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FINANÇAS PÚBLICAS E DIREITO FINANCEIRO

ORIGEM DA PALAVRA FINANÇAS:

A palavra finanças provem do latim medieval que significa finantico,


financia e financiaria, que no século XIII e XIV, significava uma
prestação em dinheiro devida por alguém.

Usava-se a expressão latina finis que significava limite ou prazo.

Em França, no século XV, usava-se a palavra finance (no singular) que


significava soma em dinheiro e no plural finances, significava
património do estado e a situação económica do governo (Perspectiva
do Estado).

Na Espanha, usava-se o termo Hacienbla para designar finanças


palavra que tem a origem árabe que é Chasena que significa camera do
tesouro.

Para outras expressões, finanças provem do inglês fine que significa


multa ou ainda do alemão feine, que significava fino e engenhoso.

CONCEITO DE FINANÇAS

Deve ser abordada em vários sentidos:

 Sentido Orgânico: significa um conjunto de órgãos ou entes do


Estado que decidem sobre a gestão dos dinheiro públicos ou dos
meios económicos.

Órgãos que intervêm na gestão da coisa pública:

- Nível Central (P.R, Ministros


Órgãos de Níveis Centrais - Nível Local (Gov. Prov.,) Adm. Locais
e municipais);
-Nível Autarico;
- Realidade entre territórios autónomos

 Sentido Objectivo: (referimo-nos a actividade levada acaso de


pessoas colectivas ou ente público por esses órgãos).

Refere-se a actividade económica de um ente público, visando afectar


determinados bens, os fins que lhe são confiados.
Actividade levada acabo por esses órgãos, pessoas colectivas ou ente
público.

 Atribuições:

São fins ou tarefas que são atribuídas a uma pessoa colectiva. As


atribuições vem normalmente da lei, são conferidas por lei.

Exemplo: A Administração municipal precisa atingir um fim que é a


educação. Para a administração atingir esse fim tem que destinar
alguns bens, valores a um certo meio. Exemplo: Escola.

 Sentido Subjectivo: Finanças públicas é a ciência que estuda a


actividade económica do Estado ou de outros entes públicos com
vista a satisfação das necessidades públicas bem como as regras
que regem esta actividade.

Entes públicos, são pessoas que agem em nome do Estado. Exemplo


(P.R, Governo).

DISTINÇÃO ENTRE FINANÇAS PÚBLICAS E FINANÇAS PRIVADAS:

Finanças Privadas: refere-se aos aspectos tipicamente monetário do


financiamento de uma economia ou de um agente económico,
abrangendo os mercados financeiros onde se transaccionam activos
representados por títulos em médio e a longo prazo.

(lei nº 12/15 de 17 de Junho. Sobre as instituições financeiras).

-Investimento

Actividade - Mercado, Credito e Moeda - Crédito


Financeira privada - Troca
- Juros

- Impostos;
- Actv. Financeira do Estado; - Patrimónios;

Actividade - Obtenção de receitas e - Imobiliária do Estado


Financeira pública realização de receitas; - Taxas de arrendamento
- Despesas.

A principal fonte de receitas do estado é o imposto.


O Privado Visa: obtenção do lucro através da minimização das
despesas e maximização das receitas. O fim é a obtenção de lucros.

O Estado Visa: a satisfação das necessidades colectivas.

Finanças Públicas, visa a obtenção de receitas para a realização ou


execução das despesas, com vista a satisfação das necessidades
colectivas públicas. (actv. Financeira).

ASPECTOS DIFERENCIAL

Finanças Pública, visa a satisfação das necessidades colectivas.

Finanças Privada: é a actividade financeira levada acabo por ente


privado, com vista a satisfação das necessidades dos particulares.

FINANÇAS POSITIVAS & FINANÇAS NORMATIVAS

Finanças Positivas:

É a análise daquilo que é, depois de observado e analisado as


particularidades do comportamento do Estado, isto no âmbito da
actividade financeira.

Finanças Normativa:

Consiste no estudo daquilo que convêm ser, ou seja analise das regras e
princípios que o estado deve subordinar-se com vista á realização dos
seus fins.

DIREITO FINANCEIRO

De Acordo com o Critério do Interesse: é um ramo do direito público


que visa a satisfação das necessidades colectivas (Dto. Penal) e visa a
satisfação das necessidades dos particulares.

De Acordo Com o Critério da Qualidade dos Sujeitos: quando um


dos sujeitos é de direito público e intervêm investido de poder de ius
imperi ou poder de autoridade.

