RT 0020256-44.2018.5.04.0406

Fls.
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PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE_0020256-44.2018.5.04.0406
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região
AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO

RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406
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Processo Judicial Eletrônico
Data da Autuação: 16/05/2018

Valor da causa: R$ 250.000,00
Partes:
AUTOR: ALEXSANDRO PEREIRA - CPF: 852.614.320-49
ADVOGADO: LOURDES VOLPATO DOS SANTOS - OAB: RS80158
RÉU: PINTURAS E DECORACOES CANAA LTDA - ME - CNPJ: 06.298.992/0001-61
RÉU: AJA COMERCIO DE MATERIAIS ELETRICOS LTDA - EPP - CNPJ: 08.133.646/0001-
59
RÉU: FOCO URBANO CONSTRUCAO CIVIL LTDA - CNPJ: 13.563.949/0001-41
RÉU: CGC SEGURANCA DO TRABALHO LTDA - ME - CNPJ: 21.575.062/0001-00
Fls.: 2
EXMO. SR. DR. JUIZ DA 6ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE CAXIAS DO SUL/RS
ALEXSANDRO PEREIRA, brasileiro, em união estável com Cintia Borges, pintor, inscrito no
CPF sob número 852.614.320-49, portador do RG número 1105158693, residente e domiciliado
na Rua Rosana Prezzi Battisti, n. 424, Bairro Bela Vista, CEP 95076-360, Caxias do Sul – RS,
por suas procuradoras signatárias, com escritório profissional na cidade de Caxias do Sul (RS)
à Avenida Júlio de Castilhos, nº. 150, sala 12, Bairro Lourdes, telefone (54) 3014 0026, onde
recebem intimações e notificações, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, propor R
ECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE
ACIDENTE DE TRABALHO em face de PINTURAS E DECORAÇÕES CANAÃ LTDA., pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº. 06.298.992/0001-61, com sede na Rua
Antonio Pereira, nº 908, bairro São Cristovão, CEP 95058-305 em Caxias do Sul/RS; AJA
COMÉRCIO DE MATERIAIS ELÉTRICOS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
CNPJ sob nº. 08.133.646/0001-59, com sede na Rua Alfredo Chaves, nº. 1274 – Sala 803,
Bairro Exposição, Caxias do Sul (RS), CEP 95020-460, FOCO URBANO CONSTRUÇÃO
CIVIL LTDA., pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ sob nº. 13.563.949/0001-41,
com sede na Rua Amazonas, nº. 512 – Sala 41, Bairro Jardim América, Caxias do Sul (RS),
CEP 95050-030 e;CGC SEGURANÇA DO TRABALHO LTDA., pessoa jurídica inscrita no
CNPJ sob nº. 21.575.062/0001-00, com sede na Rua La Salle, nº. 910 – Sala 02, Bairro São
Pelegrino, Caxias do Sul (RS), CEP 95020-100, pelas razões de fato e de direito que adiante
vão.
Requer, desde já, a concessão do benefício da gratuidade de justiça e a notificação das

reclamadas nos endereços acima, para, caso queiram, responder aos termos da presente.
Nestes termos
Pede e espera Deferimento
Lourdes Volpato dos Santos
OAB/RS 80.158
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: LOURDES VOLPATO DOS SANTOS

https://pje.trt4.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18051614372628400000052546435
Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 87d12a8 - Pág. 1
Número do documento: 18051614372628400000052546435
Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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EXMO. SR. DR. JUIZ DA 6ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE

CAXIAS DO SUL/RS
ALEXSANDRO PEREIRA, brasileiro, em união estável com Cintia Borges,

pintor, inscrito no CPF sob número 852.614.320-49, portador do RG número
1105158693, residente e domiciliado na Rua Rosana Prezzi Battisti, n. 424, Bairro
Bela Vista, CEP 95076-360, Caxias do Sul – RS, por suas procuradoras signatárias,
com escritório profissional na cidade de Caxias do Sul (RS) à Avenida Júlio de
Castilhos, nº. 150, sala 12, Bairro Lourdes, telefone (54) 3014 0026, onde recebem
intimações e notificações, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, propor
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO

DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRABALHO em face de
PINTURAS E DECORAÇÕES CANAÃ LTDA., pessoa jurídica de direito

privado, inscrita no CNPJ sob nº. 06.298.992/0001-61, com sede na Rua Antonio
Pereira, nº 908, bairro São Cristovão, CEP 95058-305 em Caxias do Sul/RS.
AJA COMÉRCIO DE MATERIAIS ELÉTRICOS LTDA., pessoa jurídica de

direito privado, inscrita no CNPJ sob nº. 08.133.646/0001-59, com sede na Rua
Caxias do Sul/RS | Av. Júlio de Castilhos, 150/Sala 12 | Bairro Nossa Senhora de Lourdes
CEP 95010-000 | (54) 3014 0026 | www.volpatocolussi.com.br

Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. ca5ee19 - Pág. 1
Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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Alfredo Chaves, nº. 1274 – Sala 803, Bairro Exposição, Caxias do Sul (RS), CEP
95020-460, e de forma subsidiaria as empresas,
FOCO URBANO CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA., pessoa jurídica de direito

privado inscrita no CNPJ sob nº. 13.563.949/0001-41, com sede na Rua Amazonas,
nº. 512 – Sala 41, Bairro Jardim América, Caxias do Sul (RS), CEP 95050-030 e;
CGC SEGURANÇA DO TRABALHO LTDA., pessoa jurídica inscrita no CNPJ

sob nº. 21.575.062/0001-00, com sede na Rua La Salle, nº. 910 – Sala 02, Bairro São
Pelegrino, Caxias do Sul (RS), CEP 95020-100, pelas razões de fato e de direito que
passa a expor:
1 - DA IRRETROATIVIDADE DA REFORMA TRABALHISTA NOS CASOS

PREJUDICIAIS AO TRABALHADOR
Não obstante a vigência e aplicação imediata da Lei 13.467/17 que instituiu a

Reforma Trabalhista (Art. 2º MP 808/17), necessário dispor sobre a irretroatividade da
lei, quando em prejuízo do ato jurídico perfeito das relações jurídicas anteriores à
reforma. Trata-se da observância pura à SEGURANÇA JURÍDICA inerente ao Estado
Democrático de Direito, e de preservar o DIREITO ADQUIRIDO, nos termos de clara
redação constitucional em seu Art. 5º:XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido,
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; Trata-se de aplicação inequívoca do
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DE NORMA NOVA, especialmente quando
trazem normas prejudiciais ao trabalhador, conforme disposto no DECRETO-LEI Nº
4.657/42 (LIDB):Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. A doutrina ao corroborar este
entendimento destaca sobre a não aplicabilidade de normas novas concernentes à
situações constituídas antes de sua entrada em vigor: "Como se vê, a lei tem efeito
imediato, mas não pode retroagir para prejudicar o ato jurídico perfeito, assim

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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entendido como aquele já consumado segundo a lei vigente ao tempo que se efetuou
(Ar. 6º, §2º, da LINDB). (...)
Admitir o efeito imediato aos contratos de prestação continuada em curso é
autorizar indevidamente a retroatividade da lei no tempo, ferindo o direito adquirido e
o ato jurídico perfeito." (MIZIARA, Raphael. Eficácia da lei 13.467/2017 no tempo:
Critérios hermenêuticos que governam a relação entre leis materiais trabalhistas
sucessivas no tempo. In Desafios da Reforma Trabalhista. Revista dos Tribunais,
2017. p.22-23)
Sobre o tema, a jurisprudência já consolida o presente entendimento:
DIREITO INTERTEMPORAL INAPLICABILIDADE DAS

REGRAS CONSTANTES DA LEI 13.467/2017 ÀS AÇÕES
AJUIZADAS ATÉ 10.11.2017. A Lei nº 13.647/2017 não trouxe
regramento expresso quanto à aplicação da lei no tempo e a MP
808, de 14 de novembro de 2017, além de ser flagrantemente
inconstitucional por não preencher os requisitos de relevância e
urgência preconizados no artigo 62, da Constituição Federal,
(...)Nesse sentido foi que, por ocasião da promulgação da Lei
9957/2000, que instituiu o rito sumaríssimo no processo do
trabalho, o TST adotou o entendimento de que a lei só seria
aplicável aos processos iniciados após a vigência da nova lei,
conforme dicção da OJ nº 260, da SDI1. Portanto, tendo em vista
a necessidade de conferir segurança jurídica às partes (art. 5º,
XXXVI, da Constituição Federal), afastando-se o elemento
surpresa (art. 10, do CPC) e em homenagem ao princípio da
colaboração (art. 5º, do CPC), decido, por analogia com o
disposto nos arts. 192, da Lei 11.101/2005, e 1046, § 1º, do CPC,
considerar inaplicáveis, às ações ajuizadas até 10.11.2017, as
regras processuais constantes da Lei nº 13.467/2017, com
exceção da nova disciplina referente à contagem dos prazos

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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processuais (contados em dias úteis), por considerar que tal

medida não resulta prejuízos processuais para quaisquer das
partes. Quanto ao Direito Material do Trabalho, não se pode dar
efeito retroativo à lei no tempo, com adoção de efeito imediato
aos contratos de trabalho extintos antes da sua vigência, sob
pena de ferimento ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito,
em confronto com o arts. 5º, inciso XXXVI, da Constituição
Federal e art. 6º, caput, da LINDB. Assim, uma vez que, no
presente caso, a lide versa sobre contrato de trabalho já
encerrado no momento da entrada em vigor da Lei 13.467/2017,
as disposições constantes do referido diploma legal não terão
incidência. (TRT-21 - RTOrd: 00009353120175210003, Data de
Julgamento: 19/01/2018, Data de Publicação: 19/01/2018).
Este entendimento já foi concretizado pela Súmula 191 do TST que entendeu
em caso análogo a não aplicação de lei norma por ser prejudicial ao empregado:
Súmula nº 191 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.

