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1. Introdução....................................................................................................................................4

1.1. Objectivos.............................................................................................................................4

1.1.1. Geral..................................................................................................................................4

1.1.2. Específicos........................................................................................................................4

2. Conceito de Fenómeno financeiro..............................................................................................5

2.1. Teorias acerca do Fenómeno Financeiro..................................................................................6

2.1.1. Teoria da troca.......................................................................................................................6

2.1.2. Teoria do consumo ou improdutiva.......................................................................................6

2.1.3. Teoria da produtividade e reprodutividade das despesas públicas........................................6

2.1.4. Teoria do cooperativismo ou corporativista..........................................................................7

2.1.5. Teoria da repartição de encargos...........................................................................................7

2.1.6. Explicação sociológica de Loria............................................................................................7

2.2. Características do fenómeno financeiro no Estado moderno...................................................7

2.3. Perspectivas do fenómeno financeiro.......................................................................................8

2.3.1 Perspectiva Política do Fenómeno Financeiro........................................................................8

2.3.2. Perspectiva jurídica do fenómeno financeiro........................................................................9

2.3.3 Perspectiva económica............................................................................................................9

2.4. Fenómeno financeiro do estado Moçambicano......................................................................10

2.4.1. Sistema de administração financeira do estado em Moçambique (SISTAFE)....................12

2.4.2. Organização e funcionamento do SISTAFE........................................................................12

2.4.3. Regulamento do SISTAFE..................................................................................................14

3. Conclusão..................................................................................................................................15

4. Referência Bibliográficas..........................................................................................................16
1. Introdução

Este trabalho de pesquisa tem como objectivo principal o estudo das finanças em Moçambique de
um modo particular, do fenómeno financeiro, este estudo foi feito tendo em consideração as
finanças públicas, desta maneira abrangendo vários aspectos que estão intimamente ligados as
finanças e ao próprio Estado. A Noção de finanças está intimamente ligada a ideia de dinheiro.
Finanças visa estudar os aspectos da economia, onde o processo económico se caracteriza por
produção, distribuição, troca e consumo. Finanças e Estado, o Estado para realizar a sua actividade,
carece de dinheiro para pagamento de despesas. Conceito de finanças públicas Finanças públicas é
a realidade económica de um ente público ou com funções públicas, tendente a afectar bens a
satisfação de necessidades que lhe estão confiadas. Finanças públicas são a aquisição e utilização
de meios financeiros pelas entidades públicas que incluem o Estado, as autarquias e entidades para
estaduais.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Explicar a natureza do fenómeno financeiro.
1.1.2. Específicos
 Mencionar as perspectivas do fenómeno financeiro;
 Explicar as perspectivas do fenómeno financeiro.
2. Conceito de Fenómeno financeiro

Fenómeno Financeiro é o conjunto das modalidades, instituições, processos, instrumentos e


técnicas que tornam inteligível a apropriação e utilização de bens ou meios económicos por parte
de entidades públicas, com o objectivo de satisfazer determinadas necessidades sociais,
desenvolvendo uma actividade de natureza económica, (BALEEIRO: 2004).

O fenómeno financeiro é um termómetro das relações existentes entre o poder e a sociedade


onde ele se exerce, (WATY, 2004:31).

A actividade tendente a satisfazer necessidades públicas dá lugar a diversos fenómenos,


