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História Econômica Geral - Pós guerra e nova realidade econômica

A revolução do pensamento econômico


contemporâneo: a intervenção estatal

Introdução

Caro estudante, o nosso objetivo é apresentar os principais fatores históricos e

econômicos da Crise de 1929, que deflagrou a Grande Depressão na economia

estadunidense e na economia mundial. Além disso, serão estudadas, brevemente, a vida

e a obra do economista John Maynard Keynes cujos postulados tinham o objetivo de

explicar as causas da crise, bem como antevê-las para neutralizá-las, dando origem à

“Revolução Keynesiana”. Ademais, serão debatidas as consequências da crise e a

deflação nos EUA, promovendo a compreensão dos principais fundamentos da

economia política desenvolvidos no contexto pré-1929 e na Grande Depressão. Ou seja,

após esta aula, você será capaz de interpretar com mais profundidade as crises

econômicas.

Reiteramos, ainda, caro estudante, que o ato de estudar e obter conhecimento acerca de

um tema é imprescindível para o nosso enriquecimento intelectual e pessoal, pois

permite um ganho e uma elevação que jamais serão perdidos.

Vídeoaula: As consequências econômicas


da crise e deflação

Estudo de caso
O estudo de caso é uma oportunidade para você aplicar os conhecimentos diante

do que você já estudou. Bons estudos!


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Caro estudante, foram apresentados os fatores econômicos e históricos que precederam

o crash de Wall Street, além da consequente Grande Depressão. Pois bem, considerando

os conceitos e as definições abordados na aula, pense que você é um economista com

experiência acadêmica e gestão do setor público; diante disso, você foi convocado como

parte de uma força tarefa, econômica, política e empresarial cujo objetivo consiste em

estabilizar a economia de um país chamado “Perdistão”. O Produto Interno Bruto desse

país é formado por produtos industrializados, ou seja, bens de capital, máquinas e

equipamentos; além disso, o setor terciário, composto por prestação de serviços, é

significativo para o país. A Balança Comercial, por sua vez, está deficitária, ou seja, as

importações superam as exportações, situação agravada pela desaceleração das

economias periféricas devido a um novo ciclo de commodities, o que vem pressionando

a redução dos preços agrícolas e, por conseguinte, as divisas do países. Ademais, nota-

se que a capacidade ociosa das fábricas perdistanesas está aumentando, o que, por sua

vez, aumenta o contingente de desempregados no país. O Banco Central do Perdistão

(BCP) adotou medidas para contenção da crise elevando as taxas de juros, mas tal

tratativa se revelou insuficiente. Diante do contexto, aplique os conhecimentos

adquiridos durante o seu processo de aprendizagem para formular uma estratégia

econômica de recuperação da economia do “Perdistão”

Videoaula: Resolução do estudo de caso


A estratégia adotada para a recuperação da economia perdistanesa
com base no texto da aula é promover um pacote de estímulos
financiado pelos gastos públicos. O Banco Central do Perdistão
começará elevando os depósitos compulsórios dos bancos para
suprimir o multiplicador monetário e reduzir o acesso ao crédito, além
de elevar as taxas de juros, o que gerará uma convergência para os
títulos públicos. A consequência do aumento nas taxas de juros será a
dificuldade de acesso ao crédito pelos empresários responsáveis pela
geração de postos de trabalho, logo, o governo poderá viabilizar um
programa de subsídio para determinadas indústrias-chave da
economia. Com a recuperação econômica em marcha e a produção
alinhada, a diplomacia entra em cena e endossa o setor privado na
busca por novos mercados para inverter o saldo da balança comercial.

Saiba mais

Os reflexos da Crise de 1929 foram claros e diretos, como as corridas bancárias cujos

correntistas, dominados pelo receio de que o parco capital se transformasse em fumaça,

corriam para sacá-lo, agravando ainda mais a crise, além das icônicas filas de pão e

café, e tudo isso porque o Estado demorou a agir. Os tempos eram outros, o

conhecimento econômico em construção passou por transformações de igual ou maior

profundidade, o que possibilitou, posteriormente, um diagnóstico e soluções para a

Crise, sobretudo tentativas ingênuas de neutralizar eventos futuros dessa natureza. A

lição aprendida é que crises não são resolvidas por si mesmas, apenas, é preciso esforço

do Estado, do setor privado e da sociedade para haver um controle parcial e a retomada

do ciclo virtuoso da economia, ou seja, da remuneração dos fatores de produção e, por

conseguinte, da remuneração das famílias que consomem e mantêm os níveis de

expectativa dos empresários elevados, que, por sua vez, geram oportunidades de

trabalho.

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A década de 1920 ficou conhecida como “os loucos anos 20” e antecedeu uma década

turbulenta cujo desfecho econômico foi a Grande Depressão. Na figura a seguir, você

poderá verificar uma série histórica do Produto Interno Bruto (PIB) estadunidense,
do Crash da Bolsa de Nova Iorque (1929) até o período pós-Segunda Guerra Mundial

(1939-1945) e fim da Grande Depressão.

Figura 4 | Série Histórica do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos no período da
Grande Depressão até o pós-Segunda Guerra Mundial. Fonte: adaptada de Bureau of
Economics Analysis (2013).

Nota-se que, nos anos que sucederam o crash da bolsa, houve uma queda abrupta do

PIB, e após 1933, começou uma retomada, invertendo completamente a situação com a

adesão dos estadunidenses à Segunda Guerra Mundial, em 1941.

Referências
BRUE, S. L. História do pensamento econômico. São Paulo: Thomson Learning,

2006.

BUREAU OF ECONOMICS ANALYSIS. National data. 2013. Disponível

em: https://apps.bea.gov/scb/pdf/2013/06%20June/D%20Pages/0613dpg_a.pdf. Acesso

em: 2 set. 2021.

FROYEN, R. T. Macroeconomia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

HUNT, E. K.; LAUTZENHEISER, M. História do pensamento econômico: uma

perspectiva crítica. 3. ed. Editora: GEN Atlas, 2013.


KRUGMAN, P. R.; OBSTFELD, M.; MELITZ, M. J. Economia

internacional. Tradução: Ana Julia Perroti-Garcia. 10. ed. São Paulo: Pearson

Education, 2015.

LEITE, P. M. 2009 não será 1929. Revista Época, São Paulo, dez. 2008. Disponível

em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI20411-15227,00-

NAO+SERA.html. Acesso em: 2 set. 2021.

LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Orgs.). Manual de

macroeconomia: nível básico e nível intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

SAES, F. A. M.; SAES, A. M. História econômica geral. 1. ed. São Paulo: Saraiva,

2013.

SIMIQUELI, R. R. História contemporânea: do século XVIII ao XIX. Londrina:

Educacional, 2017. Disponível

em: http://biblioteca-virtual.com/detalhes/ebook/6087054754aa8872fb666af4. Acesso

em: 2 set. 2021.

