Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PÚBLICOS
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de
realização. Precatório: disciplina constitucional e
legal. Crédito público e dívida pública.
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
O Estado tem como objetivo, no exercício de sua atividade financeira, a
realização de seus fins, pelo que procura ajustar a receita à
programação de sua política, ou seja, a despesa precede a esta. Tal
ocorre porque o Estado cuida primeiro de conhecer as necessidades públicas
ditadas pelos reclamos da comunidade social, ao contrário do que acontece
com o particular, que regula as suas despesas em face de sua receita.
Deve-se conceituar a despesa pública sob os pontos de vista orçamentário e
científico.
Aliomar Baleeiro ensina que a despesa pública, sob o enfoque
orçamentário, é “a aplicação de certa quantia em dinheiro, por parte da
autoridade ou agente público competente, dentro de uma autorização
legislativa, para execução de um fim a cargo do governo”.
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
Adotando-se um critério exclusivamente científico, parece-nos perfeito o
conceito de Ricardo Lobo Torres:
Por outro lado, segundo Morselli, por despesa pública deve-se entender a
inversão ou distribuição de riqueza que as entidades públicas realizam,
objetivando a produção dos serviços reclamados para satisfação das
necessidades públicas e para fazer face a outras exigências da vida pública,
as quais não são chamadas propriamente serviços.
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
São elementos da despesa pública:
a) de natureza econômica: o dispêndio, incidente em um gasto para os
cofres do Estado e em consumo para os beneficiados; a riqueza pública,
bem econômico, representada pelo acervo originário das rendas do domínio
privado do Estado e da arrecadação dos tributos;
b) de natureza jurídica: a autorização legal dada pelo poder competente
para a efetivação da despesa;
c) de natureza política: a finalidade de satisfação da necessidade pública
pelo Estado, o que é feita pelo processo do serviço público, como medida de
sua política financeira.
DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio
Transferências Correntes
DESPESAS DE CAPITAL
Investimentos
Inversões Financeiras
Transferências de Capital
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações
para manutenção de serviços anteriormente criados,
inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e
adaptação de bens imóveis.
§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as
dotações para despesas as quais não corresponda
contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para
contribuições e subvenções destinadas a atender à
manutenção de outras entidades de direito público ou
privado.
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei,
as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio
das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:
I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições
públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural,
sem finalidade lucrativa;
II - subvenções econômicas, as que se destinem a emprêsas
públicas ou privadas de caráter industrial, comercial,
agrícola ou pastoril.
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações
para o planejamento e a execução de obras, inclusive
as destinadas à aquisição de imóveis considerados
necessários à realização destas últimas, bem como
para os programas especiais de trabalho, aquisição de
instalações, equipamentos e material permanente e
constituição ou aumento do capital de emprêsas que
não sejam de caráter comercial ou financeiro.
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as
dotações destinadas a:
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em
utilização;
II - aquisição de títulos representativos do capital de
emprêsas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas,
quando a operação não importe aumento do capital;
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou
emprêsas que visem a objetivos comerciais ou financeiros,
inclusive operações bancárias ou de seguros.
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos
ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou
privado devam realizar, independentemente de contraprestação
direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências
auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de
Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as
dotações para amortização da dívida pública.
Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, a
discriminação ou especificação da despesa por elementos, em
cada unidade administrativa ou órgão de govêrno, obedecerá ao
seguinte esquema:
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
Despesas de Custeio Investimentos
Pessoa Civil Obras Públicas
Serviços em Regime de Programação Especial
Pessoal Militar Equipamentos e Instalações
Material de Consumo Material Permanente
Serviços de Terceiros Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Emprêsas ou Entidades
Encargos Diversos Industriais ou Agrícolas
Transferências Correntes Inversões Financeiras
Subvenções Sociais Aquisição de Imóveis
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Emprêsas ou Entidades
Subvenções Econômicas Comerciais ou Financeiras
Inativos Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Emprêsa em Funcionamento
Pensionistas Constituição de Fundos Rotativos
Salário Família e Abono Concessão de Empréstimos
Familiar Diversas Inversões Financeiras
Juros da Dívida Pública Transferências de Capital
Amortização da Dívida Pública
Contribuições de Auxílios para Obras Públicas
Previdência Social Auxílios para Equipamentos e Instalações
Diversas Transferências Auxílios para Inversões Financeiras
Correntes. Outras Contribuições.
