parcelamento não autorizado do total da verba
rescisória.

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Assim como está na jurisprudência:

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AÇÃO DE COBRANÇA. SERVIDOR PÚBLICO
MUNICIPAL. SALÁRIOS ATRASADOS. Se comprovada a
prestação de serviços referente ao meses alegados, não se pode furtar
a Prefeitura, sob a alegação de violação da Lei de Responsabilidade
Fiscal ou obrigação contraída pela administração anterior, de efetuar
o pagamento dos sa lários em atraso do servidor, máxime quando se
trata de verba alimentar, sob pena de afronta ao princípio que proíbe
o locupletamento ilícito. I - Recurso conhecido e improvido.
(TJ-MA - AC: 119802007 MA, Relator: MILSON DE SOUZA
COUTINHO, Data de Julgamen to: 19/05/2008, CAXIAS)

Assim, a fim de evitar o enriquecimento ilícito do


Requerido e reparar os danos causados por seus atos ilícitos ao Autor,
pugna seja condenado o Requerido ao pagamento dos valores que são
devidos ao Autor para que seja cristalizada a justiça , a serem apurados em
liquidação de sentença.

7. DANOS MORAIS

Em razão de todo o abuso de autoridade e d esconforto


causados ao Autor pela prática il ícita levado a termo pelo Requerido, por

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supressão de sautorizada dos seus direitos e retenção dolo sa de salário,


merece o autor ser indenizado pelos danos morais sofridos , olvidando o
requerido que os descontos ocorreram sem autorização e indevidamente à
débito de verba de natureza salarial.

Sendo o salário a contraprestação devida pelo empregador


ao empregado, pela relação contratual de trabalho e, possuindo finalidade e
natureza alimentares, a falta de pagamento ou descontos não autorizados,

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configura causa grave de perturbação social, na vida do trabalhador e na

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vida da própria sociedade em que se encontra inserido, sem falar que tinha
compromisso e contava com o recebimento total da soma dos créditos
rescisórios, de uma única vez, e, não de forma parcelada, em 10 (dez)
vezes, sem juros e correção, acarretando enriquecimento ilícito do
Requerido em prejuízo proporcional do autor. .

Portanto, evidenciado o dano moral de que se recente o


autor, o qual há de ser indenizado, segundo os critérios e arbitramento do
Juízo, devendo a indenização ser a mais justa possível.

À propósito, a condenação ao pagamento de indenização


por danos morais e materiais está condicionada à coexistência de três
elementos: a ação ilícita por parte do empregador, o dano sofrido pelo
empregado e o nexo de causalidade entre ambos.

O não pagamento proposital de salários, ou descontos


indevidos e não autorizados (como sucede), implicou em indenização por
dano moral, porquanto deflagra dos graves danos à vida pessoal do Autor
servidor, o qual se viu impedido de receber o valor total dos direitos
rescisórios conquanto o Requerido o tenha feito e utilizado livremente,
submetendo a vontade e administração às despesas próprias garantidoras da
própria sobrevivência e dependentes, além de danos sociais, familiares , etc,
por conta do abuso de autoridade. O Requerido jamais possuiu direito a
lançar descontos, e efetuar pagamento parcelado de crédito rescisório do

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Autor. Por conta desse abuso de direito do Requerido, o Autor m erece


indenizado, tendo em mira que a indenização por dano moral há de ser a
mais justa possível, conforme pleiteado.

Condutas desse jaez evidentemente não podem ser toleradas


pela sociedade e não o foram porquanto consideradas pelos
constitucionalistas. De fato, a retenção dolosa de salários é ato ilícito,
assim reconhecido constitucionalmente (art. 7º, X: “Proteção do salário na
forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa”).

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Ora, tendo o salário função alimentar , sua retenção dolosa
implica em evidente dano presumido ao empregado . Não se pode presumir
um trabalhador, principalmente aquele cujo salário não é suficiente a
adquirir senão bens essenciais, tenha outras fontes de subsistência e que, sem
receber a paga devida, conseguirá sobreviver sem percalços, com o mesmo nível de
vida, por conta dos amigos, do estado ou da caridade.

É dos mais graves possíveis o dano caus ado pelo não


pagamento de salários no modo e tempo ajustados , impedindo o
trabalhador fazer frente às suas necessidades mais básicas (alimentação,
habitação, vestuário, educação e saúde), sendo que esses danos ultrapassam
o elemento meramente patrimonial, por estar ligado, de forma umbilical,
não apenas à sobrevivência, como à própria dignidade.

O obreiro que não recebe não paga (seus credores) e, ao não


pagar transmite à sociedade a impressão de que o trabalhador não o faz por
vontade própria, porquanto es pera-se que quem esteja trabalhando esteja
recebendo (dizem os credores do empregado: “não paga porque não quer,
já que se vê que está trabalhando”). Em uma cidade pequena, a retenção
disseminada de salários por um grande empregador pode causar verdadeira
convulsão social.

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O dano nesse caso emerge de forma absolutamente


natural, impondo seja presumido, exceto se o direito insistir em ignorar a
realidade.

O nexo causal também é consequência natural, na medida


em que, emprestando o trabalhador sua força de tr abalho ao empregador,
está impedindo de fazê -lo simultaneamente a outras pessoas, do que
resulta, retido dolosamente o salário (ou parte), estará inevitável e

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invariavelmente submetido por ato omissivo do empregador a graves

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prejuízos mencionados. É como se fosse o próprio empregador que o
tivesse despejado, negado a vender -lhe o pão ou a coberta, ou mesmo,
tratado de forma humilhante como se ele fosse um caloteiro; se outros o
fazem, é porque o empregador é que deu os motivos.

