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DISCIPLINA: ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL IV


DOCENTES: ISABEL CRISTINA CHAVES LOPES

OBSERVAÇÃO DA REALIDADE INSTITUCIONAL

Nome do aluno: Letícia da silva Santos Barreto

Campo de Estágio: Unidade de Acolhimento Institucional Cativar

I – Identificação da Instituição:

Nome da Instituição: Fundação Municipal da Infância e da Juventude

Endereço: Rua Flodoardo Martins Silva, 26. Parque Imperial

Área de atuação: Unidade de Acolhimento Institucional Cativar

Natureza da instituição: (X) público ( ) privado

Público Alvo: Crianças e adolescentes na faixa etária de 12 a 18 anos.

Horário de atendimento: 08:00 - 17:00

Responsável pela instituição (nome e cargo): Cristiane Delfino- Gerente de Acolhimento

Coordenação do Serviço Social (nome):

Assistente Social do campo (supervisor): Jaqueline Cabral Nicolino

II – Caracterização da Instituição (não é do Serviço Social):

1- Histórico da Instituição e seus objetivos.

A Unidade de Acolhimento Cativar foi municipalizada em 02 de abril de 2009, após


intervenção judicial que ocorreu no Projeto Amar/APIC, tendo por finalidade, desde sua
criação, acolher adolescentes do sexo feminino na faixa etária de 12 a 18 anos afastadas,
temporariamente, da convivência familiarm por se encontrarem em situação de
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vulnerabilidade pessoal e social, com direitos violados, a fim de que se possam reelaborar
num menor tempo possível seus projetos de vida em condições mais seguras, recebendo
cuidados e apoios necessários, fundamentais parea um melhor convivência familiar e social,
ficando garantido o direito à medida protetiva de acolhimento.
Assim, desde sua criação, o Acolhimento Cativar tem passado por mudanças visando
atender de forma mais apropriada, entre outras normativas, as Orientações Técnicas, para
Serviços de Acolhimento (resolução conjunta nº 01, de 18 de junho de 2009 - CONANDA e
CNAS), mudanças estas, que vão desde a adequação do espaço físico, assim como, a
preparação da equipe de trabalho, objetivando o desenvolvimento de um espaço satisfatório
para o acolhimento e o atendimento voltados à ressignificação do “eu singular e social”, de
forma personalizada, uma vez que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos.
Essas mudanças foram percebidas a partir da necessidade da adequação às várias
leis/normas/resoluções, ao longo da implementação do Estatuto da Criança e do Adolecente
(marco histórico) e suas consequências legais/jurídicas, sociais, nas busca da implantação do
serviço alicerçado na eficiência, eficácia e qualidade, na garantia dos direitos individuais e
coletivos, como fruto de grande mobilização social.
Hoje a Unidade de Acolhimento Cativar, faz parte da rede e garantia de direitos,
estando vinculada a Fundação Municipal da Infância e Juventude, órgão da Prefeitura
Municipal de Campos dos Goytacazes - RJ.
Ressaltamos ainda que após a assinatura do aceite do reordenamento entre Secretaria
Municipal de Família e Assistência Social/Fundação Municipal da Infância e Juventude e o
Ministério de Desenvolvimento Social e combate à Fome; no ano de 2014 teve sua
capacidade instalada para o atendimento de até 20 crianças e adolescentes, de ambos os sexos,
e caráter excepcional e provisório, visando à reintegração familiar, prioritariamente e quando
da impossibilidade, a colocação em família substituta, desenvolvendo o processo de
autonomia, tendo em vista a complexidade das adoções tardias. No ano de 2019, no mês de
agosto, reiniciou-se o acolhimento de crianças- filhos(as) de adolescentes também acolhidas.
Tem como objetivo geral, efetivar a medida protetiva de acolhimento garantindo um
espaço sócio afetivo e material adequados que possibilitem a reconstrução de um projeto de
vida; permitindo que as acolhidas desenvolvam condições necessárias para que possam, no
menor tempo possível e de forma segura, retornar ao convívio familiar e, quando esgotadas
todas as possibilidades de permanência na família de origem e extensa, sejam inseridas no
Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e que, durante período de acolhimento evidencie-se a
autonomia num processo contínuo e necessário para a formação cidadã.
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Torna-se necessário, ainda, clarificar que a Unidade de Acolhimento Cativar, compõe


o Sistema de proteção à criança e adolescente, da cidade de Campos dos Goytacazes, em
consonância com as normatizações nacionais, preconizando a garantia do direito de
convivência familiar e comunitária -direito este negado em alguns casos, às crianças e
adolescentes do município limítrofes à referida cidade, pois se cria uma situação de abandono
por parte de seus familiares e órgãos do sistema de garantia de direitos do seu território,
impossibilitando a reconstrução dos laços socioafetivos e impactando assim os índices dos
números de acolhimento do nosso município.

