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Instituto Superior de Relações Internacionais

Licenciatura em Relações Internacionais e Diplomacia

Cadeira de POLÍTICA EXTERNA DE MOÇAMBIQUE

Ano III

Tema: A HIDROPOLÍTICA DE MOÇAMBIQUE PARA O MALAWI: O CASO DA


NAVEGABILIDADE DOS RIOS CHIRE E ZAMBEZE.

Discente:
Válter Silvano Chemane

Docente: Dr Sérgio Gomes

Maputo, Setembro De 2010


LISTA DE ABREVIATURAS

ATM – Autoridade Tributária de Moçambique;

BAD – Banco Africano de Desenvolvimento;

COMESA – Common Market for Eastern and Southern Africa;

INAMAR – Instituto Nacional de Marinha;

JA – Justiça Ambiental;

MW – Mega Watts;

RISDP – Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional;

SADC – Southern Africa Development Community;

SAPP – Southern Africa Power Pool;

UA – União Africana;

UTIP – Unidade Técnica de Implementação dos Projectos Hidroeléctricos.

2
ÍNDICE

INTRODUÇÃO.................................................................................................4

Delimitação espácio-temporal....................................................................4

Objectivos...................................................................................................5

Questões de Pesquisa.................................................................................5

A POLÍTICA EXTERNA DE MOÇAMBIQUE.........................................................6

Os inputs vindos do Malawi........................................................................6

Zâmbia e Zimbabwe...................................................................................7

Política Externa para o Malawi....................................................................7

Protecção de investimentos e projectos vantajosos.................................10

CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................13

REFERÊNCIAS...............................................................................................14

3
INTRODUÇÃO
TEMA: A HIDROPOLÍTICA DE MOÇAMBIQUE PARA O MALAWI: O CASO DA
NAVEGABILIDADE DOS RIOS CHIRE E ZAMBEZE.

Delimitação espácio-temporal
Este trabalho é uma análise que será enquadrada espacialmente em
Moçambique, pois é deste país que se pretende analisar a Política Externa.
Moçambique é o país que na sua relação com o Malawi, no caso da
navegabilidade dos rios Chire e Zambeze, tem que de certa maneira
responder (positiva ou negativamente) ao Malawi e por isso tem uma
responsabilidade enorme, visto ser um assunto com importância extrema
para os interesses dos dois países.
Faremos uma análise que vai desde o ano 2009 aos dias de hoje. Foi em
2009 que surgiram os projectos de construção da barragem de Mphanda
Nkuwa e ao mesmo tempo de construção de um porto na vila de Nsanje no
Malawi.
O trabalho surge no contexto dos debates acerca da construção da
barragem de Mphanda Nkuwa, da navegabilidade do rio Zambeze, e da
possibilidade de abertura do rio Chire ao Malawi, possibilitando assim a
construção do porto de Nsanje, parte de um projecto fluvial que consiste na
circulação de embarcações com mercadorias, do porto de Chinde (província
da Zambézia) ao de Nsanje (cidade malawiana) e vice-versa.
Já a barragem de Mphanda Nkuwa é um projecto ambicioso para
Moçambique e pode ver a sua realização impossibilitada, pelo projecto
fluvial referido. Com o projecto fluvial o Malawi tem o interesse de facilitar
as importações e exportações de cargas.
Moçambique é um país em desenvolvimento e que vela muito pela sua
segurança económica e grande parte das suas actividades são
consideradas em prol do seu interesse nacional. Esta questão tem o mesmo
carácter no Malawi, que também pretende a sua segurança económica.
Segundo o jornal SAVANA Online (2009) 1 os dois vizinhos assinaram, no dia
1
www.savana.co.mz/editorial/internacional/52-internacional/1375-nsanje-choque-de-
interesses-entre-moçambique-e-malawi do dia 1 de Setembro de 2009, consultado a 24 de
4
29 de Agosto de 2010, um memorando de entendimento para a criação do
projecto fluvial Zambeze – Chire para o transporte de pessoas e bens, ao
abrigo do Protocolo de Transportes, Comunicações e Meteorologia da SADC
e outros acordos internacionais. Ainda segundo o SAVANA Online (Ibid), os
dois países querem coisas diferentes, até porque o impacto ambiental da
implementação do projecto é devastador para Moçambique e o projecto da
barragem é economicamente mais favorável para Moçambique, como
convergem alguns funcionários Moçambicanos. Diante destes dados, é
importante questionar a atitude do Governo Moçambicano para decidir em
2010, que o projecto com o Malawi pode ser retomado, segundo Abdul
Razak2, como se pode ler no jornal “O País”3. Quais são os motivos que
levam o Governo Moçambicano a tomar esta atitude?