designados por fenómenos financeiros, que apresentam uma tripla dimensão: económica – que
respeita à obtenção ou emprego de bens económicos; jurídica – é regida por normas de
Direito; política – depende das opções políticas, desde os meios financeiros a que se deve
recorrer (impostos, empréstimos, taxas, etc) até aos critérios ou prioridades a seguir na aplicação
dos meios financeiros, (TEIXEIRA, 1992:10)
O fenómeno financeiro é a realidade e o objecto científico das Finanças Públicas, o modo como
se estabelecem as relações entre pessoas e as instituições sociais, de um lado, e o Estado ou
outros entes públicos, (WATY, 2004:30).
Segundo (FRANCO, 2004:3), o fenómeno financeiro constitui o objecto da realidade e objecto
científico das Finanças. Ela representa o modo mais significativo e expressivo, o estado das
relações económicas entre pessoas e instituições sociais, por um lado, e o Estado, do outro, como
o seu estudo contém a visão mais concreta e clara das funções que, com prioridade, o poder
público desenvolve numa sociedade.
De facto, o fenómeno económico constitui o termómetro das relações concretas entre o poder e a
sociedade que o integra, bem como das tarefas e funções que esta leva o poder a desempenhar e
o modo como os grupos, estratos sociais se situam perante o poder, beneficiando dos seus gastos
ou suportando o respectivo custo.  Ele representa o modo mais significativo e expressivo, o
estado das relações económicas entre as pessoas e instituições sociais, por um lado, e o Estado,
do outro;
2.1. Teorias acerca do Fenómeno Financeiro

2.1.1. Teoria da troca

O fenómeno financeiro é um fato de troca, sendo que os indivíduos pagam o tributo e as


comunidades políticas efectuam o serviço. Se estabelecem, assim, relações de troca, nas quais os
impostos constituem o preço a que os serviços correspondem. O imposto seria o preço do serviço
público executado.
Tal teoria foi veementemente refutada, já que, nos estados modernos verificamos que há vários
tipos de arrecadação, como por exemplo os próprios impostos, cuja a característica não é a
reciprocidade, isto é, esses tributos não são vinculados, onde vale dizer, o particular não recebe
nada em troca da importância recolhida pelo Estado. Juridicamente, esta teoria também se mostra
falha, visto que, a condição principal à troca económica é a liberdade de contrato. Aí, ela não
existe, porque o tributo é imposto. Logo, não é troca.

2.1.2. Teoria do consumo ou improdutiva

Por esta teoria, o estado arrecada as receitas tributárias e não tributárias do povo, com o escopo
de apenas consumir as receitas na manutenção dos encargos estatais, significando que o mesmo
não produz, apenas consome aquilo que arrecada da sociedade.
Refutando esta teoria, é possível citar que: “produzir é criar utilidade: quando o Estado paga, cria
bens. Os legisladores, os juízes, os administradores, os engenheiros, os professores, são tão
produtores económicos como os agricultores.”(JÈSE, 1934, apud DEODATO, 1969).

2.1.3. Teoria da produtividade e reprodutividade das despesas públicas

O fenómeno financeiro é o da própria e verdadeira produção económica. Tinha como principais


doutrinadores os escritores alemães: Dietzel, Liszt, Wagner e Stein. As finanças consistem em
um complexo de meios pecuniários ao exercício de uma indústria especial, em uma
transformação útil de riquezas materiais em bens imateriais de segurança, poder e civilização.
Pare estes autores, as despesas são sempre produtivas ou reprodutivas, como as chama Liszt. O
imposto empregado na execução dos serviços públicos volta à coletividade com o efeito de
aumentar a soma dos bens disponíveis ou de acrescer a eficácia dos meios privados de produção.

2.1.4. Teoria do cooperativismo ou corporativista

Compara o estado moderno a uma grande indústria, a qual funciona como uma grande
cooperativa, onde há a participação de todos os contribuintes, que se beneficiam dos serviços
públicos, a um custo mínimo.

2.1.5. Teoria da repartição de encargos

Tal teoria consiste em que o Estado some todos os seus encargos (despesas públicas) e em
seguida divida-os com a sociedade. Esta teoria também não se mostra verdadeira em sua
essência, pois seria necessário encontrar uma receita homogénea, ou seja, todos deveriam pagar o
mesmo ônus. Sabemos que a sociedade é constituída de um todo heterogéneo, e portanto seria
impossível que todos arcassem com a mesma carga tributária.

