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Índice

Introdução........................................................................................................................................1

Objectivos........................................................................................................................................2

Objectivos Geral..............................................................................................................................2

Objectivos Especifico......................................................................................................................2

Metodologia.....................................................................................................................................2

Conceitos básicos.............................................................................................................................3

Os Fins do Estado............................................................................................................................3

Direito Financeiro............................................................................................................................3

Divisão interna do Direito Financeiro.............................................................................................4

Noção de Direito Fiscal ou Tributário como Direito dos Impostos.................................................4

Caracteres essenciais do fenómeno tributário..................................................................................5

Imposto e a Taxa..............................................................................................................................5

Classificações jurídicas de impostos...............................................................................................6

Fontes do Direito Constitucional.....................................................................................................8

O Sentido de Constituição...............................................................................................................8

Constitucionalismo Moderno e Contemporâneo.............................................................................9

CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS CONSTITUCIONAIS..............................................................10

ESTRUTURA NORMATIVA......................................................................................................13

Conclusão......................................................................................................................................14

Bibliografia....................................................................................................................................15
Introdução
O trabalho em curso visa abordar em torno do Direito Constitucional e o Direito Financeiros, uns
dos principais pilares para a execução dos Fins do Estado. O direito financeiro tem como seu
objecto principal reger as actividades financeiras do estado que são o conjunto de acções do
Estado para a obtenção da receita e a realização das despesas para o atendimento das
necessidades públicas. E a o direito constitucional é responsável por analisar e controlar as leis
fundamentais que regem o Estado. O seu objecto de estudo é a forma de governo e a regulação
dos poderes públicos, tanto na sua realização com só cidadãos como entre os seus vários órgãos.

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Objectivos

Objectivos Geral
 Analisar os processos da aplicação do Direito Constitucional e Direito Financeiro para a
execução dos fins do Estado.

Objectivos Especifico
 Descrever os seus principais objectivos do Direito Constitucional e Direito Financeiro e o
âmbito das suas aplicações.

 Demonstrar o processo das actividades financeiras e os ramos do direito financeiro

 Identificar as fontes do direito constitucional e o sentido da constituição na sua íntegra.

Metodologia
No percurso da elaboração desse trabalho usou-se como fonte de inspiração as seguintes, a
consulta bibliográfica para relevar qualidade de informação, no desenvolvimento do trabalho e
para salientar usarei a internet para fazer uma reflexão condigna das várias informações.

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Conceitos básicos

O Direito Constitucional, é um ramo do Direito que estuda os princípios necessários e


indispensáveis à estruturação da vida do Estado, teve como origem a Assembleia Nacional
Constituinte da França de 26/09/1791, que determinou a obrigatoriedade do ensino da
Constituição para os estudantes franceses. A expressão Direito Constitucional, contudo, somente
surgiu em 1797, em Milão, norte da Itália.
Ramo do Direito Público que estuda os princípios indispensáveis à organização do Estado, à
distribuição dos poderes, os órgãos públicos e os direitos individuais e colectivos.

Os Fins do Estado
A principal finalidade do Estado consiste em promover o bem comum. O Estado promove o bem
comum desenvolvendo diversas actividades chamadas actividades - fim, através dos serviços
públicos, tais como: saúde, educação, justiça, segurança e outros. Toda e qualquer actividade fim
do Estado exige dispêndio de recursos financeiros. Dentro desta realidade, o Estado é obrigado a
desenvolver uma outra actividade, chamada actividade - meio voltada para: a busca desses
recursos financeiros, a gerência do património estatal e para a realização dos gastos públicos. É a
chamada Actividade Financeira do Estado.

Direito Financeiro
Trata-se da definição dos poderes das entidades públicas na obtenção e no emprego dos meios
económicos destinados à realização dos seus fins.

Este conceito, baseia-se numa ideia central de limitação de poderes das entidades públicas, como
tais. Quando as entidades públicas obtêm receitas nos mesmos termos que os particulares não faz
sentido qualquer ideia de limitação específica dos poderes dessas entidades.

