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AO JUÍZO DE DIREITO DA 1° VARA CIVEL DA COMARCA DE

CURITIBA - PARANÁ

PROCESSO NÚMERO XXXX-XX.XXXX.XX

AÇÃO DE COBRANÇA
Jorge, (nacionalidade), empresário, (estado civil), (inscrito no CPF de n°, RG de
n°), (residente e domiciliado), vem, por meio de sua advogada devidamente constituída
(documento em anexo), (n° da OAB) respeitosamente, perante Vossa Exceência oferecer com
fulcro no artigo 335 do Código de Processo Civil :

CONTESTAÇÃO

em face da Ação de Cobrança que está tramitando nesse juízo, movida por
Miguel, já devidamente qualificado nos autos, pelas razões de fato e de direito a seguir
aduzidos:

I - DA JUSTIÇA GRATUITA

O requerido trata-se de pessoa hipossuficiente nas acepções da lei, não possuindo


condições de arcas com as despesas e custas processuais sem que isso implique prejuízo próprio
ou de sua família, de acordo com a declaração de hipossuficiência em anexo (documento j) nos
termos do artigo 5° inciso LXXIV da Constituição Federal e artigo 98 do Código de Processo Civil.
Desta forma, o requeido faz jus à concessão da Gratuidade da Justiça.

II- DA SÍNTESE DA INICIAL

Trata-se de uma ação de cobrança onde o requerente alega que o requerido está
inadimplente, existindo, segundo exposto na inicial, um débito no valor de R$ 90.000,00
(noventa mil reais) oriundo de uma alienação feita pelo requerente sob contrato de mandato.

Constubistanciado nisso, o requerente propôs esta ação com o escopo de condenar o requerido
ao pagamento do referido débito em epígrafe.

III- DA REALIDADE FÁTICA E DO DIREITO


Datavênia, é imprescindível frisar douto Magistrado, que, em toda e qualquer
litigância, as partes dvem estar munidas de lisura e boa-fé, não podendo, portanto, ajuizar
demandas temerárias, como a título de exemplo, cobrar uma dívida referente a alienação de um
(mediante contrato de mandato) imóvel que não teria poderes especiais para tal feito, como no
caso em tela.

O requerido celebrou um contrato de mandato com o requerente, neste sentido, vejamos o


disposto no artigo 653 do Código Civil:

artigo 653 - opera-se mandato quando algúem recebe de outrem


poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses.
A procuração é o instrumento do mandato.

conforme disposto no diploma legal, não há de se negar que o requerido de fato celebrou um
contrato de mandando tranferindo poderes ao requerente, entretanto, esses poderes que
foram transmitidos ao requerente eram poderes de caráter geral, ou seja, incluiam atos apenas
e tão somente de cunho administrativo e não para alienar bens como assim o fez, para que o
requerente tivesse poderes para dispor dos bens do requerido a lei exige uma procuração de
poderes especiais, nos termos do artigo 661 parágrafo 1° do Código Civil:

artigo 661 pará. 1° - o mandato em termos gerais só confere poderes


de aministração.

Parag. 1°: para alienar, hipotecar, transigir ou outros quaisquer atos


que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de
poderes especiais e expressos.

Dessa forma, é evidente que o requerente não tinha esses poderes especiais e nem
expressos para exorbitar da administração ordinária a que foi lhe delegada, não podia ter
alienado o imóvel, e, sem procuração especial e expressa é claro que os atos praticados pelo
requerente devem ser nulos - conforme aduz o artigo 662 do código civil.

artigo 662 - Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o


tenha sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em
cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar.
Outrossim de suma importância e também objeto desta litigância, é o que o requerente
alega serem devidos pelo requerido devido ao 5% (cinco por cento) do valor da venda,
totalizando R$50.000,00 (cinquenta mil reais) pelo esforço que fez - fazendo vale a cláusula de
remuneração e outros R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) referente a devolução do sinal em
dobro, o que totaliza o valor de R$ 90.000,00 (noventa mil reais).

Porém, o débito alegado pelo requerente deve ser considerado improcedente, pois, a luz do
artigo 675 do código civil, a remuneração do mandatário deve ser satisfeita pelo mandante,
que, no caso em eígrafe é o próprio requerente.

artigo 675 - O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações


contraídas pelo mandatário, na conformidade do mandato conferido,
e adiantar a importância das despesas necessárias à execução dele,
quando o mandatário lho pedir.

Assim sendo, não há de se falar em inadimplemente do requerido.

IV - DOS PEDIDOS

Ante ao exposto pede-se:

1) a concessão dos benefícios da gratuidade processual, devido ao requerido ser considerado


hipossuficiente nas acepções do artigo 5° inciso LXXIV da CF e 98 do CPC;

2) a improcedência total da ação de cobrança, devido aos atos praticados pelo requerente
serem ineficazes por não ter um contrato de mandato especial;

3) a condenação do requerente ao pagamentos das custas processuais e honorários


sucumbenciais em 20% sob o valor da causa;

Dá-se a causa o valor de R$ 90.000,00 (noventa mil reais).

Nesses termos, pede e espera deferimento.


Guariba, 04 de Novembro de 2022

Flávia Ap. Quintino

RA: 013.2810

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