Direito Financeiro: é o conjunto de normas jurídicas que regulam a


gestão, a obtenção, dispêndio e o controlo de meios financeiros
públicos.
Numa Outra Perspectiva:

O Direito Financeiro como um ramo de direito público que regula


mediante a um regime próprio a actividade financeira do Estado.

No conceito do direito financeiro, integramos para um direito das


receitas, que é o conjunto de normas inerentes a obtenção de receitas.
Por outro lado temos:

 O Direito das Despesas: que se refere as normas reguladoras da


aplicação das receitas;
 Direito Fazendeiro ou direito da Fazenda: refere-se a
administração do fazendeiro, a chamada administração das
finanças dos tesouros e fundo soberano.

NATUREZA JURIDICA E AUTONOMA DO DIREITO FIANCEIRO

1. Quanto a Natureza Jurídica: é o ramo do direito público na


medida que as suas normas visam a satisfação das necessidades
colectivas e são impostas coactivamente.
2. Quanto a Autonomia: o direito financeiro é um ramo de direito
autónomo, porque visa ao exercício de forma específica de
regulação do sector social para uma função própria, tem uma
estrutura sancional com um regime jurídico autónomo e torna
evidente a existência de uma disciplina jurídica suficientemente
autonomizada.

ARTICULAÇÃO DO DIREITO FINACEIRO COM OS DEMAIS RAMOS


DO DIREITO

 Finanças Públicas e Direito Constitucional

A relação que existe entre ambas, apesar do direito financeiro ser um


ramo infraconstitucional as suas normas decorre da Constituição, na
medida que envolve poderes, processo político e direito fundamental
(artºs 88º; 89º; e 181º; al. E) CRA.

 Direito Financeiro e Direito Administrativo

A relação entre ambas, reside do facto de que determina princípios


gerais do direito a administração quer por integração, quer aplicação
directa as relações financeiras. Por outro lado a actividade financeira é
também uma actividade política administrativa.

A Actividade Administrativa, refere-se a politica e tem o poder de


autoridade e direito financeiro, refere-se ao processo financeiro.
 Direito Financeiro e Direito Penal

A relação entre ambas, reside no facto que é no direito penal que o


direito financeiro busca normas e princípios para punir a violação de
normas financeiro (art.º 313º CP) crime de peculato.

 Direito Financeiro e Direito das Obrigações

A relação entre ambas, resulta do facto que é no direito civil que o


direito busca determinado conceito de imposto e prestação (art.º 397º
C.C) e também de conceitos de mútuos (art.º 1147º C.C).

 Direito Financeiro e Direito Internacional Público

A relação entre ambas, resulta do facto que o direito financeiro recorre


ao direito internacional público sempre que exista necessidade de
regular situações financeiras, internacionais nomeadamente através do
acordo e de tratados internacional.

A POLITICA ORÇAMENTAL

É o ramo da política económica que define o orçamento e seus


componentes os gastos públicos, o imposto como variável de controlo,
garantir e manter a estabilidade económica, amortecer as flutuações
dos ciclos económicos, ajudando a manter a concorrência de uma
economia crescente, o pleno emprego e a inflação baixa.

Na política orçamental encontramos a actividade administrativa


que nos tempos modernos, tem duas funções:

1. Função de Alocação de Recursos:

Em que o Estado aloca recurso ou fornece bens que em determinadas


circunstancias, o mercado não favorece de forma eficiente.

Exemplo: fornecimento de combustível, as greves dos taxistas.

2. Função Redistributiva:

O estado procura conciliar as diferenças existentes ou que ocorre entre


a distribuição da riqueza e que o sistema de mercado e a sociedade
consideram como sendo equitativamente justo, envolvendo conceitos
éticos, políticos e económicos.

3. Função Estabilizadora Económica:

É nesta função em que o Estado tenta estar estabilizado no sistema


financeira, evitando o desequilíbrio e trazendo ajustes necessários na
demanda agregada através do controlo da inflação e a redacção do
desemprego.

OBJECTIVOS DA POLITICA ORÇAMENTAL OU FISCAL

1. Acelerar o crescimento económico;


2. O pleno emprego de recursos produtivo a sociedade, tanto do
capital humano como do capital material;
3. Estabilidade dos preços, visando não ocorrer a grande oscilação
nos indicadores gerais de preços.

ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO (OGE)

É um documento no qual apareceram previstas as receitas e as


despesas públicas ou autorizadas para vigorarem durante um certo
período financeiro. (art.º 3º da lei quadro do OGE).

ELEMENTOS DO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO

1. Previsão:

Resulta do facto de que as receitas e despesas se propõe realizar, não se


referem no passado, nem ao presente, mais ao futuro.