Como disciplina jurídica da utilização de meios económicos pelas entidades públicas, o Direito
Financeiro abrange um amplíssimo sector de receitas públicas, todo o sector das despesas
públicas e a coordenação das despesas e das receitas públicas. Excluem-se do Direito Financeiro,
fundamentalmente, as receitas públicas de origem privada, cujas relações jurídicas respectivas
hão-de ser definidas por outros ramos de Direito.

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Actividade Financeira
A actividade financeira é a que o Estado exerce para obter dinheiro e aplicá-lo ao pagamento de
indivíduos e coisas utilizadas na criação e manutenção desses diversos serviços públicos.

Há uma série de serviços que o Estado desenvolve para satisfazer as necessidades gerais da
população. A actividade financeira consiste, portanto, em obter, criar, gerir e despender o
dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu à outras
pessoas de direito público. Embora expressa em algarismos de dinheiro, a actividade financeira,
do ponto de vista económico, desloca, do sector privado para o sector público, massa
considerável de bens e serviços, retirando-os uns e outros ao consumo e aos investimentos dos
particulares.

Divisão interna do Direito Financeiro


O Direito Financeiro, compreende três ramos que, embora sem autonomia científica, cada um
deles, são nitidamente separáveis

 O Direito das Receitas,

 O Direito das Despesas e

 O Direito da Administração Financeira.

Noção de Direito Fiscal ou Tributário como Direito dos Impostos


O Direito dos Impostos, Direito Tributário, ou Direito Fiscal, é o ramo de Direito Financeiro que
corresponde á insuficiência do património e do domínio para suportarem as despesas crescentes
das comunidades políticas. É assim logicamente supositório, no sentido de que visa a preencher
aquela insuficiência.

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Caracteres essenciais do fenómeno tributário
O imposto pode corresponder a uma prestação, a uma relação jurídica ou a um instituto jurídico.
A relação jurídica de imposto tem carácter obrigacional ou creditício, tem por fim a realização de
uma receita pública e não depende de outros vínculos jurídicos, nem determina para o sujeito
activo respectivo qualquer dever de prestar específico.

Tendo carácter obrigacional, creditício, o objectivo da relação jurídica de imposto é de natureza


patrimonial. E a respectiva prestação apresenta geralmente natureza pecuniária. No entanto tal
natureza pecuniária não é essencial.

Tendo por fim a realização de uma receita pública, a relação jurídico - tributária é estruturada em
termos de o respectivo sujeito activo apresentar normalmente a natureza de entidade pública.

Não dependendo de outros vínculos jurídicos nem determinando para o sujeito activo qualquer
dever de prestar específico, a relação de imposto não implica qualquer contraprestação para as
entidades públicas credoras; nem cria para as entidades públicas, o dever de reembolsar as
prestações tributárias por elas recebidas. Contudo, será logicamente admissível o reembolso de
impostos, não com fundamento num direito do contribuinte e no correspondente dever de uma
entidade pública, mas sim na base da mera faculdade desta.

Imposto e a Taxa
O Imposto, é uma prestação obrigatória estabelecida pela lei a favor de entidades que exerçam
funções públicas e para satisfação de fins públicos que não constituam sanção de actos ilícitos.

No plano da economia financeira a separação entre imposto e taxa pode estabelecer-se com
relativa facilidade, na base do critério da divisibilidade ou indivisibilidade dos serviços públicos.
As taxas, são progressivas porque aumentam mais que proporcionalmente, há medida que o
rendimento aumenta, taxa progressiva, é a taxa que varia mais que proporcionalmente à variação
do rendimento.

