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As necessidades de satisfação ativa, exigem para a sua satisfação de uma certa atividade
do consumidor, vigorando o princípio da exclusão, uma vez que para a utilização delas
o produtor dos bens exige um preço.
Conclui-se que as necessidades ativas são satisfeitas com bens cujo consumo é excluível,
podendo ser rival ou irrival, podendo a estas chamar-se necessidades individuais.
Necessidades individuas
As necessidades individuas são as necessidades de satisfação ativa, uma vez que se pode
exigir um preço aos que individualmente as utilizam, pelo seu consumo, podendo
acontecer casos em que há satisfação gratuita das necessidades individuas, como
acontece no caso do serviço básico de ensino.
Bens públicos
Os bens públicos são os bens produzidos pelo Estado e que satisfazem necessidades
coletivas. Os bens públicos propriamente ditos são os que se limitam a satisfazer
necessidades coletivas, e os bens semipúblicos, que são os que satisfazem as duas
ordens de necessidades.
Necessidades de satisfação passiva
As necessidades de satisfação passiva, satisfazem-se pela mera existência dos bens, não
exigindo para a sua satisfação de qualquer atividade do consumidor, não podendo o
produtor de bens exigir pela sua utilização preço nenhum, não vigorando o princípio da
exclusão.
Os bens de satisfação passiva têm a característica de serem utilizáveis por todos
independentemente da procura, é a passividade no consumo, a qual se traduz na
impossibilidade de exclusão.
Conclui-se que as necessidades passivas são satisfeitas com bens cujo consumo é
inexcluível e irrival, podendo a estas necessidades chamar-se coletivas, uma vez que a
produção destes bens é quase sempre empreendida por uma coletividade.
Passividade no consumo
Finanças intervencionistas
Orçamento de gerência
É aquele onde se preveem as receitas que o estado irá cobrar e as despesas que irá pagar
durante o período financeiro. É, portanto, uma previsão de receitas e de despesas na
sua fase terminal de cobranças e pagamentos.
Neste orçamento entra apenas o valor que é despendido num determinado ano em
questão.
É o critério adotado em Portugal.
Orçamento de exercício
É aquele em que se preveem as recitas que o Estado irá cobrar e as despesas que irá
pagar em virtude dos créditos e das dividas que irão surgir a seu favor e contra si durante
o período financeiro. É, deste modo, uma previsão de receitas e de despesas na sua fase
inicial de créditos e de dívidas.
Neste tipo de orçamento coloca-se a totalidade da dívida.
Funções do orçamento
Relacionação das receitas com as despesas, mas dado que as receitas têm de cobrir as
despesas, tem de se fixar o limite das últimas, pois de que serviria prever receitas, se o
montante das despesas pudesse variar, pelo que as despesas de cada serviço do Estado
têm de estar fixadas, fixando o total da despesa. É através do orçamento que a cada um
dos serviços são atribuídas verbas, autorizações de gastar, ou seja, os créditos.
Fixação das despesas, dado que o orçamento das despesas é uma série de aberturas de
créditos aos serviços e, como estes têm de confinar as suas despesas aos créditos que
lhes foram assinados, o total da despesa é dado pela soma dos créditos orçamentais.
Regras do orçamento
Regra da não consignação – todas as receitas devem servir para cobrir todas as
despesas. As receitas devem ser destinadas à cobertura das despesas e não qualquer
receita afetada à cobertura de despesas em especial (artigo 16º LEO)
Despesas correntes
São as despesas que o Estado faz em bens consumíveis durante o período financeiro, ou
que se vão traduzir na compra de bens consumíveis, como também são despesas
correntes as despesas com os vencimentos dos funcionários públicos e com a aquisição
de objetos cujo uso se esgota no decurso do ano.
Despesas de capital
São as despesas que o Estado faz em bens duradouros ou que contribuem para a
formação de aforro. Despesas em bens duradouros são, por exemplo, despesas em
edifícios públicos, estradas e pontes, entre outras.
Receitas correntes
São as receitas que provêm do rendimento do próprio período, como o caso das receitas
patrimoniais, das taxas e de todo o tipo de impostos.
Receitas de capital
São as receitas que provêm do aforro, como o caso dos empréstimos que os capitalistas
concedem ao estado com o dinheiro que pouparam, como por exemplo, os certificados
de aforro.
Despesas públicas
Consistem no gasto, nas despesas dos bens por parte das entidades públicas para criar
bens que satisfaçam as necessidades públicas, como por exemplo, a construção de uma
escola, hospital ou qualquer obra pública.