2. Autorização:

Resulta do facto de que o orçamento é um mapa de receitas e despesas


na qual se insere no programa de actuação do governo que deve ser
autorizada pela assembleia nacional (art.º 22º; 23º; e 24º da lei quadro
e o art.º 161 al. e) da CRA.

3. Limitação no Tempo:

Resulta do facto de que o orçamento é uma previsão de receitas e


despesas que devem vigorar durante um ano, considerando com o ano
civil (de Janeiro a Dezembro) art.º 4º da lei-quadro do OGE.

DIFERENÇA ENTRE GERÊNCIA E EXERCÍCIO

Em termos de contabilidade, a gerência é um conjunto de cobrança e de


pagamentos verificados em um determinado período.

O Exercício: é o conjunto de cobrança e pagamento resultando de


crédito e dividas nascidas num determinado período.

Orçamento de Gerência: é um documento em que se prevê as receitas


que o estado irá cobrar e as despesas que o estado ira realizar, durante
um certo período. Esse orçamento de gerência é uma previsão na fase
terminal de cobrança de pagamento. Aqui o P.R solicita uma
autorização.

Orçamento de Exercício: é o documento onde se prevêem as receitas


que o Estado irá cobrar e as despesas que irá realizar em virtude dos
créditos nascido ao seu favor e das dívidas contra si ira surgir durante o
período financeiro.

Exemplo:

Orçamento de gerência, encontra-se um valor. Isto é:

1000 É mesmo 1000, só um valor real;

Orçamento de exercício, é diferente, se prevê também determinadas


dividas, se prevê mais que o valor inicial.

Previsão: Real

300.000 200.000

Orçamento de Gerência: 200.000 = terminal ao valor real, sem divida


ou credito.

Orçamento de Exercício: 300.000= inicial não é o valor real, porque se


prevê dívidas e crédito.

MODELO DE ORÇAMENTO ADAPTADO EM ANGOLA

É o orçamento de gerência, na medida em que o orçamento de receitas


inscrevem-se as cobranças e no orçamento de despesas se inscrevem os
projectos a efectuar durante o ano (art.º 3º e 4º da lei quadro do OGE).

O nosso orçamento é de gerência e não de exercício porque se o


executivo quiser executar um projecto não previsto no orçamento, tem
que obter a autorização para fazer divida, porque não foi previsto no
orçamento. Pode ser autorizado ou rejeitado. Neste tipo de orçamento, o
executivo não efectua nenhuma despesa que não tenha sido prevista no
orçamento.

FUNÇÃO DO ORÇAMENTO

1. Função Económica: é analisada no ponto de vista da relação


entre receitas e despesas, de modo a que o estado se assegurem
as receitas a cobrar seja suficiente para cobrir as despesas.

Relactivamente a essa função, o total de despesas corresponde a soma


de cada um dos serviços aos quais o Estado atribui verbas e que
representam autorização de gastos.
- P.R

Os Elementos na Qual - Ministros ( departamentos ministeriais)


São Distribuídas as Despesas - Governo Provincial
- Administração Municipal

- Administração Comunais

A função económica implica uma disposição económica, no plano


financeiro do governo na medida em que o orçamento se concretiza o
programa do governo e se publica o conteúdo dos meios financeiros que
vão ser transferidos do sector privado para o público enquanto o Estado
se propõe gastar com a organização e funcionamento de cada serviço.

Art.º 104º CRA; art.º 15º do Decreto Presidencial 40/18 de 9 de


Fevereiro. Que estabelece o regime financeiro local e também o
art.º 31 da lei-quadro do OGE.

2. Função Politica: decorre do facto de que serve de garantia dos


direitos fundamentais ficando assegurado a afectação do
património dos particulares de forma nacional e justa conforme
os limites consentidos pelos seus representantes políticos, por
outro lado, ser também de garantia do equilíbrio de poderes na
medida que consiste uma autorização politica dos poderes
parlamentares e exerce sobre os políticos um poder de controlo
sobre a gestão dos dinheiros público.

Art.º 161º al, c) e art.º 104º, nº 4, CRA; art.º 24º da lei-quadro do OGE.

3. Função Jurídica: reside no facto de traduzir tanto na autorização


dos exercícios dos poderes administrativos financeiros, como na
fixação dos seus limites, ou seja, serve de fundamento a
actividade financeira do estado e condiciona a utilização
arbitrária dos dinheiros públicos.

Art.º 104º, nº2 CRA; art.º 28º Lei-quadro do OGE.

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