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Os bens podem ser classificados de acordo com as características de serem ou não serem excluíveis
e serem ou não serem rivais no consumo.
O mercado livre pode suprir níveis eficientes de produção e consumo de bens privados, que não são
tanto excluíveis quanto rivais no consumo. Quando os bens são não-excluíveis, não-rivais no
consumo ou ambos, os mercados livres não conseguem alcançar um resultado eficiente.
Quando os bens são não-excluíveis, acontece o problema das caronas: os consumidores não pagam
pelo bem, levando a uma produção insuficientemente baixa. Quando os bens são não-rivais no
consumo, eles deveriam ser de graça, e qualquer preço positivo leva a um consumo
insuficientemente baixo.
Um bem público é não-excluíveis e não-rivais no consumo. Na maioria dos casos, um bem público
tem de ser oferecido pelo governo. O benefício marginal social de um bem público é igual à soma
dos benefícios marginais individuais para cada consumidor. A quantidade eficiente de um bem
público é a quantidade pela qual o benefício marginal social é igual ao custo marginal. Assim como
uma externalidade positiva, o benefício marginal social é maior que o benefício marginal de
qualquer indivíduo sozinho, e por isso nenhum indivíduo está disposto a fornecer a quantidade
eficiente.
Uma razão para a presença do governo é que permite os cidadãos estabeleçam tributos a serem
pagos por eles mesmos a fim de fornecer bens públicos. Os governos usam a análise de custo-
benefício para determinar a provisão eficiente de um bem público. Contudo, tal análise é difícil
porque os indivíduos têm um incentivo para exagerar o valor que o bem tem para eles.
Um recurso comum é rival no consumo, mas não-excluível. Ele está sujeito ao excesso de uso,
porque um indivíduo não leva em conta o fato que o seu uso esgota a quantidade disponível para os
outros. Isso é similar ao problema da externalidade negativa: o custo marginal social do uso do
recurso comum por parte de um indivíduo é sempre mais alto que seu custo marginal individual. São
soluções possíveis: impostos pigouvianos, a criação de um sistema de licenças comercializáveis ou a
atribuição de direitos de propriedade.
Bens artificialmente escassos são excluíveis, mas não-rivais no consumo. Como não há custo
marginal em permitir mais um indivíduo de consumir o bem, o preço eficiente é zero. Um preço
positivo compensa o produtor pelo custo de produção, mas leva a consumo ineficientemente baixo.
O problema dos bens artificialmente escassos é similar ao do monopólio natural.
Questão 01. Por que os mercados livres não conseguem obter resultados eficientes quando lidam
com bens não excludentes ou não rivais, ou ambos?
Os mercados livres podem não obter resultados eficientes quando lidam com bens não excludentes,
não rivais ou ambos devido a uma falha de mercado conhecida como falha de bens públicos. Essa
falha ocorre devido a características específicas desses tipos de bens que podem levar à alocação
ineficiente dos recursos na economia. Aqui estão as razões:
Bens Não Excludentes: Bens não excludentes são aqueles para os quais é difícil ou impossível excluir
pessoas que não pagaram pelo bem do seu uso. Um exemplo clássico é a defesa nacional, como a
segurança de um país. Quando a defesa nacional é fornecida, ela geralmente beneficia todos os
cidadãos, independentemente de terem contribuído para o seu financiamento.
Problema: Como os indivíduos podem receber o benefício sem pagar por ele, muitos podem optar
por não contribuir voluntariamente, na esperança de aproveitar os benefícios financiados por
outros. Isso pode levar a uma subprodução do bem público, uma vez que a oferta do bem pode ser
inadequada para atender às necessidades de todos.
Bens Não Rivais: Bens não rivais são aqueles cujo consumo por uma pessoa não impede o consumo
por outra. Um exemplo clássico é o conhecimento. Quando uma pessoa adquire conhecimento (por
exemplo, por meio de um livro ou uma aula), isso não impede que outra pessoa adquira o mesmo
conhecimento.
Problema: Como o consumo de bens não rivais não afeta a disponibilidade do bem para outros, não
há incentivo para que empresas privadas forneçam esses bens, a menos que possam capturar o
valor desse fornecimento de alguma forma (por exemplo, por meio de patentes, direitos autorais ou
financiamento público). Isso pode levar a uma subprodução de bens não rivais no mercado.
Bens Públicos: Bens que são tanto não excludentes quanto não rivais são chamados de "bens
públicos" ou "bens comuns". Eles apresentam desafios ainda maiores para a alocação eficiente de
recursos, pois podem ser subproduzidos ou sobreutilizados, dependendo das circunstâncias.
Para lidar com essas falhas de mercado, muitas vezes é necessária a intervenção do governo. O
governo pode fornecer bens públicos diretamente (como a defesa nacional) ou pode regulamentar a
provisão de bens públicos para garantir uma alocação eficiente de recursos. Além disso, podem ser
usados mecanismos como impostos, subsídios e regulação para incentivar a produção ou o consumo
apropriado de bens públicos.
