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Finanças Públicas

Aula de 4 Outubro 2012

FINANÇAS PÚBLICAS:
- Designam a actividade económica de um ente público tendente a afectar bens á
satisfação de necessidades que lhe estão confiadas.
- Só existem finanças públicas se existir um poder político organizado, é esta
existência que vai permitir pôr de pé o poder coactivo e determinar quais as
despesas que vão ser satisfeitas e as receitas que vão ser recolhidas. Uma
sociedade sem Estado e sem poder político também saberia quais as necessidades
para o seu bem estar social, mas isso é muito falível, pois sem um poder coactivo as
pessoas não pagariam impostos de livre vontade, dando assim origem aos borlistas.

O OBJECTO DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Tem por objecto o estudo da actividade financeira, a captação dos recursos


financeiros necessários com vista à satisfação das necessidades públicas.

- O manual do Dr. Sousa Franco aponta Finanças Públicas em três sentidos:

1. O Sentido Objectivo das Finanças Públicas:


Traduz a actividade financeira em si que é desenvolvida com vista à satisfação das
necessidades públicas.

2. Sentido Orgânico das Finanças Públicas:


Designa o conjunto de órgãos do Estado e demais entidades Públicas que têm a ser
carga a gestão dos recursos públicos com vista à satisfação das necessidades
públicas

3. Sentido Jurídico das Finanças Públicas


Estas traduzem o conjunto dos princípios e das regras que disciplinam a actividade
financeira do Estado e demais entidades públicas. (Estado está num Sentido Estrito,
num Sentido amplo equivalia falar nos demais entidades públicas).
ACTIVIDADE FINANCEIRA:
corresponde ao estudo da aquisição e utilização dos instrumentos ou meios
financeiros destinados à satisfação de necessidades colectivas, enquanto
incumbência essencial do Estado. Com vista a satisfazer as necessidades dos
indivíduos, o Estado realiza despesas com a produção de bens e a prestação de
serviços. Já as receitas resultam sobretudo de operações de troca e da cobrança de
taxas e impostos aos contribuintes.

1. Necessidades cuja satisfação incumbe ao Estado:

a) Necessidades colectivas (por exemplo, a defesa nacional e a saúde pública): a


concreta determinação das necessidades colectivas a satisfazer pelo Estado em
cada momento depende de uma opção política;

b) Necessidades colectivas e simultaneamente individuais, em que o Estado suporta uma


parte ou a totalidade do custo, sendo o preço pago pelos cidadãos inferior ao custo
efectivo do bem produzido ou do serviço prestado (por exemplo, a educação, a
saúde individual e a justiça);

c) Bens que apenas o Estado pode produzir, uma vez que, no que respeita ao seu
financiamento, dependem estritamente da imposição coactiva (por exemplo, a
redistribuição de rendimento e as políticas de estabilidade económica).

2. Necessidades cuja satisfação incumbe aos particulares:

 Necessidades individuais;

 Necessidades colectivas e simultaneamente individuais, desde que as oferta


privada dos bens e serviços sejam consideradas adequadas à satisfação das
necessidades existentes (por exemplo, a alimentação)
 Necessidades colectivas e simultaneamente individuais, mediante imposição ao
particular de obrigações de serviço público e a correlativa atribuição de uma
compensação financeira, sempre que a oferta em condições de mercado não seja
apta a satisfazer todas as necessidades: é o que acontece, designadamente, no
âmbito dos serviços de interesse económico geral, na medida em que o Estado
deve garantir a todos os cidadãos um núcleo de serviços essenciais à vida, como o
fornecimento de água, electricidade, transportes públicos e telecomunicações.

O cumprimento das obrigações de serviço público requer, assim, em alternativa, a


tradicional prestação directa pelos próprios poderes públicos ou a sua prestação por
operadores privados, mediante imposição de certos deveres.

Classificação das necessidades:

 Necessidade de satisfação activa: As necessidades de satisfação activa (ou


individuais) são um conceito económico que se refere às necessidades que exigem
dos particulares uma certa actividade em ordem a ser satisfeitas. Por exemplo a
alimentação. Pode ser cobrado um preço pela utilização dos bens ou serviços, o
que determina a existência de um princípio de exclusão (o preço exclui aqueles
que não podem pagar);
 Necessidade de satisfação passiva: satisfazem-se pela mera existência dos bens
ou serviços, pelo que beneficiam automaticamente todos os cidadãos (veja-se o
exemplo paradigmático da defesa nacional), o que determina a existência de um
princípio de não exclusão e não rivalidade. Na medida em que não pode ser
exigido aos cidadãos o pagamento de qualquer preço, a utilização passiva destes
bens ou serviços apenas pode ser financiada de forma coactiva, pelo que apenas o
Estado estará em condições de assegurar a satisfação destas necessidades,
mediante recurso aos seus meios de financiamento próprios.

FINANÇAS PÚBLICAS E FINANÇAS PRIVADAS:


 FINANÇAS PRIVADAS – falamos de três elementos.:
ð um ente privado
ð que exerce actividade económica
ð através do qual afecta bens à satisfação das suas necessidades individuais e de
satisfação activa.
“ Activa “ – porque se não formos procurar os bens, eles não vêm ter connosco

 FINANÇAS PÚBLICAS – falamos de:


ð um ente público
ð que exerce uma autoridade pública originária ou dinâmica
ð através da qual afecta bens às necessidades colectivas e de satisfação passiva.
Para além disso:
Finanças Públicas:
 As Despesas influenciam as Receitas
 As fontes de financiamento são feitas através de impostos e receitas
tributárias
 Persecução de interesses públicos e necessidades colectivas.
Finanças Privada:
 As receitas influenciam as despesas
 Prossecução do lucro

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