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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO

DA ___ VARA DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA


COMARCA DE MANAUS/AM.

ELLEN CARLA SOUZA DE SÁ, brasileira,


call center, solteira, portador da Carteira de Identidade (RG) nº 33584346
SSP/AM, e inscrito no cadastro Nacional de Pessoa Física (CPF/MF) sob o
nº 954.177.022-34, domiciliado e residente nesta comarca na Rua Terra
Preta, nº 40, Bairro: São José Operário, CEP 69.085-090, por seus
advogados, que ao final subscrevem, conforme procuração juntada aos
autos, com escritório profissional situado no endereço: Rua Franco de
Sá, n. 270, salas 204/205, Edifício Amazon Trade Center, São
Francisco, CEP 69079-210, Manaus/AM – E-mail:
(andradefilho.pereira@gmail.com) onde deverão receber as intimações
e notificações de estilo, vem a presença de Vossa excelência, propor;

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andradefilho.pereira@gmail.com. Telefone: (92) 3347-1561
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO
DANOS MORAIS E DANOS MATERIAIS

EM FACE DE PANASONIC DO BRASIL


LIMITADA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº
04.403.408/0009-12, com endereço situado na Rod. Presidente Dutra, nº
S/N, KM 155, Pista Rio, São Paulo/SP, CEP 12.240-420, e como 2ª
REQUERIDA;

BEMOL S/A, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ n. 04.565.289/0005-70, com endereço situado na Av.
Torquato Tapajós, nº 8251,Tarumã, Manaus/AM, CEP 69.041-025, e como
3ª REQUERIDA.

M3.10 REFRIGERAÇÃO, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ nº 24.472.451/0001-90, com endereço situado na
Rua Paulo Eduardo de Lima – Conjunto R Junior, nº58, Bairro Cidade
Nova, Manaus/AM, CEP 69.095-500, pelas razões de fato e de direito a
seguir expostas, pelas razões fáticas e jurídicas que passa a expor.

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA – CUSTAS INICIAIS E


PREPAROS RECURSAIS.

IN casu, a Parte Autora não possui condições de


pagar as custas e despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família,
conforme consta da declaração de hipossuficiência em anexo. Ademais, há
previsão no artigo 5º, incisos XXXIV ; LXXIV e LXXVII da CFRB/88 e art. 98 e 99,
CPC/2015, consoante inteligência do parágrafo único, do artigo 2º da Lei n.º
1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 7.510/86, estabelecem
normas para a concessão da assistência judiciária aos legalmente necessitados,
recepcionadas por todas as Constituições que lhe sucederam, em seu artigo 4º, §

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1º, somado ao art. 1º da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983, que dispõe sobre
a prova documental nos casos que indica, autorizam a concessão do benefício da
gratuidade judiciária frente à mera alegação de necessidade, que goza de
presunção – juris tantum – de veracidade, milita em seu favor a presunção de
veracidade da declaração de pobreza por ela firmada

Desse modo, a Parte Autora faz jus à concessão da


gratuidade de Justiça, portanto, insta ressaltar que entender de outra forma seria
impedir os mais humildes de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no
Estado Democrático de Direito.

NESSE caso, sendo concedida a justiça gratuita, deve


ser estende a todas as custas, inclusive aos honorários advocatícios, uma vez
que a parte autora, não possui condições de arca com custas e com esses
honorários em caso de sucumbência reciproca.

Pelo exposto, com base na garantia jurídica que a lei


oferece, postula a Parte Autora a concessão do benefício da justiça gratuita, em
todos os seus termos, a fim que sejam isentos de quaisquer ônus decorrentes do
presente feito.

DAS INTIMAÇÕES E NOTIFICAÇÕES

DAS INTIMAÇÕES E NOTIFICAÇÕES JUDICIAIS:


deverão ser remetidas para o endereço acima indicado (art. 103 e seguintes do
NOVO CPC), bem como exclusivamente aos advogados ELSON RODRIGUES
DE ANDRADE FILHO, OAB/AM 5753, e RONALDO GOMES PEREIRA – OAB-
AM 9.187.

