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O MERCADO DE PANIFICAÇÃO E O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O MERCADO DE PANIFICAÇÃO E O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O MERCADO DE PANIFICAÇÃO E O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Área de concentração:
__________________________________________________________________
Prof. Dr. Luciel Henrique de Oliveira - Orientador
__________________________________________________________________
Profa. Dra. Érica Passos Baciuk
__________________________________________________________________
Prof. Dr. Diogo Fleury Azevedo Costa
An immense range of studies points out that, around the world, companies,
Governments and consumers have been concerned with the security of a gift and a
sustainable future for the planet. In this way, the research aims to contribute to the
development of the bakery market in the region of São João da Boa Vista, extending
the knowledge relative to the subject and analyzing the consumer market to propose
new strategies with respect to the placement of products in the face of a constantly
changing consumer aspects. The theoretical details about issues, sustainable
development and the history of bread making a interrelation between them, so as to
lead the reader to a greater understanding of what the research is proposed, that is,
provide data on the consumption of bread in São João da Boa Vista, how the
behavior of consumers in relation to the subject sustainability, their habits and ways
of thinking, aiming to list business opportunities for the bakery industry in the
municipality. The data collection instrument used for this research applied to
exploratory nature, and quantitative basis, featured 20 questions and the collection
and subsequent processing of data showed that consumers of São João da Boa
Vista care about environmental issues, but their habits contradict this concern. For
this reason, the research points out that numerous marketing strategies can be
developed to generate greater growth for this industry. Among these strategies are
the actions that seek to meet the expectations of consumers regarding the quality of
the products, the impact of these on health, the price, and the environmental impact
of packaging.
Tabela 1: Teste chi-quadrado (x²) para Valor médio gasto na compra de pães ....... 61
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 14
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................................................. 48
4 RESULTADOS ..................................................................................................................................... 52
APÊNDICES ............................................................................................................................................ 88
1 INTRODUÇÃO
uma barreira: que é vender produtos saudáveis, que não agridam o meio ambiente,
sem deixar de ter lucro.
A partir de uma tomada de consciência cada vez mais latente por parte dos
governantes e instituições que buscam um desenvolvimento mundial mais
sustentável, e de discussões políticas e econômicas geradas nas grandes
conferências mundiais sobre o clima e meio ambiente, as empresas se tornam alvo
de maior fiscalização, sendo pressionadas a se tornarem “verdes”(LAVILLE, 2009).
Considerando um processo produtivo com menos aditivos químicos, que não
prejudiquem os recursos naturais existentes, os custos de produção aumentam.
(ELL, 2012)
Assim, fica a questão: Como repassar este custo para os consumidores de
forma que os mesmos valorizem e aceitem pagar mais caro por um pão mais
saudável e feito por uma empresa que contribui para o desenvolvimento
sustentável?
1.2 Justificativa
1.4 Objetivos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Ainda segundo este autor, nessa época, havia uma estreita relação entre
quem produzia e o consumidor, sendo fácil conhecer os clientes. O permanente
contato entre produtor/cliente permitia um monitoramento constante das
necessidades e dos interesses dos clientes. Isto fazia com que o fornecedor (neste
caso o próprio produtor), conhecesse bem o seu cliente, suas necessidades e seus
anseios. Gradativamente, a partir da evolução da produtividade, de uma escala
artesanal para industrial, o cliente passou a ser uma figura estranha a quem
produzia.
Inicia-se, verdadeiramente, o processo de perda de foco no cliente. É quando,
em fins da Idade Média (século XIV), na Inglaterra, acontecia a transição do
feudalismo para o capitalismo.
para a perda de contato entre o produtor e o cliente final. Com o passar do tempo,
houve um agravamento deste processo. O comércio cresceu, tornou-se cada vez
mais complexo. Entre o produtor e o cliente final estabeleceu-se uma interminável
rede de intermediários (ALMEIDA, 2009).
À medida que o tempo passava, as empresas se distanciavam cada vez mais
dos clientes. O clímax foi atingido na Era do Produto.
Na Era do Produto, as empresas perderam totalmente o foco na razão de ser
de todo e qualquer negócio, o cliente.