Unidade 1 / Aula 2O Estado liberal

Introdução
Olá estudante, o objetivo desta aula é apresentar, brevemente, a vida e
a obra dos economistas Friedrich von Hayek e Milton Friedman,
sobretudo suas influências nas escolas Austríacas e de Chicago. Além
disso, será apresentada a ruptura, pelo “novo classicismo”,
do establishment econômico proposto pela corrente de pensamento
keynesiana. Tal contexto foi concebido pela crise do Petróleo da
década de 1970, que mergulhou o mundo em uma recessão
econômica, pressionando muitas nações a substituir suas lideranças
políticas e estratégias econômicas. Surgem, desse caos, o ditador
Augusto Pinochet, no Chile, e Margareth Thatcher, na Grã-Bretanha,
originando uma nova era de neoliberalismo e ortodoxia econômica,
isto é, o “caminho da servidão” não seria mais tolerado. Reiteramos,
ainda, caro estudante, que o ato de estudar e obter conhecimento
acerca de um tema é imprescindível para o nosso enriquecimento
intelectual e pessoal, pois nos permite um ganho e uma elevação que
jamais serão perdidos.

Hayek e a Escola Austríaca


Friedrich von Hayek

De acordo com Gennari e Oliveira (2009, p. 323), o economista Friedrich von Hayek

(1899-1992) nasceu em Viena, Áustria, e após obter o título de doutor em Direito

Ciências Políticas, na Universidade de Viena, atuou como docente de Economia nessa

mesma Universidade, até que assumiu a cadeira na London School of Economics (LSE),

em 1931. Na década de 1950, solicitou transferência para a Universidade de Chicago,

onde lecionou até 1962, e recebeu o Prêmio Nobel de Economia, em 1974, com ênfase

na obra The Road to Serfdom (O Caminho da Servidão, em português).

Heilbroner (1996) destaca que tal obra continha exageros, mas, sobretudo, um

sentimento profundo, além da condenação irrefutável da economia ultraplanejada. Pois

bem, sabendo disso, Gennari e Oliveira (2009, p. 324) destacam que sua obra

transcende a área econômica, abrangendo a política, o direito e a psicologia. Hayek é

considerado um dos mais influentes economistas da Escola Austríaca, tendo a obra The

Road to Serfdom como a base do pensamento neoliberal.

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Atenção!

Você verá que uma das críticas de Hayek estava relacionada à hipótese de que a

economia deveria “evoluir de forma espontânea”, não deixando espaço para um grande

planejamento central econômico e social, opondo-se ao planejamento central do bloco

socialista predominante, isto é, a tentativa de substituir o livre mercado e a liberdade


individual por regimes totalitários, fascistas, nazistas ou comunistas convergiria a

humanidade à pobreza, servidão e supressão da engenhosidade dos indivíduos.

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Além disso, você notará que, de acordo com Hunt e Lautzenheiser (2013, p. 652),

Hayek é produto da escola de economistas neoclássicos que defende o

capitalismo laissez-faire, isto é “deixar fazer”, em tradução livre da expressão francesa,

condenando toda intervenção estatal.

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A Escola Austríaca e a Escola de Chicago defendem um laissez-faire radicalizado, com

destaque para quatro perspectivas, a saber: crença na Lei de Say; megacorporações não

detêm poder monopolista; direito à defesa nacional; e externalidades.

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Dessa forma, as escolas Austríacas e de Chicago defendem a Lei de Say automática de

mercado, ou seja, se houver qualquer instabilidade no capitalismo, como foi o caso da

Grande Depressão, a culpa será atribuída ao excesso de Governo. Por sua vez, as

megacorporações não possuem poder de monopólio, ou seja, qualquer tentativa dos

capitalistas de sustentar uma posição monopolista é instável e de curta duração, isto é,

para manter tal poder, precisam da assistência do Estado.

Para Hunt e Launtzenheiser (2013, p. 654), o único bem passível de intervenção estatal

é a defesa nacional, dessa forma, o indivíduo não pode ter um nível de defesa distinto de

outro indivíduo, logo, o Governo deve oferecer um nível igualitário de defesa.

Conclusão: essas escolas defendem que os agentes econômicos podem gerar


externalidades e que a estratégia é estabelecer direitos de propriedade para poluição

ambiental, bem como um mercado para a negociação deles.

Videoaula: Hayek e a Escola Austríaca

Ao longo do vídeo, vamos discutir os seguintes pontos:

 Breve histórico da vida e obra de Friedrich von Hayek.


 “Caminho da servidão”; precursor do neoliberalismo.
 Livre mercado e a liberdade individual.
 Fascismo; comunismo; supressão das liberdades individuais.
 1929; Segunda Guerra Mundial; laissez-faire
 Keynesianismo.
 Carl Menger.
 Escola Austríaca.

Confira!

Friedman e a Escola de Chicago


Vida e a obra de Milton Friedman

De acordo com Gennari e Oliveira (2009, p. 326) e Brue (2006, p. 503), Friedman

(1912-2006), nova-iorquino, judeu descendente de ucranianos, graduou-se na

Universidade de Rutgers, ingressando, logo após, na Universidade de Chicago, para

cursar o mestrado em Economia. Mais tarde, lecionou nessa mesma universidade até sua

aposentadoria, em 1977, e foi membro da Hoover Institution, da Universidade de

Stanford, bem como presidente da American Economic Association. Ademais, suas

contribuições influenciaram economistas chilenos, na década de 1970, por meio da

perspectiva neoliberal adotada pelo Chile, e suas contribuições nas áreas da política de
estabilidade econômica, análise do consumo e teoria e história monetária renderam-lhe,

em 1976, o Prêmio Nobel de Economia.

Em uma das suas obras, Capitalismo e Liberdade (1962), Friedman defende a premissa

de que não é possível a presença de liberdade individual, tampouco na sociedade, na

ausência de liberdade econômica. Destaca-se que alguns de seus estandartes foram a

“estabilidade monetária”, a “liberdade econômica”, a propriedade privada e a

democracia. A obra de Friedman é reconhecida por seus pares com características

monetaristas, em que se nota que as variações da atividade econômica não podem ser

validadas pelo volume de investimento, mas sim pelas variações na oferta monetária, e,

sobretudo, tem como base a Teoria Quantitativa da Moeda (TQM) (GENNARI;

OLIVEIRA, 2009; BARBOZA et al., 2014).


Figura 1 | Milton Friedman. Fonte: Wikimedia.

Além disso, Friedman foi um dos pensadores econômicos que estabeleceram a

identidade da Escola de Chicago, logo, as tradições dessa escola se configuram como

clássico-neoclássica, ou “novo classicismo”. Assim sendo, para Brue (2006), os

membros da Escola de Chicago se opunham aos ideais do establishment imputado pela

“Revolução keynesiana”, isto é, da intervenção estatal. O esforço desses economistas

em estabelecer uma nova corrente de pensamento econômico conflitou com a forte

corrente intelectual keynesiana, entretanto, Gennari e Oliveira (2009, p. 329) reforçam

que, após a crise fiscal dos Estados Unidos, na década de 1970, devido à crise do

Petróleo, o cunho “neoliberal” ganhou adeptos.

Por sua vez, Brue (2006) sintetiza as características que mais se destacam da Escola de

Chicago, a saber: comportamento ideal; preços e salários controlados podem figurar

como uma boa estimativa de preços e salários da concorrência a longo prazo; orientação

matemática; oposição à teoria keynesiana; e limitação das ações estatais.


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Nota-se que, ao rejeitar os postulados keynesianos, o neoliberalismo da Escola de

Chicago acredita que a economia é autoajustável e reguladora, além de admitir

pequenas flutuações autorrestritivas.

