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Ana José Bambo

Áurea Frederico Maibasso

Chirse Zefanias Uamusse

Edna Minércia Manhique

Nortina Jacinto Mutemba

Tema: Bens públicos

Licenciatura em Gestão Pública e Autárquica

Universidade Save

Chongoene

2024
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Ana José Bambo

Áurea Frederico Maibasso

Chirse Zefanias Uamusse

Edna Minércia Manhique

Nortina Jacinto Mutemba

Tema: Bens públicos

Trabalho de pesquisa a ser apresentado ao Departamento de


Economia e Administração, Curso de Licenciatura em
Gestão Pública e Autárquica, requisito parcial para o efeito
de avaliação na cadeira de Finanças Públicas.

O Docente: Dr. Roberto Macuácua

Universidade Save

Chongoene

2024
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Introdução

O presente trabalho tem como tema: BENS PÚBLICOS. Para compreendermos bens públicos
antes deve se compreender o bem em a palavra “bem” apresenta vários sentidos análogos,
semelhantes, mas não idênticos. Em um sentido utilitário, bem é aquilo que representa a
satisfação de uma necessidade imediata. Em um sentido ético, bem é aquilo que se mostra
conforme a norma social, ao ideal de moralidade do grupo social e que, por isso, deve ser
buscado em si mesmo. Na verdade, bem é toda coisa dotada de valor, ou seja, é a importância
que se atribui a uma coisa. Sendo assim Bens público são bens cujo consumo é efectuado por
toda a colectividade. Não se aplica o Princípio da Exclusão, ou seja, não é necessário pagar
para obtê-los. Além disso, eles não são rivais, isto é, o consumo de um não impede o consumo
de outro. Na maioria das vezes, eles são oferecidos pelo poder público com o objectivo de
satisfazer as necessidades colectivas, utilizando-se da tributação para captação de recursos
para seu financiamento. Quanto objectivo do trabalho e conhecer os bens públicos. E como
forma de alcançar esse objectivo usou-se como método de concretização do presente trabalho
a consulta Bibliográfica que consistiu em leitura de livros, artigos que continham a
informação do tema, pesquisa na internet, e digitação, com o intuito de trazer o essencial e
melhorar o desenvolvimento científico do trabalho.
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Objectivos:

Objectivo Geral:

 Compreender os bens públicos

1.1.2. Objectivos específicos:

 Analisar as espécies de bens públicos,


 Descrever a classificação económica dos bens públicos;
 Diferenciar bens públicos e bens privados;
 Descrever as características dos bens públicos;
 Analisar a aquisição de bens públicos para o património público;
 Descrever a classificação de bens públicos;
 Descrever uma abordagem geral de bens públicos.
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Metodologia

Um método científico pode ser definido como uma série de regras básicas, as quais devem ser
executadas na geração de conhecimento que tem o intuito da ciência, isto é, um método é
usado para a pesquisa e comprovação de um determinado assunto (ALMEIDA, 2017). O
método científico parte da observação organizada de fatos, da realização de experiências, das
deduções lógicas e da comprovação científica dos resultados obtidos.

Para muitos autores o método científico é a lógica aplicada à ciência. O método científico é
um trabalho sistemático, na busca de respostas às questões estudadas, é o caminho que se
deve seguir para levar à formulação de uma teoria científica. É um trabalho cuidadoso, que
segue um caminho sistemático.

Desta feita para efetivação deste trabalho, recorreu se as pesquisas bibliográfica.


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Bens públicos

Conceito de Bens

A palavra “bem” apresenta vários sentidos análogos, semelhantes, mas não idênticos. Em um
sentido utilitário, bem é aquilo que representa a satisfação de uma necessidade imediata. Em
um sentido ético, bem é aquilo que se mostra conforme a norma social, ao ideal de moralidade
do grupo social e que, por isso, deve ser buscado em si mesmo. Na verdade, bem é toda coisa
dotada de valor, ou seja, é a importância que se atribui a uma coisa. Assim, bens são coisas
materiais ou imateriais que têm valor económico e que podem servir de objecto a uma relação
jurídica. Os bens são espécies de coisas. As coisas abrangem tudo o que há na natureza,
excepto a pessoa, mas como “bens” só se consideram as coisas existentes que proporcionam
utilidade ao homem, sendo susceptíveis de apropriação, constituindo seu património, que
podem ser os bens corpóreos e os bens incorpóreos. Assim, o património é o complexo de
relações jurídicas de uma pessoa apreciável economicamente. (Stiglitz, 2005 p6)

