Você está na página 1de 14

1

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


INSTITUTO DE EDUCAÇÃO Á DISTANCIA

Janete Joaquim Gonçalves


708211797

As Finanças Públicas como Instrumentos da Política Económica

Licenciatura em Administração Publica

Nampula

2023
2

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


INSTITUTO DE EDUCAÇÃO Á DISTANCIA

As Finanças Públicas como Instrumentos da Política Económica

Licenciatura em Administração Publica

Trabalho científico de carácter avaliativo a ser


entregue ao Centro do Ensino á distancia, na
Universidade Católica de Moçambique,
recomendado na cadeira de Administração de
Finanças Publicas

Nampula

2023
3

Índice

Introdução ......................................................................................................................... 4
1.As Finanças Públicas como Instrumentos da Política Económica ................................ 5
1.1 Instrumentos das Finanças Públicas ........................................................................... 6
1.2 Princípios que se aplicam às Finanças Públicas ......................................................... 7
1.3 Actividade do Estado .................................................................................................. 7
1.4 Meios de financiamento do Estado............................................................................. 7
1.5 Actividade financeira baseada numa racionalidade económica ................................. 9
2.As funções do Estado .................................................................................................. 10
Conclusão ....................................................................................................................... 13
Referências bibliográficas .............................................................................................. 14
4

Introdução

O trabalho ilustrado com tema: As Finanças Públicas como Instrumentos da Política


Económica. Com vista a satisfazer as necessidades dos indivíduos, o Estado realiza
despesas com a produção de bens e a prestação de serviços. Já as receitas resultam
sobretudo de operações de troca e da cobrança de taxas e impostos aos contribuintes a
este processo chamamos de Finanças Públicas .

A satisfação de bens faz-se sempre mediante a utilização de bens. Simplesmente, há


casos em que, para utilizar os bens, é preciso procurá-los; e outros em que, para os utilizar,
basta eles existirem. Vejamos, por exemplo, a necessidade de alimentação. Para que uma
pessoa se alimente, não chega que os bens existam, que os víveres tenham sido
produzidos; é preciso que essa pessoa os procure, que desenvolva, uma atividade para os
utilizar. E temos como objectivos:

Geral

✓ Compreender as Finanças Públicas como Instrumentos da Política Económica.

Específicos

✓ Conceituar as Finanças Públicas e Política Económica;


✓ Identificar as Funções do Estado.
✓ Descrever as Funções do Estado (Funções de afectação de recursos, Funções de
Distribuição e redistribuição).

A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a da consulta bibliográfica, que
consistiu na leitura e análise das informações de diversas obras que se debruçam sobre os
temas acima mencionado. Os autores das referidas obras estão devidamente citados
dentro do trabalho e também na bibliografia final. Quanto a estrutura o trabalho apresenta
introdução, de seguida encontra-se desenvolvimento, conclusão e por fim a respectiva
referencia bibliografia.
5

1.As Finanças Públicas como Instrumentos da Política Económica

Segundo Baleeiro (2003).

As Finanças Públicas correspondem ao estudo da aquisição e utilização dos instrumentos


ou meios financeiros destinados à satisfação de necessidades colectivas, enquanto
incumbência essencial do Estado, mas também das Regiões Autónomas, das Autarquias
Locais e do Setor Empresarial do Estado.

Conforme Franco et, (1984). A expressão Finanças pública, pode utilizar-se em vários
sentidos:

✓ Sentido Orgânico: designando o conjunto de órgãos do Estado ou outro ente


público a quem compete gerir recursos económicos para a satisfação de certas
necessidades;
✓ Sentido Objetivo: designando a atividade através da qual o Estado afeta bens
económicos à satisfação de certas necessidades sociais;
✓ Sentido Subjetivo: designando a disciplina científica que estuda os princípios e
regras que regem a atividade do Estado com o fim de satisfazer as necessidades
que lhe estão confiadas.

Para Franco et, (1984). Por exemplo, a necessidade de alimentação. Para que uma pessoa
se alimente, não chega que os bens existam, que os víveres tenham sido produzidos; é
preciso que essa pessoa os procure, que desenvolva, uma atividade para os utilizar.

A necessidade de defesa do território. Os habitantes de determinado país


sentem a necessidade de o ter permanentemente defendido contra
ataques externos, mediante o serviço de exército. Pois bem: cria-se o
exército e basta que esse serviço tenha sido criado, basta que exista, para
que todos o utilizem, isto é, para que todos satisfaçam a sua necessidade
de defesa do território. Ninguém se alimenta sem procurar os alimentos,
e todos se sentem defendidos com a simples existência do exército.