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Ademais, de acordo com Brue (2006, p. 500), as recessões e depressões são fruto da

política monetária inadequada e não de alterações nos gastos autônomos. O estoque de

moeda, quando alterado, influencia diretamente o Produto Interno Bruto nominal, e a

política fiscal, aquela que envolve aumento/redução da tributação e consumo do Estado,

revela-se ineficiente, exceto quando seguida por mudanças na oferta monetária. Por fim,

destaca-se que, a inflação dos vendedores ou custos não é admitida, porque a inflação é

sempre de cunho monetário.

Videoaula: Friedman e a Escola de


Chicago

Ao longo do vídeo, vamos discutir os seguintes pontos e conceitos:

 Breve histórico da vida e obra de Milton Friedman;


 Chile;
 Escola de Chicago;
 “Ciência pura isenta de valores”;
 Joan Robinson;
 “opiniões ideológicas, morais e políticas”;
 Laissez-faire;
 Lei de Say;
 Monopólios;
 Defesa Nacional;
Bons estudos!

O neoliberalismo na prática

Influências de Pinochet a Thatcher e a América Latina

A crise do petróleo, orquestrada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo

(Opep), composta por, Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela, solapou a

economia mundial na década de 1970. Tais países desejavam aumentar a alíquota de

impostos e os royalties que as companhias petrolíferas pagavam a eles; além disso, no

outono de 1973, deflagrou-se a Guerra Árabe-Israelense ou Guerra do YomKippur, com

isso, a Opep interrompeu as negociações com as companhias petrolíferas e os países

produtores dobraram os preços do barril de petróleo, provocando caos na economia

mundial.

De acordo com Frieden (2008, p. 187), frases como: “Desculpe o transtorno, estamos

sem gasolina hoje” pululavam pelos Estados Unidos da América, e o país e o mundo

mergulharam em uma grande recessão.

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A crise do petróleo acendeu debates sobre a crise fiscal do Estado, das teorias

keynesianas, da estrutura do capitalismo, dos juros e da própria hegemonia

estadunidense; ademais, tal cenário foi território fértil para o avanço das ideias

neoliberais, porque o establishment econômico, que doutrinava que o Estado interviria

diante desse caos, estava fragilizado (GENNARI; OLIVEIRA, 2009).

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A crise abalou o mundo, e como os países periféricos contraíram dívidas em dólar, com

a crise do petróleo e a adoção de política monetária contracionista do Federal Reserve

– o Banco Central dos EUA –, essas nações observaram uma explosão em seus déficits

públicos. Diante disso, houve profundas mudanças políticas, econômicas e sociais,

como foi o caso chileno.


Figura 2 | Crise do petróleo. Fonte: Shutterstock.

A primeira experiência da adoção de políticas econômicas com características

neoliberais foi num país latino-americano, o Chile, sob o comando do ditador Augusto

Pinochet. Uma estratégia adotada durante o regime de Pinochet popularizou-se na

América Latina na década de 1970: a “substituição de importações”. O objetivo de tal

mecanismo consistia, segundo Saes e Saes (2013, p. 594), na abertura comercial das

economias com a redução do protecionismo e intervenção estatal. Além disso, para o

caso brasileiro, Vianna e Villela (2011, p. 6) descrevem que medidas discriminatórias

eram impostas às importações, estimulando a implantação de indústrias substitutivas de

bens de consumo e duráveis, que não tinham produção doméstica.

Ademais, o choque econômico provocado pelas crises do petróleo de 1973 e 1979

abalou a confiança na teoria keynesiana, cedendo espaço para o neoliberalismo, e, em

muitos países, nesse período, houve aderência política, como na Grã-Bretanha, da

recém-empossada primeira-ministra Margareth Thatcher (1979-90).

Nota-se que, para essa direita, o capitalismo assistencialista promovido por subvenções

estatais, devido à recessão, não tinha mais força ou respaldo econômico, logo, uma

política alternativa deveria surgir do caos. Estas foram algumas características do

“thatcherismo”: contração da emissão monetária, elevação das taxas de juros, ou seja,

política monetária contracionista, além da redução das alíquotas dos impostos sobre os

rendimentos altos e, sobretudo, o massivo contingente de desemprego, resultado da

austeridade imposta (HOBSBAWM, 2004; GENNARI; OLIVEIRA, 2009).


Videoaula: O neoliberalismo na
prática
Ao longo do vídeo, vamos discutir os seguintes pontos e conceitos:

 Opep (1973, 1979);


 Guerra do Yom Kippur;
 Escassez de combustível;
 Federal Reserve Board;
 Taxa de juros e países periféricos;
 Petrodólares;
 Crise do establishment keynesiano;
 Ascensão neoliberal;
 Ditador Augusto Pinochet;
 “Thatcherismo”;
 América Latina.

Bons estudos!

Estudo de caso
Caro estudante, vamos começar o estudo de caso? O estudo de caso é uma

oportunidade para você aplicar os conhecimentos diante do que você já estudou.

Pois bem, o cenário é o seguinte: você é o economista-chefe do Banco Central do

“Narcisistão”; seu país é uma hegemonia mundial, logo, detém o maior Produto Interno

Bruto do mundo, além de controlar boa parte do fluxo de mercadorias no comércio

exterior. Entretanto, uma indústria desenvolvida necessita e é dependente de energia,

portanto, de petróleo, principal insumo nesse processo, e a produção de petróleo é

controlada por alguns poucos países que compõem uma “oleogarquia” e ditam a direção

dos preços da commodity. Nesse contexto, um conflito armado foi deflagrado em um


desses países produtores, e a produção, o armazenamento, o transporte e a

comercialização foram comprometidos, pressionando uma elevação nos preços. Diante

desse cenário, com os preços do petróleo subindo de modo desgovernado, os países

industrializados se deparam com um dilema, repassar ou não para os preços o aumento

da geração de energia? Caso optem por não repassar, o que acontece com as contas

públicas? E no cenário em que os preços incorporam tal crise, o que acontece com os

elementos econômicos, como taxa de juros, inflação, desemprego e PIB? Sendo assim,

diante desse problema, qual estratégia será adotada por você, enquanto economista-

chefe do Banco Central do “Narcisistão”, e quais serão as consequências dessas ações?

Videoaula: Resolução do estudo de caso


O caso apresentado está relacionado com um choque exógeno na economia cujo

elemento é o preço do petróleo. Sendo assim, considerando a dependência mundial do

petróleo para geração de energia e produção industrial, uma elevação abrupta nos preços

dessa commodity pode afetar profundamente os preços de toda a cadeia produtiva, ou

seja, promover um transbordamento entre as variáveis. Diante desse contexto, na

posição de economista-chefe do Banco Central do “Narcisistão”, você terá a

oportunidade de subsidiar tal aumento ou permitir a incorporação pelos preços. No

cenário 1, em que adota a prática do subsidio, observe que os cofres públicos

financiaram tal empreitada a custos de endividamento do país que poderá ser pago via

títulos públicos ou senhoriagem (impressão monetária); o primeiro comprometerá

gerações futuras, já o segundo gerará inflação presente, logo, perda no poder aquisitivo

da moeda, retração econômica, aumento da capacidade ociosa, elevação nas taxas de

juros e aumento nos níveis de desemprego.


A opção que surge é permitir que o mercado absorva tal aumento, ou seja, que todos os

bens e serviços sejam reajustados de acordo com a demanda e oferta. No cenário 2, essa

absorção custará, no primeiro momento, uma elevação de todos os preços e,

consequentemente, uma inflação, logo, como autoridade monetária, você poderá aplicar

uma política monetária contracionista a fim de tentar conter o avanço inflacionário; em

contrapartida, as empresas serão pressionadas pelas altas taxas de juros e precisarão de

subsídios para manter a competitividade e não aumentar os níveis de desemprego.