Almeida (1995) afirma que após a segunda guerra mundial é uma boa
referência da “Era do Produto”. Em 1945, os Estados Unidos, como principal país
aliado, assumiram o comando do mundo, seja nos aspectos políticos e/ou
econômicos. A economia mundial voltou a crescer de forma significativa, entrando
numa era de euforia consumista.
Após a segunda guerra tudo que se fabricava era consumido. Era muito fácil
vender. Então, as empresas passaram a produzir o máximo possível; o importante
era produzir em grande escala, o que importava era a quantidade a ser produzida. A
qualidade não era importante. Bom ou ruim, o produto tinha um mercado fácil e
assegurado (ALMEIDA, 1995).
Dessa forma, as empresas tinham como premissas a importância da
produção, a venda de tudo que se produzia, deixando de se preocupar com a
qualidade e o custo de produção. A principal concorrência da empresa era ela
mesma, ou seja, a sua capacidade de produção;
Nesse ambiente empresarial, o cliente não tinha muita importância, era
mesmo ignorado. Para ter sucesso, bastava a empresa voltar-se para dentro, para a
produção, para o produto (ALMEIDA, 2009).
O cliente era um mal necessário; não tendo voz nem vez. E era um
consumidor feroz; desprovido de senso crítico.
Na Era do Produto quem ditava as regras eram as empresas. Estas faziam o
que queriam, como queriam e quando queriam. Assim, restava ao cliente aceitar o
que era oferecido, da forma que as empresas pensavam ser amais correta, ou
ainda, mais lucrativa (ALMEIDA,1995).
Um forte exemplo de como a produção em massa descartou os pequenos
produtores e artesãos que atendiam seus clientes na janela da casa onde produziam
23
a Segunda Guerra Mundial, quando o Japão foi destaque, visto que destroçado e
humilhado, sob a tutela do governo americano, se reergueu, sob dois grandes
pilares: a educação e a qualidade. (LIPOVETSKY, 2009)
Na década de 70, os produtos japoneses, que apresentavam qualidade e
preço baixo, ou seja, eram altamente competitivos, já estavam em todo o mundo, o
que incomodava países industrializados de primeiro mundo, que já não conseguiam
distribuir seus produtos pelo mundo com tanta facilidade. (GASPARETTO JUNIOR,
s.d.)
Começaram a existir barreiras comerciais, que visavam garantir um tempo
para as indústrias desses países se adequarem e voltarem a competir no mercado
internacional.
Nesse ambiente, segundo Huberman (2010), o cliente foi o mais beneficiado
em meio a estas crises, pois ganhou em qualidade e preço em todos os produtos
que consumia. Além disso, foi a partir daí que o cliente ganhou ainda mais força
para exigir mais das empresas, e desde então, as empresas estão sempre a buscar
a opinião de seus clientes e procurando melhorar a qualidade de seus produtos,
visando agradar a seu público consumidor. Na década de 80, esta mentalidade
prevaleceu e nos anos 90, ela se estendeu para o campo dos serviços, buscando
assegurar que os clientes passassem a ser mais fiéis às suas marcas preferidas.
(GASPARETTO JUNIOR, s.d.)
Dentro desse cenário, muitos fatores contribuíram para a mudança de
comportamento dos consumidores em todo o mundo, passando de uma posição
passiva, para a que vemos até hoje, mais ativa e exigente, centralizadora das
atenções das empresas (LIPOVETSKY, 2009).
Uma série de fatores, de forma conjunta, vem influenciando progressivamente
o “despertar” do cliente. Entre eles pode-se elencar o fim da segunda guerra mundial
e o ambiente mercadológico ocorrido neste momento da história, o fim de algumas
ditaduras pelo mundo, inclusive no Brasil, a globalização da economia, e a mesma
sendo gerida em blocos, o desenvolvimento cada vez mais acelerado da
comunicação, através da internet e suas redes sociais, criação de Entidades de
Defesa do Consumidor, etc.
Com isso, a situação muda e agora são as empresas que precisam buscar os
clientes e fazer com que estes se tornem fiéis consumidores de suas marcas.
Atualmente, não é diferente a situação das empresas, as mesmas precisam cada
25
vez mais atrair seus clientes. Para isso, faz-se necessário que entendam o perfil do
consumidor que querem atingir. Por este motivo, passa-se agora a explorar, dentro
desta pesquisa o consumo em sua caracterização atual.