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
Despesas de Custeio Investimentos
Pessoa Civil Obras Públicas
Serviços em Regime de Programação Especial
Pessoal Militar Equipamentos e Instalações
Material de Consumo Material Permanente
Serviços de Terceiros Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Emprêsas ou Entidades
Encargos Diversos Industriais ou Agrícolas
Transferências Correntes Inversões Financeiras
Subvenções Sociais Aquisição de Imóveis
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Emprêsas ou Entidades
Subvenções Econômicas Comerciais ou Financeiras
Inativos Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Emprêsa em Funcionamento
Pensionistas Constituição de Fundos Rotativos
Salário Família e Abono Concessão de Empréstimos
Familiar Diversas Inversões Financeiras
Juros da Dívida Pública Transferências de Capital
Amortização da Dívida Pública
Contribuições de Auxílios para Obras Públicas
Previdência Social Auxílios para Equipamentos e Instalações
Diversas Transferências Auxílios para Inversões Financeiras
Correntes. Outras Contribuições.
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade
Fases da competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou
não de implemento de condição.
realização Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos
concedidos.
58) desacordo com o disposto nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo da
responsabilidade do Prefeito nos termos do
ii.Liquidação (art. Art. 1º, inciso V, do Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro de 1967.
62)
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio
Fases da empenho.
realização § 1º Em casos especiais previstos na legislação
específica será dispensada a emissão da nota de
(execução) empenho.
§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa
de despesa cujo montante não se possa determinar.
§ 3º É permitido o empenho global de despesas
contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.
i. Empenho (art. Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento
denominado "nota de empenho" que indicará o nome do
58) credor, a representação e a importância da despesa bem
ii.Liquidação (art. como a dedução desta do saldo da dotação própria.
62)
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado
Fases da após sua regular liquidação.
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito
realização adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos
comprobatórios do respectivo crédito.
(execução) § 1° Essa verificação tem por fim apurar:
I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
de despesa II - a importância exata a pagar;
III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços
prestados terá por base:
i. Empenho (art. I - o contrato, ajuste ou acôrdo respectivo;
II - a nota de empenho;
58) III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva
do serviço.
ii.Liquidação (art.
62)
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por
Fases da autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.
Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada
realização em documentos processados pelos serviços de
contabilidade (Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
(execução) Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou
pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários
de despesa credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento.
Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades orçamentárias
poderão quando expressamente determinado na Lei de Orçamento ser
movimentadas por órgãos centrais de administração geral.
i. Empenho (art. Parágrafo único. É permitida a redistribuição de parcelas das dotações
de pessoal, de uma para outra unidade orçamentária, quando
58) considerada indispensável à movimentação de pessoal dentro das
tabelas ou quadros comuns às unidades interessadas, a que se realize
ii.Liquidação (art. em obediência à legislação específica.
62)
Despesa Pública: conceito e classificação, fases de realização .
Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, em
Fases da virtude de sentença judiciária, far-se-ão na ordem de
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos,
realização sendo proibida a designação de casos ou de pessoas nas
(execução) dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para
êsse fim.
de despesa Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de
despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega
de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na
dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam
i. Empenho (art. subordinar-se ao processo normal de aplicação.
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a
58) responsável por dois adiantamento.
Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a adjudicação
ii.Liquidação (art. de obras e serviços serão regulados em lei, respeitado o
62) princípio da concorrência.
Obs.: Classificacao dos créditos
CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS - São autorizações constantes na Lei Orçamentária para a realização de
despesas.
CRÉDITOS ADICIONAIS - São autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na lei
de orçamento. Estes créditos classificam-se em:
· Suplementares: Os destinados a reforços de dotação orçamentária. Ex: acréscimo das despesas com pessoal,
acima do previsto, em virtude do aumento dos vencimentos.
· Especiais: Os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. Ex: criação de
órgão.
· Extraordinários: Os destinados a despesas urgentes e imprevisíveis, em caso de guerra ou calamidade
pública.
Os Suplementares e Especiais são autorizados por lei e abertos por decreto do Executivo; os extraordinários são
abertos por decreto do Executivo, que dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo. Normalmente, a
própria lei orçamentária já autoriza o Poder Executivo a abrir créditos suplementares até um determinado
limite. Deve-se, contudo, observar que a transposição, o remanejamento, ou a transferência de recursos de uma
categoria de programação para outra, ou de um órgão para outro, é proibida sem prévia autorização legislativa
(art. 167, VI da CF).
A vigência dos créditos adicionais não pode ultrapassar o exercício financeiro, exceto os especiais e os
extraordinários, quando houver expressa determinação legal.
Fonte: http://www.dhnet.org.br/3exec/orcamento/cap07.html
Obs.2: Execução das despesas públicas
Vedada realização de despesas ou assunção de obrigações diretas que excedam os
créditos orçamentários ou adicionais (art. 167, II).
