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Misericórdia de Portalegre
decide encerrar casas de
acolhimento de menores por
falta de "técnicos habilitados"
Este artigo tem mais de 6 meses

A provedora da Santa Casa da Misericórdia de Portalegre


informou que a Casa de Acolhimento de Santo António encerrou
esta quarta-feira. Em setembro, o mesmo acontecerá com outra
duas casas.

02 jun. 2022, 17:27 Oferecer

Uma das razões para o encerramento é que "não havia técnicos de


facto habilitados"
i
NUNO VEIGA/LUSA

Agência Lusa
Texto

A Santa Casa da Misericórdia de Portalegre (SCMP) decidiu


encerrar as duas casas de acolhimento de menores que geria

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naquela cidade, espaços que acolhiam mais de 25 jovens, disse


esta quinta-feira à Lusa a provedora da instituição.

“A Casa de Acolhimento de Santo António, que só tinha rapazes,


encerrou na quarta-feira e o encerramento da Casa de
NEWSLETTER
Acolhimento de Nossa Senhora da Conceição, que acolhe
raparigas, deve ocorrer em setembro“, disse a provedora da
SCMP, Luísa Moreira.

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De acordo com a responsável, esta medida foi tomada porque a


SCMP não possui técnicos habilitados para desenvolver uma
resposta adequada junto dos menores, nem possui verbas para
esse tipo de respostas.

“O que estava a ser feito com os miúdos [casa de acolhimento de


rapazes] não era verdadeiro acolhimento, aquilo estava um caos,
os miúdos não iam às escolas, não havia técnicos de facto
habilitados”, disse.

Estes miúdos, estes jovens, precisam de acompanhamento


de especialistas, precisam de terapia, precisam de
psicólogo, precisam de professores do ensino especial e a
Santa Casa não tem dinheiro para pagar a estes técnicos
e, entendeu, que não fazia sentido continuar com um
trabalho que não era verdadeiro porque não estava a
prestar aos jovens o verdadeiro apoio que eles
necessitavam”, acrescentou.

Reportando-se a informações recolhidas junto da PSP de


Portalegre, Luís Moreira revelou ainda que, segundo as

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autoridades, o “maior perigo na cidade” em matéria de


criminalidade provinha da Casa de Acolhimento de Santo
António, que acolhia jovens com idades entre os 9 e os 17 anos.

“Havia consumos, havia adições, cenas de violência incríveis,


furtos. Os miúdos também não têm culpa, não estou a dizer que
eles são os responsáveis, o grande responsável é a SCMP que não
tinha condições para lhes dar aquilo que eles precisavam”, disse.

Luísa Moreira explicou ainda que cada uma das casas de


acolhimento, situadas em espaços diferentes em Portalegre,
estavam a ser financiadas pelo Estado para poder acolher 30
jovens, estando nesta altura apenas 12 menores na casa de
acolhimento dos rapazes e 14 na casa de acolhimento das
raparigas.

De acordo com a provedora da instituição, os dois edifícios que


serviam para acolher os menores pertencem à Segurança Social,
entidade que está também nesta altura a distribuir os jovens por
outros espaços de acolhimento no país, tendo também alguns
deles regressado às suas casas.

Em relação aos 30 funcionários que trabalham nas duas casas de


acolhimento, Luísa Moreira explicou que são trabalhadores da
SCMP, estando nesta altura a decorrer conversações com “cada
um deles” para se perceber “o que querem fazer” no futuro.

“Nós temos trabalho noutras respostas, a SCMP tem muitas


respostas. Quem não quer ir para outras respostas e prefere ir
para o despedimento, far-se-á o despedimento por extinção do
posto de trabalho”, disse.

A provedora da SCMP explicou ainda que os dois edifícios onde


estão instaladas as casas de acolhimento pertencem à Segurança
Social, desconhecendo nesta altura o destino que vai ser dado aos
imóveis.

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“Esta decisão [encerramento] não é contra as casas, é exatamente


na linha que vem sendo adotada pela Europa inteira, pois já se
provou que este tipo de casas não está a dar resultados, tanto que
as próprias opções políticas são de fazer casas com unidade muito
mais pequenas, nunca mais de 15 jovens, de idades muito mais
próximas”, disse.

A SCMP geria as duas casas de acolhimento desde 2014, mas as


mesmas estavam em funcionamento em Portalegre há vários
anos, sendo geridas por outras entidades.
PORTALEGRE PAÍS CRIANÇAS SOCIEDADE

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