A palavra em voga em todo mundo, na qual está centrada toda uma gama de
estudos e comportamentos é ‘Sustentabilidade’. Mas o que esta palavra significa,
tendo em vista que a mesma é utilizada em todos os meios, sejam eles corporativos,
na política pública, na educação, na economia. O termo “sustentável” é originado do
latim “sustentare”, que é o mesmo que sustentar, favorecer, conservar (FERREIRA,
2010).
Esta palavra tão difundida no mundo hoje, iniciou sua saga de propagação a
partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente- United Nations
Conference on the Human Environment (UNCHE), que aconteceu na cidade de
Estocolmo, em junho de 1972; onde o tema do meio ambiente, a preservação da
vida humana, e outros assuntos relacionados ganharam maior importância.
(FELDMANN, 2005)
No Brasil, o tema ganhou mais relevância a partir da realização em 1992, da
ECO (Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento), no Rio de Janeiro, na
qual os principais resultados obtidos foram, segundo Feldmann e Crespo (2003):
Agenda 21 – Diretrizes para o desenvolvimento sustentável a longo
prazo, a partir de temas como: desmatamento, lixo, clima, água, desertos,
biotecnologia, entre outros.
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O planeta está chegando num ponto cada vez mais crítico, observando-se
que não pode ser mantida a lógica prevalecente de aumento constante do
consumo. Já se verificam os seus impactos no plano ecológico global. (...)
O que significa, portanto, promover uma política de consumo sustentável
que leve em conta três eixos – a realidade dos limites ecológicos da Terra,
de um lado, e de outro, que promova justiça social e seja politicamente
viável?
Nos últimos anos, houve alguns avanços na forma de pensar e agir. O
grande desafio é de influenciar e modificar o pensamento das pessoas em
relação ao consumo. (JACOBI, 2006)
Kotler e Keller (2006) tem como diretrizes básicas o que é chamado de quatro Ps
sendo estes Produto, Preço, Praça e Promoção.
O desempenho de uma marca ou produto no mercado depende diretamente
da maneira como ele está posicionado, quando se fala em produto não está
limitando o conceito a um bem tangível. No ponto de vista de marketing um produto
pode ser um lugar, uma ideia, uma marca e uma prestação de serviço
(KOTLER,2009).
O preço não está somente ligado a questão de ser barato ou carro para o
cliente, a questão é o quanto o cliente está disposto a pagar pelo determinado
produto ou serviço. O estudo do preço não se limita no custo, acaba tomando
dimensões sociais e culturais.
A praça seria onde o produto ou serviço será comercializado, está relacionada
à demarcação dos clientes. Uma praça não se limita apenas em lugares físicos se
for avaliada a questão do mercado virtual onde a praça são os internautas
(KOTLER; KELLER 2006).
A promoção de vendas, a propaganda, a força de vendas, as relações
públicas e o marketing direto fazem parte do processo de evolução da marca ou
produto e é um item muito relevante para o sucesso em um mercado competitivo e
com forte concorrência.
Entre os produtos mais consumidos pelos brasileiros os alimentos
representam um significativo mercado consumidor. A propaganda funciona como um
condutor de comunicação entre produto e o consumidor que busca satisfazer suas
necessidades e desejos de alimentos. Adicionalmente, o marketing estuda a
influência e a relevância de diversos elementos que possam captar o cliente
(PORTILHO, 2010).
Para isso, são veiculadas tabelas que informam valores nutricionais nos
rótulos dos alimentos, devendo ser claras e corretas, de forma que o consumidor
possa optar conscientemente por um produto em detrimento de outros que lhe sejam
menos favoráveis nutricionalmente(SCAGLIUSI, s.d.)
A diferenciação dos produtos do gênero alimentício tem sido uma das
principais estratégias utilizadas pelas indústrias de alimentos no Brasil na tentativa
de serem reconhecidas pelos consumidores. Uma importante forma de diferenciação
de produtos empregada pela indústria alimentícia de acordo com Roberfroid (2007) é
o marketing nutricional, que constitui uma estratégia relativamente inovadora, cuja
33
Quinua
Grão fonte de proteínas, minerais, vitaminas B2 e E. Fornece excelente
equilíbrio de aminoácidos, sendo uma das melhores fontes de proteína vegetal.