Saiba mais
A Luta do Século trata das teorias dos economistas John Maynard Keynes e Friedrich

von Hayek por meio de uma produção divertida e didática do diretor de cinema John

Papola e do economista Russell David "Russ" Roberts. Ademais, o vídeo explora a

economia de guerra que os Estados Unidos utilizaram para sair da Grande Depressão e,

sobretudo, as críticas de Hayek sobre tal abordagem. Confira!

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O objetivo da linha do tempo plotada na figura a seguir é apresentar alguns pensadores

econômicos que influenciaram e contribuíram para a fundação da Escola Austríaca.


Figura 3 | Breve linha do tempo dos fundadores da Escola Austríaca. Fonte: adaptada
de Brue (2006); Gennari; Oliveira (2009).

BARBOZA, S. G. et al. Evolução do pensamento econômico. Londrina: Educacional,

2014.
BRUE, S. L. História do pensamento econômico. São Paulo: Thomson Learning,

2006.

FRIEDEN, J. A. Capitalismo global: história econômica e política do século XX. Rio

de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

GENNARI, A. M.; OLIVEIRA, R. História do pensamento econômico. São Paulo:

Saraiva, 2009.

GUILHERME SB. Fight of the century: Keynes vs. Hayek round two. 2011.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ELVbEG5qjVI. Acesso em: 2 set.

2021.

HEILBRONER, R. A história do pensamento econômico. 6. ed. São Paulo: Nova

Cultural, 1996.

HOBSBAWM, E. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). Tradução:

Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

HUNT, E. K.; LAUTZENHEISER, M. História do pensamento econômico: uma

perspectiva crítica. 3. ed. São Paulo: GEN Atlas, 2013.

VIANNA, S. B.; VILLELA, A. O pós-guerra (1945-1955). In: GIAMBIAGI, F. et

al. Economia brasileira contemporânea: 1945-2010. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

Unidade 1 / Aula 3

Introdução
Caro estudante, ao longo dos nossos estudos, veremos os conceitos do neoliberalismo,

as principais ideias, os axiomas e o principal pensador e influenciador dessa teoria.

Além disso, será apresentado o contexto econômico e social do surgimento de tais

ideias, sobretudo a importância atribuída ao mercado pelo neoliberalismo, expurgando a

concepção de intervenção estatal proposta por Keynes.


Na sequência, você verá a definição de monopólios, sua formação e alguns monopólios

privados, resultantes da substituição hegemônica do establishment keynesiano pós-

Grande Depressão, bem como alguns postulados neoliberais das escolas Austríaca e de

Chicago, que ganharam adeptos na década de 1970, como a Sociedade Mont Pélerin, e

financiamento de abastados capitalistas estadunidenses, avessos às ideias

intervencionistas aplicadas em seu país.

Reiteramos, ainda, caro estudante, que o ato de estudar e obter conhecimento acerca de

um tema é imprescindível para o nosso enriquecimento intelectual e pessoal, pois nos

permite um ganho e uma elevação que jamais serão perdidos.

Neoliberalismo: conceitos

Compreendendo o neoliberalismo

Caro estudante, você verá que o neoliberalismo surgiu com a obra “The Road of

Serfdom” (“O Caminho da Servidão”), de Friedrich von Hayek, publicado em 1944,

com configurações distintas do liberalismo clássico e oposto ao intervencionismo estatal

keynesiano. Para Harvey (2015), o neoliberalismo é uma teoria que conjura as práticas

políticas e econômicas, propondo que o bem-estar dos indivíduos pode ser melhorado

com a liberação das capacidades empreendedoras, no sentido de uma estrutura

institucional cujas bases sejam os direitos da propriedade privada, o livre mercado e o

livre comércio.

Por conseguinte, o Estado atua na criação e preservação da estrutura institucional

adequada a tais práticas. Diante dessa ótica, convém ao Estado garantir a qualidade e

integridade do dinheiro, além de prover estruturas e funções militares, ou seja, defesa


nacional, de polícia e jurídica — preceitos básicos para atestar os direitos de

propriedade dos indivíduos, assegurando a operacionalização do mercado.

Sendo assim, tal abordagem teórica ataca as limitações dos mecanismos estatais que

subjugam qualquer aspecto das liberdades individuais, econômicas e políticas. Quando

Hayek propôs tais críticas, almejava atacar o Partido Trabalhista Inglês, favorito às

eleições de 1945. De tal forma, após três anos, começou a reunir, regularmente,

dissidentes das ideias de bem-estar, de intervencionismo estatal e do “New

Deal” estadunidense de Franklin Delano Roosevelt (GENNARI; OLIVEIRA, 2009).

Além disso, Brow (2019) complementa que o neoliberalismo tinha como objetivo a

imunização definitiva das ordens de mercado para inibir o ressurgimento de regimes

totalitários como o fascismo e o nazismo.

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Os encontros neoliberais aconteciam no spa suíço Mont Pélerin, em intervalos de dois

anos, e deram origem à Sociedade de Mont Pélerin, conhecida por seu viés franco-

maçom neoliberal e financiada, segundo Harvey (2015), por um abastado grupo de

indivíduos estadunidenses contrários a qualquer forma de intervenção keynesiana.

___

Além disso, entre os fundadores dessa sociedade estavam pensadores ilustres, como

Milton Friedman, Karl Popper, Lionel Robbins, Ludwig von Mises, entre outros. Nos

temas de pauta da sociedade estavam o combate à social-

democracia, establishment keynesiano e qualquer forma de solidarismo. Entretanto,

Gennari e Oliveira (2009) destacam que esses esforços se revelaram frustrados, porque

as burguesias europeias estavam fragilizadas pela Primeira e Segunda Guerra Mundial,


cenário este que possibilitou a ascensão da classe proletária — vide a criação dos

sindicatos e a massiva aderência dos trabalhadores.

Por sua vez, os hayekianos argumentavam que, quando se tratava do novo igualitarismo

do período proporcionado pelo Estado de bem-estar social, este destruía a liberdade dos

indivíduos e a concorrência — força motriz da prosperidade de toda a sociedade.

Contudo, de acordo com Gennari e Oliveira (2009), os tempos áureos do capitalismo e

de consolidação de robusto Estado de bem-estar social na Europa começaram a

degringolar na década de 1970, com o choque exógeno imposto pela Crise do Petróleo.

Para Saes & Saes (2013), a década de 1970 é considerada um período de profundas

modificações nos padrões da Era do Ouro, inclusive, sendo marcado pela Conferência

de Bretton Woods, na qual os Estados Unidos suspenderam a conversibilidade do

padrão-ouro em dólar. Logo, a crise, segundo Gennari e Oliveira (2009), proporcionou

o avanço do neoliberalismo de Hayek e da Escola Austríaca, substituindo

o establishment keynesiano.

Neoliberalismo: elemento essencial e


necessário ao mercado
Neoliberalismo: alguns conceitos

De acordo com Harvey (2015), o neoliberalismo postula, em oposição à teoria

keynesiana, que o Estado deve intervir o mínimo possível no mercado. O autor destaca

que o Estado não detém informações suficientes para entender os sinais do mercado,

isto é, as oscilações de preços, volatilidade, absorção de choques etc. Além disso,

grupos de interesse irão fazer lobby, isto é, pressão política e econômica, além de

provocar distorções e vícios sob as intervenções estatais. Disso, você notará que a teoria

da regulação, por meio da captura do regulador, ilustra essa situação.