INCIDÊNCIA. BASE DE CÁLCULO (cancelada a parte final da
antiga redação e inseridos os itens II e III)
(...)
III - A alteração da base de cálculo do adicional de
periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012
atinge somente contrato de trabalho firmado a partir de sua
vigência, de modo que, nesse caso, o cálculo será realizado
exclusivamente sobre o salário básico, conforme determina o §
1º do art. 193 da CLT.
Assim, mesmo que em vigor, a lei que estabeleça alterações que prejudique
algum direito do trabalhador, só produzirá efeitos para os contratos de trabalho

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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celebrados a partir 11/11/2017, em respeito à cláusula pétrea de proteção ao direito

adquirido.
2 - DO ACIDENTE TÍPICO DE TRABALHO
O Reclamante foi admitido pela primeira Reclamada para exercer a função de

pintor junto a segunda Reclamada.
Em 19/05/2016 ao exercer suas funções laborais o Reclamante foi vítima de
acidente típico de trabalho, conforme comprova a CAT nº 2016.200.117-7/01 juntada
anexo.
No dia do acidente, o Reclamante estava em cima do telhado, fazendo a
pintura e manutenção do pavilhão industrial de propriedade da segunda reclamada
(AJA), empresa onde a empregadora presta serviço, quando sofreu queda de uma
altura de mais de 8 metros.
Há de se ressaltar que do acidente de trabalho ocorrido também teve como
resultado a morte de outro trabalhador, Everton Luis da Silva Inácio, fatos e direitos já
discutidos no processo nº 0020268-92.2017.5.04.0406 que tramita nesta mesma
Vara.
Os prontuários e fichas médicas, além de exames que seguem em anexo
comprovam que o demandante teve lesões gravíssimas nos órgãos
intratorácicos (CID S27) nos órgãos intra-abdominais (CID S36) e fraturas
múltiplas das costelas - S22-4.
Foi submetido a laparotomia mediana (abertura cirúrgica da cavidade
abdominal), esplenectomia total (retirada do baço), e apresenta sequelas a exemplo
de uma luxação de forma reincidente no ombro esquerdo- CID S-43.0, incapacitando-
o para o desempenho de atividades laborais, conforme restará comprovado mediante
a realização de perícia médica a ser designada por este juízo.
Ainda, em função do acidente de trabalho e da esplenectomia total (retirada
do baço), é portador de cicatrizes e para o resto da vida terá que ter cuidados
especiais, tais como: tomar vacinas, antibióticos, cuidados com a alimentação, prática

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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de exercícios regularmente, evitando mudanças bruscas de temperatura, a fim de

evitar quadros de infecção, visto que a remoção do baço diminuiu a capacidade do
corpo de combater infecções.
Todos estes acontecimentos repercutiram de forma grave e negativa nas
condições psíquicas do reclamante, que se encontra com baixa autoestima,
impossibilitado de trabalhar, com dois filhos pequenos e esposa para sustentar.
Nada obstante, todo o sacrifício enfrentado pelo Reclamante poderia ter sido
evitado caso as Reclamadas não tivessem se omitido, negligenciado a vasta
legislação acerca das medidas a serem adotadas quando do exercício de atividade
empresarial (construção civil), mais especificamente em trabalhos em altura que por
si só apresentam risco acentuado.
Portanto, por restar evidente o nexo de causalidade, os prejuízos causados
ao Reclamante através dos documentos que seguem em anexo, justa se faz a
indenização pleiteada através da presente demanda, a ser paga pelas Reclamadas,
uma vez que responsáveis pelo acidente de trabalho e sequelas causadas, conforme
demonstrado a seguir.
3 - DO CONTRATO DE TRABALHO
Como acima referido o reclamante começou a laborar para a Primeira

reclamada final de abril de 2016, na função de pintor, com salário de R$ 1.800,00
(Hum mil e oitocentos reais) mais 20% de insalubridade, sem carteira assinada. Nesse
ponto cabe referir, que o registro foi efetivado após o acidente, de forma retroativa,
quando o reclamante ainda estava hospitalizado com alteração de salário para R$
1.243,00 mais 20% de insalubridade, não correspondendo ao inicialmente ajustado.
De todo modo, para fins de cálculo dos direitos aqui discutidos a base salarial
deve ser a de R$ 1.800,00 mais 20% de insalubridade em decorrência do princípio da
primazia da realidade.

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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Pela gravidade do acidente e suas sequelas, permaneceu em benefício

previdenciário na espécie acidentaria B-91 até a data de 30/11/2016, o qual foi
encerrado injustamente, alegando a perícia medica do INSS que a incapacidade para
o trabalho comprovada no ato do requerimento do benefício já não era mais existente.
Da alta previdenciária, apresentou-se ao empregador e foi considerado inapto
para o retorno ao labor pois apresenta limitações físicas com grave luxação do ombro
esquerdo, de forma reincidente, conforme Atestado de saúde Ocupacional de
03/03/2017.
Desde então o Reclamante encontra-se desempregado e a mercê de ajuda
para sustentar sua família.
4 - DA LEGITIMIDADE PASSIVA DAS EMPRESAS RÉS
De conformidade com normas atuais, a proteção do meio ambiente adequado

e seguro está vinculada diretamente à saúde do trabalhador enquanto cidadão, razão
por que se trata de um direito e responsabilidade de todos.
Competia as reclamadas a adoção de medidas efetivas a fim de garantir um
ambiente laboral e condições seguras no exercício das atividades e a qualidade de
vida do Reclamante.
O reclamante estava subordinado e integrado na dinâmica de trabalho junto a
sede do tomador de serviços (AJA). Dinâmica esta, que envolvia todas as reclamadas.
Vejamos: a primeira reclamada CANAÃ, empregadora direta do reclamante,
a segunda ré AJA, tomadora dos serviços, dona da obra/pavilhão, ainda, CGC e
FOCO, empresas contratadas pela Tomadora dos Serviços, para a análise e
fiscalização dos riscos a que o reclamante estava exposto.
O relatório de análise do MTE, em sua conclusão, evidencia a conduta ilícita
e culpa das Reclamadas na ocorrência do acidente típico de trabalho que anularam a
chance mínima do reclamante exercer suas atividades em um ambiente laboral e
condições seguras, deixando-o com graves lesões.
Vejamos alguns trechos o referido relatório:

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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“ [...]
A presente analise conclui que vários fatores concorreram para
o acidente e que o mesmo poderia ter sido evitado, .... Um dos
trabalhadores acidentados não possui capacitação (treinamento)
ou aptidão para execução de serviços em local com risco de
queda em altura. Cabe ao empregador e às empresas envolvidas,
garantir capacitação e treinamento relativo aos serviços
executados, conforme os riscos específicos, .... Os
responsáveis pela obra tinham ciência das
irregularidades de segurança e foram omissos quanto à
adoção de medidas de segurança, assumindo os riscos
do acidente, ... Tal confusão, que culminou na execução
dos serviços sobre telhado sem sistema de linha de
vida, sem observância de regra disposta na NR – 18 ,
denota o improviso dos serviços e a omissão das
empresas quanto à elaboração de análise de riscos,
item de segurança obrigatório na NR 35 do MTB, .... A
omissão quanto ao cumprimento de normas de segurança é
reforçada pelo uso de andaime tubular irregular, mesmo após
diversos relatórios apontando irregularidades e medidas que
deveriam ter sido adotadas. Ademais, tais itens de segurança
estão dispostos na própria NR 18 do MTB, acessível a qualquer
profissional,...[...]”.
Registra-se, por oportuno, o ensinamento de Liebman (in "Manual de Direito

Processual Civil", Vol. I, 1. ed., São Paulo: Forense, p. 159), in verbis:
"A legitimação passiva pertence ao titular do direito oposto, isto é,

àquele sobre o qual o provimento pedido deverá produzir os seus
efeitos, ou sobre quem deverá operar a tutela jurisdicional
invocada pelo autor. ”
Dessa forma, as Reclamadas são legitimas para figurar no polo passivo, a fim
de responder, sob a ótica da responsabilidade civil, de forma objetiva e solidaria pelos
danos materiais, morais e estéticos causados ao reclamante.