2.1.6. Explicação sociológica de Loria

Segundo este estudioso, dada a existência de classes sociais contrapostas, o sistema financeiro se
constrói efetivamente, de modo a corresponder aos interesses das classes economicamente
dominantes em detrimento das classes mais fracas, visto que o custo do serviço público a ser
suportado por todos é desproporcional a capacidade contributiva da classe mais fraca.

2.2. Características do fenómeno financeiro no Estado moderno

 Repartição do custo dos encargos públicos


Norteado pelo princípio da capacidade contributiva, o qual é regulado através da progressividade
(ou proporcionalidade), das isenções e dos mínimos de existência, e pela conveniência social, a
qual se enquadra nos princípios da justiça tributária.
 Redistribuição da renda nacional
Deslocamento das rendas dos que tem mais a favor dos que necessitam, através dos tributos.
 Compulsoriedade
É decorrente da potestade tributária.

2.3. Perspectivas do fenómeno financeiro

Como fenómeno social, pode ser encarado sob três perspectivas, nomeadamente: Política,
económica e jurídica, (WATY, 2004:32).

2.3.1 Perspectiva Política do Fenómeno Financeiro

Ela pressupõe um processo organizado e coactivo de determinação, hierarquização e satisfação


das necessidades públicas, dai que, ela não pode assumir uma posição de neutralidade política e
deixar de reflectir as concepções políticas dominantes no meio social em que se verifica.
A actividade financeira implica a existência de necessidades sociais, sentidas pelos indivíduos e
pela sociedade. A actividade financeira pode ser exercida em qualquer organização, seja, ela
estadual, religiosa, internacional, infra-estaduais, etc, (WATY, 2004:33).

A Actividade Financeira do Estado, propõe-se à satisfação das necessidades colectivas e


concretizada em receitas e despesas.
A Ciência das Finanças estuda a actividade financeira, isto é, uma actividade do Estado que se
exprime em receitas e despesas (TEIXEIRA RIBEIRO, 2003).
A Ciência das Finanças desloca agora os seus estudos para o exame do conjunto de processos de
decisão e de execução que possibilitam considerar, simultaneamente, não só regras jurídicas,
como as do jogo político e das forças sociais e burocráticas, mas também e ainda o papel
económico e social ou real – que cabe aos recursos financeiros utilizados pelo Estado.
 
2.3.2. Perspectiva jurídica do fenómeno financeiro

À volta do fenómeno financeiro, criou-se e desenvolveu-se um conjunto de normas jurídicas que


configuram, regimes próprios, diferentes de direito comum e de outros ramos do direito público,
estas, normas que regulam a actividade do Estado nos seguintes planos:
 Plano de organização e funcionamento do aparelho financeiro;
 Plano das relações entre o Estado e os particulares;
É no segundo plano que reside a preocupação de dar garantias aos particulares, aspecto essencial
para a defesa dos seus direitos e interesses contra eventuais abusos do Estado.
O fenómeno económico, é mais visível na economia privada, social e pública, visto que, os
agentes económicos numa sociedade exercem a sua actividade de várias formas.
O fenómeno financeiro, enquanto conjunto de actos respeitantes ao nascimento, vida e morte do
dinheiro público, está compreendido na actividade financeira do Estado à qual está subjacente
toda uma estrutura de meios e sujeitos, dotados de poder de autoridade (“ius imperii”), que visam
a satisfação de necessidades colectivas através dos bens públicos.

Esta actividade financeira do Estado envolve, como afirma FRANCO, «complexas arbitragens


de interesses» e portanto, defende, tem de ser objecto de uma regulação jurídica e de uma
disciplina da ciência jurídica, Direito Financeiro. Assim, podemos destacar o fenómeno
financeiro em sentido jurídico.