Ora, não se pode mais permi tir, data máxima vênia, que a
retenção dolosa de salários seja tratada como mera inadimplência, sendo a
indenização por dano moral fixada de forma proporcional e razoável, sem
exageros para mais ou para menos, considerando o porte da empresa
ofensora, seus antecedentes e as peculiaridades do caso, forma ressarcitória
e pedagógica de se obter o respeito ao salário e com isso, o respeito à própria
dignidade do trabalhador .

Requer seja o Requerido condenado a pagar indenização


pelos danos morais causados ao au tor, por razões expostas nesse quadrado .

8. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que seja


julgado procedente os pedidos abaixo:

a) A procedência da ação, e, por conseguinte a condenação


do Reclamado a pagar ao Reclamante as verbas e indenizações
discriminadas, com a devida atualização monetária, juros, honorários

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advocatícios, custas processuais , reflexos em 13º e férias, e demais


cominações legais, a ser apuradas em liquidação de sentença.

1. Licença prêmio , no valor de R$ 62.251,20 (sessenta e


dois mil, duzentos e cinquenta e u7m reais e vinte centavos), devidamente
atualizados monetariamente, acrescidos de juros legais.

2. Indenização do adicional de insalubridade com os


devidos reflexos, a apurar em liquidação de sentenç a,

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devidamente corrigidos;

3. Diferença impaga de mudança de nível 8 para 9, desde


2011 até 2016 (data que iniciou o pagamento) , a ser apurada
em liquidação de sentença, com os acréscimos legais.

4. Produtividade PMAQ , a ser apurada em liquidação de


sentença, devidamente corrigida.

5. Indenização por dano moral por desconto indevido


levado a débito desautorizado de verba rescisória salarial,
assim como descontos e compensação com dívida, não
autorizadas, a ser fixada pelo Juízo, a mais justa possível.

b) Requer, seja compelido o município de Eldorado a


exibir e juntar aos autos, recebidos de pagamentos, fichas
financeiras, e todos os demais documentos inerentes ao
contrato de trabalho, os quais se encontra e m posse do
Requerido, sob pena de confissão;

c) Requer, desde já, o deferimento para a produção de


todos os meios de prova em direito admitidos,
especialmente, pelo depoimento pessoal da Reclamada, sob
pena de confesso, além de prova testemunhal, documental,
pericial e juntada posterior de documentos.

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d) Requer os auspícios da Assistência Judiciária


Gratuita, tendo em vista sua dependência econômica do
Autor, requer -se a concessão dos benefícios da assistência
judiciária gratuita.

e) Ex positis, o Autor REQUER a que o Requerido seja


citado por oficial de ju stiça para que tome
conhecimentos dos termos da inicial e, querendo,

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apresente defesa dentro do prazo legal, sob pena de

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revelia, nos termos do artigo 344 e seguintes do Código
de Processo Civil .

f) Atribui-se à causa, para efeito de alçada, o valor de R$


120.000,00 (cento e vinte mil reais)

Termos em que,

Pede deferimento.

- assinatura digital –
ATINOEL LUIZ CARDOSO – OAB.MS. 2682

ROL DE TESTEMUNHAS:

a) ELCIO DE CARLI, brasileiro, viúv o, comerciante,


residente e domiciliado à Rua José Ataliba, n. 1288, em
Maringá -PR;
b) CARLOS FERRACIOLI, brasileiro, casado, comerciante,
residente e domiciliado em Eldorado à rua Brasil, ,n.
1400,

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de Eldorado.
c) PROFESSOR

1433, em Eldorado -MS

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brasileiro,

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encontrado na sede do Sindicato de Servidores Públicos
solteiro,

d) OZEIAS DE TAL, brasileiro, casado, podendo ser


comerciante, reside nte e domiciliado à rua Brasil, n.
fls. 20

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Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul fls. 409

Comarca de Eldorado
Vara Única

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Processo nº 0801042-15.2018.8.12.0033
Classe: Procedimento Comum Cível - Prestação de Serviços (Serviços Profissionais)
Autor:Ercilio Chinet Junior
Réu: Município de Eldorado

processuais, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0801042-15.2018.8.12.0033 e o código B2249B8.


SENTENÇA
Vistos, etc.
I - RELATÓRIO
Trata-se de ação de cobrança proposta por Ercilio Chinet Junior em face
de Município de Eldorado, ambos qualificados, em que o autor alegou que é servidor
público municipal efetivo aposentado, tendo ocupado o cargo de cirurgião dentista,
ingressado no serviço público em 15/08/1989, aposentado em 05/08/2016. Sustentou
que recebeu licença-prêmio em valor parcial, que não recebeu adicional de
insalubridade durante o período que trabalhou em posto de saúde, que não recebeu a
diferença de nível entre os período de 2011 a 2016, que não recebeu percentual de
produtividade – PMAQ, que no momento de sua rescisão houve descontos e
parcelamento de pagamento não autorizado. Pleiteou o pagamento da verbas não pagas
e condenação em danos materiais e morais. Juntou documentos.
Citado, o réu apresentou contestação (fls. 262/276). Arguiu,
preliminarmente, prescrição quinquenal e do pedido de licença-prêmio. No mérito,
sustentou que não são devidos os adicionais de insalubridade, que a produtividade –
PMAQ seria discricionário da chefia, bem como que não houve delimitação do período
sobre o qual se pleiteia, que não houve irresignação em relação ao pagamento parcelado
quando da quitação das verbas, sendo o quantum anuído pelo requerente, e,
consequentemente, incabível qualquer indenização. Pediu a improcedência dos pedidos
e a condenação do autor por litigância de má-fé.
Houve impugnação (fls. 289/308).
Proferida decisão de saneamento e de organização do processo, em que
foram afastadas as preliminares e deferida as provas testemunhal e pericial (fls. 309/311
e 374).
Realizada a perícia e apresentado o respectivo laudo (fls. 355/364), as partes
se manifestaram (fls. 369/370 e 372/373).
Em audiência de instrução procedeu-se ao depoimento pessoal do autor e à
inquirição de três testemunhas.
Modelo 990172297 - Endereço: Rua Assis Chateaubriand, nº 1.555, Fax: (67) 3473-1343,
Jardim das Palmeiras - CEP 79970-000, Fone: (67) 3473-1121, Eldorado-MS - E-mail:
eld-1v@tjms.jus.br
Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul fls. 410