Franco et, (1984). Ora, as necessidades do primeiro tipo porque exigem, para a sua
satisfação, uma certa atividade do consumidor são necessidades de satisfação ativa; as
do segundo tipo porque se satisfazem pela sua mera existência dos bens, porque não
exigem, para a sua satisfação, qualquer atividade do consumidor são necessidades de
satisfação passiva. Do exposto resulta a seguinte consequência importante:

Se a necessidade é de satisfação ativa, o produtor dos bens pode exigir um preço pela
utilização deles. Vigora aqui, portanto, o princípio da exclusão: o preço exclui os que não
podem ou não querem pagá-lo. Assim, o padeiro, que fabricou o pão, impede que quem
6

quer o coma sem previamente o ter pago. Isso lhe permite, através da venda, cobrir as
despesas que a produção importou.

Mas, se a necessidade é de satisfação passiva, o produtor dos bens já não


pode exigir pela utilização deles preço nenhum. Surge, assim, o
problema de saber quem háde cobrir as despesas com a produção dos
bens que satisfazem necessidades de satisfação passiva. Na generalidade
dos casos, os que utilizam passivamente os bens só coagidos contribuem
para as respetivas despesas. Logo, o Estado pode obrigar os cidadãos a
custear as despesas que a produção daqueles bens acarreta. Algumas
vezes esses bens só podem ser produzidos pelo Estado, porque só o
Estado dispõe dos respetivos elementos de produção.

Estes bens têm a capacidade de serem utilizáveis por todos independentemente de


qualquer procura. É a passividade no consumo, a qual se traduz na impossibilidade de
exclusão. Ora, havendo inexcluibilidade, há indivisibilidade no consumo e, portanto,
irrivalidade (no sentido de que a utilização do bem A não impede ou prejudica a sua
utilização por B).

Para Franco et, (1984). Conclui-se, pois, que a passividade no consumo leva o Estado a
produzir três categorias de bens:

✓ Bens que só satisfazem necessidades coletivas como, por exemplo, a defesa


nacional: a concreta determinação das necessidades colectivas a satisfazer pelo
Estado em cada momento depende de uma opção política;
✓ Bens que satisfazem, além de necessidades coletivas, necessidades individuais
gratuitamente ou a preço inferior ao custo efectivo do bem produzido ou do
serviço prestado (por exemplo, a educação, a saúde individual e a justiça);
✓ Bens que apenas o Estado pode produzir, uma vez que, no que respeita ao seu
financiamento, dependem estritamente da imposição coactiva (por exemplo, a
redistribuição de rendimento e as políticas de estabilidade económica).

1.1 Instrumentos das Finanças Públicas

Na visão de Franco et, (1984). Os Instrumentos das Finanças Públicas são:

✓ Receita Pública- montante total de dinheiro recolhido para o Estado para


o Tesouro Nacional;
✓ Despesa Pública- conjunto de dispêndios realizados por entes públicos para a
satisfação de necessidades e custear os respetivos serviços;
7

1.2 Princípios que se aplicam às Finanças Públicas

Na perspectiva de Franco et, (1984). Os Princípios que se aplicam às Finanças Públicas


são:

✓ Legalidade (as receitas devem ser regidas e criadas por lei ou no seu respeito);
✓ Renovação actual (as receitas não podem ser cobradas sem autorização
orçamental anual);
✓ Previsibilidade (devem constar do Orçamento do Estado);
✓ Não dedução das despesas de cobrança (consequência da regra da não
compensação);
✓ Não consignação a despesas específicas (salvo em relação a casos excepcionais,
previstos por lei);
✓ Cobrança (através do processo de execuções fiscais);
✓ Generalidade: todos os residentes num determinado país estão sujeito ao
pagamento de impostos. A ideia de que todos devem pagar imposto sem
distinções impostas por classe.

1.3 Actividade do Estado

No pensar de de Franco et, (1984).

A actividade financeira a atividade do Estado proposta à satisfação de


necessidades coletivas e concretizada em receitas e em despesas. De
salientar que, na maior parte das vezes, os particulares dispõem dos
elementos requeridos para a 3 produção dos bens que satisfazem
necessidades de satisfação passiva. Em princípio, os bens em tais
condições tanto podem ser produzidos pelo Estado como por uma
empresa privada, à qual o Estado pague um preço remunerador
(concessões). No entanto, nem sempre é possível esta segunda hipótese.
A título exemplificativo, o exército: concebe-se que a sua organização
seja encomendada a uma entidade privada, que permanentemente
mantenha o serviço ao dispor do Estado e apenas ao dispor deste. Mas
como a empresa exigiria um lucro, o exército é diretamente produzido
pelo Estado.