O Estado e as outras entidades públicas prestam serviços cuja utilidade não é divisível pelos
cidadãos. A defesa nacional e a diplomacia constituem exemplos nítidos de serviços públicos

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indivisíveis e, consequentemente, suportados pelo imposto. De outros serviços públicos, porém,
extraem os particulares utilidades individualizáveis. É o caso dos serviços de instrução, de justiça
e de muitos outros, ora quando através dos serviços públicos se prestam utilidades particulares,
individualizáveis, quando esses serviços são divisíveis, em suma, há a possibilidade de realizar a
sua cobertura financeira, ou parte dela, através do pagamento de prestações exigíveis dos
particulares que utilizam tais serviços.

Atendendo à diversidade de estruturação legal, o vínculo jurídico de taxa tem por causa a
prestação por uma entidade pública de utilidades individualizadas. Quer dizer que a taxa, como
aliás o preço também apresenta origem sinalagmática. É este aspecto precisamente que separa
com nitidez a taxa de imposto. Porque a taxa tem por causa a realização de uma utilidade
individualizada, ela depende de outro vínculo jurídico, o que não acontece com o imposto.

Classificações jurídicas de impostos


a) Impostos Estaduais e não Estaduais:

Nem sempre o Estado é credor do imposto, o sujeito activo da relação jurídico-tributária. Esta
constitui-se, muitas vezes, em benefício de uma Autarquia Local ou de um Instituto Público. Daí
a separação dos impostos estaduais e não estaduais. A origem de uns e de outros é legal e,
portanto, estadual; mas só em relação aos primeiros o Estado se apresenta como credor. Note-se
que os impostos não estaduais são os estruturados no sentido da sua atribuição a uma entidade
diversa do Estado. Mas acontece frequentemente que a receita de um imposto estadual seja
cedida pelo Estado a outra entidade pública.

b) Impostos directos e indirectos:

Os impostos directos, visam atingir faculdades contributivas permanentes, estáveis, enquanto os


indirectos, visam atingir faculdades contributivas intermitentes, instáveis, passageiras, é aquele
que geralmente tem inspirado as leis e contabilidade pública. São impostos directos, aqueles cujo
o lançamento se baseia na elaboração prévia de um rol nominativo de contribuintes; e indirectos
os outros.

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c) Impostos reais e pessoais:

Os impostos reais, visam a atribuição de bens económicos, de riqueza, em termos objectivos,


sem que nessa tributação se vão reflectir as condições pessoais do contribuinte, os impostos
pessoais, pelo contrário, procuram atingir certos bens por pertencerem, ou respeitarem a
determinadas pessoas, cuja capacidade contributiva e outras circunstâncias pessoais, são tidas em
conta, através de alguns aspectos da tributação.

Raramente se encontrarão impostos que visem apenas aspectos pessoais. Mas pode admitir-se a
classificação na base do maior ou menor relevo desses aspectos. Assim, segundo o critério da
predominância, serão reais, além de todos os impostos de consumo, do selo e aduaneiros, os
impostos prediais. Segundo este mesmo critério de predominância, de aspectos objectivos ou
subjectivos, serão pessoais o imposto sucessório e o IRS, cujas taxas e outros elementos variam,
não apenas em função da capacidade contributiva mas também em função de outros factores
respeitantes à pessoa do contribuinte.

Tendo de reconhecer-se que os impostos indirectos são sempre reais, ou objectivos, nota-se
facilmente que a destrinça oferece interesse escasso, do ponto de vista jurídico, porquanto no
campo dos impostos directos é fácil distinguir diversidade de tratamento quanto ao nascimento e
à estrutura da obrigação de imposto entre reais e os pessoais.

d) Impostos de cotidade:

Cada contribuinte tem uma percentagem equivalente a uma cota (variável) dependente do
rendimento.

e) Imposto de repartição:

São todos relativos aos quais a responsabilidade dos financiadores é igual, independentemente da
sua capacidade contributiva.

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Fontes do Direito Constitucional
As fontes do Direito Constitucional podem ser divididas em fontes imediatas e fontes mediatas.