Lei de Wagner
Wagner referia que as sociedades tinham uma tendência natural para o aumento das
despesas públicas, pois os povos progressivos verificam um aumento do
desenvolvimento regular da atividade do Estado e das administrações locais,
aumentando não só a importância absoluta, bem como a importância relativa dessa
atividade.
Havendo uma tendência natural do aumento das despesas públicas nas sociedades
modernas, o Estado alarga as suas atividades e consequentemente todas as funções do
Estado, tornando-se num Estado social mais preocupado com os desfavorecidos e com
maiores preocupações de justiça social que conduzia, consequentemente, a um
aumento das funções do Estado, sendo esse aumento mais proporcional nas despesas
públicas, em relação às despesas privadas, aumentando, assim, a atividade do Estado
que alargou a sua área de atuação.
Despesas compra
São despesas públicas. São as despesas que não criam rendimentos, limitando-se a
transferir poderes de compra, como acontece no caso dos subsídios e ajudas aos
empresários e agricultores.
Limitam-se a proceder a uma transferência de recursos, transferindo poderes de compra
para novas entidades, tanto públicas como privadas.
Despesas produtivas
O Estado produz bens através dos serviços que presta e que visam a satisfaçam de
necessidades coletivas, referindo-se a qualquer tipo de bens que o Estado produza.
Despesas reprodutivas
Multiplicador candesiano
Défice de tesouraria – o Estado recorre ao crédito por défice de tesouraria quando esta
se encontra numa situação deficitária. Ao longo do período financeiro os montantes das
cobranças não coincidem com o montante dos pagamentos, havendo momentos em
que nos cofres públicos as receitas serão superiores, e outros em que as receitas serão
inferiores, aos pagamentos que nesses momentos se terão de efetuar.
Em determinadas alturas o Estado recorre ao crédito porque os seus fundos são
insuficientes para ocorrer aos pagamentos em situações de défice, tratando-se de um
défice transitório, passageiro, daí que o Estado recorre ao crédito para contrariar o
défice de tesouraria.
São aqueles que são para sempre, em que o Estado fica obrigado a pagar um
determinado juro anual, não estando obrigado a proceder ao reembolso do capital,
ficando com a faculdade de efetuar o reembolso quando quiser.
Nos casos em que o Estado reembolsa quando quiser, estamos perante empréstimos
perpétuos remíveis; quando o estado não goza da faculdade de efetuar o reembolso,
mas está a pagar os juros anuais, estamos perante empréstimos perpétuos irremíveis.
Empréstimos temporários
São aqueles em que o Estado além de pagar um juro assume a obrigação de reembolsar
o capital emprestado. Atendendo ao momento em que ocorre o reembolso, estes
empréstimos poder ser de quatro modalidades.
Rendas vitalícias
Como o nome indica são empréstimos em que o Estado se obriga a pagar uma renda
anual ao seu credor enquanto este for vivo e é através da renda que o reembolso se
efetua. Se alguém empresta 100 milhões ao Estado, com a obrigação de lhe pagar por
toda a vida uma renda anual que compreenda, além do juro, a quota de amortização do
capital, por conseguinte, a renda será maior ou menor consoante for a duração do
credor.
Empréstimos voluntário
Estes tipos de empréstimos dependem de um ato livre de vontade do credor, que adere
ao pedido formulado pelo Estado. Nestes empréstimos empresta quem quer e não
empresta quem não quer.
Empréstimos forçados
Caracterizam-se pela prática unilateral por parte do Estado que exige que os particulares
lhe emprestem dinheiro.
Em alguns casos o Estado exige, e quando o Estado exige até empresta quem não quer,
estamos perante empréstimos forçados.
Taxa de juro
Os empréstimos públicos são representados por títulos e esses mesmos títulos têm de
ser emitidos.
Emitir títulos de empréstimos públicos é emitir documentos de onde consta uma
promessa de pagar uma certa importância por um ano, o rendimento dos títulos, e de
pagar uma certa e determinada importância, numa determinada data, atendendo ao
prazo, se o empréstimo for temporário, ou quando o estado decidir o reembolso, se o
empréstimo for perpétuo e remível.
Essa outra importância é o valor nominal, o valor que se encontra inscrito no título que
o Estado se obriga a entregar quando tiver ou quando quiser reembolsá-lo.
O juro, dado que os empréstimos são emitidos, pode ser igual ou inferior ao juro
corrente no mercado. O juro corrente no mercado é de 5%, sendo que quando falamos
em juro corrente no mercado referimo-nos ao juro corrente para empréstimos que
ofereçam garantias equivalentes àquelas que o Estado dá aos seus credores.