Em resumo, os mercados livres podem não obter resultados eficientes quando se trata de bens não
excludentes, não rivais ou ambos devido à impossibilidade de exclusão e à falta de incentivos para a
produção privada desses bens. Portanto, a intervenção governamental muitas vezes se faz
necessária para garantir a alocação eficiente de recursos nesses casos.
Questão 02. Descreva o problema do “free-rider” associado a bens não excludentes. Como isso
leva a uma produção ineficiente?
O problema do "free-rider" (carona) é uma questão fundamental associada a bens não excludentes,
e ele está intimamente relacionado com a falha de mercado de bens públicos. Vamos descrever esse
problema e como ele leva a uma produção ineficiente:
Bens não excludentes são aqueles para os quais é difícil ou impossível excluir pessoas que não
pagaram pelo seu uso. Um exemplo clássico de um bem não excludente é a defesa nacional. Quando
um país investe em sua defesa, os benefícios da segurança são estendidos a todos os cidadãos,
independentemente de terem contribuído financeiramente para esse investimento. Esse princípio se
aplica a outros bens públicos, como segurança pública, iluminação pública, conhecimento público,
entre outros.
Subprodução: Como resultado, pode haver uma subprodução do bem não excludente, já que não há
incentivo direto para que as pessoas contribuam financeiramente para a sua produção. Isso ocorre
porque as empresas privadas não têm incentivos para fornecer bens não excludentes se não
puderem cobrar pelas unidades consumidas.
A subprodução de bens não excludentes é o resultado da racionalidade individual, mas leva a uma
ineficiência do ponto de vista social. Isso ocorre porque, se esses bens públicos fossem produzidos
em quantidades adequadas, todos na sociedade se beneficiariam, melhorando o bem-estar geral. No
entanto, devido ao problema do "free-rider", a produção tende a ser insuficiente, resultando em um
subfornecimento desses bens em relação ao ótimo social.
Para resolver esse problema, muitas vezes é necessária a intervenção do governo ou de instituições
que coletam fundos compulsoriamente, como impostos, para financiar a produção e o fornecimento
desses bens públicos. Isso ajuda a superar a falha de mercado e garantir que os bens não
excludentes sejam fornecidos em quantidades que maximizem o bem-estar social.
Questão 03. Defina bens públicos e explique por que eles geralmente são fornecidos pelo governo.
Quais os problemas? Quais as soluções?
Bens públicos são um tipo especial de bem na economia que possui duas características principais:
são não excludentes e não rivais.
Não Excludentes: Isso significa que é difícil ou impossível excluir pessoas que não pagaram pelo uso
desses bens. Uma vez que um bem público é fornecido, qualquer pessoa pode desfrutar de seus
benefícios, independentemente de ter contribuído financeiramente para sua produção.
Não Rivais: Isso implica que o consumo de um indivíduo desse bem não impede o consumo de
outros. O uso de um bem público por uma pessoa não diminui a disponibilidade do bem para outras.
Os bens públicos são geralmente fornecidos pelo governo devido à sua natureza única e às falhas de
mercado associadas a eles:
Externalidades Positivas: Bens públicos muitas vezes geram externalidades positivas, ou seja,
benefícios que se estendem a toda a sociedade. O mercado geralmente não leva em consideração
essas externalidades, levando a uma alocação ineficiente de recursos.
Bens Não Excludentes: A falta de capacidade de excluir não pagantes torna difícil ou impossível para
o setor privado cobrar pelo uso de bens públicos.
Regulação e Incentivos: Em alguns casos, o governo pode incentivar o setor privado a fornecer bens
públicos, geralmente por meio de regulamentações e incentivos fiscais. Por exemplo, pode conceder
subsídios ou incentivos fiscais para a produção de energia limpa (um bem público ambiental).
Parcerias Público-Privadas (PPPs): Em algumas situações, as PPPs podem ser uma solução,
envolvendo a cooperação entre o governo e o setor privado para fornecer bens públicos. O governo
pode fornecer financiamento ou incentivos para empresas privadas participarem na prestação
desses serviços.
Em resumo, os bens públicos são essenciais para o bem-estar da sociedade, mas a natureza não
excludente e não rival desses bens muitas vezes leva à subprodução no mercado privado. O governo
desempenha um papel crítico na resolução desse problema, fornecendo, financiando ou regulando a
produção de bens públicos para garantir que sejam fornecidos em quantidades adequadas para
beneficiar a sociedade como um todo.
Questão 04. Como é determinada a quantidade eficiente de um bem público e qual é o papel da
análise de custo-benefício em seu fornecimento?