Com o colapso do establishment keynesiano na década de 1970, deflagrado pela Crise

do Petróleo, os países industrializados e periféricos observaram, impotentes, seus

déficits públicos explodirem, diante disso, subsídio e intervenção cessaram. Ocorreu um

movimento favorável e receptivo às ideias neoliberais por meio da desregulamentação,

das privatizações, das concessões e do recuo do Estado em muitas áreas do bem-estar

social, sendo um tipo de movimento similar ao que foi realizado no Brasil em mais de

uma oportunidade, o que pode ser visto em diversos registros de imprensa.


Figura 1 | Crise do petróleo. Fonte: Shutterstock.

Daí, irrompeu um processo de neoliberalização envolvendo, inclusive, uma sucessão de

“destruição criativa”, desmobilizando poderes hegemônicos e estruturas institucionais,

divisão de trabalho, relações sociais, bem-estar social e combinações de tecnologia. De

acordo com Harvey (2015), um dos elementos potencializados pelo neoliberalismo da

década de 1970 foi a abertura financeira mundial proporcionada pelos “petrodólares”

árabes, que, por sua vez, eram emprestados aos Governos de países periféricos por meio

de bancos de investimentos de Nova Iorque.

Tal estratégia estimulou um mercado financeiro mais livre de restrições e barreiras,

patrocinando a inovação de serviços bancários e de investimentos, bem como o

desenvolvimento não observado outrora, criando interligações globais sofisticadas e,

sobretudo, novos tipos de mercado financeiro lastreados na securitização, nos

derivativos e nos mercados futuros.

___

A caixa de pandora havia sido aberta. Logo, note que é atribuída à neoliberalização a

“financialização” da economia mundial, além do encadeamento e domínio das finanças

sobre todas as áreas econômicas e sobre o aparelho estatal, deslocando o poder do setor
produtivo para o financeiro, o que teria ensejado a célebre frase, de autoria

desconhecida: “o que é bom para Wall Street é tudo o que interessa” (HARVEY, 2015).

___

Ademais, o neoliberalismo, por meio da sua ênfase nas relações contratuais de mercado,

defende que o bem social é maximizado se, e somente se, maximizam a abrangência e

frequência das trocas de mercado, isto é, buscam organizar todas as ações dos

indivíduos no domínio do mercado.

Logo, de acordo com Harvey (2015), essa estratégia necessita de tecnologia da

informação cuja capacidade contemple acumulação, armazenamento, transferência,

análise e os massivos bancos de dados cujo objetivo consiste em gerar informações para

tomada de decisões; você já ouviu sobre isso? Trata-se de Big Data. Tais tecnologias

permitiram o aumento das transações de mercado e a redução do tempo dessas

transações, ou seja, a “compreensão do tempo-espaço” fez com que a escala geográfica

fosse reduzida, além de encolher os períodos de tempo dos contratos de mercado.

Videoaula: Neoliberalismo: elemento


essencial e necessário ao mercado
Ao longo desse vídeo, discutiremos os seguintes pontos:

 Oposição estatal;
 Grupos de interesse;
 Captura do regulador;
 Troca do mainstream econômico;
 Ascensão do neoliberalismo;
 Desmobilização dos poderes;
 Destruição de instituições;
 Financeirização mundial;
 Bancos de investimentos de Nova Iorque; “Petrodólares”;
 Negócios mundiais a um “click”.

Neoliberalismo: monopólios privados,


evidência de sucesso
Aprofundando alguns conceitos-chave

Os monopólios, de acordo com Pindyck e Rubinfeld (2013), são determinados pelo

singular poder que o monopolista detém, isto é, o de estabelecer a quantidade a ser

ofertada; entretanto, a fixação dos preços obedece às regras de mercado, como

maximização dos lucros, determinação dos custos e da demanda. Dardot e Laval (2016)

complementam, afirmando que os monopólios são fruto da intervenção do Estado em

relação à concentração, ou seja, as causas são a política e a legislação favoráveis que

convergiram para a tendência monopolista. Pois bem, é importante você entender que a

teoria neoliberal defende que os monopólios são resultado da competição e do sistema

concorrencial e seus vencedores; segundo Harvey (2015), Dardot e Laval (2016), são

empresas fortes que expulsam as empresas fracas, por sua vez, a teoria não considera tal

ação um problema, argumentando que as empresas devem maximizar sua eficiência.

Além disso, a interpretação dos “monopólios naturais” é complexa, porque não são

viáveis vários fornecedores de energia elétrica, de gás, água ou saneamento básico,

logo, o Estado deve intervir para prover o abastecimento e a formação dos preços. Além

disso, o Estado, segundo a teoria neoliberal, deve favorecer os direitos individuais à

propriedade privada, à segurança jurídica, às instituições de mercado e ao livre

comércio. Por sua vez, as bases legais para tal consecução são a preservação de arranjos

contratuais e suas garantias, que podem ser negociadas livremente entre os agentes

econômicos, ou seja, a “santidade” dos contratos e o direito individual devem ser

mantidos e, sobretudo, o Estado deve exercer o monopólio da violência quando

necessário for alcançar tais resultados (HARVEY, 2015).


Ademais, você verá que o neoliberalismo destravou a “financialização” da economia

mundial, estimulando a inovação (direitos de propriedade intelectual, patentes etc.) e o

desenvolvimento do sistema financeiro, inclusive com a abertura de novos mercados,

abrangendo derivativos, securitização e mercados futuros. Tal cenário, segundo Harvey

(2015), proporcionou a ascensão da figura do chief executive officer (CEO), isto é, o

diretor presidente e principal influência nos conselhos de administração.

___

A especulação no mercado financeiro oportunizou fortunas como de Warren Buffet, nos

Estados Unidos da América, e George Soros, no Reino Unido. Foram estabelecidas

novas relações de mercado, e áreas como biotecnologias e tecnologias da informação

emergiram. O surgimento da Microsoft de Bill Gates, tão conhecida mundialmente,

ilustra o argumento. A consolidação do império de comunicações globais representada

pelo Holding News Corporation do empresário australio-americano, Keith Rupert

Murdoch, que, entre suas aquisições, controla a Twentieth Century Fox e a Fox News.

___

Ademais, Harvey (2015) destaca o conglomerado de telecomunicações erigido pelo

empresário mexicano Carlos Slim Helú nesse período, além da icônica rede varejista

Wal-Mart, da família Walton, que se beneficiou amplamente da interconexão do

mercado mundial e, por conseguinte, da produção chinesa.

Videoaula: Neoliberalismo: monopólios


privados, evidência de sucesso

Estudo de caso
Olá estudante, o estudo de caso é uma oportunidade para você aplicar os

conhecimentos diante do que você já estudou. Bons estudos!

Ao longo dos nossos estudos abordamos, aspectos, conceitos e definições acerca da

Teoria Neoliberal. Ademais, o neoliberalismo surge com as contribuições de Friedrich

von Hayek por meio da sua obra “The Road of Serfdom” (O caminho da servidão).