Como fontes imediatas temos a própria Constituição política, fonte primária do Direito
Constitucional, que estabelece as directrizes políticas e organizacionais de uma sociedade –
podendo esta ser escrita – como verba grátis, a Constituição Moçambicana – ou não escrita –
como a Constituição inglesa, e as leis constitucionais esparsas, escritas ou não – estas nos países
que adoptam o common law.

Como fontes mediatas temos o Direito Natural, a doutrina, a jurisprudência e os costumes e


tradições do povo, da sociedade.

O Sentido de Constituição
Em sentido geral, amplo, constituição é a estrutura fundamental ou a maneira de ser de qualquer
coisa.

Em teoria política e direito, Constituição, em letra maiúscula, refere-se a Estado, podendo ser
empregada em sentido amplo ou restrito.
Em sentido amplo, genérico, é a própria organização estatal. Todos os países possuem suas
Constituições, que lhes são próprias.
Em sentido restrito, define-se a Constituição como o conjunto de normas jurídicas necessárias e
básicas à estruturação de uma sociedade política, geralmente agrupadas em uma única Lei
Fundamental.

Para Ferdinand Lassale (1825-1864) 1, advogado na antiga Prússia, as questões constitucionais


não são jurídicas, mas políticas, onde os factores reais do poder formam a chamada Constituição
real do país. Para Lassalle, o poder da força seria sempre superior ao poder das normas jurídicas,
situação em que a normatividade é submetida à realidade fáctica. Isso significaria a negação da
Constituição jurídica, que teria unicamente a função de justificar as relações de poder
dominantes.

O desfecho entre os factores reais de poder e a Constituição não implica necessariamente na


derrota desta última. Existem Pressupostos realizáveis que permitem assegurar sua força

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normativa, e que apenas quando esses pressupostos não sejam satisfeitos é que as questões
jurídicas podem se converter em questões de poder. O primeiro desses pressupostos é a vontade
de Constituição.

A Constituição transforma-se em força activa se existir a disposição de orientar a própria


conduta segundo a ordem nela estabelecida, se fizerem - se presentes, na consciência geral
(especialmente na consciência dos principais responsáveis pela ordem constitucional), não só a
vontade de poder, mas também a vontade de Constituição. A força normativa da Constituição
não está assegurada de plano, configurando missão que somente em determinadas condições
poderá ser realizada de forma excelente. Para ele, compete ao direito constitucional realçar,
despertar e preservar a vontade de Constituição, que, indubitavelmente, constitui a maior
garantia de sua força normativa.

Hans Kelsen, formulador e principal defensor da “Teoria Pura do Direito”, fundador da Escola
Normativismo, também chamada Escola de Viena, contrapôs-se a Lassalle e a Hesse. Para
Kelsen, o direito deve ser examinado como ele de fato o é, isento de juízos valorativos, e não
como deveria ser. Vale dizer, o direito tem de ser despido de todo seu conteúdo valorativo, e que
necessita existir uma respeitabilidade entre o conjunto hierarquizado das normas, que contém na
Constituição seu ápice. “O ordenamento jurídico não é, portanto, um sistema jurídico de normas
igualmente ordenadas, colocadas lado a lado, mas um ordenamento escalonado de várias
camadas de normas jurídicas”.

Constitucionalismo Moderno e Contemporâneo


É o estudo dos meios utilizados no processo da evolução constitucional ao longo dos tempos. O
constitucionalismo moderno tem as suas origens nas revoluções inglesa de 1688, americana de
1776, e francesa de 1789, embora o seu embrião possa ser encontrado na Magna Carta de João
Sem Terra, na Inglaterra, de 1215, posto que nela já se encontravam presentes alguns dos
elementos essenciais do moderno constitucionalismo, quais sejam a limitação do poder do
Estado e a garantia de alguns dos direitos fundamentais da pessoa humana.