Gérmen de trigo
Fonte de vitaminas E, B1, ácido fólico e minerais como magnésio e zinco. É
um poderoso antioxidante para a saúde do coração e o sistema imune. A gordura
predominantemente poli-insaturada auxilia na redução nos níveis de LDL-colesterol.
Aveia
Fonte de fibras solúveis, de minerais e de vitaminas. Proporciona efeitos
benéficos sobre o colesterol, a pressão arterial, a glicemia, a saciedade e saúde
gastrointestinal.
Clorofila
Pigmentos presentes na maioria das plantas. Estudos atribuem a esses
extratos vegetais atividades antioxidantes, antimutagênicas e anticarcinogênicas.
Linhaça
Fonte de ômega 3 e fibras solúveis que auxiliam na redução do colesterol.
Possui fibras insolúveis que contribuem para o bom funcionamento intestinal e
prevenção da prisão de ventre.
Suco de uva
Fonte de flavonoides, que aumentam a concentração de antioxidantes no
sangue, melhorando o estado de coagulação.
Atum e salmão
Fontes de ômega-3, que tem efeito favorável sobre níveis de triglicerídios,
pressão sanguínea, prevenção de câncer, redução da incidência de arterosclerose e
efeitos positivos em desordens da pele e doenças como depressão. (INSTITUTO
ADOLFO LUTZ, 2008)
36
que o pão nunca saiu da mesa das famílias, em nenhuma época ele deixou de ser
consumido.
forma, pão sovado, baguete comum, pão de milho, rosca, pão careca, baguete
recheada, pão de coco e pão com frios.
De acordo com Keh e Pang (2010), as alterações nesse mercado devem-se
às mudanças nos consumidores que pressionaram o varejo por inovações
propiciando inovações tecnológicas, novas ofertas de produtos e serviços e
reestruturações organizacionais incluindo fusões e aquisições das redes varejistas,
levando a diversas implicações em marketing como a alteração de estratégias das
empresas, buscando maior produtividade e alteração na relação do varejista com a
indústria, sendo o primeiro muitas vezes grande detentor de poder na negociação
(PORTER; KRAMER, 2006; PASTORE, 2005; SCHWARTZ, 2000 e 2003)
O setor de panificação vem aumentando a oferta de produtos que vão ao
encontro dos anseios dos consumidores, que, como já visto anteriormente, buscam
por produtos que satisfaçam suas necessidades (SILVA, 1999).
Desta forma, encontram-se hoje no mercado, tanto fabricados pelas próprias
padarias, como advindos da indústria do setor e também amplamente oferecidos nas
gôndolas de supermercados, variedades de pães que oferecem em sua composição
elementos que trazem vantagens para a saúde e qualidade de vida dos
consumidores. Pode-se encontrar em padarias, supermercados ou mesmo lojas de
conveniência, hoje em dia, pães integrais com cereais e grãos, buscados
principalmente por aqueles que estão preocupados esteticamente e fisiologicamente
com seu corpo. (ROBERFROID, 2007)
48
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.2 Participantes
Mercado de Panificação:
A Panificação está entre os seis maiores segmentos industriais do país e
busca novos desafios e tecnologias que permitam sua afirmação definitiva como
setor de relevância no cenário econômico. Constitui-se, em sua maioria, por micro e
pequenas empresas, apresentando faturamento anual estimado em R$ 44,98
bilhões, conforme levantamento realizado pela Associação Brasileira da Indústria da
Panificação e Confeitaria em 2008 (ABIP, 2014).
Para esta pesquisa, mercado de panificação é todo e qualquer
empreendimento que visa atender a demanda por produtos de panificação, ou seja,
de pães, e de confeitaria.
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Perfil do consumidor:
O consumidor foi avaliado pelos aspectos socioeconômicos, hábitos
relacionados ao ambiente sustentável, gênero, idade, escolaridade, renda familiar,
prática de atividade física e hábitos relacionados à saúde individual, presença de
DCNT - doença crônica não transmissível (diabetes, colesterol elevado, triglicerídeos
elevados, hipertensão arterial, câncer, alergias, doenças respiratórias, entre outras).
