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MARCIO DOS ANJOS & RABELO LEAL

& A s s o c i a d o s

A s s e s s o r i a J u r í d i c a

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA


COMARCA DE FORTALEZA - CE

ANA FABIOLA DE OLIVEIRA SANTANA, brasileira, portadora da


carteira de identidade n.º 332031998, expedida pela SSP-CE e CPF nº 990.910.463-
68, residente e domiciliado na Rua Alcantara Bilhar, nº 372, Antonio Bezerra,
Fortaleza/CE, Cep. 60340-000 vem, por seus advogados infra-assinados, propor:

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS COM PEDIDO LIMINAR E DE DISTRIBUIÇÃO


DE URGÊNCIA

em face de FRETCAR TRANSPORTE LOCAÇÃO E TURISMO LTDA, Pessoa Jurídica


de Direito Privado com sede na Rua Napoleão Quezado, nº 201, Parangaba,
Fortaleza/CE, Cep. 60720-500, tendo em vista as razões de fato e de direito adiante
expostos:

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Da gratuidade de justiça:

Inicialmente, afirmam sob as penas da lei e nos exatos termos do artigo 4º e seu
parágrafo primeiro da Lei 1.060/50, com redação introduzida pela Lei 7.510/86, que não
tem condições para arcar com as custas processuais sem prejuízo de seu próprio
sustento, pelo que faz jus à GRATUIDADE DE JUSTIÇA. Para tanto, fazem juntada dos
documentos necessários.

Inicialmente:

ALIMENTOS PROVISIONAIS INAUDITA ALTERA PARS ET INITIO LITIS

A lei processual civil deixa clara a possibilidade da autora pretender a


fixação por este Juízo dos alimentos provisionais:

Art. 852. É lícito pedir alimentos provisionais:


III - nos demais casos expressos em lei.

Tem se entendido, que em havendo a prova pré-constituída, pode


obter a concessão dos alimentos provisionais, neste caso, a prova para constituir-lhes o
direito aos alimentos provisionais está insculpida no Código Civil, mais precisamente nos
artigos 948 e 1.694, "verbis":

Art. 948. No caso de homicídio, a indenização, consiste, sem excluir


outras reparações:
I - No pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu
funeral e o luto da família.
II - Na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os
devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vitima.
(...)

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir


uns aos outros os alimentos de que necessitam para viver de modo
compatível com a sua condição social, inclusive para atender às suas
necessidades de educação.

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Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.

O homicídio é a prova da obrigação contida no art. 948, do Código


Civil, única prova pela Requerente a ser produzida "initio litis".

A prova está no resultado (morte), motivo suficiente para o


deferimento dos alimentos provisionais.

Isto posto, com fundamento no artigo 273, I, 461, § 3º, 852, III, todos
do Código de Processo Civil, requerem deste Juízo em determinar à Requerida o
pagamento, a titulo de antecipação de tutela, a soma equivalente a 01 (um) salário
mínimo, a serem pagos mensalmente, até o julgamento final da ação, destinados a
Requerente, principalmente para a mantença do próprio sustento, à título de alimentos
provisionais, determinando à Requerida proceder o depósito mensal em Juízo, através
de Guia Judicial.

DOS FATOS

No dia 18/12/2009, pela manhã, estava em frente a Clinica San


Germano, localizada na Av. João Pessoa, Fortaleza/Ce, a mãe da autora cujo nome é
MARIA DE FÁTIMA DE OLIVEIRA SANTANA, quando foi colhida pelo veículo tipo
ônibus, marca/modelo Mercedes Bens, ano/modelo 99/99, placa HVS - 4575/CE e chassi
9BM384073XB199309, de propriedade da empresa ré, sendo conduzido por preposto
não identificado.

Não tendo a autora outra saída que não esta, veio socorrer-se no
Poder Judiciário, verdadeiro baluarte da cidadania e da justiça.

DO DIREITO:

DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR:

Conforme bem sabemos, a parte-ré é conhecida empresa de


transporte, sendo este fato público e notório.

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Pois bem, vejamos a definição de fornecedor e consumidor segundo
a lei 8.078, de 11 de setembro de 1990, o Código de Defesa do Consumidor:

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou


utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações
de consumo.

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou


privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação
de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira,
de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
(...)

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores


todas as vítimas do evento.

Como bem se pode observar, a parte autora se encaixa perfeitamente


na condição de consumidora, posto que a consumidor se equipara, em função do art. 17
do CDC.
É que a seção em que se insere o art. 17 trata sobre a
responsabilidade pelo fato do produto e do serviço, e reza o art. 14 do mesmo diploma
que:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição
e riscos.

