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FINANÇAS PÚBLICAS

LIVRO: lições de finanças públicas de José Ribeiro.

Quando se fala em finanças diz-se que os meios, instrumentos financeiros para se


utilizar na compra de produtos e de serviços. O Estado realiza despesas para produzir bens e
para produzir necessidades, o Estado tem despesas e as suas finanças destinam-se a
satisfazer necessidades coletivas. Para satisfazer essas necessidades coletivas, tem que ter os
seus meios de financiamento, ao contrário das finanças privadas, em que através da venda
dos seus produtos ou serviços, recebem os preços desses mesmos bens e serviços. As
empresas privadas, em princípio tem perspetiva ao lucro, tentando sempre uma diminuição
dos respetivos custos. Pelo contrário, o Estado, não tem em perspectiva o lucro, presta
determinados serviços com a finalidade de serem úteis para a sociedade, como por exemplo
as estradas, o exército, os meios de comunicação, a segurança, a defesa, etc…, nunca tando
em perspetiva o lucro.
Os bens públicos, são bens que o Estado e outros entes públicos, afetam à satisfação
de necessidades. Estes bens, satisfazem necessidades coletivas em quanto que os bens semi-
públicos satisfazem simultaneamente necessidades coletivas e necessidades individuais
como, por exemplo, a administração da justiça.

Os bens públicos têm as seguintes características:


• primeira, prestam utilidades indivisíveis;
• segunda, não são suscetíveis serem utilizados por um só indivíduo, traduz-se na
impossibilidade de exclusão, isto quer dizer que os bens públicos não são exclusivos,
ninguém pode ser privado da sua utilização;
• terceira, não são bens emulativos, isto quer dizer, para usufruir das vantagens da sua
utilização, os sujeitos não entram em concorrência uns com os outros, o mesmo é dizer ir-
rivalidade o consumo de um bem não se pode dividir pelos utentes, sendo o consumo
indivisível, ele é igualmente não rival, no sentido de que a utilização do bem por A, nação
impede ou prejudica a sua utilização por B.

As características dos bens públicos, complementam-se umas às outras e o exemplo mais


característico que temos é o farol, como também pode ser o exército de defesa de um país.

O Estado produz três categorias de bens:


• bens que só satisfazem necessidades coletivas;
• bens que satisfazem, além de necessidades coletivas, necessidades individuais
gratuitamente ou a preço inferior ao seu respetivo custo, como por exemplo o ensino,
• bens que satisfazem, além de necessidades coletivas, necessidades individuais a
preço igual ao custo ou a preço superior ao custo mas inferior ao que no mercado se
estabeleceria caso a oferta pertence-se a empresas privadas.

Os bens produzidos pelo Estado que satisfazem necessidades coletivas são sempre bens
públicos,, simplesmente acabamos de ver que esses bens ou muitos deles, satisfazem ao
mesmo tempo necessidades de satisfação ativa daí que se possa distinguir entre bens
públicos propriamente ditos os que se limitam a satisfazer necessidades coletivas e bens
semi-públicos, os que satisfazem as duas ordens de necessidades, assim é público o serviço
de doenças contagiosas e é semi-público o da administração da justiça.

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Os meios de financiamento do Estado são:
• os preços: os preços dos próprios bens que o Estado produz, oferece e vende; O Estado
produz, geralmente, um grande património do direito privado, que ele administra como
qualquer particular terrenos, empresas públicas e muitas vezes tem como finalidade
imediata o lucro, também possui ações e obrigações de empresas daí resultam
rendimentos líquidos que podem ser destinados à cobertura das despesas com a satisfação
de necessidades coletivas. Estado produz bens semi-públicos e muitas vezes cobra preços
pela sua utilização individual.
• empréstimos: uma coisa é contrair o empréstimo que o Estado pode proceder
acidentalmente para fazer face a determinadas despesas, outra seria o recurso sistemático
ao crédito, às receitas creditícias , não só para cobrir todos os anos o grosso das despesas
com os bens públicos e semi-públicos mas ainda para pagar os juros dos empréstimos
anteriores, hoje em dia o recurso aos empréstimos, as receitas creditícias são uma prática
corrente.
• receita dos Estados (impostos): o imposto é o principal meio de financiamento do Estado,
visto que o Estado goza do poder de império, constrange os cidadãos a contribuir,
independentemente, de qualquer procura da parte deles para a satisfação das necessidades
coletivas, exige unilateralmente sem dar nada específico em troca, uma parcela dos seus
rendimentos são os impostos que os cidadãos pagam. Estamos a falar das falar das
finanças públicas, das finanças do Estados ao contrário das finanças privadas como
qualquer empresa privada produz bens, tem despesas , tem de financiar essas despesas e
tem que ter os seus meios de financiamento, dinheiro do dono da empresas ou dos seus
sócios ou também pode recorrer a um empréstimo à receitas crediticias como também
recorre o Estado.