A idade foi considerada em anos completos.
A escolaridade foi considerada de acordo com a titularidade completa ou
incompleta
A renda foi considerada conforme padrões estatísticos vislumbrados pelo
IBGE.
Também foram investigados hábitos relacionados ao ambiente saudável
sustentável, como seleção do lixo reciclável do orgânico e hábitos relacionados à
saúde física e costumes alimentares.
Características valorizadas na decisão de compra do pão: preço, embalagem,
impacto ambiental da embalagem, marca, ingredientes, maciez e prazo de validade
também foram elencados na pesquisa através de questionário.
A inclusão de perguntas em relação à separação do lixo e o impacto causado
pela embalagem ao meio ambiente têm por objetivo a confirmação da teoria
estudada e a busca pelos resultados esperados em relação aos consumidores e o
desenvolvimento sustentável.
Já as perguntas em relação a ingredientes utilizados na fabricação de pães, à
pratica de atividades físicas e o prazo de validade dos produtos consumidos têm o
intuito de revelar o grau de preocupação desses consumidores com a sua saúde,
fazendo despertar nas empresas, além da responsabilidade ambiental, um maior
comprometimento em utilizar ingredientes mais saudáveis para atingir suas metas de
fidelização de clientes.
O questionário da pesquisa foi elaborado visando elucidar as questões
abordadas pela pesquisa, buscando respostas e possibilidades maiores de alcance
dos objetivos propostos pela mesma.
50
Onde:
n - amostra calculada
N – população
Z - variável normal, padronizada, associada ao nível de confiança
p - verdadeira probabilidade do evento
e - erro amostral
88.477x0,952x0,95x(1-0,95)
n=
(88.477-1) x 0,05 + 0,952 x
0,95 x (1-0,95)
n = 398
O contato com os participantes foi único, na cidade de São João da Boa Vista.
O pesquisador abordou o consumidor, seguindo os critérios de inclusão e
exclusão. Fez-se uma breve explicação e na sequência aplicou-se o questionário de
51
3.6 Instrumento
4 RESULTADOS
DADOS DA PESQUISA
DADOS DA PESQUISA
Um fato que chama a atenção é que 94% das pessoas dizem que preferem
consumir pães que ajudam no equilíbrio da saúde, embora apenas 141 pessoas
pratiquem atividades físicas, o que representa 31% da amostra. Segundo Kotler
eKeller (2006), o fator social é extremamente evidente nas decisões de compra e o
fato de que as pessoas estão considerando a saúde nas decisões de compra, mas
não têm o habito de se exercitar, é um sinalizador de que consumir pães
consideravelmente saudáveisestá na moda e é mais um movimento social do que
uma preocupação com a saúde, de fato.
Anjo (2004), afirma que a população está cada dia mais interessada em quais
componentes nutricionais estão ingerindo ao consumir produtos alimentícios. Assim,
a amostragem aponta uma tendência de que os consumidores estão considerando a
saúde na decisão de compra de pão, embora 69% dos entrevistados não estejam
praticando nenhuma atividade física.
Já a relação entre as pessoas que praticam esportes e os tipos de pães mais
consumidos apresenta uma característica bastante interessante no ponto de vista
mercadológico.
As pessoas que praticam atividades físicas preferem consumir pão francês
tradicional, fato que é contraditório ao que teoricamente seria natural, pessoas que
possuem uma atividade esportiva regular comerem pães integrais.
Segundo os dados coletados, 25% dos entrevistados possuem doenças
crônicas não transmissíveis como hipertensão arterial, diabetes, entre outras. Das
450 pessoas que responderam, 112 possuem algum tipo de doença crônica. O dado
indica que o município de São João da Boa Vista, cidade onde vivem
aproximadamente 88.477, abriga aproximadamente21.119 pessoas com algum
diagnóstico de doença crônica.
Os dados apontam uma realidade onde a questão da saúde é séria,sendo
uma variável importante para a decisão de consumo de alimentos. Nesta condição, o
consumo de pães integrais ou leves seria uma tendência muito forte por esta parcela
da população.