2.3.3 Perspectiva económica

A actuação económica do Estado pode, porém, desenvolver ele próprio - como «forma» política
da sociedade - uma actividade de sujeito económico colectivo ou social. Sabemos de sistemas
sociais em que todas as necessidades económicas, em sociedades primitivas ou integralmente
socialistas, são satisfeitas pela própria sociedade política (que terá, para uns, necessidades
próprias, como organismo que e; que apenas «interpreta» necessidades individuais; ou que actua
num e noutro plano).
Em todos os tempos, contudo, zonas da actividade económica, conexas com os fins e as funções
do Estado, foram por este exercidas pois, a prossecução de fins de segurança, justiça e bem-estar
implica a administração de diversos bens raros, a qual, de per si, é actividade económica. Em tais
casos - de actuação económica do Estado - este dispõe de bens económicos, cuja gestão e
disposição lhe esta atribuída, para os afectar as necessidades sociais que lhe cumpre satisfazer.

Segundo (FRANCO, 2008:5), a economia do Fenómeno Financeiro subdivide-se em:


 A Economia Privada é caracterizada pela livre atracção dos agentes económicos; numa
economia de mercado fixam-se os preços de acordo com a oferta e a procura existentes; a
base fundamental para o contrato.
 A economia privada baseia-se no livre comportamento dos agentes económicos e em
equilíbrios, parciais e gerais, por eles livremente estabelecidos, de acordo com os seus
interesses próprios confrontados com transparência e medidos por referenciais comuns -
os preços formados em mercado.
 Na Economia Comunitária ou Social temos a solidariedade do grupo. Combina-se a
propriedade privada e a social ou comunitária;
 A economia social assenta na solidariedade, organizada em grupos de diversa dimensões
e nível económico, na liberdade de comportamento das pessoas e dos grupos, na
combinação da propriedade privada com a propriedade social e comunitária, na
cooperação organizada (mais livremente ou com maior peso dos interesses sociais); ela
pode integrar instrumentos de racionalidade e solidariedade orgânica diversificados, que
combinam o individualismo com o solidarismo, nos seus diversos enfoques.
 Na Economia pública temos uma solidariedade organizada e dotada de poder político;
 Ela assenta na coacção social máxima, à escala da colectividade ou de subsistemas do
sistema social, numa lógica de direcção económica mais ou menos planificada, com
formas de apropriação dos bens pela sociedade através dos seus órgãos políticos e juízos
colectivos de utilidade.
Estes impõem-se nos órgãos de decisão política para os membros da sociedade, seja qual for a
forma de designação e o critério de funcionamento interno da entidade pública considerada.

2.4. Fenómeno financeiro do estado Moçambicano

“O Estado ao prosseguir os seus fins tem, naturalmente, necessidades económicas cuja satisfação
implica despesas. Não importa o regime político prosseguido, o que importa é que qualquer
Estado, quer ele siga formas de desenvolvimento do tipo capitalista, quer siga as do tipo
socialista, necessita de realizar despesas com as diversas necessidades colectivas que prossegue,
como sejam de saúde, educação, defesa da soberania, entre outras” (IBRAIMO, 2000:10).
Fenómeno financeiro do estado Moçambicano corresponde a utilização de meios económicos
(meios objectivamente raros susceptíveis de aplicações alternativas) por entidades públicas ou
pela própria comunidade, a fim de satisfazer necessidades comuns.
Como em qualquer outra actividade e pelo facto desta actividade envolver complexas arbitragens
de interesses e uma estrutura institucional articulada em razão de fins públicos e do exercício do
poder político de autoridade pública esta é regida por princípios e mecanismos jurídicos próprios.

Em Moçambique, a legislação que rege a Actividade Financeira do Estado remonta a mais de um


