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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE MOÇAMBIQUE

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria


Contabilidade Pública
Aula Prática I

Parte - I

1. Dê conceito de Finanças Públicas em Moçambique;


2. Estabeleça a diferença entre as Finanças Públicas e Finanças Privadas;
3. Segundo o Professor Souza Franco, podemos empregar a expressão Finanças Públicas em três sentidos:
Quais são? Caracterize cada uma delas.
4. Diferencie, dando exemplos, das necessidades de satisfação activa e das necessidades de satisfação
passiva.
5. Indique e explique as funções do Orçamento.

Parte - II

1. Identifique as afirmações verdadeiras (V) e falsas (F). Justifique as falsas;

a) Os bens públicos prestam pela sua natureza utilidades indivisíveis e proporcionam satisfação activa
(passiva). F
b) Os bens públicos são bens não exclusivos. F
c) Os bens públicos são bens não emulativos. V
d) Os bens individuais são aqueles que a serem consumidos por uma pessoa em determinadas quantidades,
podem se consumidos por uma outra pessoa. F
e) As necessidades sociais são aqueles que resultam necessariamente da vida individual e são sentidas por
essa comunidade no seu conjunto. V
f) As necessidades públicas são aquelas que são satisfeitas pela actuação de agentes económicos privados.
F

2. No que diz respeito aos bens públicos, semi-públicos e privados, indique a única opção incorreta.

a) Bens públicos são os bens que o mecanismo de preços não consegue orientar os investimentos a fim
de efetuar sua produção.
b) Bens públicos têm a característica de serem usados por todos, indistintamente, não importando o
nível de renda ou condição social.
c) Bens semi-públicos satisfazem ao princípio da exclusão, mas são produzidos pelo Estado.
d) O serviço meteorológico é um exemplo de bem de consumo não rival.

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e) Serviços de saneamento são bens públicos, uma vez que seus custos podem implicar preços muito
altos para que as pessoas pobres possam ter acesso aos mesmos.

3. A actuação do governo na economia tem como objectivo eliminar as distorções alocativas e distributivas e
de promover a melhoria do padrão de vida da colectividade. Tal actuação pode se dar das seguintes formas,
excepto:
a) Complemento da iniciativa privada.
b) Compra de bens e serviços do sector público.
c) Actuação sobre a formação de preços.
d) Fornecimento de bens e de serviços públicos.
e) Compra de bens e serviços do sector privado.

4. A avenida 24 de Julho na cidade de Maputo, no horário de pico é um bem:


a) Não-rival e não-excludente
b) Não-rival e excludente
c) Rival e não-excludente
d) Rival e excludente
e) Poderá ser rival e excludente dependendo de como for financiado

5. São características do bem “defesa Nacional”:


a) Não-rival e não-excludente
b) Não-rival e excludente
c) Rival e não-excludente
d) Rival e excludente
e) Poderá ser rival e excludente dependendo de como for financiado

6. Sobre os bens públicos, bens rivais e bens excludentes, pode-se afirmar:


a) Bens rivais são bens em que o consumo de uma unidade por uma pessoa elimina a possibilidade de
que alguém desfrute do bem, desta forma, ser um bem não rival é uma condição suficiente para que
um bem seja considerado um bem público puro.
b) Bens não excludentes são bens que é impossível ou muito difícil negar o acesso, desta forma se um
bem é rival, ele também é excludente.
c) Um bem público puro é um bem oferecido pelo setor público.
d) Um mesmo bem não pode ser simultaneamente rival e excludente.
e) Um bem público puro é um bem em que o consumo por uma pessoa não elimina a
possibilidade que alguém desfrute do bem e que é impossível ou muito caro impedir alguém de
consumir. Desta forma um bem público puro é um bem que é não rival e não excludente.

7. No tocante ao papel do Estado na actividade económica, diz-se que o sector público deve cumprir,
fundamentalmente, as três seguintes funções:
a) Distributiva, fiscalizadora e alocativa
b) Distributiva, fiscalizadora e estabilizadora
c) Distributiva, alocativa e estabilizadora

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d) Fiscalizadora, alocativa e estabilizadora
e) Fiscalizadora, normativa e estabilizadora

Função Distributiva - Estado promove alterações na forma pela qual o sistema económico distribui a renda
gerada entre as pessoas. Estado tentando reduzir desigualdades sociais e regionais.