Conceito de Bens públicos

São bens cujo consumo é efectuado por toda a colectividade. Não se aplica o Princípio da
Exclusão, ou seja, não é necessário pagar para obtê-los. Além disso, eles não são rivais, isto é,
o consumo de um não impede o consumo de outro. Na maioria das vezes, eles são oferecidos
pelo poder público com o objectivo de satisfazer as necessidades colectivas, utilizando-se da
tributação para captação de recursos para seu financiamento. Não só, também, bem públicos
podem ser considerados de o conjunto de bens móveis e imóveis destinados ao uso directo do
Poder Público ou à utilização directa ou indirecta da colectividade, regulamentados pela
Administração e submetidos a regime de direito público. Idem p6

Segundo ( Samuelson 1954 apud Ricardo, 2015) um bem público pode ser definido “quando o
consumo de cada indivíduo de um determinado bem não leva a subtração do consumo de
qualquer outro indivíduo daquele bem.” Isto caracterizaria um bem económico puro.
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Espécies de Bens Públicos

a) Bens de uso comum do povo: são os bens que todos podem usar, como as ruas e praças

b) Bens de uso especial: são destinados às instalações e aos serviços públicos, como os
prédios das repartições ou escolas públicas

c) Bens dominicais: são os que pertencem ao acervo do poder público, sem destinação
especial. Idem S/p

Classificação económica dos bens e suas características

Quanto ao processo Produtivo

 Bens Primários: bens que ainda não sofreram nenhum tipo de transformação. Ex:
madeira.
 Bens Intermediários: são bens produzidos e utilizados na produção de outros bens,
não estão disponíveis para o consumo final.
 Bens de Capital ou Bens de produção: são bens que servem para a produção de
outros bens, especialmente os bens de consumo. Ex: máquinas, equipamentos.
 Bens Finais: são bens já disponíveis para o consumo, podendo ser classificados em:
bens de consumo duráveis, não-duráveis e semi-duráveis. (Stiglitz, 2005 p6)

Quanto ao consumo

Os bens de consumo dividem-se nas seguintes categorias:

 Bens de consumo não-duráveis são bens que se esgotam no ato da utilização. Ex.:
alimentos, bebidas.
 Bens de consumo duráveis são bens que não se esgotam no ato da utilização. Ex.:
automóveis, electrodomésticos, roupas, calçado, etc.
 Bens de consumo semi-duráveis são os que se desgastam aos poucos, devido à sua
utilização. Ex.: o vestuário e o calçado. Idem

Conceito de bens privados, públicos, semipúblico e comuns

Bens privado

São bens que têm característica do uso ser individual, ou seja, o consumo de uma pessoa
exclui o consumo da outra. Geralmente estes bens são oferecidos pela iniciativa privada.
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Bens públicos

São bens cujo consumo é efectuado por toda a colectividade. Não se aplica o Princípio da
Exclusão, ou seja, não é necessário pagar para obtê-los. Além disso, eles não são rivais, isto é,
o consumo de um não impede o consumo de outro. Na maioria das vezes, eles são oferecidos
pelo poder público com o objectivo de satisfazer as necessidades colectivas, utilizando-se da
tributação para captação de recursos para seu financiamento. (Marrara, 2007)

Não só, também, bens públicos podem ser considerados de o conjunto de bens móveis e
imóveis destinados ao uso directo do Poder Público ou à utilização directa ou indirecta da
colectividade, regulamentados pela Administração e submetidos a regime de direito público.

Segundo ( Samuelson 1954 apud Ricardo, 2015) um bem público pode ser definido “quando o
consumo de cada indivíduo de um determinado bem não leva a subtração do consumo de
qualquer outro indivíduo daquele bem.” Isto caracterizaria um bem económico puro.

Características dos bens públicos

 Não disputáveis: O custo marginal de prover o bem para um consumidor adicional é


zero para qualquer nível de produção.
 Não exclusivos: Os indivíduos não podem ser excluídos do consumo do bem.
 Nem todos os bens produzidos pelo governo são bens públicos, alguns desses bens
são disputáveis ou exclusivos: Educação e Parques;
 Alienabilidade condicionada: se vierem a ser desafetados, poderão ser alienados;

 Imprescritíveis;
 Impenhoráveis;
 Não-oneráveis. (Ricardo, 2015)

Regime jurídico dos bens públicos

Inalienabilidade:

