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Escola Secundaria Quinta das Laranjeiras

Disciplina de Psicopedagogia

Tema: Imaginação

Docente: Machipe
Nome:
Inede Mário
Jeremias Bernardo Bacalhão
Pátria Armando
Nordino Hilário
Mbofana Felismina Alberto

Classe:11ª , turma B1, Curso Diurno

Data: 13 de Março de 2023


Índice
Introdução ................................................................................................................................................... 3
Conceita de Imaginação ............................................................................................................................ 4
Tipos de imaginação .................................................................................................................................. 4
Maginação efetiva ...................................................................................................................................... 4
Imaginação construtiva ou intelectual ..................................................................................................... 4
Imaginação fantasiosa ............................................................................................................................... 5
Empatia........................................................................................................................................................ 5
Imaginação estratégica .............................................................................................................................. 5
Imaginação emocional............................................................................................................................... 5
Sonhos ......................................................................................................................................................... 5
Reconstrução da memória ......................................................................................................................... 5
Importância de Jogos no Desenvolvimento da Imaginação ................................................................. 5
Relação entre imaginação e pensamento ................................................................................................ 7
Conclusão .................................................................................................................................................... 9
Referências bibliográficas....................................................................................................................... 10
Introdução
O presente trabalho surge no âmbito da disciplina de Introdução à Psicopedagogia que tem como
tema processos cognitivos: a imaginação. Visando a análise e a relação dos vários processos
cognitivos, bem como a sua importância na vida dos indivíduos. O trabalho tem como foco o
pensamento e a imaginação enquanto dois processos psicológicos e interligados. Essa pesquisa
apresenta a seguinte estrutura: a presente introdução, definição de conceitos básicos, apresentar a
abordagem geral e relativa do pensamento e a imaginação na óptica de vários autores.No presente
trabalho, engloba-se os tipos de imaginação, segue a importância de jogos no desenvolvimento da
imaginação, a relação do pensamento com outros processos cognitivos e a discussão-reflexiva do
tema culminando com uma breve conclusão.
Conceita de Imaginação
A imaginação é a capacidade mental de representar imagens. Capacidade de evocar imagens de
objectos anteriormente percebidos. A imaginação pode ser entendida como o elo de ligação entre o
consciente e o subconsciente (Clark, 2000).
A imaginação e pensamento caminham em paralelo. Vigotsky citado por Clark (2000), afirma
que a imaginação é a base de toda actividade criadora, se manifesta igualmente em todos os
aspectos da vida cultural, possibilitando a criação artística, científica e técnica. Wallon citado por
Clark (2000), diz que a imaginação é indispensável ao psicólogo, ao matemático, ao físico, ou
seja, quem não imagina nada descobre.
Segundo Jung citado por Clark (2000), a imaginação é um processo pelo qual o ser humano
interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade
existencial. A imaginação começa com a captação dos sentidos e em seguida ocorre a percepção. É
portanto, um processo de pensamento, que tem como material a informação do meio em que
vivemos e o que já está registrado na nossa memória. Por outro lado, Aristóteles citado por Clark
(2000), defende que o pensamento procede da imaginação.
Após a imaginação, como acontece quando nos distanciamos daquilo que estávamos a ver, uma
imagem deve permanecer na mente sobre o qual construímos um pensamento mais
avançado. Para Clark (2000), a imaginação é o processo de pensamento que evoca o uso dos
sentidos: visão, audição, olfacto, gustação, o sentido do movimento, posição e toque. É o
mecanismo não-verbal e não-lógico de comunicação entre a percepção, a emoção e a mudança
corporal.

Tipos de imaginação
Maginação efetiva
Combina informações para formar novos conceitos e ideias. Pode ser guiada ou iniciada
por pensamentos aleatórios, normalmente estimulados por experiências passadas. É extremamente
flexível e permite inúmeras alterações, além de levar a outros tipos de imaginação.