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DOS FATOS

A RECLAMANTE informa que na data de


10/05/2019, realizou a compra de uma geladeira MODELO NR-
BT40BD1WA PANASONIC, no valor de R$ 2.099,00 (dois mil reais e
noventa e nove centavos) com ENTRADA de R$ 503,76 (quinhentos e três
reais e setenta e seis centavos), mais 4 parcelas de R$398,81 (trezentos e
noventa e oito reais e noventa e um centavos). Tendo a 1ª parcela com
vencimento em 08/06/2019, e última parcela em 08/09/2019. Conforme
nota fiscal Nº003288372-SÉRIE 104.

Ocorre, Excelência, que após o primeiro mês de


uso, o eletrodoméstico apresentou problemas, e passou a não mais
gelar/refrigerar os alimentos, o que impossibilitava totalmente seu uso, uma
vez que os produtos utilizados pela REQUERENTE precisam de
refrigeração para se manterem utilizáveis.

No dia 27/06/2019, após diversas tentativas,


inclusive por aplicativo whatsapp, conforme evidenciado nos autos, a
reclamante finalmente conseguiu ter o serviço agendado com a Assistência
Técnica autorizada (PROTOCOLO: 60875), que, após a constatação do
problema de vazamento de gás, realizou a troca da peça.

Contudo o produto continuou a apresentar vício,


não conseguindo a RECLAMANTE resolver o problema junto as empresas
REQUERIDAS.

Após audiência no orgão de defesa do consumidor, o


PROCON/AM, realizada em 10 de Janeiro de 2020, conforme documento anexo,
a empresa REQUERIDA PANASONIC DO BRASIL LTDA realizou a troca do
produto com vicío por um novo produto, que ocorreu em 22/01/2019.

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Se faz evidente, Excelência, que a Requerente sofreu
inúmeros abálos e uma série de transtornos, a partir do momento em que tentou
por diversas vezes resolver o problema junto as empresas REQUERIDAS, e pelo
longo tempo de espera que se estendeu por meses, ultrapassando todos os
prazos legais, não podendo usufruir do bem.

Ressalta-se que a Requerente passou 8 (oito) meses


sofrendo constrangimento e tendo que contar com a boa vontade de terceiros
para armazenar seus alimentos, ou mesmo, compromentendo sua renda para
comprar gelo e caixa de isopor, o que ocorreu em diversas ocasiões,
configurando assim, o dano moral em decorrência dos danos causados.

DA VIOLAÇÃO À CONSTITUIÇÃO FEDERAL

O primeiro fundamento jurídico para a propositura


desta ação encontra-se fulcro na Carta da Republica, onde prevê expressamente
em seu artigo 5º, XXXV:

“a lei não poderá excluir da apreciação do Poder


Judiciário lesão ou ameaça a direito.”

Em seguida, a dignidade da pessoa humana é um dos


corolários mais importante a ser resguardado.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada


pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:

III - a dignidade da pessoa humana;

Ocorre que as Requeridas, negligenciaram os direitos


do Requerente em viabilizar, da melhor maneira possível, omitindo-se com
relação aos danos materiais e morais.

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DA VIOLAÇÃO AO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR

Fica nítida a relação de consumo no caso em tela, haja


vista, a Requerente ser o destinatário final, ficando, portanto nos moldes do
disposto nos artigos 2º e 3º, § 2º, do CDC, fato pelo qual deve ser utilizado
o Código de Defesa do Consumidor:

Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou


jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.

Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou


jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.

§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no


mercado de consumo, mediante remuneração,
inclusive as de natureza bancária, financeira, de
crédito e securitária, salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista.

Contudo, as Requeridas violaram os princípios que


regem as relações de consumo, constantes do art. 4º, I, III e IV do CDC, quais
sejam a Boa-fé, Equidade, o Equilíbrio Contratual e o da Informação.