Não pode ser objecto de negócio jurídico que implique na transferência da propriedade.
Observação:
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 A inalienabilidade não alcança os bens dominicais. Só será possível a alienação de


bens públicos depois de desafectados, ou seja: de transformados em bens dominicais.
São inalienáveis, excepto:
I) Os bens de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, em
princípio, mas poderão tornar-se alienáveis se forem desafectados, ou seja, se for
mudada destinação, de modo que passem a ser considerados dominicais. Pode dar-
se por lei, por ato administrativo ou por um fato que torne a destinação inviável.
II) Bens dominicais podem ser alienados, exigindo-se, em regra, autorização
legislativa, avaliação prévia e licitação. Se bens móveis dispensam a licitação:
Direitos do poder públicos sobre seus bens não prescrevem; Não há usucapião de
bens públicos, de qualquer espécie; Todos são impenhoráveis, não podendo ser
penhorados, arrestados ou sequestrados e não podem ser objecto de penhor,
hipoteca ou anticrese.
 Impenhorabilidade: não se pode constranger o bem, judicialmente, para saldar dívida.
 Imprescritibilidade: não pode perder a propriedade de seus bens por usucapião.
 Impossibilidade de oneração: não pode se dado como garantia de dívida (penhora e
hipoteca). (Filho, 2007 p42)

Utilização especial de bens públicos por particulares

Todos, podem eventualmente ser utilizados de forma especial por particulares, mediante:

Autorização de uso

Serve para auxiliar interesses particulares em eventos ocasionais ou temporários (ex. uso de
um terreno baldio para uma quermesse). É acto unilateral, discricionário, de título precário,
podendo ser revogado a qualquer tempo.

 Independe de licitação e de lei autorizadora


 Pode ser em carácter gratuito ou oneroso
 Por tempo determinado ou indeterminado.

Permissão de uso

É semelhante à autorização mas, é dada no interesse público, tem grau menor de precariedade,
depende, em regra, de licitação e cria para o permissionário um dever de utilização, sob pena
de revogação. Ex:. Permissão de instalação de uma banca de jornal na via pública.
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Concessão de uso

É contrato entre a Administração e um particular, tendo por objecto uma utilidade pública de
certa permanência (ex. instalação de restaurante num zoológico municipal). Exige, em regra,
autorização legislativa e licitação

Concessão de direito real de uso

Aplica-se apenas a bens dominicais. É instituto de direito privado, de natureza contratual.


Consiste na aquisição, pelo particular, de direito resolúvel do uso de um terreno público, de
modo gratuito ou remunerado, para fins de interesse social de certo vulto, como urbanização
ou cultivo. Exige autorização legislativa e licitação. (Filho, 2007 p44)

Aquisição de bens para o património público

a) Doação;

b) Compra;

c) Desapropriação;

d) Confisco;

e) Permuta;

f) Dação em pagamento;

g) Direito hereditário;

h) Usucapião (bens públicos não podem ser usucapidos)

Alienação de bens públicos

Podem ser alienados pelas formas comuns do direito civil, como venda, doação, troca, etc,
respeitados os requisitos impostos pelo direito administrativo, como autorização legislativa,
avaliação e licitação. Excepção: investidura numa obra pública, sobre um pedaço pequeno de
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terra, que não serve para nada, então, pode ser alienado, mediante avaliação, para o dono da
terra limítrofe, por investidura. Idem p45

Bens do património público

 Terras devolutas: terras que ninguém se apossou, nem foram utilizadas para algum
fim público. Não tem localização e limites claros, por isso necessitam ser demarcadas
e separadas das outras propriedades. Esta separação ou discriminação pode ser
administrativa ou judicial: Acção discriminatória sendo utilizada a via judicial se
insuficiente à via administrativa. Após a discriminação elas deixam de ser devolutas e
passam a ser simplesmente terras públicas. Pertencem a União e, por exclusão, aos
Estados.
 Mar territorial: da linha de baixa-mar do litoral continental e insular. Trata-se de águas
públicas de uso comum, pertencentes à Estado, sobre as quais o Moçambique exerce
soberania. Depois do mar territorial temos:

 Plataforma continental: são bens da Estado os recursos naturais da plataforma


continental, que consiste no prolongamento natural das terras continentais ou
insulares, por baixo das águas do mar, em extensão variável, conforme a legislação de
cada país.

 Terrenos de marinha: são bens da Estado, assim considerados os que, banhados


pelas águas do mar ou dos rios navegáveis. Os terrenos de marinha têm sido objecto
de arrendamento perpétuo a particulares, mediante o pagamento de um foro anual. Tal
arrendamento perpétuo denomina-se enfiteuse, continuando a Estado à proprietária e o
particular enfiteuta, como detentor do domínio útil

 Terrenos marginais ou reservados: Tais terrenos podem pertencer a algum órgão


público ou a um particular. Se forem de propriedade privada, são onerados por uma
servidão de trânsito, para possibilitar a fiscalização e a realização de obras ou serviços
públicos pela Administração.
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 Lagos, rios e correntes de água: são bens da Estado quando banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países ou se estendam a território estrangeiro ou
dele provenham. Os terrenos marginais, nestes casos, são também da Estado.