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Observe, Douto Magistrado, que o preposto ocasionou o
atropelamento durante o seu serviço, que não foi prestado corretamente. É que nenhum
serviço pode ter sido feito a contento se deixar vítimas fatais em seu caminho.

Também é bastante clara a posição de fornecedor da parte-ré, posto


que desenvolva atividade de prestação de serviços, qual seja, os típicos de empresas de
transportes.

Comprovada a relação de consumo, mister nos é explicitar que, no


caso em tela, é necessária a inversão do ônus da prova, garantida pelo art. 6, inc. VIII, já
que aqui é óbvio a verossimilhança do alegado, tendo em vista todos os documentos
anexos à esta vestibular, e a hipossuficiencia, já que a parte autora é mulher do lar,
pobre.

DO DEVER DE INDENIZAR:

Reza o art. 186 do Código Civil que:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Do mesmo modo, o art. 927 do Estatuto Civil, ao abordar a obrigação


de indenizar, informa que:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

In casu, o ato ilícito resultou da negligência e imprudência do réu que,


não observou o devir mínimo de cuidado e atenção no transito, vindo a ceifar a vida de
mãe tão amada.

Assim, conforme dispõe o art. 186 do Código Civil, havendo violação


de direito ou prejuízo a outrem, o causador do dano fica obrigado a repará-lo.

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DO DANO MATERIAL
Lucros cessantes – pensão mensal

No que tange ao Requerente, a ordem jurídica garante-lhes o direito à


indenização. Nesse sentido dispõe a Carta Magna de 1988, em seu artigo 5º inciso V, in
verbis:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem;

Em sede infraconstitucional prevê o Código Civil o direito à


recomposição patrimonial através do estabelecimento de pensão mensal vitalícia
equivalente à redução dos rendimentos auferidos periodicamente descendentes da
vítima, conforme se observa no artigo art. 948 inciso II do Código Civil Brasileiro de
2002.
Também a doutrina e jurisprudência são assentes quanto à
necessária prevalência do princípio da restituição integral do ofendido ao seu status quo
ante.
No caso vertente, a mãe ajudava a sustentar a mulher, que é dona de
casa. Com sua morte, a autora sofreu, também, significativa redução em sua renda
familiar.

Não bastasse o posicionamento dos Tribunais pátrios em decisões


mais antigas adotarem a teste de que a expectativa de vida do cidadão era de 65 anos,
já existem estudos e até uma divulgação oficial do próprio IBGE, defendendo a
estimativa de vida atual do cidadão brasileiro como sendo de 69 (sessenta e nove), e
alguns para até 72 (setenta e dois) anos.

ACIDENTE DE TRÂNSITO. INDENIZAÇÃO. PENSIONAMENTO. A


expectativa média de vida no Rio Grande do Sul, para homens, é de
70 anos. (TJRGS, 11ª Câmara Cível, Apelação 70004124558, Bayard
Ney de Freitas Barcelos, relator, j. 12.03.2003).
ACIDENTE DE TRANSITO. INDENIZACAO. O limite de
pensionamento fica mantido em 72 anos, conforme estimativa de
vida para mulheres no RS do IBGE. (TJRGS, 11ª Câmara Cível,
relator: Bayard Ney de Freitas Barcellos, julgado em 23/10/2002)

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Entretanto essas decisões já se mostram antigas, e deve o juiz
sempre decidir de acordo com o mais moderno e avançado estado da ciência. Estudo
recente do IBGE, mostra que a expectativa de vida do homem cearense no ano de 2005
é de 74 anos.
No caso em epígrafe, a vítima faleceu aos 60 (sessenta) anos de
idade, tendo como expectativa de vida mais 14 (catorze) anos, devendo ser adotada
essa referência para a indenização ora pleiteada.

Para o cálculo da renda da vítima deve ser integrado o valor do 13º


(décimo terceiro) salário, conforme posicionamento já adotado pelos Tribunais acerca da
matéria:
É devido o 13º salário, que deve ser incluído na indenização (RTJ
110/342, 84/626, 65/554; RJTJSP 108/142, 81/118, 78/200; Lex-JTA
74/143, 71/130; JTACivSP 82/98), mesmo que não conste da petição
inicial, (Lex-JTA 95/127) e que a vítima não o recebesse (RTJ 65/554,
RJTJSP 59/110).