Imaginação construtiva ou intelectual


É usada quando desenvolvemos diferentes hipóteses a partir das informações. É originária de
uma ideia ou conceito definidos. Pode ser um processo longo, de décadas de trabalho, como na
formulação de uma teoria ou tese.
Imaginação fantasiosa
Cria e desenvolve histórias, imagens, poemas e peças de teatro. Pode partir de algum fato ou
experiências pessoais. Pode ser uma mistura de diferentes tipos de imaginação e é ferramenta para
artistas, músicos, escritores e dançarinos.
Empatia
É a compaixão, nossa capacidade de nos ligarmos a outras pessoas e sentir o que elas sentem. É a
ligação emocional com outras pessoas, que permite que nossa mente veja de diferentes perspectivas
e realidades, a partir dos sentimentos das outras pessoas.

Imaginação estratégica
Habilidade de reconhecer e avaliar oportunidades, transformando-as em cenários mentais,
enxergando benefícios e malefícios. Em alguns casos, pode ser vista como sabedoria. É formulada
a partir das experiências pessoais, crenças, costumes e cultura da pessoa.

Imaginação emocional
Dr. Murray Hunter diz que, “sem a imaginação, a emoção não poderia emergir de
nosso psicológico e se manifestar como sentimentos, humor e disposição.” O medo, por exemplo,
exige que saibamos o que precisa ser temido, o ódio precisa que saibamos o que deve ser repulsivo
e a preocupação ou ansiedade, requer a geração imaginativa de cenários que nos deixem ansiosos.
É uma das imaginações mais poderosas, e pode dominar facilmente a mentalidade ou processo
de pensamento das pessoas.

Sonhos
É a manifestação inconsciente da imaginação por meio de imagens, ideias, emoções e sensações
que ocorrem durante determinados estágios do sono.

Reconstrução da memória
É o processo de recuperação da memória de pessoas, objetos e eventos. A memória é formada de
conhecimentos anteriores, consistindo de uma mistura de verdades e crenças, influenciadas pela
emoção.

Importância de Jogos no Desenvolvimento da Imaginação


Segundo Piaget citado por Pocinho (2007), o jogo simbólico é a representação corporal da
imaginação, e apesar da imaginação predominar a fantasia, a actividade psico-motora exercida
acaba por prender a criança à realidade. Na sua imaginação ela pode modificar sua vontade, usando
o faz de conta, mas quando expressa corporalmente as actividades, ela precisa respeitar a realidade
concreta e as relações do mundo real.
Piaget citado por Ariel (1996), defende que um dos objectivos do jogo é criar um contexto
favorável ao desenvolvimento da imaginação. A necessidade de inventar regras leva as crianças a
mobilizar conhecimentos, analisar diferentes possibilidades, selecionar as melhores idéias, e
reflectir através da imaginação. Os jogos, além de enriquecer o quotidiano com actividades
divertidas, deverá provocar uma melhoria dos resultados na construção de imaginação forte e
consequentemento um pensamento brilhante.
Por outro lado, Vigotsky citado por Ariel (1996), detecta no jogo outro elemento a que atribui
grande importância: o papel da imaginação que coloca em estreita relação com a actividade
criadora. Vigotsky, defende que não é o caráter de espontaneidade do jogo que o torna uma
actividade importante para o desenvolvimento da criança, mas sim, o exercício no plano da
imaginação da capacidade de planear, imaginar situações diversas, representar papéis e situações
do quotidiano, bem como, o caráter social das situações.
A actuação nesse mundo imaginário cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal formada por
conceitos ou processos em desenvolvimento. O jogo da criança não é uma recordação simples do
vivido, mas sim a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade
que responda às exigências e inclinações da própria criança.
A imaginação muitas vezes é consciente utilizada contra nós próprios, no caso especifico dos
medos. Perante um medo, mesmo sem querermos imaginamos o pior cenário possível, provocando
as respetivas alterações no organismo, como aumento da adrenalina, aumento da pulsação, da
respiração, da tensão arterial e no entanto o nosso corpo está a reagir perante uma imagem ou
situação que existe apenas no nosso cérebro, uma situação imaginada. Existem métodos e técnicas
que utilizam esse poder da imaginação em prol do bem-estar da pessoa, tais como a PNL, a
hipnose, exercícios da psicologia cognitivo comportamental, etc.
A imaginação é uma ferramenta útil para modificar, construir ou resignificar memórias. Mas esta
função está dependente essencialmente da personalidade da pessoa. Pois as pessoas pessimistas,
tristes ou deprimidas, tendem a tornar as memórias más ainda piores e relativizar as boas, o que
deveria ser ao contrário. Isto é, deveríamos relativizar as más memórias, minimizando o seu efeito
e maximizar/melhorar as boas memórias.
Levado ao extremo, a imaginação tem potencialidade para criar a nossa própria realidade e alterar
todas as nossas memórias. Resumindo, é possível modificar-nos toda a nossa existência, basta
querermos verdadeiramente.
Frequentemente a imaginação é vista como um expressar não apenas de elementos internos ou
derivados da experiencia, mas de uma perspetiva mais “alternativa” possam estar associados a
outras pessoas (telepatia), vidas passadas ou mesmo precognições (visões do futuro). Isso acontece
quando conscientemente damos “espaço” para o inconsciente se expressar, surgindo muitas vezes
imagens e/ou situações inesperadas, levando-nos a questionar: De onde vêm essas imagens, já que
(aparentemente) nada têm a ver comigo?