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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5 - DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DAS RECLAMADAS
Como regra geral a responsabilidade civil busca a proteção da vítima, na

finalidade exemplar, pedagógica, punitiva e preventiva dos agressores dos direitos de
outrem.
O Autor busca indenizações por danos materiais, morais e estéticos
decorrentes de acidente de trabalho típico, de natureza civil, com fundamento no
inciso XXVIII do art. 7º, § 3º do art. 225 da Constituição, o § 1º do art. 14 da Lei nº
6.938/81, o parágrafo único do art. 927 e os arts. 932, III, 933, 942, parágrafo único,
949, 950 e 951 do Código Civil.
Nesse feito, não há que se perquirir acerca de dolo ou culpa, mas sim sob a
ótica da responsabilidade objetiva de todos os envolvidos e beneficiados pelo serviço
realizado (socialização do risco), a responsabilização no exercício de atividades
consideradas de risco, bem como a aplicação da teoria do risco, que parte do
pressuposto de que aquele que tira proveito da atividade, deve arcar com os danos
advindos do exercício da atividade, uma vez que a sua natureza já traz implícitos
esses riscos.
A responsabilidade civil objetiva está fundamentada no parágrafo único do
artigo 927 do NCC. In verbis
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,

independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Em seu parágrafo único, observamos a responsabilidade civil objetiva. Nesse

sentido, ainda o Código Civil traz em seu art. 932 e 933 que havendo dano, por

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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negligência, os causadores do dano são responsáveis pela reparação, ficando

configurada responsabilidade civil objetiva.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
(...)
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão
dele.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo

antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão
pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
No presente caso o acidente de trabalho típico sofrido pelo reclamante, foi

ocasionado única e exclusivamente pela omissão, negligência, imprudência das
empresas Rés, que deram causa ao acidente, no descumprimento de disposições
legais, quando estavam em posição de zelar e guardar a vida do autor.
Em razão da ocorrência do acidente de trabalho, as reclamadas respondem
objetivamente e solidariamente pelos danos causados, afastando a ideia de culpa, por
que assim a lei determina. Vejamos:
[...]
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito
de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa
tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela
reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os
co-autores e as pessoas designadas no art. 932.
O caput do art. 942 do CC atribui responsabilidade solidária para todos

aqueles que concorrem para o ato ilícito causador do dano à vítima, recaindo a
responsabilidade não só sobre o empregador, mas também sobre aquele que contrata
e foi beneficiário dos serviços à época da consumação do acidente.
Ainda, aplica-se ao caso concreto os artigos 949, 950 e 951 do Código Civil
que assim dispõe:

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor

indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros
cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo
que o ofendido prove haver sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de
trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros
cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão
correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou
da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a

indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso
de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade
profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a
morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo
para o trabalho.
Conforme relatado pelo MTE e demais provas trazidas aos autos, dentre as
quais destaca-se os 11 (onze) autos de Infração emitidos contra a primeira
reclamada e o ato de embargo em face da Segunda Reclamada, evidenciam a

conduta ilícita das empresas rés e a ausência do dever de geral de cautela em manter
seguro o ambiente de trabalho e zelar pela higidez da saúde de seus empregados.
O Fiscal do MTE em seu relatório assim dispõe: “ no presente caso, é tão
grave que se aproxima do dolo, pois se não podemos afirmar da intenção de lesar o
funcionário posto a trabalhar, sem o treinamento para trabalho em altura, nem
mesmo aos exames médicos admissionais, sem linha de vida, sem nenhum tipo
de sistema de proteção coletiva (rede de segurança) a qual teria a função de reter a
queda dos trabalhadores, temos a certeza que ao menos assumiram o risco do
efeito danoso, agindo com dolo eventual.” Grifo nosso.
Nesse sentido destaca-se a omissão e a negligente não apenas da Canaã,
mas principalmente do tomador de serviços (AJA) que, ao eleger e celebrar contratos
com terceiros intermediando, em seu proveito, a mão de obra necessária à
realização da reforma do pavilhão, deixou de fiscalizar o cumprimento de regras

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 14
elementares de segurança, em especial aquelas destinadas a segurança do

trabalhador colocado a realizar trabalhos em altura, NRs 18 e 35, da Portaria nº
3.214/78,
Nesse contexto, a contratante (AJA) compartilhou com a Contratada (Canaã)
os riscos do empreendimento, pois ambas tinham a obrigação de oferecer segurança
no ambiente de trabalho e proteção dos que laboram em seu proveito, o que atrai a
chamada culpa “in vigilando” e culpa “in elegendo”.
Por isso, a responsabilização da tomadora de serviços, no caso, decorre da
ausência de fiscalização e vigilância que lhe é inerente. Fiscalização que equivale
dizer, negligência- culpa in vigilando, que conforme os relatórios de inconformidades
emitidos pela empresa CGC (4ª reclamada) não ocorreu.
Por diversas oportunidades a dona da obra foi cientificada dos riscos a que o
autor estava exposto, cabendo a esta zelar para que a empresa contratada
observasse as normas de segurança e preservasse a integridade física daqueles
trabalhadores que laboram em seu favor.
O primeiro relatório de inconformidades encontradas na obra só foi realizado
em 04/05/2016 pela empresa CGC e encaminhado para a tomador dos serviços (AJA)
em correspondência eletrônica datada de 06/05/2016. Abaixo:

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 15
Segue, ainda, relatório enviado à Reclamada AJA, onde constam as

irregularidades graves encontradas da obra no dia 04/05/2016:

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 16
Foi orientado pela Corré CGC sobre a necessidade de instalação de linha de

vida de acordo com a NR 18, para os trabalhos executados pelo Autor, conforme
demonstrado abaixo. Destaca-se que a foto onde é apontada a necessidade de linha
de vida é exatamente onde o Autor executava a tarefa de pintura das treliças a mais
de 8 (oito) metros de altura:

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 17
Não bastasse, as irregularidades da obra se repetiram nos relatórios de

12/05/2016 e 19/05/2016, data do acidente.
Em defesa de um princípio mais importante – o da proteção da vítima – o TST
vem decidindo nesse sentido:
I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DE ELEJOR - CENTRAIS

ELÉTRICAS DO RIO JORDÃO S.A. RECURSO DE REVISTA
INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 13.015/2014 E DA IN
40/2016 DO TST. ACIDENTE DE TRABALHO. DONO DA
OBRA. RESPONSABILIDADE CIVIL. INAPLICABILIDADE DA
OJ 191 DA SBDI-1 DO TST. No que se refere à
responsabilidade civil do dono da obra, esta Corte possui
entendimento de que não se aplica a OJ 191 da SBDI-1 ao pleito
de indenização por danos morais, estéticos e materiais
decorrentes de acidente de trabalho, por apresentar natureza
jurídica civil, e não tipicamente trabalhista, conforme prevê a
aludida Orientação Jurisprudencial. Sendo a responsabilidade
civil decorrente de ato ilícito, nos termos dos artigos 186 e 927,
caput, do Código Civil, devem estar presentes os seguintes
requisitos para que haja condenação da ora agravante à
indenização: dano, nexo causal e culpa. Na hipótese, o dano e
o nexo causal são elementos incontroversos, porquanto, em
face de acidente de trabalho típico, ocorreu o óbito do
empregado da primeira ré. A culpa, por sua vez, decorre da
afirmação constante no acórdão regional, no sentido de que a
ré, ora agravante, não adotou medidas para evitar o acidente de
trabalho. Nesse aspecto, é assente nesta Corte Superior o
entendimento de que incumbe ao dono da obra zelar para que
a empresa contratada observe as normas de higiene e
segurança do trabalho, o que não foi demonstrado no caso
dos autos. Precedentes. Agravo de instrumento a que se nega
provimento. Processo: ARR - 410-64.2011.5.09.0659 Data de
Julgamento: 22/03/2017, Relatora Ministra: Maria Helena
Mallmann, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 31/03/2017.
(grifos acrescidos).
O acidente ocorrido poderia ter sido evitado se a tomadora dos serviços (AJA),
ao ser comunicada dos riscos acentuados e iminentes, tivesse suspendido os
trabalhos em atura da reforma até a adequação de todas as inconformidades
apontadas nos relatórios apresentados pela Corré CGC. Todavia, todas as

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 18
Reclamadas permitiram, especialmente a dona da obra (AJA), a continuidade

das atividades em altura sem a adoção de todas as medidas de segurança
necessárias e, pasmem, sem se certificarem de que os profissionais que
estavam trabalhando na obra em tinham carteira assinada e treinamento
específico para trabalho em altura.
Portanto, devem responder de forma objetiva e solidária pela reparação de
danos morais e materiais sofridas pelo autor.
Esse também tem sido o entendimento do TRT da 4ª Região conforme ementa
que ora se transcreve:
RECURSO ORDINÁRIO DA SEGUNDA RECLAMADA.

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CONTRATO DE
EMPREITADA DONO DA OBRA. ACIDENTE DE TRABALHO.
O reconhecimento da condição de dono da obra não tem o
condão de isentar toda e qualquer responsabilidade da
contratante dos serviços em relação à mão de obra utilizada em
seu proveito, mormente quando se estiver diante de ação ou
omissão que resultar dano ao trabalhador. Inaplicabilidade, no
caso, da OJ nº 191, da SDI-1 do TST. Recuso com provimento
negado. (TRT da 4ª Região, 8a. Turma, 0000547-
13.2011.5.04.0521 RO, em 25/09/2012, Desembargador Juraci
Galvão Júnior - Relator. Participaram do julgamento:
Desembargador Francisco Rossal de Araújo, Juíza Convocada
Angela Rosi Almeida Chapper).
Cumpre transcrever outras decisões no mesmo sentido:
RECURSO DE REVISTA. EMPREITADA. DONO DA OBRA.