Art. 4º A Política Nacional das Relações de


Consumo tem por objetivo o atendimento das

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necessidades dos consumidores, o respeito à sua
dignidade, saúde e segurança, a proteção de
seus interesses econômicos, a melhoria da sua
qualidade de vida, bem como a transparência e
harmonia das relações de consumo, atendidos os
seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº
9.008, de 21.3.1995)

I - reconhecimento da vulnerabilidade do
consumidor no mercado de consumo;

III - harmonização dos interesses dos


participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com
a necessidade de desenvolvimento econômico e
tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos
quais se funda a ordem econômica (art. 170, da
Constituição Federal), sempre com base na boa-
fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e
fornecedores;

IV - educação e informação de fornecedores e


consumidores, quanto aos seus direitos e
deveres, com vistas à melhoria do mercado de
consumo;

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

III - a informação adequada e clara sobre os


diferentes produtos e serviços, com especificação
correta de quantidade, características,
composição, qualidade, tributos incidentes e

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preço, bem como sobre os riscos que
apresentem;

Nesse sentido, tem-se a falha na prestação de serviços


das Requeridas, na forma dos artigos 30 c/c 35 e incisos do CDC.

Art. 30. Toda informação ou publicidade,


suficientemente precisa, veiculada por qualquer
forma ou meio de comunicação com relação a
produtos e serviços oferecidos ou apresentados,
obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se
utilizar e integra o contrato que vier a ser
celebrado.

Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços


recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha:

I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos


termos da oferta, apresentação ou publicidade;

II - aceitar outro produto ou prestação de serviço


equivalente;

III - rescindir o contrato, com direito à restituição


de quantia eventualmente antecipada,
monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE


ASSISTÊNCIA TÉCNICA - DÁ MÁ QUALIDADE DO
PRODUTO E DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

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Não restam dúvidas de que a situação em tela gera
transtornos que ultrapassam o mero aborrecimento, quando não há boa fé por
parte das empresas Requeridas (art. 4º da Lei 8.078/90), devendo ser aplicado o
disposto no art. 6º, VI, do CDC, que prevê como direito básico do consumidor, a
prevenção e a efetiva reparação pelos danos morais sofridos, sendo a
responsabilidade civil nas relações de consumo OBJETIVA, desse modo, basta
apenas a existência do dano e do nexo causal.

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos


patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos;

O código de Defesa do Consumidor no seu art. 20,


protege a integridade dos consumidores.

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos


vícios de qualidade que os tornem impróprios ao
consumo ou lhes diminuam o valor, assim como
por aqueles decorrentes da disparidade com as
indicações constantes da oferta ou mensagem
publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:

Neste sentido, estabelece o art. 14 e 18 do Código de


Defesa do Consumidorque:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.
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Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo
duráveis ou não duráveis respondem
solidariamente pelos vícios de qualidade ou
quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade, com a indicações
constantes do recipiente, da embalagem,
rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas
as variações decorrentes de sua natureza,
podendo o consumidor exigir a substituição das
partes viciadas.

Assim, é insofismável que as Requeridas feriram os


direitos da Requerente, ao agir com total descaso, desrespeito e negligência,
configurando má prestação de serviços, o que causou danos de ordem domiciliar,
social e acadêmico/profissional.

Deste modo, amparado pela lei, doutrina e


jurisprudência pátria, a Requerente, deverá ser indenizada pelos danos que lhe
forem causados por ação/omissão por parte das empresas Requeridas.

DO DANO MORAL, DA CONFIGURAÇÃO DO DANO E DA


RESPONSABILIDADE PELO DANO CAUSADO.

Com o advento da Constituição “Cidadã” de 1988 não


há mais o que se questionar quanto à reparabilidade do dano moral, garantindo
àquele que tem a sua honra maculada o direito de receber indenização.