Comarca de Eldorado
Vara Única

Este documento é copia do original assinado digitalmente por RAISSA SILVA ARAUJO. Liberado nos autos digitais por Raissa Silva Araujo, em 14/11/2023 às 12:17. Para acessar os autos
As partes apresentaram razões finais escritas (fls. 397/402 e 403/407).
É o relatório. Decido.

II – FUNDAMENTAÇÃO

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Da prescrição quinquenal
Acerca da prejudicial de mérito arguida pelo réu impende-se consignar que,
em se tratando de dívidas das Fazendas Públicas a prescrição tem prazo quinquenal.
Veja-se o art. 1° do Decreto nº 20.910/1932:

As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer
direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua
natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.

Considerando então o ajuizamento da ação em 11/12/2018, acaso


reconhecidas parcelas de direito do autor, considerar-se-ão prescritas aquelas anteriores
a 11/12/2013.

Do mérito
O autor pediu a condenação do réu ao pagamento de licença-prêmio,
adicional de insalubridade, diferença de nível, percentual de produtividade – PMAQ,
danos materiais e morais.

De início, verifico que há certa ausência documental em relação ao efetivo


início do requerente como servidor concursado. Todavia, em sede de depoimento
pessoal (f. 394), o requerente assumiu que iniciou trabalhando por contrato com a
requerida e que não prestou o primeiro concurso, tendo ingressado através do segundo
certame.
Apesar de não haver provas em relação à data do segundo certame, o
requerido indicou como sendo 01/02/1996, que tomo como parâmetro, considerando
que não houve impugnação por parte do requerente quanto a esse ponto.
Dito isto, passo à análise das verbas reclamadas.

Da licença-prêmio
A questão colocada nos autos está contemplada no Estatuto dos Servidores
Públicos Municipais (Lei Complementar Municipal nº 59/2011) que, especificamente
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sobre a licença-prêmio, dispõe:

Art. 117. Após cada decênio de efetivo exercício, o servidor fará jus a 6 (seis) meses de
licença, a titulo de premio por assiduidade, com a remuneração do cargo efetivo.

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Art. 118. Não se concederá licença premio ao servidor que no período aquisitivo :
I- Sofrer penalidade disciplinar de suspensão;
II- Afastar-se do cargo em virtude de:
a- Licença para tratamento em pessoa da família, a partir do terceiro grau;
b- Licença para tratar de interesses particulares;
c- Condenação e pena privativa de liberdade, por sentença definitiva, transitada em
julgado;
d- Afastamento do cônjuge ou companheiro;
e- Desempenho de mandato classista;
III- Faltar ao serviço, injustificadamente, por mais de 10 (dez) dias consecutivos ou não;
Parágrafo Único: as faltas injustificadas ao serviço retardarão a concessão de licença
prevista neste artigo, na proporção de um mês para cada falta.

Art. 119 O número de servidores de um mesmo órgão ou entidade, em gozo simultâneo de


licença premio, ficará a critério da municipalidade.

Art. 120 É garantido a hipótese de conversão, em pecúnia, da vantagem de que trata esta
sessão, a critério da municipalidade.

O requerente alega que houve o pagamento de somente 6 (seis) meses,


quando do fim do vínculo com a municipalidade, sendo que trabalhou por mais de duas
décadas.
A requerida, por sua vez, alega que o prazo para contagem do serviço
público somente pode ser contado a partir do momento em que o servidor se tornou
efetivo, o que ocorreu em 01/02/1996, não se verificando dois períodos aquisitivos para
concessão da licença.
No requerimento administrativo (f. 30) que o requerente apresentou, ele
reconheceu que no período de contagem incluiu período sobre o qual não estava
concursado.
Ademais, a Lei Orgânica Municipal de Eldorado, em seu art. 97, inciso
XXI, prevê a contagem de tempo de serviço para todos os efeitos legais, sob qualquer
forma ou vínculo, o que se estende à contratação anterior à aprovação por concurso

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público.
Sobre o tema, necessário interpretar o tema 916, do Supremo Tribunal
Federal, RE 765.320/MG, senão vejamos:

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Tese:A contratação por tempo determinado para atendimento de necessidade temporária de
excepcional interesse público realizada em desconformidade com os preceitos do art. 37,
IX, da Constituição Federal não gera quaisquer efeitos jurídicos válidos em relação aos
servidores contratados, com exceção do direito à percepção dos salários referentes ao
período trabalhado e, nos termos do art. 19-A da Lei 8.036/1990, ao levantamento dos
depósitos efetuados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS.

