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DIREITO

FINANCEIRO
Professora: Aryêtha Turbano
 Introdução ao Direito Financeiro
 O Direito Financeiro é um ramo do direito público que analisa e
detalha a atividade financeira do Estado, servindo de base para o
estudo do orçamento público, das receitas e das despesas públicas.
O dinheiro do Estado e a atividade financeira a ele conexa são
públicos. Ou seja, pertencentes, em última instância, ao povo.
Portanto, devem ser geridos de forma a realizar os interesses
públicos, tanto primários quanto secundários.
 Introdução ao Direito Financeiro
 Com o Estado, o equilíbrio das contas públicas impede que o ente
público seja poupador ou gastador. Afinal, a receita é usada para
pagamento das despesas e estas, por sua vez, para a realização do
interesse público primário e secundário. Daí a influência direta do Direito
Financeiro na normatização dos elementos da atividade financeira estatal,
de modo que a utilização do dinheiro público seja feita de forma
transparente e, sobretudo, regida pela legalidade, pois a lei nada mais é
do que a participação do povo em uma democracia.
 Introdução ao Direito Financeiro
 O Estado necessita do aumento de sua receita (arrecadação) para que a
máquina estatal possa desempenhar satisfatoriamente suas atividades
como, por exemplo, a prestação dos serviços públicos e a realização de
suas despesas correntes. Com isso, o Estado passou a adentrar no
patrimônio do particular, exercendo, através do seu poder de império, o
que se denominou tributação. Assim, em uma definição bem simples,
podemos dizer que a atividade financeira do Estado é aquela que visa à
realização do interesse público primário e secundário, aplicando
adequadamente a receita para a realização das despesas.
 Introdução ao Direito Financeiro
 A principal finalidade do Direito Financeiro é exatamente a
normatização da atividade financeira estatal, isto é, o estudo e a
regulamentação das diversas formas de que o Estado e seus
organismos se valem para obter e utilizar as riquezas necessárias
para a consecução dos seus objetivos.
 Introdução ao Direito Financeiro
 Na visão de Torres, o Direito Financeiro deve ser analisado sob dois
aspectos: o objetivo (ordenamento) e o científico, como qualquer outro
ramo do sistema jurídico (ciência). Sob o ponto de vista objetivo, é
considerado como o conjunto de normas e princípios que regulam a
atividade financeira do Estado, cabendo ao Direito Financeiro disciplinar
a constituição e a gestão da Fazenda Pública, estabelecendo as regras e os
procedimentos para a obtenção da receita pública e a realização dos
gastos necessários à consecução dos objetivos do Estado.
 Introdução ao Direito Financeiro
 Na Constituição de 1988 encontramos as normas gerais sobre a
matéria nos arts. 163 a 169, além do seu art. 192, bem como na Lei
nº 4.320/64 e na Lei Complementar nº 101/2000, que estatui
normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal.
 Introdução ao Direito Financeiro
 O Direito Financeiro, analisado sob o ponto de vista científico,
estuda as normas e os princípios que regulam a atividade financeira
do Estado, elaborando o discurso sobre as regras da constituição e
da gestão da Fazenda Pública – Ciência das Finanças. Seu foco
principal é conhecer, estudar e justificar a realidade objetiva na
qual se apresenta, em uma verdadeira síntese hermenêutica.
 Introdução ao Direito Financeiro
 O Direito Financeiro, analisado sob o ponto de vista científico,
estuda as normas e os princípios que regulam a atividade financeira
do Estado, elaborando o discurso sobre as regras da constituição e
da gestão da Fazenda Pública – Ciência das Finanças. Seu foco
principal é conhecer, estudar e justificar a realidade objetiva na
qual se apresenta, em uma verdadeira síntese hermenêutica.
 Introdução ao Direito Financeiro
 Podemos dizer que a atividade financeira estatal brasileira se pauta
nas seguintes finalidades: a) prover meios que assegurem a
satisfação das necessidades da coletividade; b) instrumentalizar o
planejamento da arrecadação de recursos e sua aplicação; c)
promover a redistribuição de renda, principalmente através da
prestação de serviços públicos.
 Introdução ao Direito Financeiro
 Podemos dizer que a atividade financeira estatal brasileira se pauta
nas seguintes finalidades: a) prover meios que assegurem a
satisfação das necessidades da coletividade; b) instrumentalizar o
planejamento da arrecadação de recursos e sua aplicação; c)
promover a redistribuição de renda, principalmente através da
prestação de serviços públicos.
 Elementos da Atividade Financeira/Direito Financeiro:
 Orçamento Público;
 Receitas Públicas;
 Despesas Públicas;
 Crédito Público.