Função Estabilizadora - Estado faz o gerenciamento macroeconómico. Trata-se de controlo dos ciclos
económicos. Implica na actuação do Estado como uma espécie de monitor da economia. Estado acompanha
índices como a taxa de inflação, taxa de câmbio, crescimento da produção industrial, nível de vendas do
comércio, etc. para tentar controlar a inflação, impedir a recessão económica.

Função Reguladora - a necessidade de que este mesmo Estado passe a controlar as actividades em que antes
actuava directamente, constituindo para isso uma série de Agências Reguladoras. Actuando na formação de
preços e demais normas de funcionamento desses serviços.

8. Os diversos bens existentes na economia são agrupados de acordo com dois critérios: exclusividade e
rivalidade. Segundo esses critérios, assinale a opção incorrecta:
a) Bens públicos puros possuem duas características: a não rivalidade e a impossibilidade de exclusão
de seu consumo.
b) Quando um bem é excludente mas não rival, diz-se que existe um monopólio natural para esse bem.
c) Os benefícios derivados dos bens semipúblicos, somente em parte se submetem ao princípio da
exclusão e apenas parcialmente são divisíveis.
d) A oferta de determinados bens, por meio do orçamento público, torna-se necessária quando
eles são rivais ou se para esses bens se aplica o princípio da exclusão.
e) Os bens privados são bens cujo consumo é rival, de maneira que o consumo desses bens, por um
indivíduo, impossibilita que outro indivíduo também os consuma.

9. Os bens económicos podem ser classificados em bens públicos e bens privados. Sobre a natureza dos bens
económicos, afirma-se que:
a) Bens privados são divisíveis e não sujeitos ao princípio da exclusão.
b) Bens públicos são indivisíveis e sujeitos ao princípio da exclusão.
c) A soberania do consumidor não é preservada nos bens privados, nem nos bens públicos.
d) Os bens demeritórios têm seu consumo inibido pela imposição de pesados impostos ou pela
proibição directa.

10. Com base na Teoria das Finanças Públicas, assinale a única opção falsa:
a) Um bem público puro é caracterizado por ter seu consumo não rival e não excludente.
b) Bens privados são aqueles cujo consumo é tanto rival quando excludente e são providos
eficientemente em mercados competitivos.
c) A exclusão permite que o produtor do bem privado possa ser pago sempre que um consumidor fizer
uso do mesmo.
d) Um exemplo de bem público puro é a segurança nacional.
e) Há rivalidade no consumo de um bem se o consumidor desse bem por parte de uma pessoa
aumenta a disponibilidade do mesmo para as outras.
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11. A disciplina Finanças Públicas, pode ser definida como o estudo da:
a) Obtenção, criação, gestão e dispêndio, pelo Estado, dos meios materiais e serviços visando à
satisfação das necessidades colectivas;
b) Sistemática impositiva de mecanismos de controlo, transparência e fidedignidade das informações
prestadas pelos gestores públicos;
c) Natureza jurídica das relações travadas entre particulares e o Estado no exercício do poder de
polícia;
d) Avaliação do cumprimento das metas previstas nos instrumentos de planeamento orçamentário;
e) Sistemática de controlo das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
obrigações.

12. Qual das seguintes definições melhor se enquadra na definição do orçamento:


a) Uma peça fundamental das finanças públicas no qual estão previstas as receitas a arrecadar e fixadas
as despesas a realizar pelo Estado de dois ou mais exercícios económicos.
b) São as acções que se realizam com vista à obtenção dos meios necessários para o atendimento das
necessidades que a entidade privada assume, constituindo-se, assim, uma necessidade Pública.
c) Uma previsão, em regra anual das despesas a realizar pelo Estado e dos processos de as cobrir
incorporando a autorização concedida a administração financeira, os poderes financeiros de
administração.
d) Um documento no qual estão previstas as despesas a realizar pela entidade privada, e dos processos
de as cobrir incorporando a autorização concedida a administração financeira os poderes financeiros
de administração em cada período anual.
e) Nenhuma das anteriores

13. No âmbito da elaboração da proposta de orçamento do Estado, O Ministério das Finanças comunica
até 31 de Maio de cada ano aos diversos órgãos, instituições, províncias e autarquias as orientações, os
limites orçamentais preliminares ou definitivos, a metodologia de recolha de informação e demais
instruções. Uma vez aprovadas pelo órgão competente, as diferentes propostas de orçamento serão
enviadas à Direcção Nacional do Plano e Orçamento até:
a) 30 de Junho.
b) 31 de Julho.
c) 31 de Agosto.
d) 15 de Setembro.
e) Nenhuma das anteriores.