O pão francês tradicional é o pão mais consumido pelas pessoas que
possuem doenças. Mesmo sendo um produto que segundo (BODROŽASOLAROV
et al., 2008) não é ideal para pessoas com algum tipo de doença como diabetes e
hipertensão, por ser um alimento com alto índice de carboidrato. Os fatores que
61
levam as pessoas a consumirem mais pão francês, como preço, proximidade dos
pontos de venda, embalagens.
Tabela 1: Teste chi-quadrado (x²) para Valor médio gasto na compra de pães
finanças locais e mundiais, que se vê mudar a cada dia, quanto na forma como o
cliente exige ser tratado dentro dos estabelecimentos comerciais.
Em todo o mundo, padarias vêm diversificando e ampliando o leque de
produtos oferecidos aos consumidores, oferecendo, além de produtos de qualidade,
serviços de copa, rotisseria, espaço para lanches e refeições rápidas, como
alimentos prontos, semi-prontos, entre outros, visando conforto, comodidade e
conveniência dos clientes.
72
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
existe uma forte preocupação em relação ao impacto ambiental que seu consumo
pode causar.
O Marketing verde pode e deve ser utilizado pelas empresas na luta acirrada
para fidelização de clientes, visto que a sustentabilidade, como demonstrou esta
pesquisa, é um fator relevante na conquista do consumidor, cada dia mais
preocupado com questões ambientais (DIAS, 2008).
O mercado mostra que existem caminhos. A adoção de melhores políticas
nos processos organizacionais e produtivos, a busca por maiores resultados e metas
nos setores das empresas e a humanização nos atendimentos são algumas
tendências na gestão dos negócios de panificação (SEBRAE, 2005).
A partir dos dados obtidos pelo estudo, conclui-se que as empresas do setor
de panificação podem utilizar-se do Marketing e da fabricação de pães especiais,
tanto para as pessoas que praticam atividades físicas quanto para aquelas que
possuem alguma doença crônica não transmissível. Estas pessoas, apesar de
preocuparem-se com a saúde e buscar um estilo de vida saudável, através da
prática de atividades físicas, não deixam de consumir pão quase todos os dias da
semana. Grande parte das pessoas desses grupos consomem pães, sem ao menos
escolher produtos mais saudáveis, sendo o pão francês o campeão de consumo.
Assim, as empresas podem usar estratégias diversificadas de Marketing,
fabricando pães especiais para este público e atraindo-os para seus
estabelecimentos comerciais. A pesquisa indica ainda, que existe uma tendência
crescente de consumo de pães mais saudáveis e leves, por todas as pessoas,
inclusive aquelas que não possuem doenças crônicas ou praticam atividade física
regularmente. Conclui-se ainda que as classes menos favorecidas consomem pães
regularmente, comprando, na maioria das vezes, no ponto de venda mais próximo à
sua residência. Dessa forma, os comerciantes, podem repensar a estratégia de
pontos de venda mais próximos a esta parte da população.
As organizações precisam ganhar eficiência, sendo mais produtivas,
utilizando menos recursos financeiros e minimizando potencialmente o impacto
ambiental causado pelas mesmas, visando atrair mais clientes e mantê-los fiéis aos
produtos que as mesmas fabricam.
Este estudo pode ajudar aos empresários do setor, a identificar potenciais
ainda não trabalhados, ou mesmo, aperfeiçoar ações já realizadas, que podem se
tornar fonte de evolução e consolidação da panificação e confeitaria como um
76
espera dos cidadãos do mundo atual. Por isso, investigar como crianças estão
sendo orientadas em relação ao tema e trazer à tona estudos sobre a relação da
sustentabilidade com o dia a dia de cada um é de suma importância.
