Você está na página 1de 9

Leonildo Ramiro Tambo Araújo Cunhete

A Fundação da FRELIMO e a Luta de Libertação


Nacional (1962 à 1974)

Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário

Universidade Púnguè
Tete
2020
2

Índice
1.Introdução .................................................................................................................. 3

2. Objectivos ................................................................................................................. 3

2.1 Geral ................................................................................................................... 3

2.2 Especifico ............................................................................................................... 3

3. Metodologia .............................................................................................................. 3

4. Fundação da FRELIMO ............................................................................................ 4

5. Luta de Libertação Nacional ( 1962-1974) ................................................................ 5

5.1 Distribuição dos combatentes da Frelimo ................................................................ 6

5.2 Operação Nó Górdio e o fim da Guerra da independência ....................................... 7

6. Conclusão ................................................................................................................. 8

7. Referências Bibliográficas......................................................................................... 9
3

1.Introdução
A FRELIMO declarava, nos seus Estatutos, pretender acabar com a presença colonial e
imperial portuguesa no país, alcançar a independência de Moçambique e defender as
reivindicações dos cidadãos moçambicanos. Liderada pelo sociólogo Eduardo Mondlane, então
funcionário das Nações Unidas, a FRELIMO transmitiu ao povo, combatentes e ao mundo a
mensagem de que o objetivo da sua luta era derrubar o regime colonialista em Moçambique, e
não matar o cidadão branco ou civil. Desta feita neste presente trabalho a abordagem é inerente
ao estudo da formação ou o nascimento da FRELIMO e que aposterior aborda- se-a entorno da
luta de Libertação de Moçambique.

2. Objectivos
2.1 Geral
 Compreender o processo de Formação da FRELIMo e a luta de Libertação de
Moçambique.

2.2 Especifico
 Explicar os contornos da formação da FRELIMO;
 Debruçar sobre o Primeiro congresso da FRELIMO;
 Conhecer as Motivações do desencadeamento da Luta de libertação em Moçambique.

3. Metodologia

Para a materialização do trabalho em curso utilizou se a pesquisas bibliográficas que serviu de


meio para o levantamentos de informações inerentes ao Tema em questão onde recolhemos em
alguns PDFs, livros a informação necessaria para o desenvolvimento do trabalho.
4

4. Fundação da FRELIMO
Segundo ( Moiane, 2009 ), No dia 25 de Junho de 1962, de acordo com o protocolo, a
UDENAMO, criada na Rodésia do Sul, cujos membros eram recrutados entre os trabalhadores
e emigrados vindos, sobretudo, de Manica, Sofala, Gaza e Lourenço Marques; a UNAMI,
constituída no Malawi por moçambicanos maioritariamente originários de Tete, Zambézia e
Niassa, e a MANU, que se forma em Mombaça, no Quénia, agrupando particularmente
elementos de origem Makonde de Cabo Delgado, dissolvem-se e constitui-se a Frente de
Libertação de Moçambique (FRELIMO).

Na ocasião, é nomeada uma direcção provisória, encabeçada por Eduardo Mondlane, com o
objectivo de organizar o I congresso da Frelimo, que se realiza de 23 a 28 de Setembro de 1962,
em Dar-es-Salam, no Tanganyika.

O I Congresso da FRELIMO, o “Congresso da Vitória”, define que o objectivo principal do


movimento é a liquidação total da dominação estrangeira e a conquista da Independência de
Moçambique.

A FRELIMO declarava, nos seus Estatutos, pretender acabar com a presença colonial e imperial
portuguesa no país, alcançar a independência de Moçambique e defender as reivindicações dos
cidadãos moçambicanos. Liderada pelo sociólogo Eduardo Mondlane, então funcionário das
Nações Unidas, a FRELIMO transmitiu ao povo, combatentes e ao mundo a mensagem de que
o objetivo da sua luta era derrubar o regime colonialista em Moçambique, e não matar o cidadão
branco ou civil. Havia consciência de que só unido o povo alcançaria a autodeterminação, tanto
pelo reconhecimento da causa da luta bem como pela sua justeza.
O primeiro País que aceitou treinar os guerrilheiros moçambicanos foi a Argélia que, acabava
de derrubar o regime colonial francês, após sete dolorosos anos de guerra. Na Argélia foram
treinados três grupos de combatentes da FRELIMO.