2- Fonte de Recursos Financeiros.

Todas as despesas para manutenção da Unidade de Acolhimento Cativar e das


acolhidas, tais como: água, luz, internet, aluguel, alimentos, produtos de limpeza, produtos de
higiene, entre outros, são 100% custeadas pela Prefeitura Municipal de Campos dos
Goytacazes.

3- Organização Hierárquica (organograma).

4- Recursos Humanos e Vínculos de Trabalho

A contratação de funcionários ocorre através de processo seletivo, concursos públicos,


contratos pelo regime de pagamento autônomo (RPA) e os que são denominados (DAS).
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Cabe enfatizar que os critérios de contratação estão embasados na experiência que


estas pessoas têm no trabalho com crianças e adolescentes, além de conhecimento do Estatuto
da Criança e do Adolescente. Desta forma, toda a equipe de trabalho, além de
comprometimento e formação exigida, deve possuir características específicas, tais como,
habilidade interpessoal e intrapessoal; disposição e sensibilidade para trabalhar com pessoas
em situação de vulnerabilidade; ser paciente e saber ouvir; compreender as diferenças; ter
disponibilidade para educar e para formar pessoas preocupadas em melhorar o mundo.
Com relação às capacitaçẽos, serão ministradas em parceria com o setor de Recurso
humanos e Departamento de Programa da Fundação da Infância e Juventude.
A formação continuada dos funcionários deve ocorrer mensalmente ou sempre que
necessária para manter o andamento eficiente do serviço.

5- Existência de Regimento Interno: (X) Sim ( ) Não

6- Existência de Planejamento das Ações Institucionais (Plano de Ação, Projeto Político


Pedagógico e outros). Em caso afirmativo como foi construído. Quem fez?

Sim, existe. O Projeto Político Pedagógico (PPP) e Plano de Ação foram elaborados pela
equipe técnica em conjunto com a coordenadora.

7- Caracterização da população atendida na instituição.

Preferencialmente na faixa etária de 12 a 18 anos incompletos, do sexo feminino, que


sofreram rupturas de vínculos familiares, causados em sua maioria por casos de negligência,
uso de substâncias psicoativas e envolvimento com narcotráfico. Além desses, situação de
rua, situação de abuso sexual, em razão da conduta das adolescentes e uso de substâncias
pscioativas por parte dos genitores.

III - Caracterização do Serviço Social na instituição:

1- Breve histórico do Serviço Social na instituição, seus objetivos e atribuições.

Na década de 90, existia no município grande demanda de adolescentes oriundos de


outras Comarcas em situação de rua. Em sua maioria, adolescentes do Espírito Santo e da
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Região Nordeste que pretendiam chegar ao Rio de Janeiro, utilizando o município como
cidade de passagem, já que vinham em sua maioria escondidos entre as cargas de caminhão
ou de carona. Alguns chegavam ao Rio de Janeiro e eram acolhidos para serem recambiados à
Comarca de origem. No abrigo acabavam conhecendo outros adolescentes do Rio de Janeiro
com os quais construíam vínculos afetivos que os faziam evadir em grupo e retornar ao nosso
município.
Diante da demanda crescente de adolescentes nas ruas, o poder público, através da
FMIJ, em resposta à situação de violação de direitos vivenciada por tais adolescentes,
implantou no ano de 1992, a Casa Abrigo, o primeiro abrigo para Crianças e Adolescentes de
ambos os sexos, na faixa etária de 0 (zero) a 18 (dezoito) anos incompletos. Após 3 anos de
funcionamento, observou-se que a Casa Abrigo, criada inicialmente para atender aos meninos
de rua oriundos de outras comarcas, estava com uma demanda crescente de acolhidos
residentes no município. Foi nítida a mudança de perfil dos acolhidos e a instituição, que até
então recebia prioritariamente meninos de rua, passou a receber meninos na rua que residiam
no município e passaram a criar vínculos afetivos com os meninos de rua oriundos de outras
comarcas. Surge então a necessidade da construção de uma casa lar que pudesse melhor
atender à demanda de adolescentes do município, uma vez que na Casa Abrigo predominava a
característica de casa de passagem.
Assim, em 1996 foi criada a primeira Casa Lar Pastos Verdejantes, para atender 10
meninos do município, em situação de rua, vinculada à Associação Ministério Pastos
Verdejantes – AMPAV, Instituição Cristã, fundada em 1991, sem fins lucrativos, com objetivo
de garantir os direitos de crianças e adolescentes em situação de risco social e pessoal.
Com o passar dos anos, o serviço de acolhimento foi sofrendo mudanças necessárias
para sua atuação e através do reordenamento chegamos ao modelo atual.