Ou seja, se os contratos nulos não geram qualquer efeito, além do FGTS, o


contrato válido gera. E como não há questionamento sobre a validade da contratação
anterior ao concurso, o período trabalhado deve ser contado para fins de licença-prêmio.
Inclusive, conforme será destacado no tópico "da diferença de nível", o requerido desde
2015 já reconhecia mais de 20 anos de serviço público.
Desta forma, como há vínculo com o município desde 15/05/1989 (f. 145),
verifica-se que quando da sua aposentadoria (05/08/2016) o requerente tinha direito à
percepção de dois períodos aquisitivos de licença-prêmio, tendo recebido somente o
relativo a um período (f. 161).
Sobre o valor, a jurisprudência do TJMS entende que a referência deve ser a
última remuneração paga, que no caso deverá ser a última remuneração percebida
enquanto servidor ativo da administração, senão vejamos:

REEXAME NECESSÁRIO E RECURSO VOLUNTÁRIO DE APELAÇÃO CÍVEL EM


MANDADO DE SEGURANÇA – PRELIMINARES DE DECADÊNCIA, INÉPCIA DA
INICIAL E DE PRESCRIÇÃO REJEITADAS – MÉRITO – DIREITO LÍQUIDO E
CERTO DA IMPETRANTE NA CONVERSÃO EM PECÚNIA DA LICENÇA-PRÊMIO
NÃO USUFRUÍDA – INDENIZAÇÃO QUE DEVE TER POR BASE A ÚLTIMA
REMUNERAÇÃO HABITUAL RECEBIDA PELO SERVIDOR ANTES DA
APOSENTADORIA – RECURSOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.
Se o ato impugnado por meio do presente mandado de segurança é o que negou o direito
da impetrante de conversão das licenças-prêmios não usufruídas em pecúnia, cujo
conhecimento se deu com a publicação no Diário Oficial, ocorrida em 21/03/2022, não há
que falar em decadência, já que o presente mandamus foi impetrado antes do decurso do
prazo decadencial. Preliminar rejeitada. Considerando que o Município de Campo Grande
foi intimado e compareceu a todos os atos do processo, o simples fato de não ter sido

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indicado no preambulo não leva ao indeferimento da inicial, posto que não houve qualquer
prejuízo ao município ora apelante. Preliminar de inépcia da inicial rejeitada. O STJ, ao
proferir julgamento do REsp n. 1.254.456/PE, firmou tese no sentido de que é de cinco
anos a prescrição para conversão em pecúnia da licença-prêmio não usufruída, cujo prazo
se inicia na data em que ocorreu a aposentadoria do servidor. Dessa maneira, tendo sido o

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mandamus impetrado antes do decurso do prazo de 5 anos, a preliminar de prescrição não
comporta acolhimento. Conforme orientação do STJ, é devida ao servidor público
aposentado a conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada, nem contada em dobro
para aposentadoria, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração. A indenização
deverá ter por base o valor da última remuneração habitual recebida pela impetrante
antes de sua aposentadoria. Reexame necessário de sentença e recurso voluntário de
apelação cível conhecidos e parcialmente providos. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e
discutidos estes autos, ACORDAM, em sessão permanente e virtual, os(as)
magistrados(as) do(a) 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, na
conformidade da ata de julgamentos, a seguinte decisão: Por unanimidade, deram parcial
provimento aos recursos, nos termos do voto do Relator.. (TJMS. Apelação / Remessa
Necessária n. 0825625-24.2022.8.12.0001, Campo Grande, 5ª Câmara Cível, Relator (a):
Des. Luiz Antônio Cavassa de Almeida, j: 28/05/2023, p: 30/05/2023) (grifo nosso)

Do adicional de insalubridade
Sobre o adicional de insalubridade, o Estatuto dos Servidores Públicos
Municipais (Lei Complementar Municipal nº 59/2011) dispõe o seguinte:

Art. 161. Os servidores que trabalhem com habitualidade em ambientes ou funções


insalubres ou perigosas, fazem jus a um adicional, que corresponderá:
I - no caso de insalubridade, a dez por cento, vinte por cento ou quarenta por cento
do salário-mínimo, conforme o grau definido em perícia;
II - no caso de periculosidade, a trinta por cento do vencimento.
§ 1º - O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade ou de periculosidade deverá
optar por um deles, não sendo permitida a acumulação.
§ 2º - O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das
condições ou dos riscos que derem causa à sua concessão.

Art. 162. Haverá permanente controle das atividades, em operações ou locais considerados
insalubres ou perigosos. Parágrafo único - (...)

Art. 163 Para a definição das hipóteses de periculosidade e dos casos e graus de
insalubridade serão usados os critérios da legislação federal e respectivos regulamentos
sobre a matéria. (nossos grifos)

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É desnecessária a regulamentação complementar acerca da matéria, pois os
dispositivos supra citados definem o grau de insalubridade e a base de cálculo.
Além disso, há expressa referência à regulamentação prevista em legislação

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federal (in casu, Lei nº 8.212/91 e CLT), devendo ser aplicadas subsidiariamente em
caso de eventuais omissões acerca dos critérios para a insalubridade.
Nesse sentido, anote-se os seguintes julgados:

APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO DE COMPLEMENTAÇÃO DE ADICIONAL ADICIONAL


DE INSALUBRIDADE CABIMENTO PREVISÃO EM LEI MUNICIPAL
DESNECESSIDADE DE REGRAMENTO COMPLEMENTAR - GRAU CONSTATADO
POR PERÍCIA JUDICIAL REEXAME NECESSÁRIO E RECURSO CONHECIDO E
IMPROVIDOS. I) Havendo previsão legislativa na esfera municipal a respeito do
cabimento de adicional de insalubridade, e estando também estabelecidos os graus
incidentes, é possível a sua implementação de forma direta, sem a necessidade de
norma complementar exarada pelo Executivo. II) Apelação conhecida e improvida. III)
Reexame Necessário improvido. (TJMS. Apelação / Remessa Necessária n.
0800997-78.2018.8.12.0043, São Gabriel do Oeste, 3ª Câmara Cível, Relator: Des. Dorival
Renato Pavan, j: 22/11/2019, p: 03/12/2019). (Destaquei)

APELAÇÃO – DECLARATÓRIA E COBRANÇA – SERVIDORA PÚBLICA


MUNICIPAL – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – LEI MUNICIPAL QUE FAZ
REFERÊNCIA À LEGISLAÇÃO FEDERAL ESPECÍFICA – FUNÇÃO DE GARI –
INSALUBRIDADE NOTÓRIA – GRAU A SER ESTABELECIDO MEDIANTE
LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO. 01 – É devido o adicional de insalubridade à
servidora pública municipal quando a norma municipal (Lei Complementar
Municipal 001/1993) o garante e prevê expressamente que a regulamentação ocorrerá
conforme legislação federal específica (art. 12 da Lei Federal nº 8.270/1992). 02 (...)
Recurso provido. (TJMS. Apelação Cível n. 0001342-08.2011.8.12.0016, Mundo Novo, 2ª
Câmara Cível, Relator: Des. Vilson Bertelli, j: 09/08/2017, p: 10/08/2017). (Destaquei)

Pois bem, o pedido do requerente diz respeito a uma período de


aproximadamente 5 (cinco) anos em que teria trabalhado no posto de saúde e não teria
recebido o adicional no seu percentual máximo, estando a análise jurisdicional
delimitada ao pedido do autor, em atenção ao princípio da adstrição, art. 492, do CPC.
Em perícia ao posto de saúde da cidade (f. 355/364), constatou-se que em

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razão do trabalho de cirurgião dentista o requerente faria jus minimamente pelo
exercício do cargo ao adicional em grau médio (20%), "contudo, acaso não
demonstrado pela parte requerida que a parte requerente não tinha contato com
pacientes com doenças infectocontagiosas, passíveis de serem abrigados em ambiente

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de isolamento (...), faria o autor jus ao percebimento do adicional de insalubridade em
grau máximo (40%)".
Para tanto, todavia, deve-se ter certeza sobre qual foi esse período
trabalhado em posto de saúde, o que não foi comprovado nos autos.
A oitiva das testemunhas (f. 394) em nada contribuem para confirmar qual
foi o referido período ou mesmo se o requerente esteve de forma permanente no posto
de saúde. A testemunha Elcio afirma que via o requerente no posto ao passar na rua,
entre 2/3 vezes por semana. A testemunha Luiz, que foi Secretário de Esporte, apesar de
afirmar que o requerente estava exposto à insalubridade, não fornece elementos
concretos que possibilitem verificar exatamente qual o período trabalhado no posto. Por
último, a testemunha Nelson relatou que o requerente passava por todos os setores, sem
também possibilitar uma verificação específica por parte do juízo de quais momentos
houve a prestação de trabalho no posto.
O requerente, inclusive, relata em depoimento pessoal (f. 394) que
trabalhou em diversos setores, inclusive como Secretário de Saúde, e sua última lotação
foi na Secretaria de Saúde (f. 154).
Ademais, ainda que o requerido comprove que houve a percepção de
insalubridade por alguns meses, com adicional de 20% (f. 279/282), o que também foi
comprovado pelo requerente em relação a outros meses (f. 44/47), não há nos autos
nenhuma prova que deixe evidente o período trabalhado no posto de saúde.
O adicional, nesse sentido, se exercida somente atividade administrativa, é
indevido; se exercida a atividade de cirurgião, é na quantia de 20%; e se exercido no
posto de saúde, 40%, conforme o laudo pericial (f. 355/364).
E, conforme a regra de distribuição do ônus da prova, incumbe ao autor
comprovar fato constitutivo do seu direito (art. 373, I, do CPC). Como o autor não
comprovou o período que laborou no posto de saúde, não é possível verificar se houve
ou não o devido recebimento do adicional, em qual grau e até mesmo se já houve
prescrição quinquenal sobre a verba.

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Da diferença de nível
Quanto à diferença de nível, necessários alguns esclarecimentos. As tabelas
de estruturação da carreira (art. 11, da Lei Complementar Municipal n. 55/2010)
dividem os cargos conforme a remuneração entre os níveis I a IX. As classes A, B e C