O Estado tendo por detrás de si a coletividade de contribuintes merece mais confiança
do que a quase totalidade dos particulares e como um dos elementos determinantes do
juro é o risco de não pagamento, acontece em regra que a taxa de juro corrente para a
generalidade dos empréstimos privados é mais alta que a taxa de juro para os
empréstimos com as mesmas garantias e condições contraídos pelo Estado.
O Estado quase obriga os capitalistas a lhe emprestarem dinheiro por dois motivos:
porque pretende obter dinheiro mais barato do que o juro corrente no mercado e
porque apesar de o Estado se dispor a pagar o juro corrente aos capitalistas, esses
capitalistas discordam com a orientação política do Governo, mas mesmo assim o
Estado consegue esses empréstimos porque raras as vezes os contribuintes o fazem por
sentimentos patrióticos.
Vantagens de emissão desses empréstimos
Prémios de reembolso – são títulos emitidos por valor inferior ao valor nominal e que
os credores ficam com o direito a receber mais no futuro do que aquilo que pagam no
presente, sendo essa diferença o prémio de reembolso.
Prémios de amortização – o Estado paga todos os anos alguns dos títulos a um valor
superior ao seu respetivo valor nominal, sendo essa diferença que constitui o prémio de
amortização.
Dívida fundada é aquela que resulta dos empréstimos perpétuos e dos temporários, a
médio e a longo prazo. Se os empréstimos são perpétuos a dívida diz-se consolidada; se
os empréstimos são temporários, mas contraídos a médio e alongo prazo, então a dívida
diz-se amortizável.
Dívida flutuante é a que resulta dos empréstimos temporários a curto prazo. São
contraídos para suprir défices momentâneos de tesouraria e a sua amortização ocorre
durante o período orçamental em que foram contraídos.
Sistemas de amortização
Caixas de amortização ou caixas price – o Estado cria uma caixa, dá-lhe autonomia
financeira e atribuí-lhe dotação para proceder à compra de títulos da dívida pública. Os
títulos comprados pela caixa podem ficar na mão dela a render ou podem ser por ela
destruídos. O Estado atribui uma dotação a essa mesmo caixa que irá utilizar na compra
de títulos da dívida pública.
Saldos orçamentais – o Estado reembolsa todos os anos dívida mediante os saldos que
a execução do orçamento lhe proporciona, ou seja, mediante o excedente das receitas
efetivas cobradas sobre as despesas efetivas pagas, o que significa renunciar à
regularidade da amortização, uma vez que não há excedentes todos os anos. O
excedente tem acontecido nos últimos anos, mas a regra é não haver excedente
orçamental.
O Estado recolher receitas com os impostos, sendo que no caso de o Estado precisar vai
recorrer aos cidadãos e empresas.
Nos impostos obrigacionistas o Estado tem o papel de devedor, está na posição de dever
a quem lhe emprestou, os credores. O Estado para pagar o juro e o reembolso paga com
o dinheiro dos contribuintes através dos impostos, dendo que o maior volume das
receitas efetivas que qualquer Estado tem deriva dos impostos.
Imposto
Os impostos são uma prestação patrimonial definitiva e unilateral, não conferindo o seu
pagamento o direito a qualquer contrapartida específica ao contribuinte.
É estabelecido por lei a favor de uma pessoa coletiva de direito público sem o caracter
de sanção para atingir os fins públicos, o sujeito ativo é um ente publico e a sua
repartição obedece ao princípio da igualdade tributária, que se caracteriza na
generalidade e na uniformidade dos impostos.
As receitas dos impostos criam serviços públicos que satisfazem necessidades coletivas.
São estaduais os impostos que tenham como sujeito ativo o Estado. Em contrapartida
os impostos não estaduais são todos aqueles em que o credor é uma pessoa coletiva de
direito público, mas não o Estado.
Atendendo ao seu campo de aplicação, são impostos gerias aqueles que são de
aplicação nacional, e serão impostos locais aqueles que são de aplicação, por exemplo,
numa autarquia.
São impostos pessoais aqueles que tributam a riqueza, o rendimento, levando em conta
a situação do contribuinte, ou seja, atendem às condições particulares, à
particularidade, das pessoas.
Já os impostos reais são aqueles que incidem sobre a matéria coletável, objetivamente
determinada, abstraindo-se dos condicionalismos económicos do sujeito que vai pagar
esse mesmo imposto.
Os impostos periódicos são aqueles que são proprietários do bem, são impostos
duradouros, como por exemplo o proprietário de um imóvel.
Os impostos de obrigação única são por exemplo a importação de uma mercadoria ou
o consumo/compra de um determinado bem.
Momentos da técnica tributária