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O constitucionalismo moderno, cujo nascimento coincidiu com o nascimento do Estado Liberal,
decorreu, assim, da idéia e da necessidade de submeter o Estado ao Direito, limitando as suas
funções, estabelecendo a segurança nas relações jurídicas e garantindo a protecção do indivíduo
contra o Estado. É que o Estado, antes das revoluções a que nos referimos, era absoluto. O
soberano tudo podia e não se subordinava a ninguém. À partir das constituições modernas o
estado, e, consequentemente, o soberano, vêem-se submetidos à constituição e ao princípio da
separação dos poderes.

Que são três as características principais do constitucionalismo moderno: I – a ordenação


jurídico-política estampada em documento escrito; II – a declaração de direitos fundamentais e
seu modo de garantia; III – a organização do poder político segundo esquemas tendentes a torná-
lo limitado e moderado.

CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS CONSTITUCIONAIS


Quanto ao conteúdo: material e formal
Constituição material é o conjunto de regras constitucionais esparsas, codificadas ou não em um
único documento.
Já a Constituição, no seu conceito formal, consubstancia-se em um conteúdo normativo
expresso, estabelecido pelo poder constituinte originário em um documento solene que contém
um conjunto de regras jurídicas estruturais e organizadoras dos órgãos supremos do Estado.
A diferença entre sentido material e sentido formal da Constituição é que nesta temos a
existência estatal reduzida à sua expressão jurídica formalizada através da codificação solene das
normas constitucionais.

Quanto à forma: escrita e não escrita


Constituição escrita é o conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento
para fixar-se a organização fundamental.6
Caracteriza-se por ser a lei fundamental de um povo, colocada no ápice da pirâmide das normas
legais, dotada de coercibilidade.
Todas as Constituições brasileiras foram escritas, desde a Carta Imperial até a Constituição de
1988.

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Constituição não escrita é o conjunto de normas constitucionais esparsas, baseado nos costumes,
na jurisprudência e em convenções. Exemplo: Constituição inglesa.
Quanto à forma de elaboração: dogmáticas e históricas
Constituição dogmática é aquela que se nos é apresentada de forma escrita e sistematizada, por
um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito
dominante em uma determinada sociedade. Constituição histórica é aquela que resulta da
história, dos costumes e da tradição de um povo.

Quanto à origem: promulgadas (democráticas e populares) e outorgadas


A Constituição promulgada, também chamada de democrática ou popular, é aquela fruto do
trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita pelo povo com a finalidade da sua
elaboração.

Quanto à estabilidade: imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas


Constituição imutável é aquela onde é vedada qualquer modificação. Essa imutabilidade pode
ser, em alguns casos, relativa, quando prevê a assim chamada limitação temporal, consistente em
um prazo em que não se admitirá qualquer alteração do legislador constituinte reformador.

Constituição rígida é aquela escrita, mas que pode ser alterada através de um processo
legislativo mais solene e com maior grau de dificuldade do que aquele normalmente utilizado em
outras espécies normativas. Exemplo: Constituição brasileira de 1988 (Ver artigo 60 – Emendas
à Constituição).

Constituição flexível é aquela em regra não escrita e que pode ser alterada pelo processo
legislativo ordinário, sem qualquer outra exigência ou solenidade.

Constituição semi-rígida ou semiflexível é aquela que pode ter algumas de suas regras alteradas
pelo processo legislativo ordinário, enquanto outras somente podem sê-las por um processo
legislativo mais solene e com maior grau de dificuldade.

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Alexandre de Moraes entende que a Constituição brasileira de 1988 é super-rígida, porque “em
regra poderá ser alterada por um processo legislativo diferenciado, mas, excepcionalmente, em
alguns pontos é imutável.

Quanto à sua extensão e finalidade: analíticas (dirigentes) e sintéticas (negativas, garantias)


Constituição analítica é aquela que examina e regulamenta todos os assuntos relevantes à
formação, destinação e funcionamento do Estado. É também chamada de Constituição dirigente
porque define fins e programa de ação futura.