Hayek foi um proeminente economista e pensador da Escola Austríaca cujas bases eram

o conservadorismo e o laissez-faire, isto é, deixar fazer. Além disso, o neoliberalismo

de Hayek opunha-se às intervenções estatais propostas pelo economista John Maynard

Keynes. Ademais, o neoliberalismo ganhou adeptos e uma sociedade denominada Mont

Pélerin, devido ao lugar, na suíça, em que se reuniam a cada dois anos. Por sua vez, os

seus precursores não estabeleceram, de imediato, o mainstream na economia e na

sociedade, haja vista que, após a Grande Depressão, o establishment era estritamente

keynesiano. Entretanto, após a crise do petróleo de 1970, o cenário se inverte e o

neoliberalismo ganha atenção e notoriedade. Considere que você é professor

universitário atuante no curso de História Econômica Geral. Um de seus alunos

questiona você acerca da rivalidade entre as teorias neoliberal e keynesiana, opondo-se

clara e ferrenhamente às ideias postuladas por Keynes; que argumentos você

apresentaria ao aluno, de tal forma que ele fosse alertado para aspectos positivos e

negativos de ambas as abordagens econômicas, sendo, assim, instigado a avaliar

múltiplas interpretações para não restringir suas possibilidades de raciocínio nos estudos

– o que seria ruim para o aprendizado.

Videoaula: Resolução do estudo de caso


Sabendo que a crise de 1929 deflagrou a Grande Depressão nos
Estados Unidos da América e que a Teoria Clássica apresentava
dificuldades em explicar as causas de tal situação, surgiram as
contribuições de John Maynard Keynes, em especial de sua obra A
Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, que, para além de
explicar as causas por meio da hipótese do dispêndio, apresenta
mecanismos de recuperação para as eventuais crises. Além disso,
nesse período, Friedrich von Hayek, com sua obra de “The Road of
Serfdom” (O caminho da servidão, em português) se opôs
fervorosamente às propostas intervencionistas de Keynes, alegando
que tal abordagem poderia privar os indivíduos de sua liberdade. Entre
os alvos de seus ataques, estava o ultraplanejamento, que, segundo ele,
suprimia liberdade de expressão dos indivíduos, entretanto, foi a partir
das ideias keynesianas, aplicadas por meio do “New Deal”, de
Roosevelt, e a produção proporcionada pela Segunda Guerra Mundial,
que a economia estadunidense foi salva da Grande Depressão. Porém,
com a crise do petróleo da década de 1970,
o establishment keynesiano perdeu fôlego e o neoliberalismo ganhou
seguidores, estabelecendo, aliás, uma corrente de mudança em alguns
países, como nos casos chileno e britânico. Portanto, note que ambas
as teorias apresentaram soluções e mecanismos para a recuperação
econômica de ambas as crises, de 1929 e 1970, e têm pontos positivos
e negativos, além de ambas terem gerado consequências à sociedade.

Saiba mais
Um determinado grupo se organiza com o objetivo de apropriar certa renda econômica,

ou seja, obter ganho além do custo de oportunidade de um recurso econômico; pois

bem, esse esforço pode ocasionar a captura do regulador, isto é, que objetiva evitar a

concentração de mercado, e falha nessa atividade. O ganhador de Prêmio Nobel, George

Joseph Stigler, foi um dos precursores da Teoria Econômica da Regulação, sendo assim,

Stigler (1971) pontua como o Estado pode favorecer certa indústria e extrapola como

essa indústria se beneficiaria desse cenário.

Saiba mais sobre o tema lendo o texto Agências Regulatórias na experiência brasileira:

um panorama do atual desenho institucional.


____

O objetivo da figura a seguir é apresentar, por meio do diagrama, um resumo dos prós e

contras da teoria neoliberal. Com isso, você vai notar que algumas das posições

contraválidas defendidas pelo neoliberalismo são a austeridade, que deteriora o

crescimento econômico; o laissez-faire e a ideia de autorregulação dos mercados; e a

Lei de Say cuja oferta encontra a sua própria demanda. Por sua vez, pontos a favor da

teoria são: a maior exportação por parte dos países que adotaram a abordagem

econômica, haja vista a política de substituição de importações estabelecida na América

Latina na década de 1970; a presença do país na economia mundial; e a redução da

presença estatal na economia.

Figura 2 | Neoliberalismo: resumo de prós e contras

Referências

BROW, W. Nas ruínas do neoliberalismo. Tradução: Mario A. Marino; Eduardo

Altheman C. Santos. São Paulo: Editora Filosófica Politeia, 2019.

DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade

neoliberal. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2016.


GENNARI, A. M.; OLIVEIRA, R. História do pensamento econômico. São Paulo:

Saraiva, 2009.

HARVEY, D. O neoliberalismo: história e implicações. Tradução: Adail Sobral; Maria

Stela Gonçalves. São Paulo: Loyola Jesuítas, 2015.

PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. Tradução: Daniel Vieira. 8.

ed. São Paulo: Pearson Education, 2013.

SAES, F. A. M.; SAES, A. M. História econômica geral. 1. ed. São Paulo: Saraiva,

2013.

SALGADO, L. H. Agências regulatórias na experiência brasileira: um panorama do

atual desenho institucional. Rio de Janeiro: Ipea, 2010. Disponível

em: http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/2859. Acesso em: 3 set. 2021.

Unidade 1 / Aula 4
A história econômica das últimas décadas:
América Latina e Brasil

Introdução

Olá estudante, ao longo dos nossos estudos vamos apresentar os


aspectos da relevante participação brasileira na economia da América
Latina. Serão abordadas a formação da Comissão Econômica para a
América Latina (CEPAL) e sua influência no entendimento dos
problemas latino-americanos. Além disso, serão debatidas as
contribuições dos principais pensadores econômicos, a exemplo de
Celso Furtado, Caio Prado Júnior e Maria da Conceição Tavares, na
elaboração de uma teoria que representasse tais problemas, surgindo,
assim, a Teoria Desenvolvimentista de influência keynesiana, que se
opunha ao liberalismo. Você estudará, por fim, o processo de
substituição de importações e como ele influenciou o processo de
industrialização no Brasil e na América Latina.

Comissão Econômica para a América


Latina (CEPAL)

Aspectos econômicos na América Latina

Após a rendição nazista e fim da Segunda Guerra Mundial, uma preocupação se

instaurou sobre a economia estadunidense: de que os estímulos promovidos pela

indústria bélica cessassem. Entretanto, Saes e Saes (2013) afirmam que, no pós-guerra,

a economia estadunidense cresceu em ritmo acelerado, cenário observado também na

União Soviética e na América Latina, que apreciaram um avanço no processo de

industrialização, período conhecido como a “Era de ouro” do capitalismo. Além disso,

no pós-guerra, foram estabelecidos vários organismos internacionais, com destaque para

a Organização das Nações Unidas (ONU). Disso se proliferou a criação de vários órgãos

de cunho social e econômico, como a Comissão Econômica para a América Latina

(CEPAL).

A CEPAL, segundo Gennari e Oliveira (2009), foi estabelecida no Chile, em 1948, com

o objetivo de analisar e apresentar soluções para o desenvolvimento dos países da

América Latina no pós-guerra. Entre os membros da CEPAL estavam todos os países da

América Latina, além da participação especial de representantes estadunidenses,

ingleses, franceses e holandeses. Destacam-se à frente dos trabalhos na CEPAL: Raul

Prebisch, Celso Furtado, Felipe Herrera, entre outros, cuja contribuição culminou na

publicação da obra O desenvolvimento econômico da América Latina e seus principais

problemas. Tal obra apresentou os fundamentos de uma teoria desenvolvimentista,


baseada nas mazelas dos países latino-americanos. Disso, surge uma vertente econômica

completamente distinta do período, defensora de que todos os países deveriam convergir

para um nível de desenvolvimento similar no mundo, sob a hipótese neoclássica de que

todas as forças de mercado fossem mantidas ou sob a keynesiana, de que tais forças

fossem controladas. Desmentindo, inclusive, de acordo com Bielschowsky (2000), a

premissa de que o progresso técnico tende a ser distribuído equitativamente por todas as

nações.

