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Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
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ARE 1363139 / SP
diante da condenação, deve ou não ser alvo da decretação da
perda de seu posto e patente. A condenação pela prática de
crime de peculato por si só é motivo mais do que suficiente
para reconhecimento de conduta indigna e incompatível com o
oficialato, ainda que o representado tenha sido transferido para
a inatividade no curso da tramitação do processo-crime. É
possível a cassação dos proventos recebidos em razão de
posterior transferência para a inatividade quando a conduta
irregular que resulta na perda do posto e da patente tenha sido
praticada no serviço ativo.”
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DOS PROVENTOS DA INATIVIDADE – INTERPOSIÇÃO DE
RECURSO EXTRAORDINÁRIO E POSTERIOR AGRAVO EM
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - DEVOLUÇÃO DO FEITO
PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA POSSÍVEL
ADEQUAÇÃO AO TEMA Nº 358 DA SISTEMÁTICA DE
REPERCUSSÃO GERAL – ANÁLISE POR ÓRGÃO
COLEGIADO - REEXAME DO ACÓRDÃO PROFERIDO EM
SEDE DE REPRESENTAÇÃO PARA DECLARAÇÃO DE
INDIGNIDADE/INCOMPATIBILIDADE PARA O
OFICIALATO - ARTIGO 1.040, II, DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL - AUSÊNCIA DE SIMILITUDE COM A TESE
ESPOSADA PELO ACÓRDÃO PARADIGMA - NÃO
ENQUADRAMENTO DO CASO CONCRETO À HIPÓTESE
RETRATADA NO TEMA 358 DE REPERCUSSÃO -
MANUTENÇÃO DA DECISÃO REEXAMINADA A cassação
dos proventos da inatividade que se opera no processo de
Representação para Declaração de
Indignidade/Incompatibilidade para o Oficialato não guarda
correspondência com a tese esposada no Tema 358 de
Repercussão Geral, pois não se traduz na sanção de reforma
abordada no acórdão paradigma. Dessarte, revela-se imperiosa
a manutenção da decisão divergente.
É o relatório. Decido.
Da detida análise dos fundamentos do recurso extraordinário, bem
como à luz da jurisprudência firmada no âmbito desta Suprema Corte,
concluo assistir razão ao recorrente.
Verifica-se que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência
de repercussão geral da matéria discutida nestes autos, no RE-RG
601.146, DJe 21.10.2020, Redator para acórdão Min. Alexandre de Moraes
(Tema 358), cujo julgamento de mérito foi sintetizado no seguinte sentido:
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PROCESSO AUTÔNOMO DE PERDA DE POSTO E
PATENTE DE MILITAR. COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS
DE JUSTIÇA DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
PARA DECIDIR SOBRE QUESTÃO PREVIDENCIÁRIA.
IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DE REFORMA AO
POLICIAL AFASTADO.
1. Cuida-se, na origem, de Representação apresentada
perante Tribunal de Justiça, mediante a qual se requereu a
perda da graduação da praça e a exclusão dos quadros da
polícia militar de agente policial condenado pela prática dos
crimes de concussão e prevaricação.
2. O Tribunal de origem julgou parcialmente procedente a
Representação, no sentido de se decretar a reforma disciplinar
do policial em questão, com proventos proporcionais ao tempo
de serviço. O afastamento da corporação fundamentou-se no
fato de que sua conduta ofendeu o decoro da classe e o
pundonor policial militar. Por outro lado, considerando que,
por mais de vinte anos de atividade na corporação, não
registrava sanções disciplinares e constavam em seu favor
inúmeros elogios e medalhas por serviços prestados, o Tribunal
decidiu conceder-lhe o benefício previdenciário.
3. O art. 102 do Código Penal Militar (Decreto-Lei 1.001,
de 21 de outubro de 1969) estabelece que a condenação da praça
à pena privativa de liberdade, por tempo superior a 2 (dois)
anos, importa sua exclusão das Forças Armadas.
4. O art. 125, § 4º, da Constituição de 1988 dispõe que
“compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os
militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as
ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao
tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente
dos oficiais e da graduação das praças”.