78
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Qualidade. 1995
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STAUFFER, C. E. Functional additives for bakery foods. New York: AVI Books,
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APÊNDICES
APÊNDICE 1 – CORRELAÇÃO DE PEARSON
Correlations - PEARSON
Sexo Pearson 1 ,074 -,179** -,007 ,133* -,154** ,242** -,074 -,090 ,029 ,106 ,004 -,116* .a -,022 ,069 ,041 ,109 ,022 -,018
Correlation
Sig. (2-tailed) ,196 ,002 ,905 ,019 ,007 ,000 ,194 ,113 ,611 ,062 ,940 ,040 . ,703 ,228 ,470 ,055 ,695 ,747
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
* ** ** ** a
Idade Pearson ,074 1 -,110 ,122 ,277 -,267 -,002 ,177 ,075 ,107 -,032 ,011 ,023 . -,005 -,031 -,052 -,004 -,075 ,023
Correlation
Sig. (2-tailed) ,196 ,053 ,032 ,000 ,000 ,973 ,002 ,187 ,059 ,577 ,853 ,689 . ,935 ,582 ,357 ,946 ,189 ,684
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
Escolarid Pearson -,179** -,110 1 ,620** -,336** ,105 ,043 ,275** ,101 -,006 -,014 -,098 -,077 .a -,033 ,068 ,000 ,103 ,046 -,067
Correlation
Sig. (2-tailed) ,002 ,053 ,000 ,000 ,064 ,455 ,000 ,075 ,911 ,802 ,084 ,176 . ,568 ,229 ,994 ,069 ,421 ,235
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
* ** ** ** * a ** ** **
Renda_fam Pearson -,007 ,122 ,620 1 -,179 -,056 ,080 ,513 ,002 ,049 ,140 -,059 -,085 . ,033 ,255 ,102 ,149 ,165 -,086
Correlation
Sig. (2-tailed) ,905 ,032 ,000 ,001 ,327 ,157 ,000 ,979 ,386 ,013 ,296 ,134 . ,559 ,000 ,071 ,008 ,003 ,129
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
Ativ.Fisica Pearson ,133* ,277** -,336** -,179** 1 -,225** -,100 ,016 -,113* ,018 ,012 ,072 -,086 .a ,000 -,010 ,071 ,078 -,028 ,044
Correlation
Sig. (2-tailed) ,019 ,000 ,000 ,001 ,000 ,078 ,782 ,046 ,752 ,827 ,204 ,129 . ,997 ,865 ,209 ,173 ,617 ,440
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
Doença_Cronica Pearson -,154** -,267** ,105 -,056 -,225** 1 -,051 -,093 ,086 -,071 -,075 -,109 ,074 .a ,062 -,097 ,031 -,130* ,053 ,015
Correlation
Sig. (2-tailed) ,007 ,000 ,064 ,327 ,000 ,366 ,101 ,129 ,214 ,189 ,055 ,193 . ,276 ,089 ,584 ,022 ,353 ,791
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
** ** ** a
Separa_Lixo Pearson ,242 -,002 ,043 ,080 -,100 -,051 1 -,190 -,091 ,094 -,099 -,096 -,154 . -,111 ,024 -,031 -,037 -,020 -,129*
Correlation
Sig. (2-tailed) ,000 ,973 ,455 ,157 ,078 ,366 ,001 ,108 ,097 ,082 ,090 ,006 . ,050 ,677 ,585 ,519 ,732 ,023
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
Gasto_com_pão Pearson -,074 ,177** ,275** ,513** ,016 -,093 -,190** 1 ,299** -,034 ,261** ,165** ,145* .a ,207** ,199** ,110 ,188** ,151** ,025
Correlation
Sig. (2-tailed) ,194 ,002 ,000 ,000 ,782 ,101 ,001 ,000 ,549 ,000 ,004 ,011 . ,000 ,000 ,053 ,001 ,008 ,655
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
* ** ** * ** a ** ** * *
Freq_Compra Pearson -,090 ,075 ,101 ,002 -,113 ,086 -,091 ,299 1 -,160 -,078 -,143 ,284 . ,011 -,163 -,160 -,135 -,137 ,247**
Correlation
Sig. (2-tailed) ,113 ,187 ,075 ,979 ,046 ,129 ,108 ,000 ,005 ,168 ,012 ,000 . ,852 ,004 ,005 ,017 ,016 ,000
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
Tipo_de_pão Pearson ,029 ,107 -,006 ,049 ,018 -,071 ,094 -,034 -,160** 1 ,065 ,123* -,069 .a -,028 ,055 ,024 ,055 ,077 -,051