 Álveos ou leitos abandonados: se um rio de águas públicas vier a abandonar


naturalmente o seu leito, as terras por onde o mesmo corria passa a pertencer aos
proprietários ribeirinhos das respectivas margens, sem que tenham direito a
indemnização alguma os donos dos terrenos por onde as águas abram novo curso.

 Faixa de fronteira: uma faixa das fronteiras terrestres, e considerada fundamental


para a defesa nacional, e sua utilização são reguladas em lei, como servidão
administrativa. Minas, jazidas e quedas de água as jazidas, em lavra ou não, e demais
recursos minerais e os potenciais de energia eléctrica constituem propriedade distinta
da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União,
garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.

 Ilhas: pertencem à Estado as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com
outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras. Pertencem aos
respectivos Estados as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à Estado.

 Fauna silvestre: os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu


desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna
silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do
Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha.
(Filho, 2007 p49)

Classificação de bens públicos

Quanto à titularidade:

 Nacional;
 Provincial;
 Distritais;
 Municipais;
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Uso dos Bens Públicos

Em princípio, os bens públicos são utilizados pela própria Administração ou pelas Entidades
Públicas que os detêm. Porém, a Administração Pública poderá destinar seus bens ao uso por
particulares, desde que isso não implique satisfação de interesses exclusivamente privados, já
que o fim público deve ser sempre atingido. Há duas formas de uso de bens públicos:

 Uso comum: utilização de um bem público pelos membros da colectividade, sem que haja
discriminação entre os usuários, nem consentimento estatal específico para esse fim.
Não são apenas os bens de uso comum do povo que possibilitam o uso comum, mas
também os bens de uso especial, quando utilizados em conformidade aos fins normais aos
quais se destinam;
 Uso especial: utilização de bens públicos em que o indivíduo se sujeita a regras
específicas e consentimento estatal, ou se submete à incidência da obrigação de pagar
pelo uso. O uso especial pode ser uso especial privativo, chamado simplesmente de uso
privativo, que é o direito de utilização de bens públicos conferido pela Administração a
pessoas determinadas. (Riani, 2002 p32).

Bens semi-públicos

Bens semipúblicos, são bens que embora possam ser explorados pelo sector privado, podem e
devem ser produzidos pelo sector público para evitar que a população de baixa renda seja
excluída do seu consumo, também, como os bens públicos, são financiados pela tributação. A
definição de bens meritórios está associada a valores históricos, culturais e políticos
partilhados por determinado grupo social. Os bens meritórios são definidos por possuir
importância social. Ex: Educação, Saúde. Idem

Os Bens Privados também fornecidos pelo Sector Público

Em Economia, um bem público é um bem que apresenta as seguintes características:

 Não é necessário haver rivalidade para que todos o consumam;


 Não é exclusivo de uma pessoa ou de outra;
 E é indivisível, o que faz com que todos tenham o mesmo acesso a esse bem.

Exemplos deste tipo de bens são a defesa nacional e iluminação pública. O seu consumo é
feito por vários indivíduos sem que o seu custo seja maior do que se fosse destinado a
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somente um indivíduo e, tendo em conta as características deste tipo de bens, não é possível
excluir um consumidor pela capacidade de pagar pelo seu consumo. (Dipietro, 2014 p12)

Bens providos pelo sector público que apresentam elevado custo marginal para sua oferta a
indivíduos adicionais são ditos bens privados providos pelo sector público. ou seja, esse tipo
de bem provido pelo sector público apresenta a propriedade de exclusão e de rivalidade no
consumo, ambos são características de bens privados. Exemplos: água potável, serviços
médicos, educação.