Objectivos
Geral
• De uma maneira geral, este trabalho pretende analisar os factores
determinantes da Política Externa de Moçambique para a região da SADC;

Específicos
• Estudar as condições sob as quais Moçambique decide em relação ao
Malawi;
• Questionar o modelo de actor racional na questão da Hidropolítica de
Moçambique para o Malawi.

Questões de Pesquisa
a. Em que consistem os determinantes domésticos e externos da
Política Externa de Moçambique para a SADC?
b. Qual é o papel dos actores regionais e internacionais no tratamento
da incompatibilidade de interesses entre Moçambique e Malawi?

Setembro de 2010.
2
Abdul Razak – Vice-Ministro dos Recursos Minerais.
3
www.opais.co.mz/economia/adbulrazakdizqueprojectocomomalawipodeserretomado,
consultado a 23 de Setembro de 2010.
5
c. Quais é que podem ser os instrumentos usados por Moçambique no
caso de pretender distanciar-se do projecto com o Malawi?
d. Em que consistem os ganhos de Moçambique com a construção da
barragem de Mphanda Nkuwa?
e. Como poderá o Malawi ver seus interesses garantidos nas suas
relações com Moçambique, com destaque para esta questão do projecto
fluvial?

A POLÍTICA EXTERNA DE MOÇAMBIQUE

Os inputs vindos do Malawi


Desde a assinatura de um Memorando de Entendimento4 no dia 15 de
Agosto de 2009 (segundo o jornal electrónico “O País”)5, entre os Estados
moçambicano e malawiano, com o acompanhamento de representantes da
ZARTCO e representantes do secretariado da SADC e do COMESA, têm se
vistos esforços do Malawi de convencer Moçambique a aderir
definitivamente ao projecto. Contam para estas tentativas:

• As negociações entre o presidente Guebuza e o presidente wa


Mutharika que não foram bem sucedidas para o Malawi, sendo até que a
visita a Maputo não chegou a durar o tempo previsto;

• Contactos técnicos com instituições de Moçambique, como são


os casos da INAMAR e da Autoridade Tributária de Moçambique (ATM);

• As decisões unilaterais de realizar viagens experimentais, via


fluvial, de Chinde a Nsanje, para provar que a navegabilidade é possível;
note-se que já foram realizadas duas viagens alegadamente não
autorizadas, que culminaram com detenções pelas autoridades
Moçambicanas. A primeira situação foi no mês de Maio em que uma
barcaça com motor tentou fazer o percurso entre Chinde e Nsanje mas foi
interceptada pelas autoridades moçambicanas na travessia de batelão de
Chipata no rio Chire. O caso não teve repercussões políticas apesar de a

4
O Memorando de entendimento visava a criação do projecto fluvial Nsanje – Chinde.
5
http://opais.sapo.mz/index.php/politica/63-politica/10446-zambeze-um-rio-de-problemas-e-
incidentes-diplomaticos.html consultado a 1 de Novembro de 2010.
6
sua chegada a Nsanje ter devido coincidir com a presença ali de Bingu wa
Mutarika. A segunda deu-se no dia 22 de Outubro de 2010, esta que devido
às detenções, culminou com o agravamento de das relações diplomáticas
entre os dois Estados. A detenção foi efectuada sob o pretexto de falta de
autorização pelas autoridades de Moçambique.

• A inauguração do porto de Nsanje; este porto foi inaugurado


também no dia 22 de Outubro, sem que Moçambique tivesse aceitado
ainda a navegabilidade dos rios.

• Em consequência das detenções o Malawi acusa Moçambique


de faltar com a palavra e chama os actos de provocação.