INAPLICABILIDADE DA OJ 191/SBDI-1/TST. ACIDENTE DE
TRABALHO INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E
MORAIS. RESPONSABILIZAÇÃO DO DONO DA OBRA. A OJ
191/SBDI-I/TST prevê a isenção de responsabilidade do dono
da obra relativamente às verbas de natureza trabalhista, em face
da ausência dessa responsabilização no art. 455 da CLT,
respeitadas as atenuações inseridas na referida Orientação
Jurisprudencial. Contudo, tratando-se de indenização por
danos materiais e morais decorrentes de acidente de
trabalho, parcelas que têm fundamento expresso em outro
diploma jurídico (arts. 927, caput, e 942 do CC), não se pode
considerar aplicável a isenção de responsabilidade prevista

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 19
na referida OJ 191/SBDI-I/TST, sob pena de se estender sua

regra desfavorável para além dos limites da CLT. Recurso de
revista não conhecido. (RR - 82600-75.2006.5.15.0018, Relator
Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento:
21/03/2012, 6ª Turma, Data de Publicação: 03/04/2012).
RECURSO DE REVISTA - DANOS MORAIS E MATERIAIS

ORIUNDOS DE ACIDENTE DE TRABALHO - CONSTRUÇÃO
CIVIL - CANTEIRO DE OBRA QUE NÃO OSTENTAVA, À
ÉPOCA DO ACIDENTE CONDIÇÕES ADEQUADAS DE
TRABALHO - RESPONSABILIDADE DO DONO DA OBRA -
ART. 942, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO CIVIL -
OMISSÃO EM FISCALIZAR A TRAMITAÇÃO DAS
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELOS EMPREGADOS DA
EMPREITEIRA - IMPUTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE QUE
DECORRE DO PROVEITO AUFERIDO PELA RECORRENTE
DO LABOR DO AUTOR - PRECEDENTES DO TST. Nos termos
do art. 942, parágrafo único, do Código Civil, todo aquele que
contribui para o evento lesivo à esfera juridicamente protegida
de outrem responde solidariamente pelos danos morais e
materiais causados à vítima. Na hipótese dos autos, a prova oral
transcrita no acórdão regional demonstra que o canteiro de
obras em que laborava o reclamante não ostentava condições
adequadas de trabalho, situação esta que contribuiu para a
ocorrência do acidente laboral. Em face disso, ainda que se
considere a reclamada como sendo dona-da-obra a sua
responsabilização decorre da omissão em fiscalizar as
condições de trabalho daqueles que lhe prestaram serviços,
mesmo que sem vínculo empregatício. Não pode a ré, que se
aproveitou do trabalho do autor, furtar-se a responder pelos
danos morais e materiais a ele ocasionados pela omissão
conjunta dela e do empregador do reclamante. Precedentes,
inclusive da 1ª Turma do TST. Recurso de revista não
conhecido. (RR - 156700-11.2005.5.17.0008 , Relator Ministro:
Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento:
21/03/2012, 1ª Turma, Data de Publicação: 13/04/2012).
Conhece-se pelo relatório do MTE que nenhuma análise de risco foi efetivada
por nenhuma das reclamadas, o que teria o condão de identificar os riscos antes do
início dos trabalhos. E nesse sentido cabe destacar que a primeira empresa a iniciar
a reforma do pavilhão foi a empregadora do autor (Pinturas Canaã). Ou seja, a

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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TOMADORA DOS SERVIÇOS PERMITIU O INÍCIO DOS TRABALHOS EM ALTURA

SEM NENHUMA ANÁLISE DE RISCO.
A segurança do trabalhador é um direito fundamental, garantido pela
Constituição Federal de 1988 e, a fim de evitar casos como esse, é que as normas de
proteção da saúde e segurança do trabalhador estabelecem medidas obrigatórias na
execução de determinados serviços, visando a eliminação ou a diminuição dos riscos
de acidente de trabalho, a exemplo dos seguintes trechos extraídos das NRs 18 e 35,
da Portaria nº 3.214/78, editada para regulamentar as condições e meio ambiente de
trabalho na indústria da construção que foram integralmente negligenciadas pelas
reclamadas, com destaque para os seguintes itens da Norma:
“[...]
18.13 Medidas de Proteção contra quedas de Altura
18.13.1 É obrigatória a instalação de proteção coletiva onde

houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção de
materiais.
18.13.12.2 O Sistema Limitador de Quedas de Altura deve ser composto,
no mínimo, pelos seguintes elementos:
a) rede de segurança;
b) cordas de sustentação ou de amarração e perimétrica da rede;
c) conjunto de sustentação, fixação e ancoragem e acessórios de rede,
composto de:
I. Elemento de segurança;
II. Grampos de fixação do elemento forca;
III. Ganchos de ancoragem da rede na parte inferior.
[...]
18.18 TELHADOS E COBERTURAS
18.18.1 Para trabalho em telhados e cobertas devem ser utilizados

dispositivos dimensionados por profissional legalmente habilitado e que
permitam a movimentação segura dos trabalhadores.
18.18.1.1 é obrigatória a instalação de cabo guia de segurança

para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao
cinto de segurança tipo paraquedista. 18.18.1.2 O cabo de
segurança deve ter sua(s) extremidade(s) fixada(s) à estrutura
definitiva da edificação, por meio de espera(s) de ancoragem,

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 21
suporte ou grampo(s) de fixação de aço inoxidável ou outro

material de resistência, qualidade e durabilidade equivalentes.
[...]
18.23 Equipamentos de Proteção Individual
18.23.3 O cinto de segurança tipo paraquedista deve ser utilizado em

atividades a mais de 2,00m (dois metros) de altura do piso, nas quais haja
risco de queda do trabalhador.
18.23.3.1 O cinto de segurança deve ser dotado de dispositivo trava quedas

e estar ligado a cabo de segurança independente da estrutura do andaime.
[...]”
Ainda,
NR 35 – trabalho em altura
NR 35 - norma regulamentadora para trabalhos em altura, estabelece

critérios, organização, meios de execução e responsabilidades, a fim de
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.
Ainda, ganha destaque quando se lê a conclusão do relatório do MTE quando

da apuração dos fatores que concorreram para a ocorrência do acidente de trabalho.
Vejamos alguns pontos:
a) [...] A presente analise conclui que vários fatores concorreram para o

acidente e que o mesmo poderia ter sido evitado,
b) [... ]Um dos trabalhadores acidentados não possui capacitação
(treinamento) ou aptidão para execução de serviços em local com
risco de queda em altura.
c) Cabe ao empregador e às empresas envolvidas, garantir capacitação e
treinamento relativo aos serviços executados, conforme os riscos
específicos, ....
d) Os responsáveis pela obra tinham ciência das irregularidades de
segurança e foram omissos quanto à adoção de medidas de
segurança, assumindo os riscos do acidente, ...

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 22
e) Tal confusão, que culminou na execução dos serviços sobre telhado sem
sistema de linha de vida, sem observância de regra disposta na NR – 18 ,
denota o improviso dos serviços e a omissão das empresas quanto à
elaboração de análise de riscos, item de segurança obrigatório na NR 35 do
MTB, ....
f) A omissão quanto ao cumprimento de normas de segurança é reforçada
pelo uso de andaime tubular irregular, mesmo após diversos relatórios
apontando irregularidades e medidas que deveriam ter sido adotadas.
Ademais, tais itens de segurança estão dispostos na própria NR 18 do MTB,
acessível a qualquer profissional,...[...]”;
g) dificuldade de circulação;
h) meio de acesso temporário inadequado à segurança;
i) improvisação em situações em que a obediência a modos prescritos é
consagrada pela legislação;
j) falha na antecipação/detecção de risco;
k) trabalho habitual em altura sem proteção contra queda;
l) ausência de linha de vida (NR 18);

m) falta ou inadequação de análise de risco da tarefa;
n) inexistência ou inadequação de sistema de permissão de trabalho;
o) tarefa mal concebida; procedimentos de trabalho inexistentes ou
inadequados;
p) ausência/insuficiência de supervisão pela empresa AJA;
q) ausência/insuficiência de treinamento;
r) tolerância das empresas ao descumprimento de normas de segurança em
especial as NR n. 18 e 35 do MTE ;
s) Adiamento de neutralização/eliminação de risco conhecido (risco assumido);
t) Sistema/dispositivo de proteção ausente, o sistema de proteção individual
indicado para os serviços sobre o telhado é a linha de vida;
u) EPI utilização não efetiva por vários fatores (ausência de

linha de vida, modo acesso para o telhado e de retorno do

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 23
mezanino, desvio de obstáculos, apoio dos pés em local

com vãos, uso das mãos para apoio. (grifos nossos)
Ora Excelência, o tratamento dispensado pelas reclamadas ao reclamante foi

degradante, ferindo o princípio da dignidade humana, em total menoscabo com a
saúde, com a moral, com a hombridade do trabalhador. É lamentável que alguns
empregadores ainda procedam dessa maneira. Vejamos trecho do relatório do MTE:

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 24
No que tange a responsabilidade solidaria das reclamadas, em especial da

tomadora dos serviços AJA, o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho,
conforme decisões a seguir é no sentido:
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Em se tratando de

indenizações por danos morais e materiais decorrentes de
acidente de trabalho, cuja natureza é cível, o dono da obra
deve ser solidariamente responsabilizado pelo seu
pagamento, na forma dos arts. 186, 927 e 942, parágrafo único,
do Código Civil. Inaplicabilidade da OJ nº 191 da SDI-I do TST.
Provimento negado. (Acórdão do processo 0020239-
40.2016.5.04.0030, (RO), Data: 15/03/2018, Órgão julgador: 1ª
Turma, Redator: Rosane Serafini Casa Nova)
RECURSO DE REVISTA. (...) DONA DA OBRA. CONTRATO