 Receitas Públicas – Conceito e Classificação:
 Receita pública é a entrada de recursos nos cofres públicos de
forma definitiva. Neste conceito, a palavra definitiva ganha
extrema importância. É o caráter permanente da receita pública que
ajuda a diferenciá-la dos meros ingressos ou meras entradas, ou
ainda do fluxo de caixa, que são marcados pela transitoriedade.
Como exemplos de receitas públicas temos os valores decorrentes
de tributos ou da locação de um determinado bem público, por
serem ingressos definitivos.
 Receitas Públicas – Classificação:
 Receitas Ordinárias e Extraordinárias
 As receitas ordinárias são de entrada constante, periódica ou
permanente, ou seja, aquelas anualmente previstas, que ingressam
com regularidade e com isso são usadas para atender às despesas
regulares do Estado, como é o caso dos impostos.
 Receitas Públicas – Classificação:
 Receitas Ordinárias e Extraordinárias
 Já as receitas extraordinárias são aquelas cuja entrada é de caráter menos
constante e, por não estarem previstas no orçamento, surgem em caráter
excepcional, por força de uma situação momentânea que exigirá a
intervenção do Estado no patrimônio do particular, como são os casos
dos tributos contidos nos arts. 148, II, e 154, II, ambos da CRFB/88, que
representam, respectivamente, os empréstimos compulsórios em caso de
guerra e calamidade pública e o imposto extraordinário em caso de
guerra.
 Receitas Públicas – Classificação:
 Receitas Originárias e Derivadas
 A receita é originária quando for decorrente da exploração, pelo Estado,
de seu próprio patrimônio. Por outro lado, a receita é derivada se vem da
exigência sobre o patrimônio de um particular. Como exemplo de receita
originária podemos pensar na locação de um bem público (como é o caso
de um time de futebol que paga aluguel pelo uso de estádio municipal).
Já a principal receita derivada é aquela advinda da tributação, porque
decorre do patrimônio do particular (aqui patrimônio adquire um
significado amplo: pode ser considerada uma renda ou qualquer outro
tipo de tributação).
 Receitas Públicas – Classificação:
 Receitas Correntes e de Capital
 As receitas correntes são as receitas destinadas a cobrir as despesas
com aspecto de continuidade (como as despesas de custeio da
máquina pública) e as despesas de capital são destinadas a cobrir
despesas que não se caracterizam pela continuidade, como os
investimentos.
 Receitas Públicas – Classificação:
 Receitas Correntes e de Capital
 Por isso, normalmente são classificadas como receitas correntes
aquelas resultantes de atividades próprias do Estado, como as
receitas tributárias e as patrimoniais (ingresso proveniente de
contraprestações pagas pelos particulares para a fruição do
patrimônio público), entre outras. E são classificadas como receitas
de capital aquelas resultantes de operação em que o Estado busca a
capitação externa de recurso, como a constituição de uma dívida.
 Despesas Públicas – Conceito e Classificação:
 A despesa pública é a soma dos gastos em dinheiro feitos pelo
Estado para a realização do interesse público, incluindo o gasto
com a máquina administrativa, obras e serviços públicos. Vale
ressaltar o que já dissemos anteriormente: é através da receita
pública que são angariados recursos para a realização das despesas
do Estado.
 Despesas Públicas – Classificação:
 Despesa Orçamentária e Extraorçamentária
 Como o próprio nome sugere, as despesas orçamentárias são
despesas fixadas nas leis orçamentárias ou nas leis de créditos
adicionais. Isto é, dependem de autorização legislativa. Por outro
lado, as despesas extraorçamentárias são despesas não consignadas
no orçamento ou nas leis de créditos adicionais. Desse modo,
correspondem à DEVOLUÇÃO de recursos TRANSITÓRIOS que
foram obtidos como Receitas Extraordinárias.
 Despesas Públicas – Classificação:
 Despesa Ordinária e Extraordinária
 As despesas consideradas ordinárias são aquelas renováveis
anualmente em razão de seu caráter regular. Já as despesas
extraordinárias são aquelas que, por surgirem de uma forma
inesperada, não são previstas anualmente, mas necessitam ser
realizadas.
 Despesas Públicas – Classificação:
 Despesa Corrente e de Capital
 As despesas correntes se classificam na categoria de despesas para
manutenção e funcionamento dos serviços públicos em geral.
Sendo assim, são despesas que não contribuem, diretamente, para a
formação ou aquisição de um bem de capital.
 Despesas Públicas – Classificação:
 Despesa Corrente e de Capital
 Por outro lado, se classificam na categoria despesas de capital
aquelas despesas que contribuirão para a produção ou geração de
novos bens ou serviços e integrarão o patrimônio público, ou seja,
contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem
de capital.