Assim, a abordagem cepalina, estruturalista, pensada por Prebisch e os demais

intelectuais da Comissão, tinha como objetivo demonstrar que o desenvolvimento nos

países do terceiro mundo era distinto da transição clássica observada nos países de

primeiro mundo, desenvolvidos ou industrializados. Logo, havia uma realidade paralela

de desenvolvimento na América Latina, com suas próprias regras e particularidades, que

os modelos econômicos gerais não comportavam.

___

A situação peculiar dos países periféricos exigia uma abordagem distinta, situação

prevista por Prebisch e sua equipe. Disso surgiu a primeira conceituação básica dos

fundamentos da Teoria Estruturalista, isto é, uma fase de pesquisa e formulação das

linhas gerais da teoria; a segunda, consistiu na elaboração de estudos específicos para

cada país membro da CEPAL, e a terceira, contemplou a integração e cooperação entre

as partes.

___

Os resultados de tais esforços foram a identificação de um processo distinto de

industrialização nos países periféricos, consequência das pressões ocasionadas pela

supressão econômica das duas grandes guerras (GENNARI; OLIVEIRA, 2009). Ao


desvelar essa particularidade na América Latina, os autores forjaram o conceito de

centro-periferia, ou seja, a atuação dos países periféricos no palco mundial com relação

à difusão do progresso técnico.

Assim, os países desenvolvidos consolidaram-se como propagadores das inovações

técnicas e os países periféricos como consumidores ou absorvedores dessas inovações.

Você notará que, a partir do conceito centro-periferia, o progresso propagou-se no

centro com velocidade e homogeneidade, elevando a produtividade na economia;

entretanto, na periferia, as inovações absorvidas foram implementadas em setores cujo

destino da produção era a exportação, ou seja, na geração de produtos primários, e os

setores remanescentes foram negligenciados.

Videoaula: Comissão Econômica para a


América Latina (CEPAL)

Pensamento econômico brasileiro

História do pensamento econômico brasileiro

A construção da História do Pensamento Econômico Brasileiro (HPEB) e latino-

americano é influenciada diretamente pelo desenvolvimentismo. Tal corrente de

pensamento tinha raízes no keynesianismo e fazia oposição ao liberalismo neoclássico.

De acordo com Mantega (1984), tal corrente de pensamento econômico influenciou

alguns intelectuais latino-americanos nas décadas de 1940 a 1950, inclusive tornando-se

referência para a validação de apoio à industrialização e à consolidação do

desenvolvimento capitalista nos países periféricos.


___

Atenção!

O objetivo era transformar as matrizes econômicas de tais países, cujas atividades

envolviam basicamente a agro exportação em países desenvolvidos, portanto era preciso

aumentar a presença do Estado na economia, adotando o planejamento global como

estratégia, de forma a facilitar a industrialização nacional.

___

O desenvolvimentismo transcendeu as fronteiras da academia para além da política

econômica e do planejamento governamental, sendo referência para a formulação de

“planos de desenvolvimento”. Surge, assim, a importância das pesquisas e análises

realizadas pela CEPAL, cujas fundações foram a base para o desenvolvimentismo

latino-americano. Além disso, as contribuições dos intelectuais e políticos para a HPEB

foram baseadas nessa vertente do pensamento econômico.

Assim, a HPEB começa, no Brasil, segundo Mantega (1984), com a publicação da

obra Formação Econômica do Brasil (1954), de Celso Furtado. A estratégia de

desenvolvimento de Furtado estava alinhada às premissas cepalinas, haja vista ser ele

um membro da CEPAL. Além disso, tal pensamento enfatizava, de acordo com Villela

(2011), o processo de industrialização por meio da substituição de importações (PSI).

Dessa forma, as contribuições de Furtado buscavam elucidar o questionamento latente

da história econômica brasileira sobre a superação das limitações impostas ao

desenvolvimento do país.

Além disso, são contribuições para a construção da HPEB os textos de Helena

Fanganiello, de 1970, sobre o economista Roberto Simonsen e o desenvolvimento

econômico. Fazem parte também desse arcabouço as teses de doutoramento


transformadas em livros, a posteriori, de Ricardo Bielschowsky e Guido Mantega. Para

Bielschowsky (1988), a HPEB pode ser resumida em um ponto principal: a

identificação do desenvolvimento e subdesenvolvimento como atores organizadores do

pensamento e debate econômico no Brasil. Além disso, Malta et al (2011) destacam as

obras Conversas com economistas, de Ciro Birdman, Luis Felipe L. Cozac e José

Márcio Rego, de 1996, cujo objetivo consistia em entrevistar economistas de diversas

formações e áreas de atuação.

Por fim, a coletânea organizada por Iglesias, em 1982, sobre o economista Caio Prado

Júnior. Após tal tratativa, a compreensão obtida é de que o economista brasileiro atua

como um generalista, sendo impelido, desde a academia, a formar opinião sobre

diversos temas. Após empreender tal esforço da reunião e organização das principais

contribuições, compiladas em modelos quer representam as três correntes de

pensamento brasileiro, a saber: (1) Modelo Democrático-Burguês; (2) Modelo de

Subdesenvolvimento Capitalista; e o (3) Modelo de Substituição de Importações (PSI).

Videoaula: Pensamento econômico


brasileiro

O Processo de Substituição de
Importações (PSI)

Importações em baixa?

No período entreguerras e no pós-guerra, os recursos eram escassos; no primeiro, eram

destinados aos esforços de guerra, ou seja, para a confecção de vestuário militar e

equipamento bélico; no segundo momento, destinados à reconstrução das áreas


devastadas. Além disso, transportar mercadorias constituía atividade de alto risco,

devido à exposição de ataques por meio de submarinos do Reich. Desse modo, com a

redução do comércio internacional entre os países, as divisas (moedas estrangeiras)

tornaram-se escassas, principalmente nos países periféricos, como o Brasil, que

dependia, necessariamente, da produção primária, característica de uma economia

primário-exportadora (TAVARES, 2000). Surge, assim, segundo Vianna e Villela

(2011), a retomada do processo de substituição de importações (PSI).

____

PSI é um processo cujo início ocorreu no período da República, e tinha como objetivo a

industrialização por substituição de produtos importados.

____

Assim, no período pós-guerra, foi utilizado para combater os desequilíbrios externos,

isto é, controlar a saída de divisas do país, haja vista ser um fator em escassez no mundo

à época. Tal estratégia passa a ser base do crescimento da indústria brasileira no período

pós-guerra, sendo adotado amplamente na América Latina. Esse novo modelo de

desenvolvimento é denominado por Tavares (2000) de “para dentro”. Surge, então, uma

explosão de indústrias substitutivas de bens de consumo, assim, todo tipo de mercadoria

que outrora era importada, passa a ser produzida nacionalmente.

