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13/05/23, 12:27 A Presença Portuguesa e o estado Marave (1693-1750): Ciclo do marfim - Sópra-Educação

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A Presença Portuguesa e o estado Marave (1693-1750):


Ciclo do marfim
by Benney Muhacha — Dezembro 9, 2020 in História 0 0 0

Com o declínio da fase do ouro em 1693, deu lugar ao comércio de marfim. A produção e a comercialização do ouro diminuiu e o marfim passou
a ser o produto mais procurado pelos mercadores.

A insurreição de 1693 levou muitos portugueses a refugiarem-se em Tete, Sena e Quelimane e mais tarde a norte do Zambeze, região ocupada
pelos Estados Marave (territórios de cheua e Undi). Aqui foram abertos campos de mineração chamados  Bares,  mas a quantidade do ouro
explorado era ínfima.

Nos territórios situados entre os rios  Luangua e Quelimane,  fazia-se bastante o comércio do marfim e a sua produção bem como a sua
comercialização estava organizado em regime de monopólio das classes dominantes Phiri, especialmente pelo Phiri Karonga e Lundu.

À semelhança do ouro nos Mwenemutapa, o marfim nos Marave constituía a fonte principal de reprodução e do poder político, por isso, eram
frequentes os conflitos interdinásticos para a obtenção de bens de prestígio (tecidos e missangas) garantes da lealdade política. São exemplos
dos conflitos que se registaram entre o Caronga e Lundu durante o terceiro quartel do século XVI.

O bloqueio comercial português contra os swahilis e árabes no Zambeze efectou o fluxo do Phiri, por sua vez a localização geográfica dos Lundu
no Chire interceptava as mercadorias destinadas aos Carongas, o que provocou rivalidades. O acesso dos mercadores a zonas do comércio e de
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de TODOS dos Lundu era feito em pequenas embarcações chamadas Zambucos
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Estes factores conduziram a um movimento armado para Leste, os Lundu iniciaram um processo de expansão e conquista, designado expansão
Nyanja ou Zimba  que culminou com o controle temporário das principais rotas do marfim na costa norte. Atingira  Angoche passando
por Makuana (utukulo) e Kambira no terceiro quartel do século XVI e foi aberta uma rota comercial a favor dos Lundu.

Em 1622 os  Karongas  aliaram-se aos portugueses e derrotaram os Lundu, passando a controlar a rota dos Lundu (Chire-Mussoril).  Os
portugueses passaram a ser mais aceites no norte.

O grande Estado do Macanga do Caetano Pereira, nascido no séc. XVIII resultado da política de casamentos feitos com as filhas do chefe do
Estado Undi foi uma das consequências da penetração mercantil e militar portuguesa.

Conteúdos [Esconder]

O Papel do Capital Mercantil


Podemos afirmar que o papel do capital mercantil e militar português nos Estados Marave concorreu, numa primeira fase, para  o reforço do
poder económico dos chefes e, numa segunda fase foi parcialmente responsável pela instabilidade político-militar e económica do Estado. Por
outro lado, a actuação do capital mercantil destinava-se a apoiar as duas fontes de rendimento:  os direitos aduaneiros  em grande escala vindo
da Ilha de Moçambique e em pequena escala, de Quelimane e o comércio.

 O Lundu, ocupando uma posição entre o Caronga e a costa, promoveu acções visando o bloqueio dos contactos comerciais entre o Caronga e os
Portuguses. As contradições entre os dois Estados atingiram níveis que impuseram uma solução militar. Sob a pressão militar do Caronga, o
Lundu viu-se obrigado a encetar um processo de expansão e conquista que culminou com o controlo temporário das principais rotas de marfim
na costa norte de Moçambique. Essa expansão entrou na história com a designação de Expansão Nianja.

Decadência do Estado
► Conflitos no sei das classes dominantes Marave (lutas inter-phiri) que visavam assegurar o controlo do comércio de marfim;

► O bloqueio das rotas comerciais no Estado feito pelos Ajauas assim como pelos prazeiros;

► A penetração mercantil portuguesa no do séc. XVIII na esfera política do Estado. Exemplo do  Gonçalo Caetano Pereira do estado
Macanga casada com filhas do Undi e assenhorou-se de muitas províncias do Estado Undi;

► A penetração mercantil portuguesa no vale do Zambeze a partir de 1530 e o consequente bloqueio da actividade swahili-árabe;

► A invasão Nguni na primeira metade do século XIX (1835) dirigido por Zwagendaba Jege.

Zonas do comércio do marfim


– Entre os rios Luangua e Quelimane;  Baia de Lagoa em Maputo;   – Quíloa e Zanzibar; Reinos afro-islâmicos;  – Chire e Mussoril.

Intervenientes
Internos: Ajauas, Manica, Macuas, Morimuno, Mouruça, Nguane e Nduandue (Maputo).

Externos: árabes-persa, indianos e portugueses.

Leia também sobre:

Os Portugueses e o Estado dos Mwenemutapas

Penetração Colonial Portuguesa em Moçambique

Fases da exploração colonial Portuguesa e seu impacto

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Bibliografia

DHUEM. História de Moçambique: Parte I- Primeiras Sociedades Sedentárias e Impacto dos mercadores, 200/300-1885; Parte II- Agressão
Imperialista, 1886-1830. 1ª Edição, Vol. I, Maputo, 2000.

KI- ZERBO, Joseph. História de África Negra. Mira Sintra, Publicações Europa – América; Vol. I, 3ª ed. 1999.

NEWITTI, Malyn. História de Moçambique. Edição, Publicações Europa – América, 1997

SOUTO, Amélia de Neves. Guia Bibliográfico para Estudante de História de Moçambique. (200/300-1930), Maputo, 1996.

Tags: História

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Benney Muhacha
Mestrando Gestão de Projetos, Licenciado em História e Bacharel em Administração. Jovem moçambicano apaixonado pelas TICs, é CEO
e editor de conteúdo dos blogs: Sópra-Educação, Sópra-Vibes, Sópra-Vagas e Sópra-Educação.com/exames

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