 Processamento das Despesas Públicas
 As despesas públicas sofrem um processamento formal em razão da
rigidez apresentada pela Constituição. Assim, o processamento das
despesas possui fases ou estágios, a saber: A primeira é a fixação da
despesa. Essa fase se constitui no valor total da despesa previsto na
LOA, ou seja, é a dotação orçamentária inicial. A segunda é a
programação da despesa. A terceira é o empenho da despesa,
considerado o ato emanado da autoridade administrativa que confirma a
relação jurídica com o contratado, antecedendo a despesa (art. 58 da Lei
nº 4.320/64).
 Processamento das Despesas Públicas
 A quarta fase é a liquidação da despesa, que apurar a origem e o
objeto do que se deve pagar, identificando a quantia exata a ser
paga, bem como o seu beneficiário (art. 63 da Lei nº 4.320/64). A
quinta etapa é a emissão da ordem de pagamento. Nessa fase o
ordenador de despesa autoriza o pagamento, após a verificação da
sua liquidação. É o despacho da autoridade competente autorizando
a quitação do débito.
 Processamento das Despesas Públicas
 Por fim, há o pagamento, que é a finalização da obrigação de
pagar, que implica a entrega do valor mediante cheque nominal ou
ordem bancária de pagamento, conforme dispõe o art. 74 do
Decreto-Lei nº 200/67.
 Despesas Públicas – Precatórios Judiciais
 O Precatório pode ser definido como o documento (fruto de
decisão judicial condenatória) expedido pelo Presidente do
Tribunal que proferiu a decisão judicial contra a Fazenda (da
União, de Estado, Distrito Federal ou Município), para que o
pagamento de dívida seja feito por meio de inclusão no orçamento
seguinte pelo Poder Executivo, do valor do débito que deverá ser
atualizado até a data do seu pagamento, através de uma ordem
cronológica.
 Despesas Públicas – Precatórios Judiciais
 A Emenda Constitucional nº 94, de 2016 (originária PEC 159/2015),
estabeleceu novo sistema de pagamento de precatórios para aqueles a
cargo de Estados, do Distrito Federal e de Municípios pendentes até 25
de março de 2015 e aqueles que vencerão até 31 de dezembro de 2020,
que poderão ser pagos até 2020, por um regime especial. A emenda em
questão adequa o regime de pagamentos à decisão de 2013 do Supremo
Tribunal Federal (STF), que declarou a inconstitucionalidade de parte da
Emenda Constitucional nº 62, que previa prazo de 15 anos para os
pagamentos.
 Despesas Públicas – Precatórios Judiciais
 A sentença judiciária originária para esse crédito contrária à
Fazenda Pública, haverá de submeter-se ao duplo grau de
Jurisdição, daí, na verdade, este ordenamento ser originário de um
acórdão, posto que julgado pelos Tribunais, e não apenas de uma
sentença de primeiro grau. Já o conceito de Fazenda Pública
alcança todos os entes federativos, incluindo o Distrito Federal,
sendo extensivo, também, às demais pessoas jurídicas de Direito
Público, como as Autarquias e Fundações Públicas.
 Despesas Públicas – Precatórios Judiciais
 O STJ entendeu que mesmo as autarquias que exploram atividade
privada, a exemplo das bancárias, devem ser regidas pelo sistema de
precatórios. Daí por que as sociedades de economia mista e as empresas
públicas não serem incluídas nessa regra, sofrendo assim a execução
normal, regida pelo CPC. Contudo, é importante ressaltar que o STF, no
julgamento do RE 220.906-DF, entendeu que a Empresa de Correios e
Telégrafos, embora seja empresa pública, também estaria submetida ao
regime do precatório em razão de ser equiparada à Fazenda por sua lei
instituidora.
 Despesas Públicas – Precatórios Judiciais
 Exceção ao Regime de Precatórios – RPV (Requisição de
Pequeno Valor):
 Em relação aos créditos de pequeno valor, a Emenda nº 20/98
introduziu que relativamente à expedição de precatórios, não se
aplica o regime aos pagamentos de obrigações definidas em lei
como de pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual ou
Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em
julgado.
 Despesas Públicas – Precatórios Judiciais
 Exceção ao Regime de Precatórios – RPV (Requisição de Pequeno
Valor):
 Com a Emenda nº 37/2002 permitiu-se que a lei fixasse valores distintos
para efeito do que seja pequeno valor no art. 87 do ADCT, estabelecendo
que enquanto não forem editadas as leis respectivas dos entes federativos,
os limites de 30 salários mínimos para os Municípios e 40 salários
mínimos para os Estados, mas, por outro lado, deixou de prever o relativo
à União, sendo a referida omissão suprida pela edição da Lei nº
10.259/2001 em seu art. 17, §1º, definindo o limite de 60 salários
mínimos para a União.