Finanças positivas: estas finanças é a ação desenvolvida pelo estado para a satisfação de
necessidades coletivas.

Finanças normativas: é a ação mais adequada para a satisfação de tais necessidades, através
de um conjunto de regras ou normas que constituem a política financeira, daí tratar-se
também de finanças normativas.

Finanças neutrais, neutras ou clássicas: correspondem ao liberalismo económico do século


19 e início do século 20, em que o Estado não devia cobrar receitas e pagar despesas afim de
alterar a procura e a oferta. Estas finanças, estão ligadas a economistas como Jan Baptiste
Say, Adam Smith e estes economias clássicos consideravam que o Estado deveria abster-se
no domínio economia, permitindo que as iniciativas individuais, a concorrência e as leis do
mercado se deviam desenvolver livremente, a atividade do Estado devia confinar-se à
segurança, à ordem pública, à justiça como também à diplomacia.
Estas finanças caracterizam-se por quatro princípios:
• Privatização da economia: o Estado devia simplesmente criar as condições para manter a
sociedade organizada, defendia a iniciativa privada como também a propriedade privada.
• Setor público reduzido: o Estado devia abandonar as atividades produtivas alienando boa
parte do seu património, via o Estado como mau gestor/administrador.
• Princípio do mínimo: o Estado devia intervir o mínimo possível como também a atividade
financeira devia absorver a menor parcela possível do rendimento nacional.

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• Simplicidade das finanças públicas: os impostos eram uma receita típica de período
liberal, segundo o principio do equilíbrio orçamental em que as despesas totais deveriam
ser iguais às receitas normais.

Finanças intervencionistas: finanças que pretendem modificar as condições da economia


privada. Nestas finanças, o Estado pretendia através delas três grandes objetivos:
• Redistribuição do rendimento e da riqueza, a favor daqueles que têm os rendimentos mais
pequenos para isso vai o Estado, transferir rendimentos para os pobres, para os mais
desfavorecidos ou organizar serviços que esses mais desfavorecidos beneficiem.
• Estabilidade económica: isto é, estabilidade dos preços e do emprego, o Estado procura
atenuar as fases de depressão ou receção que vícios do sistema capitalista.
• Desenvolvimento económico: isto é, o aumento do rendimento ponteia a longo prazo de
modo, que se possa aumentar o mais possível do rendimento per capita.

Estas finanças foram fortemente influenciadas por Keynes, para tentar corrigir os
desequilíbrios económicos. Nos dias de hoje, muitas vezes em vez de finanças
intervencionistas falam-se em finanças funcionais para traduzir a ideia de que a escolha
desses instrumentos, a escolha das receitas e despesas públicas devem basear-se na maneira
como cada uma delas funciona nos efeitos que exerce sobre a economia nacional, ao
contrário das finanças neutrais o Estado abandona a posição de abstenção, através das
finanças intervencionistas o Estado utiliza instrumentos de políticas económicas.
As finanças intervencionistas também podem ser designadas por finanças funcionais para
traduzir a ideia de que a escolha desses instrumentos são eficazes em determinadas alturas e
para o Estado tomar as decisões certas tendo em atenção o bem-estar social.

Orçamento do Estado: o orçamento é um documento onde as receitas e as despesas se


encontram previstas. É uma previsão anual das despesas a realizar pelo Estado e das receitas
que as ao de cobrir incorporando a autorização concebida à administração financeira para
cobrar receitas e realizar despesas, limitando os poderes financeiros da administração de
cada ano. - artigo 105º, 106º e 107º da CRP.

Artigo 9º, 32º, 36º, 58º (n4 - duodécimo: ) da lei de enquadramento orçamental

O Orçamento da Gerência é aquele em que se prevê as receitas que o estado irá cobrar mas
despesas que irá pagar durante o período financeira. É, portanto, uma previsão de receitas e
de despesas na sua fase terminal de cobranças e de pagamentos.
O nosso orçamento é de gerência e escrevem somente as receitas ou as despesas relativas
desse ano, se for uma despesa só a despesa efetiva paga esse ano, se for um crédito de 100
milhões de euros a receber em dois anos, escreve-se 50 milhões em cada ano.