Zâmbia e Zimbabwe
Estes dois países mostram-se interessados no projecto fluvial e fizeram-
se presentes na cerimónia de inauguração do porto de Nsanje no Malawi e
prestaram apoio moral ao presidente Bingu wa Mutharika.

Política Externa para o Malawi


A diplomacia é um meio recomendável, no entanto, o Malawi avançou
com uma acção aparentemente unilateral, visto que sem o consentimento
de Moçambique (sobre a navegabilidade), inaugurou o porto de Nsanje, o
que indica que o Malawi pretende avançar com o projecto fluvial.
A inauguração foi uma medida radical, sob o ponto de vista de
alternativas de tentativas de convencer Moçambique e seguir os seus
interesses, mas este último não pode esperar que seja a última opção
daquele país do hinterland, sendo que pode dispor de alternativas como a
criação de precedentes, com o intuito de colocar a situação nas Nações
Unidas. Este precedente pode consistir no facto de a construção da
barragem de Mphanda Nkuwa ser um obstrutor de vias de comunicação e
que desfavorece o desenvolvimento dos países do hinterland. Daí que o
projecto de Mphanda Nkuwa pode ser estancado, tendo também em conta
7
que o BAD já forneceu financiamento para o porto de Nsanje e é da mesma
fonte que Moçambique espera financiamento para o projecto hidroeléctrico.
É por isso que o Malawi está a “correr” com o projecto fluvial (inauguração
do porto malawiano) na tentativa de inviabilizar o projecto Moçambicano,
aos olhos dos doadores internacionais.

Um outro constrangimento a nível institucional internacional que o país


costeiro pode encarar é o Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento
Regional (RISDP), que preconiza o desenvolvimento infra-estrutural
integrado; a construção do porto fluvial na cidade de Nsanje está no quadro
do desenvolvimento infra-estrutural integrado.
Não obstante estes constrangimentos acima referidos, Moçambique tem
interesses que considera vitais para o seu desenvolvimento interno, nos
quais se enquadram actividades como a reabilitação do corredor de Nacala,
na protecção do porto da Beira, construção da barragem de Mphanda
Nkuwa e protecção dos recursos naturais, ao longo do percurso,
especificamente de Nsanje à Chinde.

Soberania – de acordo com o quadro de análise de que se dispõe


actualmente, assume-se que Moçambique não pretende ceder aos
interesses do Malawi. Entretanto, o Estado Moçambicano tem a soberania
como aglutinador do seu discurso político-diplomático perante a atitude do
Malawi de realizar a viagem experimental sobre o rio. Ainda na pessoa do
Presidente da República, Armando Guebuza, ouviu-se que o Malawi
desrespeitou a soberania nacional e que quando o assunto está relacionado
com a soberania de um Estado, qualquer que seja a decisão deve vir do
soberano.
Nestes termos o Estado Moçambicano justificou a detenção da
embarcação malawiana no dia 22 de Outubro de 2010, nas águas do rio
Moçambicano, incluindo um diplomata malawiano. No nosso entender, este
discurso também visa diminuir o valor do Memorando de Entendimento,
visto que os interesses de Moçambique não serão satisfatoriamente
encaminhados com o projecto fluvial.
8
Mphanda Nkuwa – um dos objectivos do projecto da nova barragem é
de conservar parte do que a barragem de Cahora Bassa libertar, diminuindo
desta maneira o caudal do Zambeze, o que afecta negativamente a
navegabilidade do mesmo rio6. Um outro constrangimento proveniente do
projecto hidroeléctrico em relação ao projecto fluvial é que os dois
projectos executados em simultâneo aceleram vertiginosamente a
degradação ambiental do vale do Zambeze; fala-se destacadamente do
ecossistema nesta área e das populações habitantes na mesma. Portanto,
se o projecto da construção da barragem recebe maior primazia do Estado
de Moçambique, do que o projecto fluvial com o Malawi, assume-se que o
primeiro é mais vantajoso do que o outro. Isto pode se justificar se
considerarmos as vantagens do deste projecto, indicadas por Marcowicz
(2003), aos níveis económico e técnico.