Em um primeiro momento, a substituição acontece parcialmente e,


conforme os bens de capital são adicionados às novas unidades de
produção, o processo avança. São dessa época a implantação de
fábricas de eletrodomésticos e bens de consumo duráveis. Por sua vez,
Tavares (2000) destaca que os países “centrais”, ou desenvolvidos,
dependiam apenas da importação de matérias primas e alimentos,
entretanto, nas economias periféricas, havia a necessidade de suprir
amplas lacunas de bens de consumo e todo tipo de bens de capital, isto
é, máquinas e equipamentos que poderiam ser agregados na produção
de outros bens.

Tal modelo de dependência é denominado por Tavares (2000) como modelo de

crescimento “para fora” e é resultado do processo de desenvolvimento dos países

centrais provocado pela difusão das tecnologias assimétricas. Além disso, dada a

combinação de taxa de câmbio sobrevalorizada, isto é, com a moeda doméstica

desvalorizada em relação à moeda estrangeira, destacam-se três efeitos para a ampla

adoção do PSI, a saber:

 Efeito subsídios;
 Efeito protecionista;
 Estímulo à produção para o mercado doméstico, em relação às exportações.

As transformações que aconteceram na estrutura produtiva do país, segundo Tavares

(2000) e Villela (2011), não afetaram o setor produtivo primário, preservando uma base

primário-exportadora e, com a adoção do modelo “para dentro”, a economia estruturada

é restrita ao mercado doméstico, caracterizando-se como um modelo fechado. Assim, o

PSI no Brasil pode ser traduzido como um processo de desenvolvimento parcial e

fechado, que tentou imitar o processo de industrialização dos países centrais, em um

contexto controlado.

Videoaula: O Processo de Substituição de


Importações (PSI)

Estudo de caso
Considere que obteve sua titulação de doutoramento e pesquisador em
História Econômica Geral. Assim, foi convidado a palestrar para um
grupo ávido de estudantes de determinada universidade do exterior.
Tais alunos desconhecem a realidade da América Latina e, por
conseguinte, do Brasil; logo, há uma oportunidade em apresentar as
principais contribuições dos pensadores econômicos brasileiros para a
formação da História do Pensamento Econômico Brasileiro (HPEB) e
demonstrar que, contrariando a hipótese de centro periferia e com
esforço da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), o
Brasil obteve êxito em elaborar uma teoria desenvolvimentista
adequada às necessidades, carências e peculiaridades da nação. Tal
teoria se baseava nos preceitos e definições da Teoria Keynesiana,
inclusive com a presença do Estado intervindo na economia. A
exemplo disso, observam-se os Planos de Desenvolvimento
Econômicos (PND) e se opunha ferrenhamente aos ideais liberais e
neoclássicos. Desses esforços, são destaques as obras de Celso
Furtado, Caio Prado Júnior, Maria da Conceição Tavares, Ricardo
Bielschowsky, Guido Mantega, entre outros pensadores. Isso posto, o
seu desafio consiste em apresentar as principais características da
América Latina e do Brasil, ou seja, ambientar os alunos com relação
às particularidades econômicas e sociais da América Latina, haja vista
a necessidade de um modelo próprio para estudar e explicar as
mazelas latino-americanas, o desenvolvimentismo.

Videoaula: Resolução do estudo de caso

A sugestão é começar explicando as diferenças culturais entre os


países periféricos da América Latina, incluindo as nuances
econômicas de alguns países como o Brasil. Assim, são apresentadas
informações, como clima, geografia, acesso a fatores de produção,
com destaque para a lacuna de mão de obra especializada. Nesse
ponto, poderá detalhar a insuficiência de investimentos na educação e
formação de profissionais, processo que dificulta o avanço
tecnológico do país. Além disso, explicar as relações internacionais
que o Brasil mantém com o resto do mundo, haja vista sua pífia
participação no comércio internacional. O país configura-se como
uma economia parcialmente aberta, desse modo, poderá discorrer
sobre os Planos de Desenvolvimento, fruto da Teoria
Desenvolvimentista, com fundamentos keynesianos e seus principais
expoentes, como Celso Furtado, Caio Prado Júnior entre outros
pensadores, e contextualizar os alunos no cenário histórico latino-
americano.
Videoaula: Resolução do estudo de caso
Saiba mais

Celso Furtado foi um dos grandes economistas brasileiros (se não “o melhor”) e um dos

maiores intelectuais de nosso país. Teve atuação marcante na CEPAL e, mais tarde, na

Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Saiba mais sobre o

pensamento e obra desse importantíssimo brasileiro assistindo ao documentário

(vídeo): Celso Furtado (2020).

O documentário do History Channel narra a história da América Latina por meio da sua

formação, revoluções e principais líderes, como Simón Bolívar, Francisco de Miranda,

Mariano Moreno, entre outros. Os protagonistas das revoluções latino-americanas eram

intelectuais, porque era necessário mudar a maneira de pensar dominada pelas

monarquias à época.

____

Por meio da Figura 5 será possível observar as contribuições dos principais pensadores

e intelectuais brasileiros para a construção do pensamento econômico brasileiro.


Figura 5 | Contribuições para o pensamento econômico brasileiro

Referências
AS PARALELAS se cruzam - Ep. 1. History Channel. YouTube. Disponível

em: https://youtu.be/RLIEStZvFvs. Acesso em: 12 ago. 2021

BIELSCHOWSKY, R (org.). Cinquenta anos de pensamento na Cepal. Tradução de

Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Record, 2000.

BIELSCHOWSKY, R. Pensamento econômico brasileiro: o ciclo ideológico do

desenvolvimentismo (1930-1964). 4. ed. Rio de Janeiro: Ipea, 1988.

BIRDMAN, C.; COZAC, L. F. L.; REGO, J. M. Conversas com economistas

brasileiros. São Paulo: 34, 1996.

DOCUMENTÁRIO Celso Furtado 2020. Carlos Toca. 2020. 1 vídeo (11 min 30 seg.).

Publicado pelo canal TV Assembleia PB. Disponível em: https://ytube.io/3LaM .

Acesso em:10 set. 2021.

FANGANIELLO, H. Roberto Simonsen e o desenvolvimento econômico. Dissertação

(Mestrado) – Universidade de São Paulo/FEA, São Paulo, 1970. Mimeo.

FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura,

1959.
GENNARI, A. M.; OLIVEIRA, R. História do pensamento econômico. São Paulo:

Saraiva, 2009.

IGLÉSIAS, F. (Org.). Caio Prado Júnior. São Paulo: Ática, 1982 Grandes Cientistas

Sociais, n. 26.

MALTA, M. M. et al. A história do pensamento econômico brasileiro entre 1964 e

1989: um método para discussão. In: MALTA, M. M. et al. Ecos do desenvolvimento:

uma história do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Ipea: Centro Internacional

Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, 2011.

MANTEGA, G. A. Economia política brasileira. São Paulo: Polis/Vozes, 1984.

SAES, F. A. M.; SAES, A. M. História econômica geral. 1. ed. São Paulo: Saraiva,

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TAVARES, M. C. Auge e declínio do processo de substituição de importações no

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Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Record, 2000.

VIANA, S. B.; VILLELA, A. O pós-guerra (1945-1955). In: GIAMBIAGI, F. et

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VILLELA, A. Dos “anos dourados” de JK à crise não resolvida (1956-1963). In:

GIAMBIAGI, F. et al. Economia Brasileira Contemporânea: 1945-2010. 2. ed. Rio

de Janeiro: Elsevier, 2011.

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