 Despesas Públicas – Precatórios Judiciais
 Exceção ao Regime de Precatórios – RPV (Requisição de
Pequeno Valor):
 Contudo, se o valor da execução ultrapassar o estabelecido, o
pagamento far-se-á, sempre, por meio de precatório, sendo
facultada à parte exequente a renúncia ao crédito do valor
excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o
precatório.
 Despesas Públicas – Precatórios Judiciais
 Exceção ao Regime de Precatórios – Créditos de Natureza Alimentar
(divergência doutrinária):
 Os débitos de natureza alimentar compreendem aqueles decorrentes de
salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações,
benefícios previdenciários e indenizações por morte ou invalidez,
fundadas na responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em
julgado. Nesse sentido, temos que esses créditos não se incluem na regra
do precatório, independentemente do valor.
 Despesas Públicas – Precatórios Judiciais
 Exceção ao Regime de Precatórios – Créditos de Natureza
Alimentar (divergência doutrinária):
 Muito se questiona a respeito da inclusão ou não no rol de créditos
de natureza alimentar dos honorários advocatícios. Uma corrente
afirma que os honorários advocatícios não se incluem nos créditos
de natureza alimentar, em decorrência de sua natureza acessória ao
crédito principal, e, assim, não poderiam ser pagos com exclusão
do precatório.
 Despesas Públicas – Precatórios Judiciais
 Exceção ao Regime de Precatórios – Créditos de Natureza
Alimentar (divergência doutrinária):
 Sobre o tema foi editada a Súmula Vinculante 47 do STF: Os
honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do
montante principal devido ao credor consubstanciam verba de
natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de
precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem
especial restrita aos créditos dessa natureza.
 Despesas Públicas – Precatórios Judiciais
 Exceção ao Regime de Precatórios – Créditos de Natureza Alimentar
(divergência doutrinária):
 A doutrina diverge no sentido de a exceção do crédito alimentar ser uma
exceção ao próprio sistema dos precatórios ou, conforme a outra corrente,
ser uma exceção apenas em relação à observância da ordem cronológica
de apresentação dos precatórios. Entretanto, foi consolidado pelos
Tribunais o entendimento no sentido de que “todos” os créditos
originários de decisão judicial devem ser pagos por meio de precatório, a
exceção é apenas em relação à ordem cronológica.
 Despesas Públicas – Precatórios Judiciais
 Exceção ao Regime de Precatórios – Créditos de Natureza Alimentar
(divergência doutrinária):
 Nesse sentido, a Súmula 655 do STF diz que os pagamentos de créditos
de natureza alimentícia não estão liberados da observância do critério de
expedição de Precatórios, mas sim de sua ordem cronológica, devido à
sua própria natureza jurídica. Ressalta-se que a Súmula 144 do STJ diz
que os créditos de natureza alimentícia gozam de preferência,
desvinculados os precatórios da ordem cronológica dos créditos de
natureza diversa.
 Orçamento Público – Conceito e Classificação:
 Orçamento público é o instrumento utilizado pelo Governo Federal
para planejar a utilização do dinheiro arrecadado com os tributos
(impostos, taxas, contribuições de melhoria, entre outros). Esse
planejamento é essencial para oferecer serviços públicos
adequados, além de especificar gastos e investimentos que foram
priorizados pelos poderes.
 Orçamento Público – Conceito e Classificação:
 O processo de planejamento envolve várias etapas, porém três
delas se destacam: a aprovação da Lei do Plano Plurianual (PPA),
da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária
Anual (LOA).
 Orçamento Público – Princípios
 Anualidade Orçamentária:
 A anualidade orçamentária determina que o orçamento público seja
elaborado e aprovado anualmente, contendo a previsão das receitas
que serão arrecadadas e das despesas que serão executadas no
período de um ano, o exercício financeiro.
 Orçamento Público – Princípios
 Anualidade Orçamentária:
 Dessa forma, a anualidade orçamentária está relacionada aos dois
elementos essenciais do orçamento público: a limitação no tempo e
a autorização legislativa. Ao determinar a periodicidade com a qual
o orçamento público deve ser elaborado, aprovado e executado, a
anualidade orçamentária concretiza sua limitação no tempo e torna
efetiva a autorização legislativa, ao exigir que esta seja
constantemente renovada.