Estudo de viabilidade – um outro elemento que ajuda Moçambique a


atrasar a definitiva decisão do caso é o pedido de um estudo de viabilidade,
sobre a navegação dos rios. De acordo com o Malawi Voice7, o estudo foi
requisitado pelo Governo Moçambicano à empresa mineira Riversdale. Na
sequência da detenção da embarcação malawiana, o Ministro dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Oldemiro Baloi, afirmou que
não se pode saltar etapas, sendo que para o momento são necessários os
devidos estudos de viabilidade. Entretanto, como dissemos antes, a
protecção do ecossistema e dos recursos naturais nos vales do Zambeze e
do Chire, é um determinante importante, nas decisões do Governo em
relação ao Malawi. Achamos importante notar que a empresa mineira
referida acima tem investimentos em Moçambique, na exploração de
carvão mineral em Benga (Tete). Apesar de ser uma empresa do sector

6
http://www.savana.co.mz/index.php?view=article&catid=52%3Ainternacional&id=1375%3Ansanje-
choque-de-interesses-entre-mocambique-e-malawi&option=com_content&Itemid=141 consultado a
24 de Setembro de 2010.
7
http://www.malawivoice.com/latest-news/riversdale-mozambique-to-study-navigability-on-
mozambique%E2%80%99s-shire-river/ consultado a 29 de Outubro de 2010.
9
privado, não achamos que esta tenha um choque de interesses com o
Governo de Moçambique.

Em consequência dos actos não autorizados do Malawi, concernentes à


última embarcação detida em Moçambique, o Estado não deverá se
mostrar hostil, sendo esta uma medida radical. O ideal seria a continuação
da atitude diplomática, na tentativa de recuperar as relações cordiais entre
os dois Estados, uma vez que um precisa do outro, como diz o Dr. António
Gaspar, no jornal electrónico Correio Braziliense.8

Protecção de investimentos e projectos vantajosos


Ao longo da nossa investigação constatamos que Moçambique realizou
diversos investimentos para a prossecução dos projectos já existentes.
Nisto destaca-se a barragem de Mphanda Nkuwa, que, como dissemos
anteriormente, é um projecto ambicioso para Moçambique, sendo que é
desenhada para produzir energia eléctrica estimada em 1300 MW no total,
na sua primeira fase, de modo a fornecer electricidade para consumidores
domésticos como também à uma rede inter-conectada da região Austral de
África, onde a África do Sul é o maior consumidor. A Hidroeléctrica de
Mphanda Nkuwa, poderá melhorar a qualidade da geração de Cahora
Bassa. (Marcowicz, 2003: 5-6).

O Governo também deverá fazer a promoção das vantagens do projecto


hidroeléctrico para Moçambique, mostrando na realidade quais os factores
que acompanham a “falta de vontade” de aderir ao projecto. Neste
contexto, podem ser feitas parcerias com a UA, na realização de
conferências falando sobre a possibilidade de aumentar o potencial
energético do país e também da região.

Um outro destaque que é feito nesta análise é o investimento feito pela


Riversdale na reabilitação do Corredor do Norte e do Porto de Nacala.
8
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/28/mundo,i=220454/PROJET
O+DE+HIDROVIA+E+O+MAIS+NOVO+FOCO+DE+TENSAO+ENTRE+MOCAMBIQUE+E+MA
LAUI.shtml, visitado a 29 de Outubro de 2010
10
Espera-se que até 2013, o porto de Nacala já esteja reabilitado e a
funcionar plenamente, de acordo com os objectivos para os quais foi
traçado. O Porto de Nacala tem a particularidade de ser o maior porto
natural da África Austral, e não são necessárias dragagens sobre o canal.
Esta particularidade coloca aquela infra-estrutura numa posição capaz de
manusear grandes tonelagens de mercadorias com relativamente poucas
dificuldades.

É necessária também a protecção do funcionamento pleno do porto da


Beira e das ferrovias da zona central; a linha de Sena foi reabilitada no ano
de 2009 e serve como alternativa para o Malawi, no transporte de cargas.
Com o uso deste porto pelo Malawi, os ganhos económicos de Moçambique
são mais satisfatórios, do que com o uso da hidrovia, que se pretende.