1.4 Meios de financiamento do Estado


De acordo com Franco et, (1984). Os meios de financiamento do Estado são, primeiro, os
preços dos próprios bens que o Estado produz, oferece e vende. Assim:

✓ O Estado possui geralmente um património de direito privado, do qual resultam


rendimentos líquidos (lucros e juros) que podem ser destinados à cobertura das
despesas com a satisfação de necessidades coletivas;
8

✓ O Estado produz bens semipúblicos, e muitas vezes cobra preços pela sua
utilização individual;
✓ O Estado detém participações empresariais.

No entender de Franco et, (1984).

Todavia, tais recursos são mínimos e há que lançar mão de outros meios
de financiamento Desde logo, o Estado tem os empréstimos. Mas
convém que o contraimento de empréstimos deva ser procedido
acidentalmente pelo Estado para fazer face a determinadas despesas.
Ora, se o Estado só recorrer ocasionalmente ao crédito, tem de lançar
mão de outro meio financeiro para pagar não só os juros dos empréstimos
contraídos, como o próprio capital desses empréstimos. Ou seja, não
esqueçamos que o défice e os juros de um determinado ano serão dívida
no ano seguinte.

Neste quadro, exclui-se o recurso sistemático ao crédito, com o qual o Estado cobriria
todos os anos o grosso das despesas com os bens públicos e semipúblicos e pagaria os
juros dos empréstimos vindos dos anos anteriores, pois tal prática traduzir-se-ia na
redução do investimento privado e em épocas de pleno emprego poderia levar à inflação.

No compreender de Franco et, (1984). Porém, os impostos são o


principal e o próprio meio de financiamento do Estado, visto que
nenhuma empresa privada pode utilizá-los. Como o Estado goza do
poder de império, este constrange os cidadãos a contribuir para a
satisfação das necessidades coletivas. Exige-lhes unilateralmente, isto é,
sem dar nada especificamente em troca, uma parcela dos seus
rendimentos ou capital. Do exposto resulta que as despesas do Estado
não estão subordinadas às suas receitas: ele pode cobrar receitas na
medida das despesas que se propõe realizar (as despesas determinam as
receitas).

Portanto, aqui nasce um ponto de divergência entre as finanças públicas e as finanças


privadas, estas últimas caracterizadas por as receitas determinarem as despesas. Uma
qualquer empresa precisa de reconstituir, através da venda dos produtos e serviços, o valor
dos capitais fixos e circulantes utilizados na produção. Se as despesas não forem
inferiores ou, quando muito, iguais às receitas, a empresa começa a ter perdas, pouco a
pouco arruína-se, e desaparece, finalmente.

A luz de de Franco et, (1984).

Por outro lado, as taxas são prestações bilaterais: os cidadãos recebem


algo do Estado que, como contrapartida, impõe coercivamente um preço
a pagar. O Estado propõe-se satisfazer necessidades As finanças
privadas preordenam-se à obtenção de lucros, ao passo que as finanças
públicas preordenam-se à satisfação de necessidades coletivas. Cumpre
notar que nem todas as necessidades de um coletivo dão origem a
necessidades coletivas.
9

A empresa produz bens e, assim sendo, faz despesas. Vende-os depois e, como os vende,
realiza receitas. Simplesmente, a empresa procura produzir os bens de modo que as
despesas sejam mínimas, e procura vendê-los de modo que as receitas sejam máximas;
isto é, procura trabalhar ao mínimo custo e transacionar as mercadorias pelo máximo
preço.

O Estado também produz bens, também faz despesas, também tenta


reduzir ao mínimo as suas despesas. Mas o Estado ou não vende os bens
que produz é o caso dos bens públicos, que apenas satisfazem
necessidades coletivas; ou os vende a um preço que não é estabelecido
com a mira do lucro, e sim com a mira da satisfação de necessidades
individuais julgada conveniente - é o caso dos bens semipúblicos.