Uma das justificativas para oferta pública de alguns desses bens consiste dos custos elevados
de operação do mercado, mas não é a única razão: por exemplo, a educação é um bem
publicamente provido e sua justificação comummente está ligado a questões distributivas

Se um bem é provido livremente, então é provável haver superconsumo. Para alguns tipos de
bens: água potável, a saciedade pode ser rapidamente alcançada, de modo que as distorções
do superconsumo podem não ser grandes. Ao passo que para outros tipos de bens: serviços
médicos, a saciedade demora a ser alcançada e as distorções podem ser elevadas. Idem. p12

Uma bordagem geral de bens públicos

Segundo (Ricardo, 2015) Os bens públicos são um “tipo específico de bens cujos benefícios
são usufruídos pela população em geral e de uma forma indivisível, independentemente da
vontade de um indivíduo em particular querer ou não usufruir desse bem. Um exemplo de
bem público é a iluminação pública: usufrui dos seus benefícios toda a população
independentemente da vontade de cada indivíduo; por outro lado, o acréscimo de custo que
ocorre por mais um indivíduo beneficiar do bem é nulo ou tendencialmente nulo. Outro
exemplo ainda mais evidente é o da defesa nacional, cujos benefícios são igualmente
usufruídos por toda a população residente no país.

Pelas suas características, os bens públicos constituem um bom exemplo de externalidades


positivas pois envolvem uma imposição involuntária dos seus benefícios constituindo, por
isso, uma ineficiência de mercado. Na verdade, estes bens não podem ser comprados nem
vendidos no mercado pois os seus benefícios são tão amplamente distribuídos que nenhuma
empresa tem incentivos em os produzir e nenhum consumidor individualmente tem incentivos
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em os comprar. Por este motivo, é necessária a intervenção do Estado produzindo ou


estimulando a produção e oferta destes bens.

Por bens públicos podemos compreender pelo conjunto de coisas móveis e imóveis de
propriedade das pessoas jurídicas de direito público, submetido ao regime jurídico exorbitante
do Direito Comum (ou seja, que está fora da relação civilista), e que servem como
instrumento para a persecução do interesse público. Por outro lado, são pessoas jurídicas de
direito público: União, estados, Distrito, municípios, autarquias e fundações.

Em regra, empresas estatais não têm bens públicos, pois são pessoas jurídicas de direito
privado. Porém, se as empresas estatais estiverem prestando serviço público, os bens afetados
pela prestação do serviço serão considerados bens públicos.

Bens como a saúde, educação, justiça e defesa, existe um consenso alargado quanto à
responsabilidade particular que o Estado tem na garantia da provisão e do acesso. Mas
garantia de provisão e de acesso não significa necessariamente provisão pública. Por exemplo,
na saúde, na educação e até mesmo na segurança coexiste com a provisão privada e é na
definição das fronteiras entre uma e outra que o consenso deixa de existir.” S/p

Os bens públicos, produzidos pelo Estado, não têm um valor mercantil, mas sim um custo
económico associado e obrigam por isso à poupança na sua utilização. Por isso, estes bens
estão sujeitos a restrições orçamentais. Por outro lado, a produção de bens públicos tem um
impacto fundamental no desenvolvimento económico de um país, pois permite a todos os
cidadãos terem acesso a estes bens, que se fossem garantidos por privados provavelmente
nunca conseguiriam consumi-los.
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Conclusão

Chegando ao fim do trabalho percebe se que os bens públicos são um tipo específico de bens
cujos benefícios são usufruídos pela população em geral e de uma forma indivisível,
independentemente da vontade de um indivíduo em particular querer ou não usufruir desse
bem. Um exemplo de bem público é a iluminação pública: usufrui dos seus benefícios toda a
população independentemente da vontade de cada indivíduo, por outro lado, o acréscimo de
custo que ocorre por mais um indivíduo beneficiar do bem é nulo ou tendencialmente nulo.
Outro exemplo ainda mais evidente é o da defesa nacional, cujos benefícios são igualmente
usufruídos por toda a população residente no país.

Pelas suas características, os bens públicos constituem um bom exemplo de externalidades


positivas pois envolvem uma imposição involuntária dos seus benefícios constituindo, por
isso, uma ineficiência de mercado. Na verdade, estes bens não podem ser comprados nem
vendidos no mercado pois os seus benefícios são tão amplamente distribuídos que nenhuma
empresa tem incentivos em os produzir e nenhum consumidor individualmente tem incentivos
em os comprar.
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Bibliografia

Dipietro, Maria Sylvia Zanella. (2014) Uso privativo de bens públicos por particulares. São
Paulo: Gen-Atlas,. p12 Filho, José dos Santos Carvalho. (2007) Manual de Direito
Administrativo. 17. Ed. São Paulo. Lumen Juris. p42-9

Marrara, Thiago. (2007) Bens públicos, domínio urbano, infra-estrutura. Belo Horizonte:
Fórum,. Riani, F. (2002). Economia do Sector público: Uma Abordagem Introdutória. Atlas,
p32 Ricardo Lozano. (2015). Bens Públicos. ADM Publica Lozano.

Stiglitz,J. (2005). Economia e Sector Publico.

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