14. “A estabilidade das receitas orçamentais deve servir para financiar a totalidade das despesas
orçamentais” Esta afirmação trata da regra de:
a) Especificação
b) Não consignação
c) Não compensação
d) Universalidade
e) Nenhuma das anteriores

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15. Segundo o artigo 41 da Lei 9/2002 de 12 de Fevereiro (Lei do SISTAFE), o registo contabilístico
adoptado pela Contabilidade Pública é o regime misto, aplicando-se para as receitas o regime de caixa e
para as despesas o regime do compromisso. Julgue as questões a baixo:

Sobre o regime de caixa:


a) São consideradas receitas e despesas do exercício tudo o que for recebido ou pago durante o ano
financeiro, mesmo que se trate de receitas e despesas referentes a exercícios anteriores;
b) As receitas lançadas, mesmo que ainda não arrecadadas no exercício, serão consideradas como
auferidas nesse exercício, passando a constituir receitas activas a serem cobradas em anos posteriores;
c) A receita recebida antecipadamente é contabilizada, isto não importa qual exercício ela pertence;

Sobre o regime de compromisso:

a) As receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que


ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de
recebimento ou pagamento;
b) As receitas consideram-se realizadas nas transacções com terceiros, quando estes efectuarem o
pagamento ou assumirem compromisso firme de efectivá-lo, quer pela investidura na propriedade de
bens anteriormente pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados: Ex.
Venda de bens a prazo ou a pronto pagamento;
c) As receitas consideram-se realizadas, quando da extinção, parcial ou total, de um bem passivo,
qualquer que seja o seu motivo, sem o desaparecimento de um activo de valor igual ou superior. Ex.
Perdão de uma dívida;
d) As receitas consideram-se realizadas, pela geração natural de novos activos independentemente de
intervenção de terceiros. Ex. Nascimento de um animal.

Sobre o regime Misto:


a) Adopta-se ao mesmo tempo o de caixa e o de compromisso, sendo que as receitas registadas pelo
regime de compromisso e as despesas registadas pelo regime de caixa;
b) Quanto à receita, o resultado financeiro do exercício não aproveita a receita lançada e não
arrecadada, ou seja, considera-se somente as receitas que ingressaram nos cofres públicos;

16. Identifique a opção que não representa objectivos do SISTAFE:


a) Fornecer meios para agilizar o acompanhamento da programação financeira;
b) Permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva de informações gerenciais;
c) Integrar e compatibilizar as informações disponíveis nos diversos órgãos e entidades da
administração pública;
d) Administrar os fundos de natureza contabilísticas;
e) Fornecer informações aos órgãos de controlo interno e externo com o objetivo de acompanhamento
da execução orçamentária e financeira.

17. Qual das seguintes definições melhor se enquadra na definição do orçamento:


a) Uma peça fundamental das finanças públicas no qual estão previstas as receitas a arrecadar e fixadas
as despesas a realizar pelo Estado de dois ou mais exercícios económicos.
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b) São as acções que se realizam com vista à obtenção dos meios necessários para o atendimento das
necessidades que a entidade privada assume, constituindo-se, assim, uma necessidade Pública.
c) Uma previsão, em regra anual das despesas a realizar pelo Estado e dos processos de as cobrir
incorporando a autorização concedida a administração financeira, os poderes financeiros de
administração.
d) Um documento no qual estão previstas as despesas a realizar pela entidade privada, e dos processos
de as cobrir incorporando a autorização concedida a administração financeira os poderes financeiros
de administração em cada período anual.
e) Nenhuma das anteriores

18. As regras orçamentais que visam evitar que escape à autorização política, ao controlo político e
administrativo e à responsabilização jurisdicional e/ou parlamentar uma quantidade significativa de
fundos públicos - fenómeno geralmente conhecido por desorçamentação das despesas e receitas
públicas, isto é, um só orçamento e tudo no orçamento são:
a) Anualidade e Não consignação.
b) Especificação e o equilíbrio.
c) Unidade e Universalidade.
d) Orçamento bruto e publicidade.
e) Todas as anteriores.