século como resultado da herança colonial, sendo de destacar o Regulamento de Fazenda que
data de 1901 e o Regulamento de Contabilidade Pública que data de 1881.
Consequência disto, é a situação do actual sistema de gestão financeira do Estado em
Moçambique que se tem revelado inadequado e ultrapassado para as realidades e desafios do
século XXI.
Vários são os motivos de inadequação da administração financeira do Estado:
 Métodos rudimentares de trabalho;
 Incapacidade de cobrir e tratar contabilística e financeiramente mais de um terço de todos
os recursos públicos aplicados em órgãos e instituições do Estado;
 Sistema maioritariamente manual, de partidas simples;
 Sistema manual, lento, trabalhoso e sujeito a erros;
 Gestão de tesouraria ineficaz pela dispersão de fundos públicos e multiplicidade de
contas bancárias distribuídas pelos diversos sectores, entre outros.
Transformações ocorridas no plano da política económica e social, decorrentes da introdução do
Programa de Reabilitação Económica (PRE) em 1987 e o novo enquadramento legal que se
desenhou em Moçambique a partir dos anos 90, impuseram a necessidade de reformas com vista
a introduzir modelos de gestão mais adequados às actuais necessidades, em toda a esfera
económica, política e social do país.
É neste contexto que surge o novo modelo de administração das finanças públicas em
Moçambique, abreviadamente conhecido por SISTAFE (Sistema de Administração Financeira
do Estado).
2.4.1. Sistema de administração financeira do estado em Moçambique (SISTAFE)

No âmbito do programa do Governo (2000-2004) foi definindo como uma das prioridades a
reforma do sector público, cujo objectivo é a modernização da administração do Estado que
culminou com a introdução do SISTAFE.
A cobertura legal para o estabelecimento do SISTAFE foi realizada com a aprovação da Lei
n.º 9/2002 de 12 de Fevereiro.
O SISTAFE tem os seguintes objectivos:
 Estabelecer e harmonizar regras e procedimentos de programação, execução, controlo e
avaliação dos recursos públicos;
 Desenvolver subsistemas que proporcionem informação oportuna e fiável sobre o
comportamento orçamental e patrimonial dos órgãos e instituições do Estado;
 Estabelecer, implementar e manter um sistema contabilístico de controlo da execução
orçamental e patrimonial adequado às necessidades de registo, da organização da informação
e da avaliação do desempenho das acções desenvolvidas no domínio da actividade financeira
dos órgãos e instituições do Estado;
 Estabelecer, implementar e manter o sistema de controlo interno eficiente e eficaz e
procedimentos de auditoria interna internacionalmente aceites;
 Estabelecer, implementar e manter um sistema de procedimentos adequados a uma correcta,
eficaz e eficiente condução económica das actividades resultantes dos programas, projectos e
demais operações no âmbito da planificação programática delineada e dos objectivos
pretendidos.
O SISTAFE é um programa abrangente na medida em que mexe com toda as entidades públicas
da esfera económica e financeira do Estado pois, todos os órgãos e instituições do Estado
independentemente do regime administrativo e financeiro a que estão sujeitas, e a personalidade
jurídica de que dispõem, são abrangidas pelo sistema.

2.4.2. Organização e funcionamento do SISTAFE

O SISTAFE é composto por cinco principais subsistemas, nomeadamente:


 Subsistema do Orçamento Estado;
 Subsistema da Contabilidade Pública;
 Subsistema do Tesouro Público;
 Subsistema do Património do Estado; e
 Subsistema do Controlo interno.
Cada um destes subsistemas compreende um conjunto de órgãos, normas e procedimentos
administrativos que tornam possível a respectiva gestão.
Por sua vez, cada um dos subsistemas, são integrados por macro processos que compreendem a:
 Elaboração das Propostas do Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP), Plano económico e
Social (PES) e Orçamento de Estado (OE);
 Execução do Orçamento do Estado (Conta Geral do Estado);
 Administração do Património do Estado;
 Avaliação da Gestão do Orçamento e do Património do Estado.
Os macro processos por sua vez são compostos por conjuntos de procedimentos organizados de
modo a instruir, de forma padronizada, as actividades a serem executadas na gestão das finanças
públicas.
Com vista a desconcentrar os procedimentos de cada macro processo, cada subsistema
contém unidades funcionais de implementação destes procedimentos, nomeadamente: unidades
de supervisão, unidades intermédias e unidades gestoras, cada uma com funções distintas mas,
operando em conexão.
É através destas unidades que os órgãos e instituições do Estado vão exercer as suas actividades
de gestão financeira.
Para cada órgão ou instituição do Estado vamos encontrar uma única unidade de supervisão que
será responsável pela orientação e supervisão técnica do subsistema a que pertence.
Por outro lado, de acordo com as suas necessidades de desconcentração cada órgão ou instituição
do Estado pode ter mais do que uma unidade intermédia. A unidade intermédia representa o elo
de ligação entre a unidade de supervisão e as unidades gestoras, possibilitando deste modo a
aplicação do princípio de desconcentração dos procedimentos.
As unidades gestoras podem ser beneficiárias ou executoras.  As primeiras são todos os órgãos e
instituições do Estado destinatárias de uma parcela do OE ou detentoras de uma parcela do
Património do Estado. As segundas são as que têm capacidade administrativa de executar os
procedimentos estabelecidos nos macros processos do SISTAFE e apoiam as unidades gestoras
beneficiárias a ela vinculadas.