Constituição sintética é aquela que prevê somente os princípios e as normas gerais de


organização do Estado e a limitação do seu poder através da fixação de direitos e garantias
fundamentais para o cidadão. Exemplo: a Constituição dos EUA.

SISTEMA CONSTITUCIONAL
Duas são as acepções de sistema constitucional admitidos pela doutrina: o sistema externo ou
extrínseco, e o sistema interno ou intrínseco.

O sistema extrínseco refere-se ao trabalho intelectual, cujo resultado forma um conjunto de


conhecimentos logicamente classificados, ou, na lição de Kant, em Crítica da razão pura:
“entendo por sistema a unidade dos diversos conhecimentos debaixo de uma idéia”.
Os requisitos do sistema extrínseco ou externo são de natureza puramente formal.
O sistema intrínseco ou interno cuida do conhecimento do objeto, da sua sistematização, da sua
estruturação jurídica.

A Constituição escrita é sistematizada através de um conjunto de normas referentes às mais


diversas matérias e finalidades buscadas pelo legislador constituinte. Tais normas, autênticas
regras jurídicas, são agrupadas em títulos, capítulos e seções, formando um todo que se
convencionou chamar de elementos constitucionais do Estado.

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ESTRUTURA NORMATIVA
Para José Afonso da Silva8 as Constituições contemporâneas, em sua estrutura normativa,
revelam cinco categorias de elementos destacáveis: orgânicos; limitativos; sócio-ideológicos; de
estabilização constitucional; e, finalmente, formais de aplicabilidade.
Elementos orgânicos: são aqueles contidos em normas jurídicas que regulam a estrutura e o
funcionamento do poder estatal, sendo, portanto, fundamentais à existência do Estado.

Elementos limitativos: são aqueles que têm origem no liberalismo clássico, que busca estabelecer
limites à acção do Estado, assegurando um Estado de Direito onde os direitos individuais e
coletivos devem estar presentes no texto constitucional.

Elementos sócio-ideológicos: não existiam nas primeiras Constituições escritas, porque elas
tratavam exclusivamente da limitação à ingerência estatal. Tais elementos revelam a emergência
de um Estado Social, mais intervencionista que o velho Estado Liberal.

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Conclusão
Segundo o historial do direito constitucional, até nos meados do século XVIII, as Constituições
eram costumeiras, baseadas nas tradições, hábitos e costumes do povo, e, também, baseadas em
leis e documentos esparsos, como por exemplo, a Magna Carta inglesa, de João Sem Terra, de
1215, que consubstanciou o acordo entre o Rei e o baronato revoltado com os amplíssimos
poderes do Monarca sobre tudo e sobre todos.

A idéia de Constituição veio a ganhar força quando foi associada às concepções iluministas, com
o liberalismo político representando a ideologia revolucionária do século XVIII. O triunfo das
idéias liberais dá-se com as Revoluções dos séculos XVII, na Inglaterra, e XVIII, nos Estados
Unidos e na França, quando se afirmam os direitos fundamentais e a não-intervenção arbitrária
do Estado.

Durante o trabalho constatou-se ainda que o principal interesse tutelado pelo Direito Financeiro,
segundo Celso Bastos, é o interesse dos entes públicos de obterem meios económicos com que
financiar os gastos públicos e conseguirem um emprego correcto dos aludidos meios.

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Bibliografia

I. ALIOMAR Baleeiro, Introdução à Ciência das Finanças Rio de Janeiro: Editora


Forense, 1986

II. Celso Ribeiro Bastos, Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário São Paulo:
Saraiva, 1999

III. ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JR, Vidal Serrano. Curso de direito
constitucional. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
IV. CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição. Coimbra:
Almedina, 1997.
V. CARVALHO, Virgílio de Jesus Miranda. Os valores constitucionais fundamentais:
esboço de uma análise axiológico-normativa. Coimbra: Coimbra Editora, 1992.
VI. MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional. Coimbra: Coimbra Editora, 1997,
v. 4.

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