Valoração dos Custos e Benefícios: Cada custo e benefício identificado deve ser valorado
monetariamente, sempre que possível. Isso envolve atribuir valores em termos de moeda aos
efeitos positivos e negativos. Para alguns bens públicos, como a redução da poluição do ar, pode ser
mais desafiador quantificar os benefícios, mas ainda é importante tentar atribuir valores econômicos
a esses impactos.
Comparação dos Custos e Benefícios: Uma vez que os custos e benefícios foram valorados, eles são
comparados. O objetivo é determinar se os benefícios superam os custos. Isso é feito calculando a
relação custo-benefício (RCB), que é a razão entre os benefícios líquidos (benefícios menos custos) e
os custos totais.
Escolha da Quantidade Ótima: A quantidade eficiente do bem público é aquela em que a RCB é
maior que 1. Em outras palavras, é a quantidade em que os benefícios líquidos excedem os custos
totais. Isso representa o ponto em que a sociedade obtém o maior benefício líquido, maximizando o
bem-estar social.
Fornecimento do Bem Público: Com base na análise de custo-benefício, o governo ou a entidade
responsável pela provisão do bem público decide o quanto produzir. Se a RCB for maior que 1, o
bem público é produzido na quantidade ótima identificada na análise.
É importante notar que a análise de custo-benefício é uma ferramenta fundamental para tomar
decisões informadas sobre a provisão de bens públicos. Ela ajuda a alocar recursos de forma
eficiente, garantindo que os benefícios para a sociedade superem os custos associados à produção
de bens públicos. Além disso, a análise de custo-benefício permite a avaliação contínua para garantir
que a quantidade produzida de um bem público seja ajustada conforme as circunstâncias mudam ao
longo do tempo.
Em resumo, a quantidade eficiente de um bem público é determinada por meio da análise de custo-
benefício, que compara os custos e benefícios associados à sua produção. Isso ajuda a maximizar o
bem-estar social ao encontrar o ponto em que os benefícios superam os custos, indicando a
quantidade ótima a ser fornecida.
Questão 05. Discuta as características dos recursos comuns e explique por que eles são propensos
ao uso excessivo. Quais os problemas? Quais as soluções?
Os recursos comuns, muitas vezes referidos como "bens comuns", são bens econômicos que
possuem características específicas que os tornam propensos ao uso excessivo. Essas características
incluem:
Rivalidade no Consumo: Os recursos comuns são rivais no consumo, o que significa que o uso de
uma unidade do recurso por um indivíduo diminui a quantidade disponível para outros. Por
exemplo, pastagens comuns ou reservas de pesca são recursos comuns em que o uso por um
fazendeiro ou pescador reduz a disponibilidade para outros.
Não Excludentes: Os recursos comuns são frequentemente não excludentes, o que significa que é
difícil ou caro excluir pessoas que não pagaram pelo uso do recurso. Como resultado, as pessoas
podem acessar e usar o recurso sem restrições ou pagamento.
Excesso de Exploração: Os usuários dos recursos comuns têm incentivos para explorar o recurso o
máximo possível, uma vez que não conseguem capturar os custos da exploração excessiva. Isso leva
a uma sobrecarga do recurso, resultando em sua exaustão ou degradação.
Externalidades Negativas: O uso excessivo dos recursos comuns gera externalidades negativas,
prejudicando outros usuários e a sociedade como um todo. Por exemplo, a pesca excessiva pode
reduzir a população de peixes, prejudicando pescadores futuros e ecossistemas marinhos.
Propriedade Privada: A atribuição de direitos de propriedade exclusiva sobre o recurso comum pode
resolver o problema. Quando os usuários têm direitos de propriedade sobre o recurso, eles têm
incentivos para conservá-lo, pois agora podem capturar os benefícios futuros. No entanto, a
atribuição de propriedade privada nem sempre é viável, especialmente em recursos naturais
compartilhados, como oceanos ou atmosfera.
Regulação Governamental: O governo pode intervir para regular o uso dos recursos comuns. Isso
pode incluir a imposição de cotas de pesca, restrições ao acesso a pastagens comuns, ou a aplicação
de taxas ou impostos sobre o uso de recursos comuns.
Abordagens de Gestão Cooperativa: Os usuários do recurso comum podem trabalhar juntos para
criar acordos de gestão cooperativa. Isso pode incluir a formação de cooperativas de pescadores ou
agricultores que estabelecem regras para uso responsável dos recursos comuns.
Em resumo, os recursos comuns são propensos ao uso excessivo devido à rivalidade no consumo e à
falta de exclusão. A tragédia dos comuns pode ser resolvida por meio de soluções como a atribuição
de direitos de propriedade, regulamentação governamental, gestão cooperativa e inovação
tecnológica. A escolha da abordagem mais adequada dependerá das características específicas do
recurso e das circunstâncias envolvidas.
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