A indenização por pensionamento deve se estender até a data em


que a vítima viesse a completar 65 anos de idade, sendo inaceitável a
presunção de que, a partir dos 25 anos de idade, não mais
contribuiria com o sustento dos pais. No pensionamento deve ser
incluído o 13º salário, em atendimento ao princípio de que a
indenização por ato ilícito, ainda em caso de morte, deve ser a mais
ampla possível. " [Ac. Un. – 4ª Câm. do TAMG – Ap. - 225. 657 – 9 –
Rel. Juiz FERREIRA ESTEVES – Rev. Julgs. TAMG – 65/205].

Isso porque, o 13º salário é verba que integra a renda da vítima e,


justamente por essa razão, deve ser acrescido à condenação, sendo revertida em favor
dos autores.
Dessa forma, impõe-se a reparação do dano pela recomposição da
renda mensal familiar no total de 40 salários mínimos.

Requer, ainda, que esta indenização seja paga de uma só vez,


conforme a previsão do artigo 950, parágrafo único, do Código Civil, que instituiu
direito potestativo do lesado para exigir de uma só vez tal direito, descontados os valores
pagos a título de antecipação de tutela.

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DO DANO MORAL

De acordo com a boa doutrina, é reputada como dano moral a dor, a


humilhação que, fugindo à normalidade, interfira no comportamento psicológico do
indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar, ou seja, é
lesão de bem integrante da personalidade.

O já aclamado Des. Sérgio Cavalieri Filho nos ensina que:

Por se tratar de algo imaterial ou ideal, a prova do dano moral não


pode ser feita através dos mesmos meios utilizados para a
comprovação do dano material (...). O dano moral está ínsito na
própria ofensa (...). Se a ofensa é grave e de repercussão, por si só
justifica a concessão de uma satisfação de ordem pecuniária ao
lesado. Em outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva
inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada a
ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à guisa de uma
presunção natural, uma presunção hominis ou facti, que decorre das
regras da experiência comum.(ob. cit. pág. 79 e 80)

A indenização, vale dizer, assume caráter de punição ao infrator pelo


fato de haver ofendido um bem jurídico da vítima, permitindo que seja posta, nas mãos
da mesma, valor que lhe ofereça oportunidade de conseguir satisfação de qualquer
espécie.
Não bastasse a previsão constitucional, o Superior Tribunal de
Justiça, houve por entender a cabida da cumulatividade das indenizações, uniformizando
a jurisprudência, resultando na Súmula 37:

37 - São cumuláveis as indenizações por dano material e dano


moral oriundos do mesmo fato.

DO VALOR DA INDENIZAÇÃO

A Requerida dispõe de significativo patrimônio, portanto, arbitramento


de valor inexpressivo acaba por não atingir o caráter punitivo da indenização.

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Julgados recentes, do extinto Tribunal de Alçada do Paraná, dão uma
demonstração do valor a ser arbitrado nesses casos, conforme abaixo:

RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO -


ATROPELAMENTO COM MORTE - CULPA EXCLUSIVA DO
MOTORISTA - MORTE DO FILHO - PENSÃO DEVIDA À MÃE -
DEDUÇÃO DOS GASTOS PESSOAIS - DANO MORAL -
INDENIZAÇÃO CABÍVEL - VALOR APROPRIADO - VERBA
HONORÁRIA ADEQUADA - APELAÇÃO DESPROVIDA - RECURSO
ADESIVO PROVIDO EM PARTE. Age com manifesta imprudência o
motorista que, em via urbana, não utiliza meios eficazes para evitar o
atropelamento do qual resultou a morte da vítima que atravessava a
rua acenando ao condutor pedindo parada, pois o dever de cautela
recai de modo especial sobre o motorista que tem a obrigação de
prever eventual movimento de pedestres. A indenização à mãe pela
morte de filho em decorrência de ato ilícito deve abranger os danos
materiais e morais. Na fixação do valor da pensão cabe deduzir-se
parcela que se presume relativa aos gastos pessoais da vítima. Não
sendo vultuosa, mas módica, a importância de 200 salários mínimos,
eleva-se para 500 salários mínimos o valor da reparação do dano
moral para atender à finalidade de oferecer compensação ao lesado e
de impor sanção ao causador do dano com o objetivo de desestimular
a repetição do ato ilícito. A verba honorária fixada em quinze por
cento sobre o valor da condenação, atende ao disposto no Código de
Processo Civil e se constitui em justa remuneração ao trabalho
desenvolvido pelo advogado. (Acórdão 12941 Extinto TA do PR, 3ª
Câmara Cível, AC nº 0147601-9, Relator Juiz Rogério Coelho,
unânime, 25/04/2000 DJ 5267)
Em caso de morte decorrente de acidente de trânsito, o Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Sul fixou em 400 (quatrocentos) salários
mínimos a indenização por dano moral, em favor da companheira e
dos três filhos da vítima (TJRGS, 11ª Câmara Cível, Apelação cível nº
70000072280 relator: Jorge André Pereira Gailhard, julgado em
06/11/2002).