DE EMPREITADA. ACIDENTE DE TRABALHO. QUEDA DO
TELHADO. MORTE DO OBREIRO. CULPA DA DONA DA
OBRA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INDEVIDA A
APLICAÇÃO DA OJ 191 DA SBDI-1 DO TST. A controvérsia
gira acerca da responsabilidade solidária da dona da obra pelo
acidente de trabalho, queda do telhado que culminou com a
morte do obreiro, ocorrido em suas dependências, envolvendo
empregado da empreiteira. Cumpre ressaltar que toda a
insurgência da recorrente baseia-se na tese de que como dona
da obra não há de se falar em sua responsabilidade solidária,
nem subsidiária, haja vista a configuração do contrato de
empreitada com a 1ª reclamada. O recurso de revista encontra
óbice de admissibilidade na medida em que o Regional
asseverou que, não obstante a alegação da recorrente, 2ª
reclamada, não foi encartado aos autos aludido contrato de
empreitada. Contudo, a recorrente não impugnou esta assertiva
do Regional. Assim, incide o teor da Súmula 422, I, do TST.
Acresça-se, ainda, mesmo que eventualmente demonstrado o
contrato de empreitada, no caso em tela, tal fato, por si só,
não teria o condão de atrair a incidência da OJ 191 da SBDI-
1 do TST para afastar a responsabilidade solidária da
recorrente. O verbete restringe a sua abrangência, reitere-

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 25
se, às “obrigações trabalhistas”. Já o pleito de indenização

por danos morais, estéticos, materiais e pensão decorrente
dos infortúnios por conta de acidente de trabalho, no caso
com a morte do obreiro, apresenta natureza jurídica civil,
decorrente de culpa aquiliana por ato ilícito, consoante
previsão dos arts. 186 e 927, caput, do Código Civil. Não se
trata, portanto, de verba trabalhista stricto sensu, a permitir a
incidência da OJ 191 da SBDI-1 do TST. (RR – 139500-
73.2008.5.12.0024 , Relator Ministro: Augusto César Leite de
Carvalho, Data de Julgamento: 14/12/2016, 6ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 19/12/2016).
RECURSO DE REVISTA – ACIDENTE DE TRABALHO –

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS –
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – CONTRATO DE
EMPREITADA – DONO DE OBRA. A exegese dos arts. 927,
caput, e 942 do Código Civil autoriza a conclusão de que,
demonstrada a culpa das empresas envolvidas no contrato
de empreitada, estas devem responder solidariamente pela
reparação civil dos danos sofridos pelo trabalhador em
decorrência de acidente de trabalho. Impende observar que o
entendimento da Orientação Jurisprudencial nº 191 da SBDI-1
do TST, ao preconizar a exclusão da responsabilidade do dono
de obra pelas verbas trabalhistas oriundas do contrato de
empreitada, não alcança a situação dos autos, em que se
discute a responsabilidade civil do causador do dano, assim
compreendido o tomador de serviços ou o empregador a quem
competia a manutenção de um ambiente de trabalho seguro.
Não há dúvidas de que o tomador de serviços, também no
caso de contrato de empreitada, tem o dever de cautela, seja
na eleição da empresa que realizará a obra contratada, seja
na fiscalização de suas atividades, porque elege e celebra
contrato com terceiro que intermedeia, em seu proveito, a
mão de obra necessária à realização da obra pretendida.
Assim, porque configurada, no caso concreto, a culpa de
ambas as reclamadas pelo infortúnio que culminou na morte
do trabalhador, já que foi constatada pelo Tribunal Regional
a negligência na manutenção de um ambiente de
trabalho seguro e no fornecimento de equipamentos de
proteção individual, emerge a coparticipação das
reclamadas na desventura que vitimou o empregado,
restando, pois, caracterizada a responsabilidade solidária
pela reparação do dano mediante exegese dos arts. 927,
caput, e 942, caput, do Código Civil. Recurso de revista
conhecido e provido. (RR 9956441-45.2005.5.09.0655, Relator:

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 26
Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Publicação: DEJT

25/11/2011). (grifo nosso).
No caso em análise não foram poucas as normas de segurança descumpridas

pelas reclamadas que se mostraram omissas e negligentes por não se precaverem
contra possível ocorrência de dano, pois não ofereceram e não tomaram nenhuma
providencia a fim de oferecer um ambiente de trabalho totalmente seguro ao
reclamante. Muito pelo contrário, subordinaram o reclamante ao arbítrio da sua
própria sorte, lançando-o ao labor sem qualificá-lo e orientá-lo sobre os riscos
inerentes ao trabalho em altura.
Excelência, a construção civil é atividade de alto risco, mormente em se

tratando da reforma de um pavilhão com mais de 8 metros de altura, sendo assim,
o acidente ocorrido com o reclamante está sob a proteção da chamada teoria da
responsabilidade objetiva, segundo a qual, a vítima não precisará provar que houve a
culpa do seu patrão ou do dono da obra, para receber uma indenização a título de
reparação do dano, pois os critérios objetivos da responsabilidade estão presentes
como referido em toda a exordial e devidamente documentado.
Assim, diante do descumprimento das normas de segurança e saúde

estabelecidas no ordenamento jurídico requer a responsabilização das reclamadas
pelo acidente de trabalho e danos ocorridos.
6 - DOS DANOS MATERIAIS
Como referido acima, o reclamante foi contratado na função de pintor,

percebendo um salário mensal no valor de R$ 1.800,00 (Hum mil e oitocentos reais)
mais 20% de insalubridade. Esteve em benefício previdenciário acidentário (B91) até
30/11/2016.
Atualmente não se encontra em condições de exercer atividades laborais,
conforme extensa documentação em anexo, vez que sua capacidade laboral restou

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 27
anulada, com sérias dificuldades financeiras visto que não tem renda para seu
sustento e de sua família.
O Código Civil, em seu art. 950, é claro ao sobrelevar que se da ofensa
resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou
se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão
correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação
que ele sofreu.
É o que ocorre no presente caso, o Reclamante enfrenta graves sequelas em
decorrência do acidente em tela, sequelas essas que o invalidam para a realização
de atividades laborais.
Ainda, é importante a produção de prova pericial com médico indicado por
este juízo, fins de avaliar a lesão sofrida pelo Reclamante, indicando as repercussões
na sua capacidade de trabalho e das demais provas admissíveis no direito,
necessárias à elucidação da presente demanda.
6.1. DOS LUCROS CESSANTES
Além das perdas que efetivamente aconteceram em virtude do acidente

ocorrido por culpa exclusiva das Reclamadas, cumpre ressaltar os ganhos futuros que
o Reclamante deixou de perceber.
Se não fosse o acidente de trabalho que resultou nas sequelas já
mencionadas, bem como na incapacidade do Reclamante, o empregado
permaneceria no emprego, receberia seus salários normais com as devidas
alterações da categoria, e poderia, inclusive, vir a ser promovido, percebendo
alteração em seu salário.
Segue abaixo entendimento de Sebastião Geraldo de Oliveira:
"No caso do acidente de trabalho, após os primeiros quinze dias, o empregado
ficará privado dos salários e demais vantagens, que é o caso típico dos lucros
cessantes. Convém mencionar que o valor pago pela Previdência Social a título de

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 28
auxílio-doença acidentário não serve para repor ou mesmo compensar parcialmente

os lucros cessantes,..." (Indenizações por acidente de trabalho ou doença
ocupacional, 3ª edição, pg. 203)
Diante exposto, faz-se imprescindível no caso em tela, indenização por lucros
cessantes.
Por não ser possível verificar de imediato o conteúdo da demanda, uma vez
que a determinação dos valores depende de ato a ser designado por esse juízo, qual
seja, a designação de perícia médica, motivo pelo qual o Reclamante requer que o
valor do presente pedido seja arbitrado por este nobre juízo, com fulcro no artigo 291
e 324, § 1º, II e III do CPC.
6.2. DO PENSIONAMENTO
O art. 949 do atual Código Civil determina que, em caso de lesão ou ofensa à
saúde, a indenização será devida até o fim da convalescença. Na hipótese de a
mencionada lesão acarretar incapacidade permanente para o trabalho, além dos
pagamentos postulados em tópicos específicos, faz jus o ofendido à pensão,
correspondente à importância do trabalho para o qual se inabilitou, nos termos do art.
950 do Código Civil que assim dispõe:
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não

possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a
capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença,
incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para
que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que

a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 29
Logo, percebe-se que a pensão mensal vitalícia é efetiva indenização material

decorrente de ato ilícito culposo que tem como objetivo ressarcir a vítima do valor do
trabalho para o qual deixou de estar capacitada ou pela inabilitação que sofreu.
Evidenciada está à negligência das empresas e não restam dúvidas que o
reclamante apresenta redução da capacidade de trabalho, em virtude do acidente.
Assim, em sendo comprovados os fatos aqui descritos, requer a indenização
por dano material, na forma de uma pensão vitalícia em parcela única, na forma do
artigo 950, parágrafo único, do Código Civil, observado o total do vencimento, ou no
percentual de limitação funcional a ser apurado mediante perícia médica com base na
tabela DPVAT e pelo período faltante para o autor completar a expectativa de vida
pelo IBGE, contado desde a data em que cessaram as atividades de trabalho.
7- DOS DANOS ESTÉTICOS
Efetivamente, o acidente causou, além de danos materiais e morais, os

chamados "danos estéticos", espécie distinta de danos extrapatrimoniais, ensejando
as respectivas indenizações de forma cumulada, o que se postula na presente
demanda.
O autor é portador de uma cicatriz de grande monta o que caracteriza o dano
estético. Dano estético é aquilo que agride a pessoa nos seus sentimentos de
autoestima, prejudicando a imagem que tem de si. Necessariamente não precisa estar
exposto à vista de terceiros, contudo o portador tem conscientizada sua presença e
sabe este que, em situações de maior intimidade com outras pessoas, aflorarão,
tornar-se-ão visíveis.