Relação entre imaginação e pensamento


A imaginação e o pensamento sempre têm uma relaçcão quer positiva ou negativa, no sentido em
o ser humano imagina-se como pensa, pensa como sente e sente como deseja. Desta regra, deduz-se
que, para pensar bem, devemos ter bons desejos e bons sentimentos e sobre tudo boas
imaginações. Essa tese é também defendida por Jung, o autor afirma que além do pensamento,
existem mais quatro funções da consciência que servem de canal para a consciência relacionar-se
com o mundo: imaginação, intuição, sensação e sentimento. Junto a essas funções, temos o símbolo
como uma linguagem polifônica e polissêmica que abarca todos os níveis possíveis de
comunicação da psique e nos remete a uma experiência total do sentido. Vêm-se que todos autores
comungam a ideia de que oprocesso cognitivos estão interligados entre si.
Portanto, o pensamento não se reflete na palavra; mas sim manifesta-se nela, a medida em que é a
linguagem que permite a transmissão do seu pensamento para outra pessoa. Finalmente, cabe
destacar que o pensamento não é o último plano analisável da linguagem. Podemos encontrar um
último plano interior: a motivação do pensamento, a esfera motivacional de nossa consciência, que
abrange nossas inclinações e necessidades, nossos interesses e impulsos, nossos afectos e emoções.
Tudo isso vai reflectir imensamente na nossa linguagem e no nosso pensamento como defende
(Vigotsky, 1998 citado por Nascimento, (2009).
Com visão de Pascal, o pensamento é a própria essência do homem; o homem é o animal mais
frágil, mas é o mais digno porque pensa; e o pensamento eleva o homem sobre o universo. Além
disso, o entendimento também está ligado aos modos de raciocinar e aos diferentes princípios pré-
existentes. Associado à essa tese, Piaget, defende que o pensamento é consciente, isto é, prossegue
objectivos presentes no espírito de quem pensa, É inteligente, isto é, encontra-se adaptado a
realidade e esforça-se por influenciá-la.
O pensamento é também social. À medida que se desenvolve vai sendo progressivamente
influenciado pelas leis da experiência. Porém, na tenra idade, a criança apresenta um pensamento
egocêntrico (pensamento autístico), é individualista e obedece a um conjunto de leis especiais que
lhe são próprias. O pensamento se constrói com a representação da realidade, todavia, nem toda
forma de capitar a realidade pode ser considerada um pensamento lógico. Enquanto que a
imaginação, é a faculdade mental de ordenar imagens que imitam os factos da natureza. Nesse caso
é realizado um processo de compreensão visto que a imaginação direciona-se a natureza como faz
o pensamento.
A imaginação é a vontade do íntimo actuando através do pensamento. A imaginação em si, atuando
sozinha, não resolve problemas ou produz novos insights, mas é uma condição necessária para a
criatividade, pois é a capacidade do indivíduo para conceber possibilidades interessantes que o
ajudam a criar idéias que nunca antes haviam sido pensadas. A imaginação é essencial para
promover o pensamento crítico e com ele novas possibilidades teóricas.
Para que a imaginação resulte em criatividade é preciso que essa seja necessariamente combinada
com o pensamento, isto é, não adianta ter uma imaginação profunda se não tivermos conhecimento
do assunto o qual estamos tratando. A imaginação é algo totalmente diferente da realidade, ela cria