Os que desencaderam a luta armada em 25 de Setembro de 1964 foram cerca de 200


guerrilheiros treinados na Argélia e mal equipados, mas determinados a dar o seu sangue pela
pátria e pelas gerações futuras.

Em 1963, a Argélia acolheu três grupos de moçambicanos para receberem treinos de guerrilha,
de modo a criar uma força militar. O primeiro grupo foi chefiado por Filipe Samuel Magaia; o
segundo, por Samora Machel e o terceiro, por António Silva.
5

No seu regresso, os guerrilheiros estabeleceram os primeiros campos de treinos militares, em


Bagamoyo, em 1963, e em Kongwa, em 1964, na Tanzânia. A China enviou instrutores
militares para esses campos. Nos princípios de Maio do mesmo ano, a FRELIMO enviou o
primeiro contingente de guerrilheiros para a China, composto por onze elementos,
nomeadamente, Filipe Samuel Magaia (chefe do grupo), José Macamo (Adjunto chefe do
grupo), José Phahlane Moiane, Cândido Mondlane, Paulo Samuel Kankhomba, Alfredo Maria
Manuel, Matias Víctor, Inoque Mutser, Francisco Madengo, Francisco Kufa e Sebastião
Marcos Mabote. Enquanto a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) acolhia
grupos de recrutas moçambicanos, países como o Egipto, Gana e Israel forneciam ajuda militar
e formavam outros quadros moçambicanos.

5. Luta de Libertação Nacional ( 1962-1974)


De acordo com ( Pachenuapa, 2011 ), Em Maio de 1964, a FRELIMO envia a Moçambique
elementos para o trabalho clandestino, com o objectivo de organizar e dar tarefas concretas às
populações, com vista ao desencadeamento da Luta Armada de Libertação Nacional.

No norte de Moçambique, principalmente na região de Cabo Delgado e no Niassa, verificam-


se movimentações de forças portuguesas e de guerrilheiros da FRELIMO.
A 25 de Setembro de 1964, é desencadeada a luta de libertação nacional por guerrilheiros da
Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). A luta armada de libertação nacional foi
lançada em quatro províncias, nomeadamente, Cabo Delgado, Niassa, Zambézia e Tete.

Alberto Joaquim Chipande foi quem comandou um grupo de 12 homens que atacou um posto
administrativo na Localidade de Chai, matando o Chefe do Posto e outros seis soldados.

Consolidada a visão e a ideologia para lutar contra o colonialismo, a FRELIMO passou para a
criação de condições logísticas e materiais para o desencadeamento da Luta Armada de
Libertação Nacional.

Esta acção consistiu na busca de apoio junto de países e organizações que se identificavam com
a causa do povo moçambicano.
6

5.1 Distribuição dos combatentes da Frelimo


De acordo com ( Mussa, 2008), A distribuição dos combatentes da FRELIMO no interior do
nosso territorio nacional variava de lugar para lugar, conforme a intensidade e aexigencia da
guerra. Mais a maior concentração de guerrilheiros activos distribuia se pelas seguintes
Provincias:

Provincias 1967-1973

Cabo delgado- cerca de 3500 guerrilheiros

Niassa-cerca de 1000 guerrilheiros

Tete-cerca de 2000 guerilheiros

Total- cerca de 6500 guerrilheiros espalhados.

Das bases indicadas, a base em Moçambique tinha uma importância estrategica especial: era
uma das principais, sendo ao mesmo tempo um centro de coordenação da operações militares
no interior de Moçambique e tinha o estatus de base Provincial.

Na provincia de Tete, a FRELIMO criou setores: o primeiro sector Localizava-se ao norte do


rio Zambeze e incluia o sector a oeste do rio capoche; o segundo sector localizava -se a este
do rio Capoche e no sentido norte -oeste da estrada Tete- zobue; o terceiro sector localizava-
se ao sul do rio zambeze; o quarto sector abragia o distrito de moatize e Mutarara. A ligação
entre as bases da FRELIMO no exterior e as zonas de operações fazia se através da infiltração
secreta de guerrilheiros dispersos.

Na Provincia de sofala, a FRELIMO não Chegou a operar com grande intensidade, limitou se
a criar celulas de Movimentos constituidas por 6 a 7 guerrilheiros que operavam
clandestinamente , a sua missão fundamental era recrutar Jovens para integra-los no movimento
de libertação nacional.