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Em razão do exposto, sugere-se a título de indenização por todos os
danos morais sofridos com a morte do ente querido, o importe de 40 salários mínimos.

DO VALOR REQUERIDO E SUCUMBÊNCIA

Há de ser esclarecido que o valor requerido a título de danos morais


serve apenas como sugestão ao magistrado. Daí porque, o valor por vezes sugerido na
inicial não serve como parâmetro para efeito de se considerar vencido em parte a autora
- quando não lograr obter, ao final, a integralidade do montante pedido.

Tal posicionamento já vem sendo firmemente adotado pelos Tribunais


pátrios, como se observa a seguir:

Dano moral – sucumbência

PROCESSUAL CIVIL - DANOS MORAIS –SUCUMBÊNCIA –


HONORÁRIOS - PEDIDO EXORDIAL - REFERÊNCIA A MONTANTE
MERAMENTE ESTIMATIVA - SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA NÃO
CONFIGURADA. I. Dada a multiplicidade de hipóteses em que
cabível a indenização por dano moral, aliada à dificuldade na
mensuração do valor do ressarcimento, tem-se que a postulação
contida na exordial se faz em caráter meramente estimativo, não
podendo ser tomada como pedido certo para efeito de fixação de
sucumbência recíproca, na hipótese de a ação vir a ser julgada
procedente em montante inferior ao assinalado na peça inicial.
(STJ/RESP nº 351602/PR, Relator Ministro Aldir Passarinho Junior,
4ª Turma, j. 04. 06. 2002)
Nesse mesmo sentido: RESP nº 304. 844/PR, Rel. Ministro Aldir
Passarinho Junior, 4ª Turma, j. 12. 03. 2002; RESP nº 434. 518/MG,
Rel. Ministro Castro Filho, 3ª Turma, j. 26. 06. 03; RESP. nº 488.
024/RJ, Rel. Ministro Antônio de Pádua Ribeiro, 3ª Turma, j. 22. 05.
03; AGA nº 442. 335/DF, Rel. Ministro Ari Pargendler, 3ª Turma, j. 19.
09. 03, dentre outros.

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DOS PEDIDOS:

ANTE O EXPOSTO, pede, respeitosamente, que V.Exa. se digne a:

1- Arbitrar liminarmente os alimentos provisionais inaudita altera pars et initio litis, no


valor de 1 (hum) salário mínimo, determinando o depósito em Juízo, através de Guia
Judicial;

2- Determinar a citação da ré, por AR, para contestar, querendo, a presente ação, sob
pena de revelia e confissão;

3- Procedência da ação para condenar a ré na Indenização a título de dano material


(lucros cessantes) pela morte da vítima em 40 salários mínimos, atentando pela idade
na data do evento, expectativa de vida e seus vencimentos, incluindo 13º salário, até a
sobrevida estimada de 74 anos, paga de uma só vez, conforme a previsão do artigo 950,
parágrafo único, do Código Civil;

4- Condenação da ré no pagamento de indenização a título de danos morais, cujo


montante sugerimos ser de 40 salários mínimos, atualizados até a época do efetivo
pagamento;

5- Ao final, sobre todos e quaisquer valores deferidos e/ou arbitrados, devem ainda
incidir juros legais e moratórios a partir da data da citação;

6- A condenação da empresa-ré ao ônus da sucumbência, entre ele honorários


advocatícios na forma do art. 20, do Código de Processo Civil;

7- O benefício da Assistência Judiciária Gratuita

8- A inversão do ônus da prova, com base no art. 6, inc. VII do Código de Defesa do
Consumidor.

Protestando por todos os meios de provas admitidas em direito, em


especial a documental, testemunhal e depoimento pessoal do representante da ré.

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Diante da ausência de critérios seguros para a determinação do valor da causa, vem,
requerer a V. Exa, que seja fixado para efeitos fiscais, o valor de R$ 40.800,00 (quarenta
mil e oitocentos reais), atribuído pelo autor de forma simbólica e provisória, por
entender ser este passível de posterior adequação em valor a ser apurado em Sentença,
e por estar de acordo com o disposto no inciso II do art. 286 do CPC.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Fortaleza, 2 de fevereiro de 2024.
MARCIO RIBEIRO DOS ANJOS
OAB/RJ 125.489

FELIPE REINALDO RABELO LEAL ALESSANDRA ERIKA MAIA BARROS


OAB/CE 17.528 OAB/CE 21.113

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