2.4.3. Regulamento do SISTAFE

Para a regulamentação e operacionalização da referida Lei, foi aprovado o Decreto n.º 23/2004
de 20 de Agosto (que veio revogar o Decreto 17/2002 de 27 de Junho).
Neste Regulamento de operacionalização do SISTAFE há a destacar a introdução, positiva, de
vários instrumentos de gestão financeira (Capitulo V do Decreto 23/2004):
 Os classificadores orçamentais;
 O plano básico de contabilidade pública;
 A conta única do tesouro;
 A programação financeira;
 A rede de cobrança;
 A cadastro e inventário do património do Estado;
 A Conta Geral do Estado;
 A programação do controlo interno; e ainda
 O sistema informático e-SISTAFE.
Este Decreto detalha os procedimentos organizados e instruídos de forma padronizada, as
actividades a serem executadas na gestão das finanças públicas, a observância dos princípios
orientadores das actividades e o registo contabilístico de forma uniforme e sistematizado dos
actos e factos relacionados com a execução do orçamento e da administração do património do
Estado.
3. Conclusão

Após o fazer deste presente trabalho, o grupo chegou em conclusão que o fenómeno financeiro
constitui o objecto da realidade e objecto científico das Finanças. Ela representa o modo mais
significativo e expressivo, o estado das relações económicas entre pessoas e instituições sociais,
por um lado, e o Estado, do outro, como o seu estudo contém a visão mais concreta e clara das
funções que, com prioridade, o poder público desenvolve numa sociedade. E no que tange ao
objectivo deste, conclui-se que o objectivo das finanças públicas abrange o estudo de todos os
aspectos que envolvem a utilização pelo sector público de recursos económicos tendo em vista
alcançar adequados níveis de emprego, crescimento, desenvolvimento e distribuição do
rendimento, através de bens ou da prestação de serviços. Actividade financeira do Estados é aquela
que visa satisfazer as necessidades colectivas ou alcançar outro tipo de objectivos económicos,
políticos e sociais e se concretizam na arrecadação de receitas 
4. Referência Bibliográficas

BALEEIRO: Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª Edição, Editora Atlas, São Paulo, 2004.
Constituição da República de Moçambique, Imprensa Nacional, Maputo, 2004
FRANCO, codigo Napoleao, Distribuidora recore,Rio de janeiro, 2008, p5.
http://professores.unirg.edu.br/roveroni/dir_arq/trib/trib1_arq/03_atvfinan_caract.pdf Acesso
em: 27 de janeiro de 2019
IBRAIMO, Introducao ao direito público, 1o vol, edição Revista forense, Rio de 2000:10
JÈSE, apud DEODATO. Historia resumida do Direito, Editora Rio, de Janeiro 1934-1969, p.27.
ROVERONI, Antônio. Atividade financeira, 2004.
TEIXEIRA, Uma introdução à ciência das Finanças. Rio de Janeiro: Forense, 1992:10
WATY, Finanças públicas e Direito financeiro, Rio de janeiro, 2004:30

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