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 30
No presente caso, em face do acidente de trabalho sofrido, o Reclamante

passou por laparotomia mediana para inúmeros procedimentos, resultando numa
esplenectomia total (retirada do baço) a qual deixou com cicatrizes além de
permanecer com uma luxação de forma reincidente no ombro esquerdo- CID S-43.0,
conforme deverá ser constatado através de perícia médica.
Também é pacífico o entendimento de nossos Tribunais quanto à cumulação
de pedidos de indenização por dano moral e dano estético, conforme decisão ora
colacionada:
ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANO

ESTÉTICO. DEVIDA. Hipótese em que as fotografias juntadas
demonstram que houve dano, ainda que mínimo. Vale ressaltar,
também, que as reparações por danos estéticos e por danos
morais são perfeitamente distinguíveis e cumuláveis, quando há
concomitantemente alteração morfológica decorrente do
acidente. O primeiro corresponde a uma alteração de ordem
morfológica no corpo humano gerador de destaque, dependente
de prova. O segundo decorrente do íntimo sofrimento, não
mensurável e, portanto, presumível. Indenização por dano
estético deferida. (Acórdao do processo 0021521-
65.2016.5.04.0531, (RO), Data: 22/06/2017, Órgão julgador: 8ª
Turma, Redator: Luiz Alberto De Vargas).
ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÕES POR DANOS

MORAIS E ESTÉTICOS. Configurada a ocorrência do dano,
demonstrado o nexo de causalidade e a culpa da empregadora,
que não adotou as medidas necessárias para garantir a
segurança e a integridade física do empregado, este faz jus ao
pagamento de indenização por danos morais e estéticos

Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
Fls.: 31
decorrentes do acidente de trabalho sofrido. (Acórdao do

processo 0020325-47.2016.5.04.0406, (RO), Data: 08/09/2017,
Órgão julgador: 11ª Turma, Redator: Maria Helena Lisot)
Concluindo-se, portanto, que a responsabilidade pelo acidente foi das

Reclamadas, e que o infortúnio ocorreu por falta de segurança e condições no local
de trabalho, deverá o Reclamante receber indenização pelos danos estéticos sofridos,
por ser esta a medida mais sensata a ser adotada no caso em tela.
8 - DOS DANOS MORAIS
As empresas Rés, de forma negligente, deram causa ao acidente de trabalho

que deixou sequelas no autor, pois tinham o dever legal de providenciar todos os
meios de proteção ao trabalhador, a fim de evitar qualquer tipo de acidente de
trabalho, o que, conforme demonstrado, não o fizeram.
A repercussão do acidente, suas sequelas, somados a perda trágica do
colega de trabalho, destacando as condições especiais a que está submetido
acarretam indubitavelmente dor e sofrimento que persistirão para sempre em sua vida.
Nesse sentido, cabe colacionar os incisos V e X do artigo 5º da Constituição
Federal, os quais estabelecem o dever de indenizar por danos morais ou materiais:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

natureza, garantindo-lhe aos brasileiros e aos estrangeiros residentes

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no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à

segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
V – É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem.
(...)
X – São invioláveis a intimidade a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação.
(...)
O dano moral em situações como esta é inequívoco. Afinal, o Autor teve sérias
sequelas físicas, impactando em toda sua rotina para o resto de sua vida!
Trata-se de um ato ilícito que dificultou a condução normal da vida do Autor,
ultrapassando os meros dissabores do dia a dia, gerando o dever de indenizar.
No pedido de indenização por danos morais decorrente de acidente de
trabalho típico, que é a hipótese dos autos, dispensável a produção de prova das
repercussões que o acidente causou, ou seja, ocorre “in re pisa”. Basta o implemento
do ato ilícito para criar a presunção dos efeitos negativos na órbita subjetiva do
acidentado.
Como registra Sebastião Geraldo de Oliveira:
Para a condenação compensatória do dano moral não é

imprescindível a produção de prova das repercussões que o acidente
do trabalho tenha causado, como ocorre no campo dos danos
materiais; basta o mero implemento do dano injusto para criar a
presunção dos efeitos negativos na órbita subjetiva do acidentado.
(Indenizações por Acidente de Trabalho ou Doença Ocupacional, 4ª
Edição, p. 209).
Com base nos elementos constantes dos autos e levando em consideração

os fatos que permeiam o infortúnio e a extensão da lesão, é devido indenização por
dano moral.
E nesse sentido, a indenização por dano moral deve representar para a vítima
uma satisfação capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e de infligir ao
causador sanção e alerta para que não volte a repetir o ato, uma vez que fica

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evidenciado completo descaso aos transtornos causados.
Nesse sentido é a jurisprudência:
DANO MORAL ACIDENTE DE TRABALHO. O empregado que no

exercício de suas funções sofre acidente de trabalho do qual resultou
ruptura do menisco do joelho esquerdo tem direito ao recebimento de
indenização por dano moral, na medida que demonstrado o dano, o
nexo de causalidade entre esse e a atividade laboral, bem como a
culpa do empregador, que não demonstrou ter cumprido com a
obrigação de zelar pela integridade física do trabalhador, garantindo
ambiente de trabalho seguro, cumprindo e fazendo cumprir as normas
legais e regulamentadoras de segurança do trabalho. O valor fixado
na origem observa os Princípios da Razoabilidade e da
Proporcionalidade, bem como está de acordo com o usualmente
arbitrado em casos semelhantes por esta Tribunal. Recursos
desprovidos. (acórdão do processo 0020271-79.2015.5.04.0030,
(RO), Data: 05/09/2017, Órgão julgador: 1ª Turma, Redator: Rosane
Serafini Casa Nova).
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DECORRENTE DE ACIDENTE

DO TRABALHO. A ofensa à integridade física e moral do trabalhador
em decorrência de acidente de trabalho, enseja o dever de indenizar.
Sentença mantida. (TRT-4 - RO: 00205738420155040232, Data de
Julgamento: 20/07/2017, 6ª Turma).
DANOS MORAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO.

Devida a compensação por danos morais se provado que a sequela
adquirida pelo trabalhador, que o incapacitou parcialmente para o
labor, decorreu das atividades cotidianas desempenhadas na
empresa. A dor e o sofrimento do obreiro que ainda convalescem deve
ser minimizada pela indenização respectiva. (TRT-1 - RO:
00000413920105010009 RJ, Relator: Claudia de Souza Gomes
Freire, Nona Turma, Data de Publicação: 27/10/2017).

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9 - DA CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL
Quanto à constituição de capital para o pagamento da pensão mensal vitalícia,

o Reclamante requer seja determinada, posto que amparada no disposto no art. 475-
Q do CPC: "Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, o juiz,
quanto à esta parte, poderá ordenar ao devedor a constituição de capital, cuja renda
assegure o pagamento do valor mensal da pensão".
No mesmo sentido a Súmula nº 313 do STJ, do seguinte teor: "em ação de
indenização procedente o pedido, é necessária a constituição de capital ou caução
fidejussória para a garantia de pagamento da pensão, independentemente da situação
financeira do demandado".
Desta forma, requer seja determinada a constituição de capital pelas
Reclamadas.
10 - DOS DEPÓSITOS DO FGTS
Tendo em vista o acidente de trabalho que a reclamada seja compelida a

comprovar os sob judice, requer depósitos do FGTS relacionado a todo o período de
afastamento do reclamante, em decorrência do infortúnio laboral, e caso não tenha
efetuado, seja compelido judicialmente a realizá-los por V. Exa.
11 - DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DA JUSTIÇA GRATUITA
A Reforma Trabalhista, em seu Art. 790 trouxe expressamente o cabimento

do benefício à gratuidade de justiça ao dispor:
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que

comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das

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custas do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).
Assim, considerando que o Autor se encontra desempregado e de acordo com

a Lei 1.060/50, em seu art. 4º, artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, pelo artigo 98
do CPC e 790 §4º da CLT requer seja deferida a AJG ao requerente por não poder
arcar com seu sustento e de sua família.
12. DO VALOR DA CAUSA E DA LIQUIDAÇÃO DOS PEDIDOS
A redação do artigo 840 da CLT, dada pela recente Lei 13.467/2017 dispõe
que a parte deve apresentar ao Poder Judiciário pedidos certos e determinados, com
indicação dos valores atribuídos a cada um.
Nesse sentido, por não ser possível verificar de imediato o conteúdo da
demanda, uma vez que a determinação dos valores depende de ato a ser designado
por esse juízo, qual seja, a designação de perícia médica, motivo pelo qual o
Reclamante requer que a determinação do valor da causa seja estimativo ou ainda,
seja arbitrado por este nobre juízo, com fulcro no artigo o 291 e 324, § 1º, II e III do
CPC.
Diante de todo o exposto, REQUER:
1. A citação dos Réus para, querendo contestarem a presente ação, dentro do

prazo legal, sob pena de não o fazendo ser-lhes aplicada às penas de revelia
e confissão ficta.
2. Protesta e requer pela produção de todas as provas em Direito admitidas tais
como pericial, testemunhal, documental, dentre outras que se façam
necessárias, inclusive prova emprestada e o depoimento pessoal do
representante das Reclamadas.