O texto constitucional se adaptou a melhor doutrina e


ao direito moderno, evoluindo do “direito do homem só”, até então prevalecente,
para uma legislação que dá os seus primeiros passos na compreensão das
relações existentes entre o homem e a coletividade.

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“Art. 5º...

“X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra


e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação:”

Num direito que sempre preconizou a defesa do


patrimônio material em detrimento do direito a honra e a imagem, o texto
constitucional incorporou pensamentos modernos que, de forma pioneira, se
posicionaram sobre o controverso tema, como preceituou de forma vanguardista o
Desembargador Milton dos Santos Martins que decidindo sobre o tema, assim se
posicionou:

“... sempre atribuímos mais valores às coisas materiais


do que às coisas pessoais e de espírito. Não se indenizam as ofensas espirituais,
e se indenizam os danos materiais. Quer dizer, uma bicicleta, um automóvel, tem
mais valor do que a honra e a boa fama do cidadão. Não se mediria a dor, esta
não tem preço, indigno até cobrar (...). Tem-se de começar a colocar no ápice de
tudo, não o patrimônio, mas os direitos fundamentais à vida, à integridade física, à
honra, à boa fama, à privacidade, direitos impostergáveis da pessoa. O direito é
feito para a pessoa. Não se concebe que se queira discutir ainda hoje se
indenizável ou não o chamado dano moral” (Ap. Civil nº 38.667 - 2ª Câmara Cível
- Porto Alegre - j. 29.10.1981).

insta apontar a Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990


(Código do Consumidor) que em seu Art. 6º, inciso VII, assim determina:

Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:

VII - a efetiva prevenção e reparação de danos


patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.

Sendo assim, só nos resta comprovar o nexo de


causalidade existente entre as cobranças infindáveis, sendo, indevidamente

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descontados em sua conta corrente, sendo que a Requerente não teria passado
os inconvenientes consequentes do dano, até o constrangimento maior de ser
impedida de comprar alimentos para sua família, pagar seus alugueis e comprar
seus medicamentos.

Seguindo tal linha, a 3ª Turma do Egrégio Superior


Tribunal de Justiça reconhece que, o tempo também tem valor jurídico tutelado de
direito, logo, o tempo injustamente perdido pelo REQUERENTE para solucionar o
problema, sem êxito, em decorrência de ato ilícito imputável somente à
REQUERIDA, por se tratar de pessoa idosa, que dispõe de saúde frágil e limitada,
gera DANO MORAL LATU SENSU, (vide Resp nº 1.737.412-SE,2017/0067071-8,
Rel. Min. Nancy Andrigui.

No mesmo sentido, O TSF tem entendido que, “a


indenização a título de dano moral não exige a comprovação do prejuízo”, (RT
614/236), por ser este, uma sequencia irrecusável do fato e um “direito subjetivo
da pessoa ofendida ”(RT 124/299). Ou seja, a prova está no próprio fato, sendo
incorreto desacreditar da existência do prejuízo, diante de situações como o caso
em tela, que são potencialmente capazes de infligir dor moral.

A REQUERENTE sofreu inúmeros abálos e transtornos


evidentes, tendo frustradas as tentativas de solucionar o problema a partir do
momento em que tentou por diversas vezes resolver o problema, ultrapassando o
mero aborrecimento. Não podendo deixar de destacar o longo período de espera
até, finalmente, após 8 (oito) meses de sofrimento, a REQUERIDA realizou a
troca do eletrodoméstico.

Vale ressaltar, que durante 8 (oito) meses, sofreu


diversos constrangimentos ao ter de contar com a boa vontade de vizinhos, para
que pudesse armazenar produtos essenciais para sua sobrevivência, tendo,
inclusive que comprar isopor e gelo em algumas ocasiões.

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Assim, diante dos fatos expostos e presentes os
requisitos do dever de indenizar o dano moral: DANO, a CULPA E NEXO DE
CAUSALIDADE, devem as REQUERIDAS indenizar também os danos
experimentados pela REQUERENTE, patrimoniais e extrapatrimoniais.