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representam um conjunto de 12 anos de serviço cada, sendo A, de 0 a 12 anos; B, de 13
a 24 anos; e C, de 24 a 36 anos. Já a "referência" diz respeito à progressão funcional,
que se opera de 2 em 2 anos, conforme art. 250B, do Estatuto dos Servidores
Municipais.
O requerente pediu alteração de nível, não reclamando por alteração de
referência/progressão funcional, devendo ser esse o limite da lide em atenção à
adstrição (art. 492, do CPC).
Inclusive, até se percebe no requerimento não assinado apresentado às f. 50,
que o requerente fez pedido administrativo de alteração do nível/referência de VIII/11
para IX/10.
Por parte do requerido, há certa confusão terminológica, já que sua tese
recai sobre a progressão funcional, mas citando "nível" ao invés de "referência".
Inclusive, chega a reconhecer que deveria ter passado de "nível" de 8 para 9 desde abril
de 2015, mas que isso somente ocorreu em março de 2016. O que também não confere
fidedignamente aos fatos, conforme veremos.
A fim de esclarecer qual era a realidade salarial, o nível e a referência, passo
à seguinte análise.
A Lei Complementar Municipal n. 55/2010 estabeleceu o cargo de cirurgião
dentista como nível VII, conforme art. 11, alínea "g". Não há prova dos valores pagos
essa época.
Em janeiro de 2013, o requerente recebeu como nível VII/referência 10 (f.
282).
Posteriormente, a Lei Complementar n. 68/2013 alterou a carreira de
cirurgião dentista para o nível VIII (f. 126/127). À época, em razão da alteração, o
requerente recebeu a quantia de R$ 4.584,32, referente à folha de maio de 2013 (f. 281),
devidamente conforme a tabela alterada pela LC n. 68/13, estando localizado no nível
VIII/referência 11.
Ou seja, entre janeiro e maio de 2013, ele já tinha iniciado a contagem do
biênio relativo à referência 11, que findaria em 2015, onde passaria para a referência 12.
Em agosto de 2014, recebeu R$ 4.859,38 (f. 34), conforme nível
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VIII/referência 11, observando-se, portanto, que teve reajuste salarial da tabela.
Durante 2015, o requerente continuou recebendo como nível VIII/referência
11, seja em março (f. 36), seja em outubro (f. 41), onde se verifica certa irregularidade,
que inclusive foi assumida pelo requerido, acerca da não progressão funcional em

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março de 2015 para a referência 12, apesar de ter falado em "8 para 9".
Ressalto novamente que a progressão funcional se dá de 2 em 2 anos, por
isso quando o requerido diz que não houve implementação da progressão no referido
período e que deveria ter realizado o reajuste desde abril de 2015, ele não está falando
de nível, mas sim de progressão/referência. Por seu turno, a alteração de nível é
mudança na classificação e estrutura remuneratória da própria carreira, e que somente
se opera com lei específica, não se confundindo com a progressão.
Estranhamente, em março de 2016, momento no qual o requerido diz ter
corrigido a progressão funcional do requerente, este passou a receber como nível
IX/referência 10.
Em relação à alteração de nível, apesar de não ter sido juntado nenhum
documento a fim de comprovar em qual o momento exato isso aconteceu, o que gerou
estranheza foi a "regressão" funcional, que da referência 11, passou para a referência
10, diminuindo um biênio do requerente.
Apesar da digressão acima, a análise judicial deve estar limitada ao que foi
pedido, sob pena de nulidade, e o pleito do requerente é o reconhecimento da evolução
de nível VII para VIII, desde 2011. Todavia, conforme analisado, a evolução de nível
de VII para VIII somente foi realizada legalmente através da Lei Complementar n.
68/2013 (f. 126/127).
Nesse sentido, não houve juntada de nenhum documento que comprove que
a ausência de evolução de nível de VII para VIII do requerente no ano de 2013.
Ademais, há comprovante de agosto de 2014 (f. 34), que demonstra que sua
remuneração já estava no nível VIII.
Assim sendo, o requerente não faz jus a nenhuma diferença de nível de VII
para VIII, desde 2011, porque a alteração somente foi implementada em 2013, sem se
ter feito prova de que o requerente não teve a sua devida evolução neste ano, ao passo
que há prova de que em 2014, o requerente já recebia como nível VIII.

Da produtividade - PMAQ
A referida produtividade foi regulamentada através do Decreto n. 068/2014,
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prevendo o pagamento de incentivo decorrente do Programa Nacional de Melhoria de
Acesso e Qualidade da Atenção Básica (PMAQ/AB), conforme f. 31/32.
Extrai-se da leitura do §1º do art. 1º, do Decreto . 68/2014, que foi
estabelecida uma condição para recebimento do incentivo, qual seja, "desde que estejam

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contribuindo efetivamente para alcançar o cumprimento dos indicadores de
desempenho do programa nas Unidades de Saúde definidos nas Portarias Ministeriais
que regulamentam a Política Nacional de Atenção Básica – PNAB."
Todavia, apesar de ter comprovado o repasse federal (f. 33), não houve
prova da condição estabelecida no §1º, do art. 1º, do Dec. n. 068/2014 por parte do
requerente, que não se desincumbiu de seu ônus (art. 373, I, do CPC), não sendo
possível enquadrá-lo automaticamente como beneficiário e estabelecer o pagamento do
incentivo.

Do dano material
Neste tópico, necessário destacar que o poder público é regido pelo
princípio da legalidade, conforme art. 37, caput, da CF, somente podendo fazer aquilo
permitido legalmente.
Não há controvérsia quanto ao parcelamento do pagamento das verbas
vencidas, restando a questão sobre a legalidade ou não do parcelamento.
O requerido afirma que não poderia realizar o pagamento de quantia
superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais) de forma voluntária ao requerente, que
deveria ter ajuizado ação de cobrança.
Ademais, vale considerar que não se tratava de pagamento de dívida ou de
condenação a fim de condicionar o pagamento integral do requerente à uma demanda
judicial, tal como previsto no art. 100, da CF em relação ao regime de pagamento por
precatório, mas de verba remuneratória/despesa com pessoal, nos moldes do art. 18, da
Lei Complementar Federal n. 101/2000.
O parcelamento até seria possível, caso houvesse previsão em lei ou se o
requerente assim tivesse anuído, mas nenhuma dessas hipóteses resta verificada nos
autos.
Sobre o tema, elucida o art. 186, 927 e 944, do CC, que aquele que causa
dano a outrem, comete ato ilícito e fica obrigado a repará-lo na medida de extensão do
dano.
Desta forma, consequentemente, o parcelamento do pagamento das verbas
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causou prejuízo material ao requerente já que não teve de pronto a disponibilidade
patrimonial que lhe era devida, devendo o montante dos débitos serem corrigidos
monetariamente desde a aposentação, com o devido abatimento mensal a cada parcela
paga à época, com o fim de reparar o prejuízo do requerente pelo não recebimento da

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totalidade das suas verbas vencidas no momento da sua aposentadoria.