Parte III
1. Identifique as afirmações verdadeiras (v) e as falsas (f). Justifique as falsas

a) O Orçamento de gerência é aquele em que se prevêem as receitas que o Estado irá cobrar e as
despesas que irá pagar em virtude dos créditos e das dívidas que irão surgir a seu favor e contra si
durante o período financeiro, isto é, é uma previsão de receitas e despesas na sua fase terminal das
cobranças e de pagamentos; (f) orçamento de gerência é aquele em que se prevêem as receitas
que o Estado irá cobrar e despesas que irá pagar durante o período financeiro. É uma previsão
de receitas e despesas na sua fase terminal das cobranças e de pagamentos.

b) Uma das diferenças entre o orçamento de gerência e o de exercício é que, ao se prever que em
2011 irá surgir a favor do Estado um crédito de imposto de 1.000,00 MT, mas que por algum
motivo os contribuintes não paguem nesse ano, que haja nas cobranças uma falha de 50,00 MT,
registar-se-á no orçamento de:

i) exercício do ano 2010 …….. …… 950,00MT (f)


ii) gerência do ano 2010 ……..…….. 950,00MT (v)
iii) gerência do ano 2010 …………..1.000,00MT (f)
iv) exercício do ano 2010…………. 1.000,00MT (v)

c) Uma das funções do orçamento de exercício é que ele permite ao governo regular o serviço da
tesouraria, de modo que a esta não lhe falta dinheiro, nas épocas em que os pagamentos excedem
as cobranças, nem o dinheiro sobre em demasia, nas épocas em que as cobranças excedem os
pagamentos, isto é, permite-nos saber se as importâncias/montantes de que o Estado se vai tornar
credor são ou não suficientes para cobrir os montantes de que se vai tornar devedor; (f)
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orçamento de exercício permite-nos confrontar entre o montante das dívidas e dos créditos que
irão contra e a favor do Estado durante o período financeiro, isto é, permite-nos saber se as
importâncias/montantes de que o Estado se vai tornar credor são ou não suficientes para cobrir
os montantes de que se vai tornar devedor. Ele tem a vantagem de nos elucidar sobre a situação
financeira do Estado.

d) A vantagem do orçamento de gerência é que ele permite ao governo regular o serviço da


tesouraria, de modo que a esta não falta dinheiro, nas épocas em que os pagamentos excedem as
cobranças, nem o dinheiro sobre em demasia, nas épocas em que as cobranças excedem os
pagamentos; (V)

e) Uma das funções do orçamento é a função política, e esta tem duas ordens de efeitos (garantia dos
direitos fundamentais e garantia de equilíbrio e separação de poderes), sobre a garantia dos
direitos fundamentais, o orçamento decorre do seu elemento político e consubstancia-se através
do aparecimento de toda uma série de normas jurídicas destinadas a concretizar as funções de
garantia que o orçamento visa prosseguir; (f) garantia dos direitos fundamentais, que asseguram
através da disciplina orçamental que a propriedade privada só é tributada na medida em que tal
seja consentido pelos representantes dos proprietários, cidadãos, e os deputados do parlamento.

Parte IV
A intervenção económica, em sentido estrito, refere-se as acções do governo que visam alterar actuação ou
comportamento dos agentes económicos sem, contudo, modificar o quadro da actividade económica. Explique
justificando como é que o Estado interviria na economia no seguinte caso:

a) Aumento das reclamações dos populares circunvizinhos da empresa Cimentos de Caniço, na Cidade da
Bananalândia, acusando-a de poluir o ar e assim como a água do riacho usada para regar as suas machambas e
não desenvolver acções tendentes a minimizar o efeito de tais acções.

b) Aumento das reclamações dos populares circunvizinhos da Vinhos-Bêbados na Cidade de Vinholalândia,


acusando-a de poluir o ar e assim como a água do riacho usada para regar as suas machambas e não
desenvolver acções tendentes a minimizar o efeito de tais acções.

c) Aumento crescente do abate de árvores de madeira de forma descontrolada no Distrito das grandes margens da
Província das Plantações, uma vez que de acordo com os estudos feitos na região, se este processo continuar
até 2017, toda área estará deserta, visto que também a população local está envolvida no corte de árvores para
produção de carvão vegetal”.

O Estado na sua função ordenadora da vida económica pode intervir da seguinte maneira:

a) Pode restringir o licenciamento das empresas madeireiras;


b) Pode impor elevadas taxas de exploração da madeira em tronco;
c) Poderá afixar quotas de madeira de forma a regular e controlar o abate de árvores;
d) Poderá restringir o crédito ao sector;
e) Pode aprovar normas e regulamentos que obriguem a reposição das árvores abatidas e
acompanhado de institucionalização de órgãos de fiscalização de forma a manter a obrigatoriedade
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e aplicar pesada multa àqueles que não observarem as normas, em defesa do meio ambiente, ou
seja, preservação do ambiente natural.

Justificação: Com esta intervenção, o Estado visa fundamentalmente modificar o comportamento dos
agentes económicos, não alterando o quadro geral de actividade económica quando muito reforçá-la.

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