Para a abertura de crédito suplementar ou especial, é necessário autorização
legislativa e indicação dos recursos correspondentes (superávit, anulação de outras
dotações e operações de crédito).
Obs.3: A despesa pública, para que possa ser realizada, exige inclusão em lei
orçamentária. Logo, devido a tal exigência, necessário o respeito ao princípio da
legalidade. Portanto, a inobservância de normas legais poderá resultar ao agente
público crime de responsabilidade. Ainda, no caso de o agente ordenar ou permitir a
realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento, constituir-se-á ato de
improbidade administrativa.
Despesas Públicas e a LC 101/00
À guisa de síntese, temos que as despesas pública
públicas representam todo gasto ou dispêndio público
e têm como características:
a) Deve ter previsão legal;
b) Deve ser documentada, para comprovar a origem;
c) Deve ter contrapartida e receita suficiente, não
podendo o ente gastar mais do que tem;
Despesas Públicas e a LC 101/00
Geração ou aumento de despesa, por conta da criação, expansão ou
aperfeiçoamento de ação governamental (art. 16).
Deve obedecer aos seguintes requisitos:
a) Deve prever a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
exercício presente e nos dois seguintes;
b) Deve estar de acordo com o Plano Plurianual, com a Lei de
Diretrizes Orçamentárias e com a Lei Orçamentária Anual.
Exceção: Não se aplica esta regra para as despesas irrelevantes
(aquelas que podem ser realizadas sem licitação, por exemplo).
Despesas Públicas e a LC 101/00
Despesas obrigatórias de caráter continuado (art. 17): É uma despesa fixada numa
norma, que deve ser realizada por um período superior a dois anos. Podem derivar
de lei, Medida Provisória ou Ato Administrativo Normativo.
a) Condições:
- Deve prever a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício
presente e nos dois seguintes, além de demonstrar a existência de receita para
custear essa despesa.
- Deve estar de acordo com as metas estabelecidas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
- Deve estar acompanhada de Medidas de Compensação (ou o aumento de receita
pelo aumento de tributos, ou redução permanente de despesa).
Despesas Públicas e a LC 101/00
Estimativa de Impacto Orçamentário-Financeiro (ano corrente + 2 anos
subseqüentes):
a) Deve estar presente na renúncia de receitas;
b) Deve estar presente na geração de despesas em ações governamentais;
c) Deve estar presente nas despesas obrigatórias de caráter continuado superior a 02
anos.
Medidas de Compensação:
a) Aumento de receitas pelo aumento de Tributos;
b) Redução permanente de despesas.
c) Aparecem na renúncia de receita (deve haver aumento de receita, art. 14)
d) Despesas obrigatórias de caráter continuado (aumento de receita ou redução de
despesa, art. 17).
Despesas Públicas e a LC 101/00
Quadro de Exceções: Geração de despesas Despesas Obrigatórias de
Em relação à Renúncia por conta caráter continuado (art. 17)
de Receitas de ação governamental
(art. 14) (art. 16)
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados
em Território Federal, exceto quando:
(...)
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de
princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou
de decisão judicial.
Consequências a respeito do
não pagamento do precatorio
EMENTA: INTERVENÇÃO FEDERAL. Pagamento de precatório judicial.
Descumprimento voluntário e intencional. Não ocorrência. Inadimplemento devido
a insuficiência transitória de recursos financeiros. Necessidade de manutenção de
serviços públicos essenciais, garantidos por outras normas constitucionais.
Precedentes. Não se justifica decreto de intervenção federal por não pagamento de
precatório judicial, quando o fato não se deva a omissão voluntária e intencional do
ente federado, mas a insuficiência temporária de recursos financeiros.
(IF 5101, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO (Presidente), Tribunal Pleno, julgado
em 28/03/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-176 DIVULG 05-09-2012
PUBLIC 06-09-2012)
Consequências a respeito do
não pagamento do precatorio
EMENTA: INTERVENÇÃO FEDERAL. Pagamento de precatório
judicial. Descumprimento voluntário e intencional. Não ocorrência.
Inadimplemento devido a insuficiência transitória de recursos
financeiros. Necessidade de manutenção de serviços públicos
essenciais, garantidos por outras normas constitucionais.
Precedentes. Não se justifica decreto de intervenção federal por não
pagamento de precatório judicial, quando o fato não se deva a omissão
voluntária e intencional do ente federado, mas a insuficiência temporária
de recursos financeiros. (IF 5114 – STF)
A EMENDA DO “FIM DO MUNDO”
A emenda Constitucional no. 95 alterou o ADCT, adicionando os arts.
106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113 e 114, criando o Novo Regime
Fiscal no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da
União, que vigorará por vinte exercícios financeiro.