Do dano moral
A respeito do dano moral, apontam Cristiano Chaves, Nelson Rosenvald e
Felipe Peixoto Braga Netto, que "pode ser conceituado como uma lesão a um interesse
concretamente merecedor de tutela".1
Mais adiante, os autores explicam que:

"Devemos alertar que, ao definirmos o dano extrapatrimonial como a lesão a um interesse


existencial concretamente merecedor de tutela, não pretendemos com estas palavras
afirmar que só haverá dano moral quando a lesão for grave, ou seja, a partir do momento
em que se constate a severidade da ofensa. Definitivamente repelimos essa ideia, por uma
razão singela: todo dano a uma situação existencial é intrinsecamente grave. Qualquer
ofensa a um bem jurídico da personalidade é séria e, se, objetivamente constatada,
caracterizará o dano moral."2

Na mesma linha é de se registrar o ensinamento de Maria Celina Bodin


Moraes:

"Assim, no momento atual, doutrina e jurisprudência dominantes têm como adquirido que
o dano moral é aquele que, independentemente de prejuízo material, fere direitos
personalíssimos, isto é, todo e qualquer atributo que individualiza cada pessoa, tal como a
liberdade, a honra, a atividade profissional, a reputação, as manifestações culturais e
intelectuais, entre outros. O dano é ainda considerado moral quando os efeitos da ação,
embora não repercutam na órbita de seu patrimônio material, originam angústia, dor,
sofrimento, tristeza ou humilhação à vítima, trazendo-lhe sensações e emoções negativas.
Neste último caso, diz-se necessário, outrossim, que o constrangimento, a tristeza, a
humilhação, sejam intensos a ponto de poderem facilmente distinguir-se dos
aborrecimentos e dissabores do dia-a-dia, situações comuns a que todos se sujeitam, como

1
FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson; e NETTO, Felipe Peixoto Braga. Curso de Direito
Civil: responsabilidade civil. 5ª ed. Salvador: Juspodivm, 2018, p. 301.
2 Op. Cit. p. 304.

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aspectos normais da vida cotidiana."3

Sintetizando, o dano moral consiste na lesão aos direitos da personalidade, o


que pode ocorrer através da dor, tristeza, vexame, humilhação, amargura, sofrimento,
angústia e depressão, não se confundindo com meros transtornos ou aborrecimentos

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decorrentes do prejuízo material (Enunciado nº 159 da Jornada de Direito Civil,
promovida pelo Conselho da Justiça Federal).
Nesse aspecto, cabe ao Juiz analisar os fatos e aferir se houve dano imaterial
indenizável e não mero aborrecimento.
No caso dos autos, imperioso analisar que o requerente alega que prestou 28
(vinte e oito) anos de serviço à municipalidade, inclusive, com prestação de serviços de
maneira altruística e caridosa, mas que quando da sua aposentadoria não teve seus
direitos respeitados.
Alega que o acordo de quitação (f. 161) foi abaixo do que deveria ter sido,
que recebeu de forma parcelada sem a sua anuência e com descontos indevidos.
Inclusive, ressalta que durante o período, sua esposa estava passando por um momento
delicado de saúde, e que somente aceitou a situação para evitar maiores burocracias à
época.
Reflete que seu maior sentimento é uma sensação de injustiça, já que
sempre fez questão de entregar seu melhor para o requerido, não tendo recebido o
mesmo tratamento quando da sua aposentadoria.
Na oitiva das testemunhas (f. 394), percebe-se que houve comentários sobre
o parcelamento e de o requerente teria recebido quantia menor das verbas que seriam
devidas. Todavia, resta claro que nenhum dos comentários eram em tom vexatório ou
humilhante, mas somente a nível de comentário mesmo, por ser uma cidade que as
pessoas acabam se conhecendo. Inclusive, a testemunha Luiz, ressalta que o
parcelamento era realizado com todos e também foi feito quando do seu acerto,
demonstrando que, apesar de irregular, o parcelamento não foi uma forma de atingir a
pessoalidade do requerente ou de prejudicá-lo de forma especial.
Necessário, assim, destacar que eventual injustiça por verbas não pagas
devem ser pleiteadas judicialmente e o seu mero inadimplemento não causam lesão

3
MORAES, Maria Celina Bodin. Danos à Pessoa Humana: uma leitura civil-constitucional dos Danos
Morais. Rio de Janeiro: Renovar, 2009.