2- Subordinação Hierárquica do Serviço Social (chefia imediata).

Cristiane Delfino (Gerente de Acolhimento)

3- Número de Assistentes Sociais na instituição e atribuições/ações (atividades em que


estão inseridas, com identificação dos Projetos).

A Unidade de acolhimento, conta com apenas uma assistente social. Essa é


responsável por em conjunto com os demais integrantes da equipe técnica, acolher as crianças
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e adolescentes num ambiente propício ao desenvolvimento de suas potencialidades, aptidões


com vista à autonomia e ressignificação do seu projeto de vida, através das seguintes ações:
Preparação para acolhida afetuosa e segura;Entrevista de acolhimento inicial; Inclusão as
Políticas Públicas necessárias; Elaboração do PIA; Elaboração de relatório circunstancial; e
Buscar ativamente junto à família, quando esta se encontra ausente no processo de
acolhimento, o fortalecimento dos vínculos socioafetivos, com vistas à reintegração familiar,
com ressalvas em casos de impedimentos judiciais, através das seguintes ações: contato
telefônico; Entrevista; Visita domiciliar; Acordos temporários visando o comprometimento
com o processo de acolhimento; Organizar horários de visitações de membros da família e da
comunidade;

4- Caracterização da população atendida pelo Serviço Social.

O Serviço Social atende as crianças e adolescentes institucionalizadas que sofreram


ruptura dos vínculos familiares e suas famĺias. Essas famílias majoritariamente apresentam
risco e/ou vulnerabilidade social. Em alguns casos, é possível observar a predominância do
uso de drogas, agressões e situação de rua.

5- Demandas apresentadas ao Serviço Social.

São advindas da necessidade individual de cada criança ou adolecente institucionalizados na


Unidade, tais como, retiradas de documentos, inserção nos programas sociais de transferência
de renda, encaminhamento para atendimento de saúde e acompanhamento de visitas de
familiares para as acolhidas na Unidade.

6- Instrumentos utilizados para o registro das intervenções profissionais.

● Plano de Atendimento Individual (PIA);


● Acordo com o acolhido;
● Acordo com a família;
● Regulamento de visitas para familiares, comunidade e grupos de comunidade;
● Ficha de elaboração de relatŕoio de visita domiciliar;
● Ficha de encaminhamentos;
● Ficha de acompanhamento de caso;
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● Relatório e pareceres;
● Plano de Atendimento Individual (“PAI Justiça);

7- Condições de trabalho do Assistente Social – aspectos físicos, materiais e financeiros.

Em relação aos aspectos físicos e materiais, notou-se a necessidade de uma sala com
computador ligado à internet, recursos que permitam a privacidade, ventilação adequada para
atendimentos breves e longos e espaço apropriado para a colocação de arquivos para serem
guardados de forma reservada, conforme os preceitos do Art. 2° da Resolução n° 493/2006
que dispõe sobre as condições éticas e técnicas do exercício profissional do assistente social
(CFESS, 2006).
A Unidade conta com apenas um carro que fica disponível para atender a todas demandas do
acolhimento, o que dificulta a agilidade de atendimentos da assistente social, pois em algumas
situações, ela precisa ficar por mais de 1 hora aguardando o carro chegar para levá-la ou
buscá-la em algum local.
Os recursos financeiros, advêm da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, através
da Fundação Municipal da Infância e da Juventude.

8- Relação do Serviço Social com outros setores da instituição.

O Serviço Social, possui uma excelente relação com os outros setores da instituição.
Como por exemplo, as reuniões de rede que acontecem bimestralmente, com órgão que
compõe a rede de atendimento às crianças e adolescentes acolhidos, a fim de discutir os casos
e realizar conferências quanto ao acompanhamento e/ou atendimento realizado por esses
equipamentos aos acolhidos e seus familiares, assim como às crianças/adolescentes em
processo de acompanhamento, após desligamento.
Para essa reunião, pode-se convidar os seguintes equipamentos: Conselho Tutelar,
CREAS, CRAS, CAPSi, Pólo de Saúde Mental da UBS Alair Ferreira e Secretária Municipal
de Educação, Cultura e Esporte (SMECE).

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Local e Data

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Assinatura do(s) Estagiário(s)

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Assinatura e Carimbo do Supervisor de Campo

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