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Universidade Aberta

Unidade Curricular: História Económica e Social (41071)

1.3. - Orientações de Resolução das Atividades Formativas

Nota Prévia: As atividades formativas são instrumentos de auto-avaliação, pelo


que cada estudante deverá avaliar por si próprio o trabalho efetuado. As orientações de
resolução das atividades formativas visam apenas fornecer uma noção dos aspetos que
devem ser focados na resposta às atividades. As respostas devem ser elaboradas e
desenvolvidas pelos estudantes a partir da leitura e interpretação da bibliografia. Note-se
que as orientações de resolução não são uma espécie de “sebenta” por onde se pode
estudar a matéria. O estudo tem de ser feito através da leitura e da construção pessoal
dos conhecimentos sobre os assuntos e os problemas em análise na unidade curricular.

TEMA 1 – A Evolução Económica-Social do Mundo Contemporâneo. Uma


Visão de Conjunto
Subtema 1.3. – A desintegração económica internacional, 1914-1945

a) As causas da 2.ª Grande Depressão do capitalismo moderno devem ser


compreendidas à luz do contexto económico norte-americano na década de 1920, na
medida em que a crise da economia capitalista da década de 1930 teve a sua origem nos
Estado Unidos da América, cuja economia havia acumulado capital durante a Grande
Guerra e no imediato pós-guerra. A crise foi em larga medida provocada pela
superprodução e pela especulação. Por um lado, a produção agrícola americana,
ampliada pela industrialização, começou a perder o mercado consumidor criado no pós-
guerra com a recuperação da produção agrícola de países europeus; esta situação
contribuiu para o aumento de excedente que se tornou cada vez mais difícil de ser
consumido por falta de mercado interno e externo. A situação foi agravada pela forte
redução dos salários dos trabalhadores americanos, forçando a diminuição do consumo.
A diminuição do consumo dos produtos agrícolas impediu que esse setor da economia
acumulasse o suficiente para requerer produtos industrializados (tratores, máquinas,
etc.). Por conseguinte, a redução do consumo atingiu toda a economia, desde a
agricultura aos produtos industrializados, o que gerou uma crise de superprodução. A

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diminuição do mercado consumidor provocou a falência generalizada das empresas e o
aumento exponencial do desemprego. Por outro lado, assistiu-se à especulação
financeira nas bolsas de valores, locais de venda de ações das empresas. A Bolsa de
Nova Iorque, uma das mais importantes da época, viveu, durante a década de 1920, um
período de forte valorização das ações comercializadas, sem o cuidado de verificar a
real situação económica das empresas e facilitando assim um forte movimento
especulativo. A falsidade do valor das ações veio à tona quando começaram a falir
determinadas empresas, causando pânico entre os investidores, que atingiu o auge no
dia 24 de outubro de 1929: a famosa “Quinta-feira Negra”, ou seja o dia do crack da
bolsa de Nova Iorque.
Aprofunde esta questão através da leitura do Texto de Apoio e de
Contextualização Histórica e das páginas 486-489 do livro de Larry Neal e Rondo
Cameron, História Económica do Mundo (disponível no ambiente de sala virtual).

b) O New Deal (à letra “novo contrato”) consistiu num plano de recuperação


económica posto em prática pelo Presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt. O
New Deal rompeu com as diretrizes clássicas do liberalismo, na medida em que
assentava no princípio da intervenção do Estado na economia, à luz de algumas das
ideias defendidas pelo economista J. M. Keynes, mas não punha em causa os
fundamentos principais do capitalismo, nomeadamente o respeito da propriedade
privada e da livre iniciativa. Resumidamente, o New Deal consistiu na intervenção do
Estado na economia através da realização de investimentos em infra-estruturas, como a
construção de estradas, barragens, hidroelétricas, aeroportos, portos e habitação social.
Estes investimentos tinham como objetivo incrementar a oferta de empregos, diminuir o
desemprego e, ao mesmo tempo, recuperar o poder de consumo, incentivando assim as
produções industrial e agrícola. Claramente, a recuperação da economia não foi
imediata, havendo economistas que consideram “dececionante” a recuperação industrial
norte-americana na década de 1930. Mas, a médio-prazo, o New Deal deu frutos,
inclusivamente durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Aprofunde esta questão através da leitura do Texto de Apoio e de
Contextualização Histórica e das páginas 492-493 do livro de Larry Neal e Rondo
Cameron, História Económica do Mundo (disponível no ambiente de sala virtual).

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c) A partir de 1933, com a ascensão ao poder do partido nacional-socialista de
Hitler, a Alemanha colocou em prática uma estratégia de recomposição da economia
fortemente centralizada nas mãos do Estado. Com o apoio do grande capital e da
pequena e média-burguesias, o Estado alemão conseguiu duplicar a produção industrial
e reduzir de forma exponencial o desemprego. A recuperação económica teve como
principal promotor o Estado, que era o maior empregador, o principal consumidor e o
principal construtor e banqueiro. Contudo, esse sucesso económico esteve ligado aos
objetivos militares e de expansão territorial do regime nazi. Assim, a Alemanha nazi
promoveu o crescimento da indústria da guerra e favoreceu o crescimento da produção
da indústria química, da metalúrgica, da têxtil e do sector da alimentação, preparando o
país para um regresso à guerra. Berlim incentivou também a formação de cartéis com o
objetivo de controlar a concorrência e, assim, evitar o aumento dos preços e a inflação.
Neste sentido, o regime nazi, com a sua política de intervenção estatal na economia,
consolidou o capitalismo em estreita ligação aos interesses do Estado Alemão,
transformado em potência económica e militar que não admitia concorrência na Europa.
Mas à luz da sua ideologia racista, expansionista e militarista, o regime nazi conduziu a
Europa e o mundo à mais sangrenta e destrutiva de todas as guerras – a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945).
Aprofunde esta questão através da leitura do Texto de Apoio e de
Contextualização Histórica e das páginas 496-497 do livro de Larry Neal e Rondo
Cameron, História Económica do Mundo (disponível no ambiente de sala virtual).

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