situações não necessariamente reais ou existentes. Por exemplo, quando estamos nos vendo como
vencedores da loteria, com muito dinheiro, numa casa de luxo, ficamos a imaginar como seria
nossa vida se essa situação se concretizasse. Antes de algo vir a ter existência no mundo real, esse
algo já está presente na nossa vida interior, na forma de imaginação.
Fazendo um cruzamento entre as várias teorias percebe-se que a construção do pensamento centra-
se na imaginação. A teoria Gestaltista, afirma que o pensamento jamais se constitui pela
associação de elementos ou dados em isolados, mas sim constroe-se a partir de uma organização e
estruturação mental do todo. Assim, o pensamento não é a soma das sensações, mas sim um
entendimento da totalidade do que é vivido. Para Gestalt, a imaginação é regida em todos os níveis
por um campo, cujos elementos são interdependentes pelo mesmo facto de serem percebidos em
conjunto através do pensamento.
Os indivíduos passam por algumas situações desde que se nasce, e a imaginação ocupa um lugar
muito importante nos primeiros anos da vida. Através de brincadeiras criativas com plasticina,
construções e barro. A criança manipula directamente os materiais e faz árvores, casas, pontes, etc.
Com jogos usando objectos mais simples da casa, procura-se fabricar brinquedos com caixas de
sapatos, pedras, pedaços de madeira, miolo de pão, etc. Assim permite a criança interpretar e
desenvolver a sua imaginação de uma forma sólida e eficaz.
Conclusão
Como conclusão, pode-se afirmar que Para que a imaginação resulte em criatividade é preciso que
essa seja necessariamente combinada com o pensamento, isto é, não adianta ter uma imaginação
profunda se não tivermos conhecimento do assunto o qual estamos tratando. A imaginação é algo
totalmente diferente da realidade, ela cria situações não necessariamente reais ou existentes. Por
exemplo, quando estamos nos vendo como vencedores da loteria, com muito dinheiro, numa casa
de luxo, ficamos a imaginar como seria nossa vida se essa situação se concretizasse. Antes de algo
vir a ter existência no mundo real, esse algo já está presente na nossa vida interior, na forma de
imaginação
Referências bibliográficas
Aquinas, Thomas. 1922. Summa Theologica. London: Burns Oates and Washbourne.
Aristotle. 1995. De Anima. In The Complete Works of Aristotle, The Revised Oxford Translation,
Vol.1. Edited by J. Barnes. Princeton University press/Bollingen Series LXXI 2.
Boden, Margareth. 1992. The Creative Mind. London: Weidenfeld and Nicholson.
Carroll, Noël. 2003. Art, Creativity, and Tradition. In The Creation of Art: New Essays in
Philosophical Aesthetics. Edited by B. Gaut and P. Livingston. Cambridge: Cambridge
University Press.
Gordon, Robert M. 1986. Folk psychology as simulation. Mind and Language 1: 158-170.
Gordon, Robert M. and Barker, John A. 1994. Autism and the „theory of mind‟ debate. In
Philosophical Psychopathology: A Book of Readings. Edited by G. Graham and G. L. Stephens.
Cambridge, MA: MIT Press.
Gostaria de agradecer a Roman Frigg pelas várias discussões sobre os assuntos aqui apresentados
Hume, David. 2011. A Treatise of Human Nature. Oxford: Oxford University Press.
Kant, Immanuel. 1998. Critique of Pure Reason. Cambridge: Cambridge University

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