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LICENCIATURA EM ECONOMIA
Helmer Pimenta
20171742
TURNO: Tarde
LUANDA
2023
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO DE CONHECIMENTOS
LUANDA
2023
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Índice
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1. A Primeira República e os seus diferentes períodos e respectivas
características, a evolução da articulação entre si, as dimensões internas,
regionais e internacionais, e os principais resultados nos planos económico,
social e político.
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1973, sendo um sector que não passou pelo mesmo êxodo pelo qual passaram a
agricultura e a indústria transformadora.
Mesmo sob a ideologia de gestão estatal socialista, a indústria do petróleo depende mais
de recursos externos e as empresas estrangeiras têm meio século de direitos de
exploração. Apostar na exploração de petróleo com a URSS não fazia sentido
estratégico porque a URSS não tinha um bom preço no mercado internacional de
petróleo. Há pouca nacionalização de empresas estabelecidas, pois isso levaria a um
maior conflito ou danos liquidados com os países ocidentais. É também estratégico
manter estas empresas em terra devido aos seus equipamentos de exploração, que
permitem a Angola manter-se competitiva no mercado internacional. Mais importante
ainda, as receitas da exploração de petróleo atuaram como um elemento de
financiamento para as despesas dos Estados nascentes cujas economias foram
devastadas, bem como suprimentos militares para os governos em tempos de conflito
armado.
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credibilidade externa do governo. Durante a Primeira República, houve uma transição
ligada por frequentes mudanças de direção que levaram a períodos alternados de
reformas e contra-reformas e a um grande número de programas sem coordenação
política adequada e cheios de falhas por falta de coerência nas medidas, falta de uma
abordagem integrada ou conectada e falta de sincronização. Como exemplo, as
desvalorizações posteriores não foram acompanhadas de controle fiscal, justamente por
isso contribuíram para a aspiração inflacionária. Por outro lado, verificou-se que as
deficiências fiscais estavam intimamente relacionadas com o problema das operações
extra-orçamentais, que dificultavam a transparência das finanças públicas e dificultavam
muito a implementação ou o monitoramento de uma política fiscal coerente.
Segundo Menezes, desde cerca de 1910 até pouco antes da independência das colônias
africanas, Portugal foi um dos países mais atrasados (estagnação econômica) entre os
países europeus que iniciaram o processo de colonização em todo o mundo. Isso a levou
a permanecer presa às suas colônias como um mecanismo que alimenta a metrópole,
mostrando sua dependência desses territórios e vivendo em um círculo vicioso e
contraproducente. Aspectos que levam o autor a rotular o colonialismo português de
parasitário, o que levou a metrópole a celebrar o pacto colonial com Angola,
considerando que entre 1920 e 1960, Angola foi apenas um fornecedor de matérias-
primas, uma economia operacional, um mercado para a indústria transformadora e o
vinho metropolitano e a relação comercial além das fronteiras do país se concretizava
apenas com a metrópole. Diferente das suas congêneres, a acumulação de metais
resultantes do mercantilismo foi investida em áreas não produtivas como para a
cobertura das importações e manutenção da corte.. 60% da sua população vivia da
agricultura e 80% das suas exportações eram de produtos primários. O sistema agrícola
com características de um feudalismo tardio, tendo assim a força produtiva menos
rentáveis da Europa Ocidental, o sistema político mais atrasado comparativamente às
potências do velho continente e dependendo da Inglaterra como o único parceiro
externo.
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Segundo Adeline Torres, de 1961 até a década de 1970, houve mudanças na política
colonial portuguesa com ênfase em Angola, a fim de atender às exigências da integração
econômica de Portugal na Comunidade Econômica Europeia, com a ideia de apresentar-
se à competição europeia e mundial como um império que poderia servir de plataforma
giratória. Em consequência, teve de se redigir um novo Pacto, que previa a
deslocalização das indústrias do espaço económico português para a colónia, permitindo
uma espécie de industrialização e concentração do capital altamente concentrado na
indústria mineira, e expansão bancária com as seguintes características: deslocamento
das indústrias metropolitanas para a colônia; abrir a colônia para receber investimentos
nacionais e estrangeiros; grandes investimentos em infraestrutura econômica;
diversificação da produção nacional; e expansão bancária.
A metrópole foi obrigada a aproximar-se aos capitais externos para que conseguisse
fazer a transição. A industrialização e o crescimento bancário de Angola deu-se às custa
daquilo a que Solival Menezes chama de paradoxo português: dominação internacional,
ou seja, a dependência crescente e transitiva do país aos capitais externos. A economia
deAngola começou a conhecer novos contornos, o território nacional foi aberto aos
investimentos nacionais e estrangeiros. De 1959-64 e 1968-73 foram criados os II e III
Planos de Fomento, o que permitiu a Angola consagrar grande parte dos invsetimentos
previstos às infra-estruturas económicas de transportes, comunicação, indústrias
extractivas e indústrias de transformação. Progressivamente as exportações de ferro e de
petróleo ocuparam lugares cimeiros ao lado dos tradicionais produtos como o café, o
sisal e o diamente. No sentido inverso as importações de equipamentos era uma
realidade.
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da libertação do território nacional, o sector secundário nacional na África subsaariana
era um dos mais desenvolvidos e produzia, entre outros, tabaco, cimento, cerveja,
transformação de produtos agrícolas, têxteis, vidro, papel, tintas , alfaias agrícolas, pasta
de papel, etc. Quanto ao sector bancário e financeiro, em 1960 só funcionava o Banco
de Angola, mas até 1968 já existiam 19 bancos no país. Consoante os acordos que
Portugal celebrava, instalavam-se sucursais de empresas multinacionais em diferentes
ramos: química, metalurgia, petróleo, eletrónica e confissões. Cerca de 53% dos capitais
que circulavam na metrópole e posteriormente em Angola eram estrangeiros. Em 1973,
o fluxo de capital estrangeiro estava assim distribuído: EUA com 14%, Alemanha com
48%, Grã-Bretanha com 32% e França com 6%.
As limitações actuais para a diversificação em Angola, seja por sector ou por região
económicos, são consequências de acontecimentos e fenômenos históricos já estudados
sobre o trajecto da economia no nosso país, como o êxodo rural muito impulsionado
pela guerra civil em todo o país, e o lado informal da actividade comercial no país, que
têm sido mitigadas ao longo das décadas, mas longe de ser eliminadas. A título de
exemplo, as infra-estruturas que promovem o crescimento ainda estão aquèm do nível
desejado (pode-se considerar o estado das infra-estruturas rodoviárias tão necessárias
para o escoamento de produtos agrícolas dos campos rurais à cidade como um exemplo
específico), o nível de educação e qualidade de capital humano continua
desproporcional quanto à necessidade tanto sectorial quanto regional por trabalhadores e
empreendedores qualificados, e tanto o sistema fiscal como o financeiro ainda têm
dificuldade de cumprirem os seus deveres com um mercado cuja actividade económica
continua acontecendo na informalidade. A cultura da dependência à importação de bens
e serviços que poderiam ser produzidos internamente também retardam o processo de
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diversificação por não incentivar a procura e a oferta destes mesmos bens e serviços na
perspectiva doméstica.
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