5. O texto constitucional não recepcionou o art. 102 do
Código Penal Militar em relação aos Policiais Militares,
exigindo para esses, no campo judicial, a incidência do
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procedimento previsto pelo artigo 125, §4º da CF. A
Constituição Federal de 1988 estabeleceu a possibilidade de
perda de graduação dos praças das policias militares em
virtude de decisão do Tribunal competente, mediante
procedimento específico.
6. A previsão constitucional dessa específica competência
para os Tribunais não afastou as tradicionais competências
administrativas no âmbito da própria corporação, inclusive a
possibilidade de sanção de perda da graduação, aplicada após
procedimento administrativo, garantindo-se o contraditório e a
ampla defesa.
7. Em relação à questão constitucional com repercussão
geral reconhecida, a Constituição não conferiu aos Tribunais
competência para dispor sobre outras penas arroladas no
Código Penal Militar, ou sobre questões administrativas e
previdenciárias, que seguem sendo afeitas ao âmbito da
corporação.
8. A reforma do militar é questão estranha ao processo
autônomo de perda de posto e patente de militar, e está fora do
âmbito de competência atribuído pela Constituição Federal, no
art. 125, § 4º, ao Poder Judiciário. Assim, neste caso concreto, o
acórdão recorrido, ao decidir pela reforma compulsória do
militar, ofendeu não apenas o art. 125, § 4º, da Constituição
Federal, como também o princípio da separação de poderes,
por interferir em decisão administrativa, própria da
Corporação.
9. Recurso extraordinário a que se dá provimento, para
excluir a reforma concedida pelo acórdão recorrido . Tese de
repercussão geral: "A competência constitucional do tribunal
para decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e
da graduação das praças é específica, nos termos do artigo 125,
§ 4º, não autorizando a concessão de reforma de policial militar
julgado inapto a permanecer nas fileiras da corporação ”. (RE
601146, Rel. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão:
ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, REPERCUSSÃO
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GERAL - MÉRITO DJe 21.10.2020)
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firmada no julgamento do Tema nº 358 da repercussão geral. Nesse
sentido: ARE 935.135, Rel. Min. Rosa Weber, DJe 05.08.2021; ARE
1.334.937-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 22.09.2021; ARE
1.089.402, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe 28.11.2019.
Ante o exposto, forte no art. 21, §§ 1º e 2º, do RISTF, conheço do
agravo e dou provimento ao recurso extraordinário para afastar a pena de
cassação de proventos determinada no acórdão recorrido.
Publique-se.
Brasília, 9 de março de 2023.
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Nº 14796/2023 - ARE 1363139
COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA
Secretaria Judiciária
(documento eletrônico)
Termo de Ciência
Informação(ões) complementar(es):
Andamento(s):
- Intimação eletrônica disponibilizada (Intimação de Despacho, Decisão ou Acórdão -
DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO) - 13/03/2023
Nº 14709/2023 - ARE 1363139
COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA
Secretaria Judiciária
(documento eletrônico)
Termo de Ciência
Informação(ões) complementar(es):
Peça(s):
- Decisão monocrática - peça nº 44
Andamento(s):
- Vista à PGR para fins de intimação - 10/03/2023
PGR-MANIFESTAÇÃO-222610/2023
STF-ARE-1363139
Documento assinado via Token digitalmente por LUIZ AUGUSTO SANTOS LIMA, em 16/03/2023 15:25. Para verificar a assinatura acesse
RELATOR(A): LUIZ EDSON FACHIN
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Poder Judiciário
Supremo Tribunal Federal
Protocolo da 0900393522019926000020230316152659
Manifestação Processual
Número Único do 0900393-52.2019.9.26.0000
Processo
Processo ARE 1363139
COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA
Secretaria Judiciária
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Termo de Ciência
Informação(ões) complementar(es):
Andamento(s):
- Intimação eletrônica disponibilizada (Intimação de Despacho, Decisão ou Acórdão -
PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO) - 13/03/2023
Supremo Tribunal Federal
CERTIDÃO DE TRÂNSITO
Secretaria Judiciária
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Supremo Tribunal Federal
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ARE 1363139
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