“Fontes do SAVANA afirmam que da parte moçambicana faz mais


sentido proteger os investimentos já realizados na linha do Sena, corredor e
porto da Beira.”9

“Com a via fluvial directa para o mar, o transporte ficará mais barato
para Malawi, porque não vai precisar pagar taxas aos portos
Moçambicanos.”10

O Malawi pede a navegabilidade do rio Chire à Moçambique,


essencialmente porque com esta via de comunicação serão reduzidas as
distâncias percorridas até ao porto da Beira e ao de Nacala,
significativamente, o que ajudará bastante na redução dos custos de
transporte de bens, de Malawi para fora e vice-versa.
Já o porto de Nacala pode constituir uma alternativa viável para
Moçambique e para o Malawi, sendo que apesar de as distâncias de
Blantyre para o porto da Beira e para o de Nacala serem de cerca de 800km
e 900km, respectivamente; podem ser criadas mecanismos ao longo das
9
http://www.savana.co.mz/index.php?
view=article&catid=52%3Ainternacional&id=1375%3Ansanje-choque-de-interesses-entre-
mocambique-e-malawi&option=com_content&Itemid=141 consultado a 24 de Setembro de 2010.
10
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/28/mundo,i=220454/PROJE
TO+DE+HIDROVIA+E+O+MAIS+NOVO+FOCO+DE+TENSAO+ENTRE+MOCAMBIQUE+E+M
ALAUI.shtml, visitado a 29 de Outubro de 2010
11
vias rodoviárias e ferroviária, que facilitem o transporte de bens e pessoas,
de Moçambique para Malawi (como também a Zâmbia, o Zimbabwe e
outros) e vice-versa, como por exemplo a reabilitação da ponte Samora
Machel, que por acaso já está a decorrer.

12
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De uma maneira geral, o Governo Moçambicano não se mostra disposto
a aderir ao projecto fluvial com o Malawi; Moçambique tem uma atitude
realista, pondo os interesses nacionais em primeiro lugar. No seio de
muitos grupos de académicos remonta-se à História dos dois países que
nunca tenderam à cordialidade. Porém, neste caso, os interesses de
Moçambique superam qualquer outro motivo.

Assume-se também que a não resposta positiva do Governo


Moçambicano ao Malawi, é camuflada pela necessidade de um estudo de
viabilidade, acerca da navegabilidade dos rios e pela alegação por parte do
Governo Moçambicano de que o Malawi não está a seguir as etapas todas
do processo e a infringir normas internacionais básicas. É neste contexto
que podemos enquadrar a declaração de Abdul Razak, de que o projecto
com o Malawi pode ser retomado.

Esta situação também é um desafio à diplomacia e à Política Externa de


Moçambique, visto que o Malawi chama de provocação à posição de
Moçambique; assim, para defender os seus interesses Moçambique deve
estar pronto à uma escalada de conflito, não obstante ser comum a ideia de
que os meios diplomáticos e cooperativos são desejáveis.

13
REFERÊNCIAS

Marcowicz, Bernard (2003). Mphanda Uncua Hydropower Project


Mozambique. UTIP- Unidade Técnica de Implementação dos Projectos
Hidroeléctricos

Southern Africa Power Pool (2009). 2009 Annual Report.

www.opais.co.mz/economia/adbulrazakdizqueprojectocomomalawipodese
rretomado, consultado a 23 de Setembro de 2010.

http://www.savana.co.mz/index.php?
view=article&catid=52%3Ainternacional&id=1375%3Ansanje-choque-de-
interesses-entre-mocambique-e-malawi&option=com_content&Itemid=141
consultado a 24 de Setembro de 2010.

http://opais.sapo.mz/index.php/politica/63-politica/10446-zambeze-um-
rio-de-problemas-e-incidentes-diplomaticos.html consultado a 1 de
Novembro de 2010

http://www.malawivoice.com/latest-news/riversdale-mozambique-to-
study-navigability-on-mozambique%E2%80%99s-shire-river/ consultado a
29 de Outubro de 2010.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/28/mundo,i
=220454/PROJETO+DE+HIDROVIA+E+O+MAIS+NOVO+FOCO+DE+TENSA
O+ENTRE+MOCAMBIQUE+E+MALAUI.shtml, visitado a 29 de Outubro de
2010

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