O Orçamento do Exercício é aquele em que se prevê as receitas que o Estado irá cobrar e as
despesas que irá pagar em virtude dos créditos e das dívidas que irão surgir em seu favor e
contra si durante o período financeiro. É, portanto, uma previsão de receitas e de despesas
na sua fase inicial de créditos e de dividas.

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Funções do Orçamento do Estado:
• Relação das receitas com as despesas , mas se as receitas tem de cobrir as despesas então
há que fixar o limite dessas últimas. Na verdade de que serviria prever receitas se o
montante das despesas pudesse variar o total das despesas é a soma das despesas de todos
os serviços do Estado de modo que se as despesas de cada um dos serviços estiverem
fixadas estará fixado o total da despesa, mas é através do orçamento que a cada um dos
serviços são atribuídas verbas autorizações de gastar, isto é, são os chamados créditos.
• Fixação das despesas: o orçamento das despesas é assim uma serie de aberturas de
créditos aos serviços e como estes têm de confinar as suas despesas aos créditos que lhes
foram assinados, o total da despesa é dado pela soma dos créditos orçamentais.
• Exposição no plano financeiro: o orçamento representa o próprio programa financeiro, é
nele que se concretiza o plano da administração, o desenvolvimento que se vai dar ou as
restrições que se irão colocar à atividade dos serviços, bem cimo a importância dos
recursos que se vão transferir do setor privado para o setor público.

Art. 58º n.4 da CRP.

Regra da especificação: as receitas e as despesas podem sor secretas no mesmo documento


mas de uma forma descriminada, porque se as receitas e as despesas fossem escritas de uma
forma global e não de uma forma descriminada, o orçamento não nos indicaria as diversas
fontes, onde o Estado tira os seus recurso nem os gastos que cada serviço público há de
realizar. - artigo

Regra da não compensação: as receitas e as despesas que devem inscritas no orçamento sem
qualquer compensação ou desconto, o que traduz que as receitas e as despesas devem ser
todas orçamentadas. Se as receitas fossem compensadas pelas despesas, não era possível
fixar o montante exato das despesas. > artigo 15 da lei do enquadramento.

Regra da não consignação: todas as receitas devem servir para cobrir todas as despesas. As
receitas devem indiscriminadamente ser destinadas à cobertura das despesas e não qualquer
receita afetada à cobertura de despesa em especial. > art. 16 da leo & art. 105º n.4 da CRP.

CASO PRÁTICO:
O Estado conta arrecadar a receita de um determinado imposto 100 milhões de euros. Sendo
que desses 100 milhões, 50 milhões de euros irá prescrever no orçamento em 2023 e os
outros 50 milhões de euros no orçamento 2024.

Despesas correntes: estas despesas são as despesas que o Estado faz em bens consumíveis
durante o período financeiro, o que vão traduzir-se na compra de bens consumíveis. Como
tampem são despesas correntes, as despesas com os vencimentos dos funcionários públicos
e com a aquisição de objetos cujo uso se esgota no decurso do ano, como papel, luz,
eletricidade, água, etc.

Despesas de capital: estas despesas são as que o Estado faz em bens duradouros ou que
contribuem para a formação de aforro. Despesas em bens duradouros como as despesas em
edifícios públicos, estradas, pontes, aeroportos, portos, etc.
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Receitas correntes: são as que provem do rendimento do próprio período é o caso das
receitas patrimoniais, das taxas e todo o tipo de impostos.

Receitas de capital: são as que provém do aforro, é o caso dos empréstimos que os
capitalistas concedem ao Estado com o dinheiro que pouparam. Ex: certificados do aforro.

Em 31 de dezembro encerramento da conta. Em 31 de dezembro cessa o período financeiro


o que no orçamento fora uma previsão ao fim de tudo vai ficar vos uma conta, uma conta de
despesas pagas e receitas cobradas. Há a conta de todas as despesas pagas e de todas as
receitas cobradas durante o período é conta da gerência. Se fosse as despesas pagas e as
receitas cobradas em virtude das dividas e dos créditos nascidos num determinado período é
conta do exercício.

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