Na percepção de Castro e Garcia, 2004). “A política económica é um tipo de política que


implica um conjunto de escolhas explicitas e implícitas inspirada em movimentações
qualitativas, tais como o bem-estar, a eficiência, a equidade, a solidariedade e a
segurança”. Considerando a visão macroeconómica da economia, pode distinguir-se, na
política económica, a:

✓ Dimensão Conjuntural: onde se encontra, por um lado, a política financeira ou


orçamental e, por outro, a política monetária. Esta tem três grandes áreas de
atuação: o pleno emprego; o a estabilidade dos preços; o equilíbrio externo.
✓ Dimensão Estrutural: identificam-se aqui objetivos mais complexos como: o
desenvolvimento e crescimento económico; o A redistribuição de riqueza.

1.5 Actividade financeira baseada numa racionalidade económica

Como salienta Campos, 2001). A Actividade financeira baseada numa racionalidade


económica encontra-se dividida em a eficiência e justiça.

✓ A Eficiência: É a busca pela eficiência que leva o Estado a interferir na económia,


para colmatar as falhas de mercado, de forma a promover o aproveitamento ótimo
dos recursos produtivos.
✓ A Justiça: Não se conformando com as distribuições feitas pelo mercado, o
Estado pode proceder a uma correção das mesmas (redistribuição de
rendimentos), de forma a promover uma afetação de recursos socialmente mais
justa. O mercado tem as suas próprias regras, as suas próprias leis e, muitas vezes,
as decisões mais eficientes não são as mais justas, por exemplo, o mercado de
concorrência perfeita, deixa de fora todos aqueles que não estão em condições
10

para participar (idosos, crianças, deficientes), cabe ao Estado suprir essas


insuficiências (subsídio de desemprego, de invalidez, de velhice).

2.As funções do Estado

Na percepção de Rezende, (2001).

A Função de Afetação de Recursos: Estão em causa situações


genericamente referidas como falhas de mercado, mas que, na verdade,
traduzem situações com características muito diferentes. A busca de
eficiência leva o Estado a atuar no mercado, colmatando as falhas que
este possa apresentar, de forma a promover o aproveitamento óptimo dos
recursos produtivos e uma das formas de actuar com este objetivo prende-
se pelo suprimento das incapacidades de mercado. Estamos perante uma
falha de mercado quando estamos perante um bem que não é produzido
pelo mercado de forma eficiente.

Podemos apontar como falhas de mercado:

✓ A existência de necessidades coletivas que exigem a produção de bens coletivos


ou públicos para a sua satisfação;
✓ A existência de falhas de concorrência ou concorrência imperfeita (ex:
monopólios);
✓ A verificação de externalidades positivas e negativas.
✓ Assimetria de informação;
✓ A existência de bens que não são produzidos pelo mercado (mercados
incompletos);
✓ A verificação do desemprego, inflação e desequilíbrio.

No entendimento de Rezende, (2001).

Cumpre aqui fazer referência ao primeiro ponto enumerado – os bens


coletivos/públicos. Essa situação de ineficiência corresponde ao grau máximo
que uma externalidade positiva pode alcançar, em que, por isso, o mercado não
tem em princípio lugar. Há bens que ou não são produzidos no mercado, ou que
quando o são, demonstram que são insuficientes em relação às necessidades que
se fazem sentir. Se esses bens não forem essenciais, a comunidade poderá
facilmente prescindir deles. Mas se forem reputados de essenciais pela
comunidade, não poderão deixar de ser produzidos/fornecidos pelo Estado. A
estes bens que o Estado é chamado a produzir e fornecer dá-se o nome de bens
coletivos ou bens públicos puros. A designação bens coletivos destaca a
apropriação coletiva que deles é feita, em função das suas características e da
dificuldade do seu produtor em retirar lucro da atividade.

Podem identificar-se como características que:


✓ Os bens coletivos são bens de satisfação passiva, ou seja, não depende de nenhum
esforço por parte do consumidor, opõem-se a bens de satisfação ativa (satisfação
11

é conseguida pelo esforço do consumidor no mercado), dificilmente se pode


cobrar um preço a este tipo de bens;
✓ Os bens coletivos não são exclusivos, não se pode privar ninguém da sua
utilização, ou seja, aquilo que é fornecido é imediatamente disponibilizado para
todos os indivíduos na mesma quantidade;
✓ Os bens coletivos ou bens públicos puros não são emulativos, os utilizadores não
entram em concorrência para conseguir a sua utilização.

No pensar de Rezende (2001). As externalidades correspondem aos efeitos externos dos


comportamentos económicos. Se um comportamento económico provoca benefícios a
terceiros, estamos perante externalidades positivas. Se, pelo contrário, implica a
imposição de custos, estaremos perante externalidades negativas.