 Orçamento Público – Princípios
 Unidade:
 O princípio da unidade orçamentária não significa que o orçamento deva
ser elaborado em um documento único, mas, sim, que o sistema
orçamentário seja elaborado em harmonia com todos os seus elementos
sob o aspecto formal. Encontra previsão no art. 165, § 5º, da CRFB/88.
Contudo, ressalte-se que o fato de existirem três leis orçamentárias
básicas (PPA, LDO e LOA) não retira o caráter de unidade do orçamento,
pois todas as leis são editadas de forma harmônica e integradas.
 Orçamento Público – Princípios
 Universalidade:
 As leis orçamentárias terão que prever de uma vez todas as receitas
e despesas dos Poderes, dos órgãos, fundos e entidades da
Administração Direta e Indireta pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções. A Constituição de 1988 prevê a universalidade
orçamentária em seu art. 165, § 5º, bem como a Lei n. 4.320/64 em
seu art. 6º.
 Orçamento Público – Princípios
 Legalidade:
 O princípio da legalidade é intrínseco ao estado de direito. O Poder
Público somente pode agir e executar os planos de estado naquilo
que a lei expressamente autorizar, de forma que a administração
pública encontra-se subordinada à lei.
 Orçamento Público – Princípios
 Publicidade Orçamentária:
 O conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) nos veículos
oficiais de comunicação para conhecimento do público e para eficácia de
sua validade. Este princípio é consagrado no art. 37 da CRFB de 88: "A
administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: ..."
 Orçamento Público – Princípios
 Exclusividade:
 Esse princípio, emoldurado pelo art. 165, §8º, da CRFB/88, é
expresso ao estabelecer uma proibição no sentido de que a Lei
Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa. Isso porque de nada adiantaria uma
rigidez formal, exigindo uma lei para determinar a relação existente
entre a receita e a despesa, se no bojo dessa lei existissem outros
assuntos inseridos.
 Orçamento Público – Princípios
 Racionalidade:
 Considerando a escassez dos recursos, de um lado, e, de outro, as
necessidades humanas da população, faz-se necessário o uso
racional das verbas públicas de modo a compatibilizar e otimizar os
recursos disponíveis nas prioridades a serem desenvolvidas. Para
tanto é imprescindível o efetivo controle de gastos.
 Orçamento Público – Princípios
 Aderência:
 Este princípio é um corolário dos princípios da universalidade e da
unidade, visto que todos os órgãos, Poderes e entidades devem
estar comprometidos com a finalidade do serviço público, de modo
a tornar a prestação estatal cada vez maior e mais abrangente.
 Orçamento Público – Controle de Constitucionalidade do
Orçamento:
 Primeiramente o STF entendia não ser possível o controle abstrato
de constitucionalidade, por ser a lei do orçamento uma lei de
efeitos concretos (ADI 1.640). Na ADI 2.925 o STF começou a
alterar o posicionamento.
 Orçamento Público – Controle de Constitucionalidade do
Orçamento:
 O STF entende, atualmente, que as leis orçamentárias podem ser
objetos de controle concentrado de constitucionalidade, dando,
assim, uma virada jurisprudencial na matéria (ADIs 4048 e 4049).
A lei orçamentária poderá ser objeto de controle concentrado de
constitucionalidade, não importando se é lei de efeito concreto ou
não.
 Orçamento Público – Tipos de Orçamento
 Orçamento tradicional: é o orçamento desvinculado de qualquer
planejamento, com foco mais em questões contábeis, em
detrimento de um foco administrativo de gestão. É uma mera peça
contábil, sem qualquer menção a qualquer objetivo ou meta a ser
atingida.
 Orçamento Público – Tipos de Orçamento
 Orçamento de desempenho: é o orçamento que apenas estima e
autoriza as despesas pelos produtos finais a obter ou tarefas a
realizar, com ênfase limitada no resultado, sem vinculação a um
programa ou planejamento governamental central das ações do
governo. Aqui não há vinculação entre planejamento e orçamento.
 Orçamento Público – Tipos de Orçamento
 Orçamento programa: é uma verdadeira evolução dos modelos
anteriores. Trata-se de modalidade em que os recursos se
relacionam a objetivos, metas e projetos de um PLANO DE
GOVERNO. É o modelo adotado no Brasil a partir da Lei nº
4.320/64, que preza por um instrumento de organização da atuação
estatal.
 Orçamento Público – Tipos de Orçamento
 Orçamento programa: consiste em um verdadeiro instrumento de
planejamento da ação do governo, por meio de programas de
trabalho, projeto e atividades, com o estabelecimento de objetivos e
metas a serem implantados.

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