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3. o reconhecimento do dano sofrido e o nexo de causalidade entre o dano e a

ação/omissão das reclamadas;
4. indenização por danos morais;
5. Indenização por danos materiais lucro cessante (diminuição do poder
aquisitivo;
6. Indenização por danos estéticos;
7. Condenação das Reclamadas a pagar ao Reclamante uma pensão vitalícia
mensal;
8. A constituição de Capital suficiente para suportar a execução, conforme
determina o artigo 475-Q do CPC;
9. o pagamento das importâncias devidas a título de FGTS do período de
afastamento por acidente de trabalho, corrigido até o dia do efetivo pagamento;
10. O pagamento dos honorários das procuradoras do Reclamante na razão de
15% sobre o valor bruto da condenação, nos termos do Art. 791-A;
11. A concessão da Justiça Gratuita, tendo em vista que o requerente não
possui condições de arcar com custas e demais despesas processuais,
conforme determina o § 3° do artigo 790 da Consolidação das Leis do Trabalho;
12. Requer a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo pagamento
das verbas requeridas.
13. Ao final requer a procedência in totum dos pleitos declinados na presente
exordial.
Dá-se a presente, o valor estimativo de R$ 250.000,00.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Caxias do Sul, 14 de maio de 2018.

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Lourdes Volpato dos Santos Sabrina Colussi Souza

OAB/RS 80.158 OAB/RS 60.566

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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. aa2cca0 - Pág. 1
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Scanned by CamScanner
Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. c4e54f3 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 6d81f6e - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 60afe2b - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 52e1539 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. d8727bf - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. d8727bf - Pág. 2
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. ebbc37c - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. dc474e2 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. fc70775 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. ce0d7ae - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 3b2f9bd - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 54a8a86 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. d292608 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. e2e1e44 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 3a43fa0 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 9b851e7 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. fb4f4b5 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. bb45a54 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 041bb89 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 483d59d - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 7c1167f - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 7587b17 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 9309cac - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 0deae0f - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 81462ae - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 6996868 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 4f908ec - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 23d7bb5 - Pág. 1
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Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 14a438a - Pág. 1
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Data de Juntada: 16/05/2018 15:31
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Documento assinado pelo Shodo
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
6ª VARA DO TRABALHO DE CAXIAS DO SUL
RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406
AUTOR: ALEXSANDRO PEREIRA
RÉU: PINTURAS E DECORACOES CANAA LTDA - ME, AJA COMERCIO
DE MATERIAIS ELETRICOS LTDA - EPP, FOCO URBANO CONSTRUCAO
CIVIL LTDA, CGC SEGURANCA DO TRABALHO LTDA - ME
Vistos, etc.
Considerando a matéria cuja competência é específica e inerente a esta unidade judiciária

especializada - acidentes de trabalho e doenças ocupacionais - tem-se que, em regra, os
pleitos respectivos - indenizatórios, diga-se - não são passíveis de quantificação ou mesmo
delimitação precisa quando proposta a demanda, uma vez que sequer há como se exigir que o
trabalhador detenha conhecimento suficiente para indicar o percentual de incapacidade laboral
que lhe acomete - o que somente será apurado mediante perícia médica - circunstância básica
e mesmo essencial para a quantificação dos pedidos de forma líquida, consoante estabelecido
pela regra atualmente vigente no § 1º do art. 840 da CLT.
Assim sendo e guardando as indenizações geralmente postuladas nesta Vara Trabalhista

especializada evidente caráter cível, mormente por corresponderem, ditas pretensões, a lesões
de cunho patrimonial ou mesmo moral alegadamente sofridas pelo trabalhador, aplica-se o
regramento processual comum que autoriza, por seu turno e no inciso II do § 1º do art. 324, a
propositura de pleitos genéricos quando houver impossibilidade de que sejam determinadas as
consequências do ato ou do fato.
Recebo, portanto, a reclamatória aforada pelo(a) Reclamante.
Inclua-se o feito em pauta para realização da audiência inaugural, no dia 12.06.2018, às 09h15
min.
Cite(m)-se a(s) Parte(s) Reclamada(s) para contestar a demanda na forma do art. 844 da CLT,
com ciência da data e horário da audiência designada.
Intime-se a Parte Reclamante, por meio de seu(sua) Procurador(a), acerca da designação da

audiência inicial.
CAXIAS DO SUL, 18 de Maio de 2018
FERNANDA PROBST MARCA

Juiz Plantonista
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: FERNANDA PROBST MARCA

Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 18a34e0 - Pág. 1
Data de Juntada: 18/05/2018 17:51
Fls.: 176
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL

AV DA VINDIMA, 303, EXPOSIÇÃO, CAXIAS DO SUL - RS - CEP: 95084-470
Telefone: 54 3203-2320 - e-mail varacax_02@trt4.jus.br
Número de processo: 0020256-44.2018.5.04.0406 - AÇÃO TRABALHISTA - RITO

ORDINÁRIO (985)
RÉU: PINTURAS E DECORACOES CANAA LTDA - ME e outros (3)
NOTIFICAÇÃO
ALEXSANDRO PEREIRA - a/c procurador(es)
Pela presente, fica o destinatário notificado para comparecer à audiência designada para o dia 12/06/2018
09:15,a ser realizada na sala de audiências da 6ª VARA DO TRABALHO DE CAXIAS DO SUL,
situada na Avenida da Vindima, 303, Exposição, CAXIAS DO SUL - RS - CEP: 95084-470.
V. Sa. fica, ainda, ciente por seu constituinte da data e horário designados para a audiência inicial, na
qual seu cliente deverá comparecer portando sua CTPS, sob as penas do art. 844 da CLT.
CAXIAS DO SUL, 21 de Maio de 2018.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: IRONICE TERESA VEBBER

Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. cad62cf - Pág. 1
Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
Fls.: 177

AV DA VINDIMA, 303, EXPOSIÇÃO, CAXIAS DO SUL - RS - CEP: 95084-470 -
NOTIFICAÇÃO AUDIÊNCIA INICIAL (reclamada)
PROCESSO Nº: 0020256-44.2018.5.04.0406 - AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985)

DESTINATÁRIO
PINTURAS E DECORACOES CANAA LTDA - ME

95058-305 - RUA ANTONIO PEREIRA , 908 - Lado B - SAO CRISTOVAO - CAXIAS DO SUL - RIO GRANDE DO
SUL
Pela presente, fica o destinatário notificado para comparecer à audiência designada para o dia 12/06/2018 09:15, a
ser realizada na sala de audiências da 6ª VARA DO TRABALHO DE CAXIAS DO SUL, situada na AV DA VINDIMA,
303, EXPOSIÇÃO, CAXIAS DO SUL - RS - CEP: 95084-470 a fim de responder aos termos da ação. O NÃO
COMPARECIMENTO DO DESTINATÁRIO(A) IMPORTARÁ NO JULGAMENTO DA AÇÃO A SUA REVELIA, ALÉM
DA APLICAÇÃO DA PENA DE CONFISSÃO QUANTO A MATÉRIA DE FATO, DE ACORDO COM A LEI.
A petição inicial e documentos poderão ser acessados com o navegador mozilla firefox pelo site http://pje.trt4.jus.
br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam, digitando a(s) chaves(s) abaixo (ou, de maneira
mais prática, acessando, pela mesma via, os próprios termos da presente notificação e tabela abaixo, para cópia e cola das
chaves, usando como chave inicialmente o nº da assinatura eletrônica do servidor, ao final/pé da (ultima) página):
Documentos associados ao processo
Título Tipo Chave de acesso**

Despacho Despacho 18051714223964700000052606504
Auto de infração Documento Diverso 18051615144343500000052552034
Documentação necessária para
Documento Diverso 18051615030556100000052550198
contratação terceirizadas
Relatorio de Inconformidade n 3 Documento Diverso 18051615024624600000052550136
Relatorio de Inconformidade n 2
completo
Documento Diverso Documento Diverso 18051615012786900000052549860
Relatorio de inconformidade nº 1 Documento Diverso 18051615004071300000052549773

Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 9bd2555 - Pág. 1
Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
Fls.: 178

Auto de Infração Documento Diverso 18051614545508800000052548941
Relatorio MTE acidente de
trabalho parte final
trabalho
Desembargo total da obra Documento Diverso 18051614524705600000052548609
Desembargo parcial da obra Documento Diverso 18051614522642100000052548557
Ato de Embargo da Obra Documento Diverso 18051614520902000000052548525
Exame Médico Exame Médico 18051614505300100000052548269
Atestado Médico Atestado Médico 18051614504048800000052548239
ASO retorno ao trabalho - Inapto Documento Diverso 18051614502693000000052548182
Novo requerimento INSS -
indeferido
Beneficio INSS - B91 Documento Diverso 18051614493218900000052548071
Comunicação de Acidente de
CAT Acidente de trabalho 18051614483482500000052547929
Trabalho (CAT)
Boletim médico Alexsandro Documento Diverso 18051614483312300000052547925
Cirurgia Alexsandro Documento Diverso 18051614472779000000052547740
Autorização cirurgia Documento Diverso 18051614452552400000052547465
Chamado SAMU Documento Diverso 18051614444045900000052547340
Carteira de
Carteira de Identidade/Registro
Identidade/Registro Geral 18051614442232100000052547306
Geral (RG)
(RG)
Declaração de
Declaração de Hipossuficiência 18051614434292000000052547199
Hipossuficiência
Procuração Procuração 18051614433034400000052547173
Petição Inicial Documento Diverso 18051614405311500000052546891
Petição Inicial Petição Inicial 18051614372628400000052546435
Caso V. Sa. não consiga consultá-los via internet, deverá comparecer à unidade judiciária (endereço acima indicado)
para receber orientações.
Por se tratar de processo eletrônico o acesso ao inteiro teor dos autos estará disponível através do site http://pje.trt4.j
us.br, mediante prévio credenciamento. A contestação e documentos deverão ser cadastrados e encaminhados,
eletronicamente com antecedência, por meio do Portal PJe. Em audiência não serão recebidos documentos em
papel nem esta autorizado o uso de qualquer mídia em computadores da sala de audiências. Caso necessário,
poderá ser utilizado o Serviço de Auto Atendimento disponibilizado na Unidade para prática dos atos processuais
pelo interessado.
Caso mude de endereço, comunicar imediatamente à Secretaria desta Vara.

Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
Fls.: 179

Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
Fls.: 180


DESTINATÁRIO
AJA COMERCIO DE MATERIAIS ELETRICOS LTDA - EPP

95020-460 - RUA ALFREDO CHAVES , 1274 - sala 803 - CENTRO - CAXIAS DO SUL - RIO GRANDE DO SUL

completo

Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 3e749d7 - Pág. 1
Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
Fls.: 181

trabalho
indeferido
Trabalho (CAT)
Carteira de
Geral (RG)
(RG)
Declaração de
Hipossuficiência
pelo interessado.

Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
Fls.: 182

Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
Fls.: 183


DESTINATÁRIO
FOCO URBANO CONSTRUCAO CIVIL LTDA

95050-030 - RUA AMAZONAS , 512 - sala 41 - JARDIM AMERICA - CAXIAS DO SUL - RIO GRANDE DO SUL

completo

Número do processo: RTOrd 0020256-44.2018.5.04.0406 ID. 8bf5bfa - Pág. 1
Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
Fls.: 184

trabalho
indeferido
Trabalho (CAT)
Carteira de
Geral (RG)
(RG)
Declaração de
Hipossuficiência
pelo interessado.

Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
Fls.: 185

Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
Fls.: 186


DESTINATÁRIO
CGC SEGURANCA DO TRABALHO LTDA - ME

95020-100 - RUA LA SALLE , 910 - sala 02 - SAO PELEGRINO - CAXIAS DO SUL - RIO GRANDE DO SUL

completo

Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
Fls.: 187

trabalho
indeferido
Trabalho (CAT)
Carteira de
Geral (RG)
(RG)
Declaração de
Hipossuficiência
pelo interessado.

Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
Fls.: 188

Data de Juntada: 21/05/2018 13:24
SUMÁRIO
Documentos
Id. Data de Documento Tipo
Juntada
87d12a8 16/05/2018 Petição Inicial Petição Inicial
15:31
ca5ee19 16/05/2018 Petição Inicial Documento Diverso
15:31
fe4fa7c 16/05/2018 Procuração Procuração
15:31
aa2cca0 16/05/2018 Declaração de Hipossuficiência Declaração de Hipossuficiência
15:31
8a90243 16/05/2018 Carteira de Identidade/Registro Geral (RG) Carteira de Identidade/Registro Geral
15:31 (RG)
c4e54f3 16/05/2018 Chamado SAMU Documento Diverso
15:31
2bb1ac1 16/05/2018 Exame Médico Exame Médico
15:31
a525378 16/05/2018 Exame Médico Exame Médico
15:31
6d81f6e 16/05/2018 Autorização cirurgia Documento Diverso
15:31
60afe2b 16/05/2018 Cirurgia Alexsandro Documento Diverso
15:31
52e1539 16/05/2018 Boletim médico Alexsandro Documento Diverso
15:31
d8727bf 16/05/2018 Atestado Médico Atestado Médico
15:31
ebbc37c 16/05/2018 CAT Acidente de trabalho Comunicação de Acidente de Trabalho
15:31 (CAT)
dc474e2 16/05/2018 Beneficio INSS - B91 Documento Diverso
15:31
04b8c09 16/05/2018 Novo requerimento INSS - indeferido Documento Diverso
15:31
fc70775 16/05/2018 ASO retorno ao trabalho - Inapto Documento Diverso
15:31
ce0d7ae 16/05/2018 Atestado Médico Atestado Médico
15:31
3b2f9bd 16/05/2018 Exame Médico Exame Médico
15:31
54a8a86 16/05/2018 Documento Diverso Documento Diverso
15:31
d292608 16/05/2018 Ato de Embargo da Obra Documento Diverso
15:31
e2e1e44 16/05/2018 Desembargo parcial da obra Documento Diverso
15:31
3a43fa0 16/05/2018 Desembargo total da obra Documento Diverso
15:31
9b851e7 16/05/2018 Relatorio MTE acidente de trabalho Documento Diverso
15:31
fb4f4b5 16/05/2018 Relatorio MTE acidente de trabalho parte final Documento Diverso
15:31
bb45a54 16/05/2018 Auto de Infração Documento Diverso
15:31
16a1a09 16/05/2018 Auto de infração Documento Diverso
15:31
a4df68a 16/05/2018 Auto de infração Documento Diverso
15:31
041bb89 16/05/2018 Auto de infração Documento Diverso
15:31
47a32a1 16/05/2018 Auto de infração Documento Diverso
15:31
483d59d 16/05/2018 Auto de infração Documento Diverso
15:31
bb1f11d 16/05/2018 Documento Diverso Documento Diverso
15:31
7c1167f 16/05/2018 Auto de infração Documento Diverso
15:31
7587b17 16/05/2018 Auto de infração Documento Diverso
15:31
9309cac 16/05/2018 Auto de infração Documento Diverso
15:31
0deae0f 16/05/2018 Auto de infração Documento Diverso
15:31
81462ae 16/05/2018 Relatorio de inconformidade nº 1 Documento Diverso
15:31
6996868 16/05/2018 Documento Diverso Documento Diverso
15:31
4f908ec 16/05/2018 Relatorio de Inconformidade n 2 completo Documento Diverso
15:31
23d7bb5 16/05/2018 Relatorio de Inconformidade n 3 Documento Diverso
15:31
14a438a 16/05/2018 Documentação necessária para contratação Documento Diverso
15:31 terceirizadas
18a34e0 18/05/2018 Despacho Despacho
17:51
cad62cf 21/05/2018 Intimação Intimação
13:24
9bd2555 21/05/2018 Intimação Intimação
13:24
3e749d7 21/05/2018 Intimação Intimação
13:24
8bf5bfa 21/05/2018 Intimação Intimação
13:24
25a7508 21/05/2018 Intimação Intimação
13:24

RT 0020256-44.2018.5.04.0406

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AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 16/05/2018

EXMO. SR. DR. JUIZ DA 6ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE CAXIAS DO SUL/RS

Requer, desde já, a concessão do benefício da gratuidade de justiça e a notificação das

Pede e espera Deferimento

Lourdes Volpato dos Santos

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: LOURDES VOLPATO DOS SANTOS

EXMO. SR. DR. JUIZ DA 6ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE

ALEXSANDRO PEREIRA, brasileiro, em união estável com Cintia Borges,

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO

PINTURAS E DECORAÇÕES CANAÃ LTDA., pessoa jurídica de direito

AJA COMÉRCIO DE MATERIAIS ELÉTRICOS LTDA., pessoa jurídica de

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: LOURDES VOLPATO DOS SANTOS

FOCO URBANO CONSTRUÇÃO CIVIL LTDA., pessoa jurídica de direito

CGC SEGURANÇA DO TRABALHO LTDA., pessoa jurídica inscrita no CNPJ

1 - DA IRRETROATIVIDADE DA REFORMA TRABALHISTA NOS CASOS

Não obstante a vigência e aplicação imediata da Lei 13.467/17 que instituiu a

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: LOURDES VOLPATO DOS SANTOS

DIREITO INTERTEMPORAL INAPLICABILIDADE DAS

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processuais (contados em dias úteis), por considerar que tal

Súmula nº 191 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.

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celebrados a partir 11/11/2017, em respeito à cláusula pétrea de proteção ao direito

2 - DO ACIDENTE TÍPICO DE TRABALHO

O Reclamante foi admitido pela primeira Reclamada para exercer a função de

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de exercícios regularmente, evitando mudanças bruscas de temperatura, a fim de

Como acima referido o reclamante começou a laborar para a Primeira

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: LOURDES VOLPATO DOS SANTOS

Pela gravidade do acidente e suas sequelas, permaneceu em benefício

4 - DA LEGITIMIDADE PASSIVA DAS EMPRESAS RÉS

De conformidade com normas atuais, a proteção do meio ambiente adequado

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Registra-se, por oportuno, o ensinamento de Liebman (in "Manual de Direito

"A legitimação passiva pertence ao titular do direito oposto, isto é,

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5 - DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DAS RECLAMADAS

Como regra geral a responsabilidade civil busca a proteção da vítima, na

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,

Em seu parágrafo único, observamos a responsabilidade civil objetiva. Nesse

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negligência, os causadores do dano são responsáveis pela reparação, ficando

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo

No presente caso o acidente de trabalho típico sofrido pelo reclamante, foi

O caput do art. 942 do CC atribui responsabilidade solidária para todos

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Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a

reclamada e o ato de embargo em face da Segunda Reclamada, evidenciam a

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elementares de segurança, em especial aquelas destinadas a segurança do

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Segue, ainda, relatório enviado à Reclamada AJA, onde constam as

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Foi orientado pela Corré CGC sobre a necessidade de instalação de linha de

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: LOURDES VOLPATO DOS SANTOS

Não bastasse, as irregularidades da obra se repetiram nos relatórios de

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DE ELEJOR - CENTRAIS

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: LOURDES VOLPATO DOS SANTOS

Reclamadas permitiram, especialmente a dona da obra (AJA), a continuidade