Neste sentido, diante de todo o abalo sofrido ao longo


dos meses,devem as REQUERIDAS serem condenadas a pagar, à título de
indenização por danos morais o importe de R$39.461,00 (trinta e nove mil,
quatrocentos e sessenta e um reais), valores estes devidamente corrigidos e
atualizados, sob pena da aplicação de multa diária a ser arbitrada por este Juízo.

A condenação a título de dano moral é utilizada não


somente para mitigar o dano causado, servindo também de punição com caráter
preventivo e pedagógico, visto que se trata de ato desumano e desleal a
REQUERIDA, evitando ainda que se estenda a vítimas futuras, como ocorreu com
a autora.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

De acordo com o Código de Defesa do


Consumidor, é hipossuficiente aquele que tem desconhecimento técnico e
informativo do produto ou serviço, de suas propriedades, de seu
funcionamento vital e/ou intrínseco, por isso, o reconhecimento da
hipossuficiência do consumidor para fins de inversão do ônus da prova não
pode ser visto como forma de proteção do mais “pobre”, não é por ser
“pobre” que deve ser beneficiado com a inversão do ônus da prova, até
porque a questão da produção da prova é processual, e a condição
econômica do consumidor diz respeito ao direito material. Existem
consumidores economicamente poderosos, o que não implica a sua não-
hipossuficiência técnica. Mesmo no caso de o consumidor ter grande
capacidade econômica, a inversão do ônus da prova deve ser feita na
constatação de sua hipossuficiência (técnica de informação).
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Senão vejamos o que diz o art.6, inciso VIII do
CDC:

Art. 6. São direitos básicos do consumidor:

VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive


com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo
as regras ordinárias de experiência.

No momento em que o Estado vedou a autotutela


privada, obrigou-se à prestação de uma tutela jurisdicional adequada a
cada conflito de interesses. Assim, cada cidadão tem direito a uma tutela
efetiva de seus direitos pelo Estado, uma vez que é vedada a justiça de
mão própria.

Face ao exposto, faz jus a Requerente a inversão


do ônus da prova em favor deste, conforme disposição contida no Artigo 6º
inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor.

DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer a Vossa Excelência:

a) a citação das Requeridas, nos endereços


indicados, na pessoa de seus representantes legais, para, querendo,
Contestarem a presente Ação, sob pena da aplicação dos efeitos da
revelia;

b) a CONDENAÇÃO SOLIDÁRIA das Requeridas


a pagarem ao Requerente o valor de de R$39.461,00 (trinta e nove mil,
quatrocentos e sessenta e um reais) , a título de indenização por danos

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morais, face aos transtornos experimentados, não somente em caráter
punitivo, bem como, em caráter preventivo-pedagógico;

d) a inversão do ônus da prova de acordo com o


art. 6º, VIII do Código de Defesa do Consumidor;

f) a condenação das Requeridas nas custas e


honorários advocatícios, pedidos vênia para fixação em 20% (vinte por
cento) do valor da causa;

g) requerer, ainda, os benefícios da justiça


gratuita, nos termos do art. 4º da Lei 1.060/50, com as alterações trazidas
pela Lei nº 7.510/86, em virtude do Requerente não dispor de recursos para
arcar com o pagamento das despesas processuais e honorários
advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.

h) Protesta e requer provar o alegado por todos os


meios de provas em direito admitidos, em especial pelas documentais
juntadas, oitiva de testemunhas, e demais provas que se fizeram
necessárias ao longo da ação.

Dá-se à causa o valor de R$ 41.560,00 (quarenta


e um mil, quinhentos e sessenta reais).

Nestes Termos,

A. Deferimento.

Manaus, 27de Janeiro de 2020


_____________________________________
ANDRADE FILHO & PEREIRA ADVOGADOS.

_________________________________________
ELSON RODRIGUES DE ANDRADE FILHO.

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OAB/AM 5753.

_________________________________
RONALDO GOMES PEREIRA.
OAB/AM 9.187

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