Alguns exemplos de bens públicos: farol, defesa nacional, justiça,


polícia. No mercado, bens com estas características ou não são
produzidos ou quando o são, são-no de forma incipiente. Pode falar-se,
também, na existência de bens públicos impuros/mistos, estes bens
compartilham a característica de terem um custo marginal zero por cada
utilização a mais, mas são suscetíveis de ficar congestionados, à medida
que mais pessoas utilizam o bem, menos utilidade retiram dele os seus
utilizadores (estrada, ponte, jardim público, piscina, praias, bibliotecas).
Os bens públicos puros são sempre produzidos pelo Estado e
caracterizam-se então pela não rivalidade e não exclusão em termos
eficientes. Já os bens públicos impuros podem ser assegurados pelo
Estado ou por outras entidades privadas, e são passíveis de exclusão na
medida em que estão limitados ao seu acesso pela capacidade económica
da população. Ex: saúde, educação. Se estes bens forem produzidos no
âmbito da autonomia privada ou social, haverá um desequilíbrio entre a
utilidade daquele que suporta os custos para a produção deste bem
económico no mercado e a utilidade daqueles que beneficiam da
produção desse bem.

Ao passo que Rezende, (2001).O que significa que há mais utilidade na sua produção já
que os que custearam a produção desse bem dificilmente podem exigir a quota parte do
valor a quem os aproveita. Para acabar com este desequilíbrio, o Estado intervém,
chamando a si a produção desses bens ou subsidiando-a. O custo dos bens coletivos ou
bens públicos será financiado por todos os membros da comunidade, por meio dos
impostos.

O quantum que cada um vai ter de suportar para o financiamento desta despesa pública é
indeterminado quando se toma a decisão pública de produção, vai depender do processo
político de repartição da carga fiscal.
12

Na compreensão de Rezende, (2001).

A Função de Redistribuição: O Estado usa os seus instrumentos


orçamentais (receitas e despesas públicas) para promover esse desiderato
redistributivo, corrigindo os resultados de repartição primária dos
rendimentos resultantes do funcionamento da economia. Esta função
convoca um argumento que é, em princípio, estranho à economia: o
argumento da justiça social. A teorização em torno da redistribuição e
da justiça pode ser encontrada em pensadores como Dworkin, Rawls e
Sen.

Já para Rezende, (2001). A Função de Estabilização: A função de estabilização é uma


função macroeconómica: pretende explicar como, através de instrumentos orçamentais
ao dispor do Estado (a receita e a despesa públicas), este isenta suavizar as flutuações da
economia.
13

Conclusão

Ora, a princípio não figurava entre os fins do Estado o de interferir na economia privada.
Com o triunfo da escola liberal (século XIX), entendeu-se que a economia privada,
através do mecanismo dos mercados, geralmente assegurava o máximo de produção e a
reta distribuição do rendimento. Foi a época das finanças neutras, segundo as quais não
se modificam as posições relativas dos particulares, e que, portanto, tiram a cada
indivíduo, através da cobrança de impostos, tanto pela utilidade quanta a que lhe restituem
através da prestação de bens públicos. Mas como nem sempre há equilíbrio entre a
utilidade que perde e a utilidade que ganha cada contribuinte, nenhumas finanças poderão
ser neutras verdadeiramente. A partir do último quartel do século XX, o Estado passou
a intervir frequentemente na vida económica com os seus instrumentos financeiros.

As funções financeiras do Estado são a afetação de recursos, a distribuição, redistribuição


e a estabilização macroeconómica.

Existem certos e determinados objetivos que tentam ser atingidos pela política
orçamental. Os instrumentos Orçamentais devem contrair o ciclo, no caso de estar em
recessão o Estado deve estimular a economia privada (que orbita em seu torno) e aliviar
a carga fiscal, para que as famílias consigam consumir mais, reverte-se o ciclo
económico.
14

Referências bibliográficas

Baleeiro, Aliomar. (2003).Uma introdução à ciência das finanças. Atualização de


Djalma de Campos. 16. ed. rio de Janeiro: Forense.

Castro, Domingos P. de; Garcia, Leice M.(2004). Contabilidade pública no governo


federal: guia para reformulação do ensino e implantação da lógica do SIAFI nos
governos municipais e estaduais com utilização do Excel. São Paulo: Atlas.

Campos, Dejalma de.(2001).Direito financeiro e orçamentário. 2. ed. São Paulo: Atlas.

Franco, Sousa et al (1984). Finanças públicas. 2. ed. Edictora Camões, Lisboa.

Rezende, F. (2001). Finanças públicas. 2. ed. São Paulo: Atlas.

Você também pode gostar