Uma das principais estrategias dos guerrilheiros consistia na ‘’ plantação ‘’ de minas anti-
pessoais e minas de tanques ao longo das principais vias de comunicação por onde circulavam
os carros das forças militares portuguesas. Estas minas eram plantadas numa distantancia de
1000 a 5000 metros. A apartir de 1969. A FRELIMO ja utilizava Missieis strelar oferecida pela
URSS. Nos anos 70, a guerra de libertação estava em progressão do norte para o centro e sul
do país.
7

5.2 Operação Nó Górdio e o fim da Guerra da independência


Segundo ( Mussa, 2008), A progressão e extensão da guerra em Moçambique obrigou Portugal
a repensar numa nova estratégia que visava acabar com as acções dos guerrilheiros da Frelimo.
Assim, em 1970 foi lançada uma grande ofensiva militar , designada ‘’ operação Nó Gordio’’
está operação foi dirigida pelo grande estratéga militar português, o General Kaúza de Arriaga.

O epicentro das ofensivas militares foi o planalto dos Makondes, em Cabo Delgado, e na Região
do Norte da Provincia do Niassa.

No inicio, esta operação envolveu cerca de 10000 militares portugueses. À medida que a guerra
se intensificava, Portugal mobilou mais 70000 soldados, dos quais 40000 eram Africanos
recrutados localmente.

Outro objectivo da operação ‘’ Nó Górdio”’ eera insolar a FRELIMO e fragiliza-la de modo a


terminar com as suas infiltrações e operações militares. No entanto , a FRELIMO saiu
Vitoriosa, uma vez que movimentava grupos compostos por poucos guerrilheiros, obrigando os
portugueses a dispersarem a suas Forças, sem sucesso.

A derrota das forças Portuguesas nesta operação origina um ambiente de instabilidade nas
colonias portuguesas e em Portugal onde emerge um Movimento de contestação que culmina
com o Movimento dos capitães que promove um Golpe de estado coloncando António de
Spinola como Presidente.

Em seguida , o Movimento das Forças armadas e o governo de portiugal iniciam negociações


que permitem terminar com a guerra, depois da assinatura dos acordos de Lusaka a 7 de
setembro de 1974, dia da victoria.

Nestes acordos , entre representantes da FRELIMO e do Governo de Portugal Ficou acertado


que a independência de Moçambique seria a 25 de Junho de 1975, depois da entrada em vigor
de um governo de transição misto, composto por representantes da FRELIMO e de Portugal.

O governo de Transição teve como Primeiro Ministro Joaquim Alberto Chissano, que entrou
em função no dia 20 de setembro de 1974, tendo sido o seu termo anuciado com a Proclamação
na independência a 25 de Junho de 1975.
8

6. Conclusão
Com a matérialização do trabalho em destaque pude concluir de que a distribuição dos
combatentes da FRELIMO no interior do nosso territorio nacional variava de lugar para lugar,
conforme a intensidade e a exigência da guerra. Mais a maior concentração de guerrilheiros
activos distribuia se pelas seguintes Provincias: Cabo Delgado, Niassa e Tete, e que foi No dia
25 de Junho de 1962, de acordo com o protocolo, a UDENAMO, criada na Rodésia do Sul,
cujos membros eram recrutados entre os trabalhadores e emigrados vindos, sobretudo, de
Manica, Sofala, Gaza e Lourenço Marques; a UNAMI, constituída no Malawi por
moçambicanos maioritariamente originários de Tete, Zambézia e Niassa, e a MANU, que se
forma em Mombaça, no Quénia, agrupando particularmente elementos de origem Makonde de
Cabo Delgado, dissolvem-se e constitui-se a Frente de Libertação de Moçambique
(FRELIMO).
9

7. Referências Bibliográficas
MUSSA, Carlos. História 12ª Classe. Maputo, Texto editores, 1ª edição, 2008.

MOIANE, J. Memórias de um Guerreiro. Maputo, King Ngungunhane institute, 2009.

PACHINUAPA, R., Liphola, M e Tiagp, P. Moçambique 40 anos da independência e


soberania. Maputo, Nachingueya editores. 2015.

PACHINUAPA,R. Memórias da Revolução 1962- 1974. Maputo, Nachingueya editores.2011

Você também pode gostar