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moral, sendo um dissabor do cotidiano, ainda que esse dissabor tenha sido praticado por
um ente público.
Outrossim, o contexto e as provas produzidas não permite avaliar nenhuma
ofensa aos direitos da personalidade do autor (honra, imagem, intimidade, privacidade –

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art. 5º, da CF).
Aliás, mesmo alegando ter recebido menos do que deveria, o requerente diz
ser pessoa estável financeiramente, levando à conclusão de que mesmo não percebendo
as verbas devidas à época, tal situação não lhe provocou um desequilíbrio patrimonial
intenso e extremo de modo a atingir-lhe a dignidade.
Conclui-se que os comentários não foram em tom de chacota. Que o
parcelamento era realizado com todos e não foi algo direcionado tão somente com a
finalidade de afetar o requerente. Que o contexto pessoal/familiar do autor à época com
sua esposa são estranhos à relação com o município e não agravam, por si só, a situação
de mera inadimplência, já que ainda que fragilizado, deveria ter recusado o acordo e
ajuizado a demanda judicial cabível. Que não há prova de descontos realizados no
acordo, sendo impossível avaliar essa esfera fática.
Assim sendo, o sentimento pessoal de frustração com o município não é
suficiente para a configuração de dano moral indenizável, estando na esfera do dissabor
cotidiano.
Sobre a questão, o Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul já se
manifestou, ipsis litteris:

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE COBRANÇA – REVISÃO SALARIAL –


PRELIMINAR DE DESERÇÃO AFASTADA – PRELIMINAR NÃO APLICAÇÃO DO
ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA À FAZENDA PÚBLICA – ACOLHIDA –
DIFERENÇAS A RECEBER RECONHECIDAS PELO MUNICÍPIO – DANO MORAL –
INDEVIDO – HONORÁRIOS CONTRATUAIS – INADMISSIBILIDADE – RECURSO
PROVIDO. A Fazenda Pública Municipal é isenta do pagamento das custas processuais
remanescentes, "ex-vi" do artigo 24, inciso I, da Lei Estadual n. 3.779, de 11 de novembro
de 2009, Regimento de Custas Judiciais Estadual. Acolhe-se a preliminar arguida, para
afastar a alegação de que os danos morais são tidos por incontroversos, porque a condição
peculiar que ocupa a Fazenda Pública impede que a não impugnação específica dos fatos
gere a incontrovérsia destes. A Fazenda Pública Municipal é isenta do pagamento das
custas processuais remanescentes, "ex-vi" do artigo 24, inciso I, da Lei Estadual n. 3.779,
de 11 de novembro de 2009, Regimento de Custas Judiciais Estadual. O atraso no
pagamento de salários, por si só, não dá ensejo à indenização por danos morais, pois

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embora se presuma que o trabalhador dependa dos seus salários para solver seus
compromissos financeiros, a legislação vigente já prevê outros mecanismos como
forma de compensação e punição diante do atraso, tais como a incidência correção
monetária e de juros de mora. Condenado o vencido ao pagamento dos honorários
sucumbenciais, é inadmissível sua condenação ao ressarcimento dos honorários

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contratualmente assumidos, que deverão ser custeados, exclusivamente, por parte daquele
que contratou o serviço prestado. (TJMS. Apelação Cível n. 0800150-59.2015.8.12.0018,
Paranaíba, 5ª Câmara Cível, Relator (a): Des. Vladimir Abreu da Silva, j: 09/11/2015, p:
12/11/2015)

Portanto, não reputo verificada nenhuma ofensa à personalidade do


requerente a fim de justificar reparação por danos morais.

Da litigância de má-fé
Não vislumbro abuso no exercício de direito pelo requerente, notadamente
porque procedente parte dos pedidos formulados, bem como comprovada a relação
estabelecida de trabalho, ainda que não nos moldes pedidos na inicial para incidência de
todas as verbas pleiteadas.

III – DISPOSITIVO
Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os
pedidos formulados na inicial, para o fim de: (a) condenar o réu ao pagamento de
licença-prêmio referente a um período aquisitivo não usufruído, com base na última
remuneração recebida; e (b) condenar o réu à reparação material decorrente do
parcelamento indevido das verbas vencidas quando da aposentadoria do
requerente, com o abatimento das quantias mensais pagas, apurando-se a diferença
entre o pago e o devido.
Por conseguinte, resolvo o mérito nos termos do art. 487, inciso I, do
Código de Processo Civil.
Os valores atrasados deverão ser corrigidos monetariamente, a partir da data
em que deveriam ter sido pagos, pelo IPCA-E, até 08/12/2021, e, a partir de
09/12/2021, com a vigência da EC n. 113, através da taxa Selic, com juros de mora
aplicados à remuneração oficial da caderneta de poupança, cuja incidência é uma única
vez, até o efetivo pagamento, nos termos do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, contados da
citação, por se tratar de débito da Fazenda Pública de natureza não tributária, aplicando-

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se, por consequência, os Temas 810 do STF e 905 do STJ.
A apuração do quantum da condenação deverá se dar em liquidação de
sentença.
Considerando a sucumbência recíproca, condeno as partes ao pagamento

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das custas processuais, ressalvada a isenção legal em face do réu (art. 24, da Lei
Estadual nº 3.379/2009), bem como aos honorários advocatícios devendo a parte autora
arcar com 50% da sucumbência e a parte ré com os 50% restantes.
Por ser ilíquida a sentença, o percentual a título de honorários deverá ser
definido quando da liquidação do julgado, nos termos do art. 85, §4º, inciso II, Código
de Processo Civil.
Considerando que não houve o recolhimento dos honorários periciais até o
presente momento e a sucumbência recíproca, cada parte arcará com 50% do valor de
honorários do expert (f. 335/337 e 341/342), a ser pago no prazo de 15 (quinze) dias,
contados da intimação desta sentença.
Publique-se, registre-se e intime-se.
Sentença sujeita à remessa necessária.
Após o decurso do prazo para eventuais recursos voluntários, com ou sem
estes, remetam-se os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça deste Estado, para fins de
reexame necessário.

Eldorado, datado e assinado digitalmente.

Raissa Silva Araujo


Juiz(a) de Direito
(assinado por certificação digital)

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