Correlation
Sig. (2-tailed) ,611 ,059 ,911 ,386 ,752 ,214 ,097 ,549 ,005 ,256 ,030 ,223 . ,626 ,336 ,678 ,333 ,178 ,368
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
Importancia Pearson ,106 -,032 -,014 ,140* ,012 -,075 -,099 ,261** -,078 ,065 1 ,392** ,064 .a ,259** ,410** ,353** ,431** ,557** ,118*
Correlation
Sig. (2-tailed) ,062 ,577 ,802 ,013 ,827 ,189 ,082 ,000 ,168 ,256 ,000 ,261 . ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,037
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
** * * ** * a ** ** ** ** **
Preço Pearson ,004 ,011 -,098 -,059 ,072 -,109 -,096 ,165 -,143 ,123 ,392 1 ,117 . ,281 ,371 ,318 ,353 ,362 ,115*
Correlation
Sig. (2-tailed) ,940 ,853 ,084 ,296 ,204 ,055 ,090 ,004 ,012 ,030 ,000 ,039 . ,000 ,000 ,000 ,000 ,000 ,043
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
Embalagem Pearson -,116* ,023 -,077 -,085 -,086 ,074 -,154** ,145* ,284** -,069 ,064 ,117* 1 .a ,248** -,061 -,096 -,107 -,087 ,429**
Correlation
Sig. (2-tailed) ,040 ,689 ,176 ,134 ,129 ,193 ,006 ,011 ,000 ,223 ,261 ,039 . ,000 ,282 ,092 ,060 ,124 ,000
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a
Ambiental_Embalag Pearson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Correlation
Sig. (2-tailed) . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
M arca Pearson -,022 -,005 -,033 ,033 ,000 ,062 -,111 ,207** ,011 -,028 ,259** ,281** ,248** .a 1 ,447** ,248** ,197** ,336** ,034
Correlation
Sig. (2-tailed) ,703 ,935 ,568 ,559 ,997 ,276 ,050 ,000 ,852 ,626 ,000 ,000 ,000 . ,000 ,000 ,000 ,000 ,548
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
Ingredientes Pearson ,069 -,031 ,068 ,255** -,010 -,097 ,024 ,199** -,163** ,055 ,410** ,371** -,061 .a ,447** 1 ,368** ,245** ,511** -,126*
Correlation
Sig. (2-tailed) ,228 ,582 ,229 ,000 ,865 ,089 ,677 ,000 ,004 ,336 ,000 ,000 ,282 . ,000 ,000 ,000 ,000 ,026
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
** ** ** a ** ** ** **
Qualidade Pearson ,041 -,052 ,000 ,102 ,071 ,031 -,031 ,110 -,160 ,024 ,353 ,318 -,096 . ,248 ,368 1 ,451 ,405 -,023
Correlation
Sig. (2-tailed) ,470 ,357 ,994 ,071 ,209 ,584 ,585 ,053 ,005 ,678 ,000 ,000 ,092 . ,000 ,000 ,000 ,000 ,689
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
Prazo Pearson ,109 -,004 ,103 ,149** ,078 -,130* -,037 ,188** -,135* ,055 ,431** ,353** -,107 .a ,197** ,245** ,451** 1 ,401** -,034
Correlation
Sig. (2-tailed) ,055 ,946 ,069 ,008 ,173 ,022 ,519 ,001 ,017 ,333 ,000 ,000 ,060 . ,000 ,000 ,000 ,000 ,547
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
** ** * ** ** a ** ** ** **
Impacto_Saude Pearson ,022 -,075 ,046 ,165 -,028 ,053 -,020 ,151 -,137 ,077 ,557 ,362 -,087 . ,336 ,511 ,405 ,401 1 -,017
Correlation
Sig. (2-tailed) ,695 ,189 ,421 ,003 ,617 ,353 ,732 ,008 ,016 ,178 ,000 ,000 ,124 . ,000 ,000 ,000 ,000 ,763
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
Proximidade Pearson -,018 ,023 -,067 -,086 ,044 ,015 -,129* ,025 ,247** -,051 ,118* ,115* ,429** .a ,034 -,126* -,023 -,034 -,017 1
Correlation
Sig. (2-tailed) ,747 ,684 ,235 ,129 ,440 ,791 ,023 ,655 ,000 ,368 ,037 ,043 ,000 . ,548 ,026 ,689 ,547 ,763
N 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311 311
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