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Universidade Pungué
Manica
2020
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Universidade Pungué
Manica
2020
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1. Introdução
O referente trabalho é inerente a cadeira de Didáctica do Português III, onde abordaremos sobre
análise crítica do Programa do Ensino Básico, um tema macro na qual iremos confrontar o
programa e manual do aluno para ilustrar se os conteúdos convergem ou divergem. Visto que a
Educação é um processo pelo qual a sociedade prepara os seus membros para garantir a sua
continuidade e o seu desenvolvimento. Trata-se de um processo que busca continuamente as
melhores estratégias, para responder aos novos desafios que a comunidade e a sociedade impõem.
Objectivo Geral
Analisar o Programa de Ensino Básico e manuais do aluno;
Objectivos específicos
Detectar desvios de focalização dos conteúdos entre o programa e manual;
Apresentar sugestões necessárias para o melhoramento e equilíbrio dos conteúdos
apresentados no programa e manual do aluno;
2. Metodologias
Para uma materialização qualitativa o grupo usou programa do Ensino Basico, manuais do aluno
e pesquisa bibliográfica.
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Revisão da Literatura
O Programa de cada disciplina é um documento que se reveste de carácter de lei, sendo por isso,
de cumprimento obrigatório. É, no entanto, em simultâneo, um meio auxiliar para o professor, do
ponto de vista de orientação metodológica.
Na óptica do grupo olha o programa como sendo todo processo de ensino desenvolvido no
sistema educativo.
LIBANEO, diz que um programa de ensino é um documento que permite organizar e detalhar
um processo pedagógico. O programa permite orientar o docente no que se refere aos conteúdos
que deve partilhar, a forma como deve desenvolver a sua actividade de ensino e os objectivos a
conseguir”.
No caso, por exemplo, da maior parte dos países do mundo, está estabelecido que os programas
ensino devem fomentar uma série de aspectos ou princípios como são os seguintes:
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A equidade.
A igualdade de oportunidades.
A não discriminação.
A inclusão educativa.
Por norma, um programa ensino inclui o detalhe dos conteúdos temáticos, sendo explicados quais
os objectivos de aprendizagem, mencionada a metodologia de ensino e os modos de avaliação e
esclarecida a bibliografia que será utilizada durante o curso.
Ao passo que, para GALLISSON & COSTE, (1983:584) afirmam que Programa, é sequencia de
itens ou unidades de aprendizagem e de controlo centradas à volta de uma dificuldade menor e
que constitui um conjunto coerente de conhecimentos, de reflexões, organizado segundo uma
progressão rigorosa, disposto de maneira a fazer participar activamente o aluno na execução da
tarefa visada e na aquisição de conhecimentos e fazê-lo trabalhar de modo a permitir uma eficácia
pedagógica máxima.
O novo programa procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre uma
componente profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências
relevantes para uma integração plena na vida política, social e económica do país.
Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma
formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares, assim descritos:
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Saber Ser - que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético, de
modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os seus
próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de tomar em
diversas circunstâncias da sua vida;
Saber Conhecer - que é a educação para a aprendizagem permanente de conhecimentos
científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a compreensão, a
interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e naturais;
Saber Fazer - que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito
empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual,
mas também às tendências de transformação no mercado;
Saber viver juntos e com os outros - que traduzem a dimensão ética do Homem, isto é,
saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de
diversas culturas, religiões, raças, entre outros.
Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize
em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir
sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável.
Com enfeito, o Programa de cada disciplina deve estar elaborado de tal maneira que com base
nele, sem qualquer tipo de ambiguidade, em termos dos objectivos, conteúdos, sua ligação com
outras disciplinas, sequencias lógica, tempo lectivo disponível, orientação metodológica ou
didáctica, permitindo que:
As editoras ou as indústrias gráficas cabem a produção dos livros dos alunos e manuais
do professor.
É uma matriz que contêm a organização das unidades temática, os objectivos específicos, os
conteúdos, as competências básicas e cargas horárias.
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Para efeito de harmonização vertical da estrutura dos programas das diferentes disciplinas,
apresenta-se aqui uma proposta de estrutura base para os novos programas, ora em elaboração.
Esta estrutura apresenta os requisitos essenciais à organização dos programas.
Entretanto, alguns aspectos e/ou detalhes diferentes desta proposta poderão ser introduzidos
nalguns programas, se a natureza especifica da disciplina assim o exigir.
Conceito de Oralidade
Para MAGALHÃES, a linguagem é uma forma de interacção mais do que possibilita uma
transmissão de informações de um emissor a um receptor, a linguagem é vista como um lugar de
interacção humana: através dela o sujeito que fala pratica acções que não conseguiria praticar
a não ser falando; com ela ao falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vínculos
que não pré-existem antes da fala.
O grupo concorda com a autora ao defender a interacção através da fala, valorizando desta forma
a Oralidade. No contexto sala de aula o aluno pratica as acções ao falar com o professor e com os
seus colegas, ou seja, ele estabelece compromissos e relação com o grupo ou a turma através da
fala.
Na mesma linha de pensamento não podemos deixar de citar AMOR (1999), afirma que «a
linguagem verbal oral tem uma vocação de dialogar que visa proporcionar as trocas
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comunicativas entre os falantes que a linguística e áreas de estudo nelas filiadas, durante muito
tempo, ignoram»
Para MENDONÇA et all (2003:5), a compreensão e a expressão oral são processos interactivos
de construção de significados e abrangem a recepção, o processamento de informação e
consequentemente a produção. O resultado desse processo interactivo depende do contexto em
que este ocorre, envolvendo os interlocutores com as suas vivências pessoais e experiencias
colectivas, o meio envolvente e as finalidades da expressão oral.
De forma semelhantes as posições acima podem afirmar que é através da interacção social que o
aluno aprende a usar a língua. Assim pensando na escola, a sala de aula é um espaço de
interacções em que os alunos interagem com o grupo através da oralidade. Se não houver
interacção não haverá aprendizagem do oral (MATOS & LOPES, 1997).
O ensino Básico está subcategorizado em classes, a saber: da 8ª à 10ª classe. Os conteúdos para a
8ª classe estão divididos de 1ª à 12ª Unidade Temática. Este apresenta uma estrutura lógica das
unidades temáticas patentes no plano assim como no livro do aluno, isto é, apresenta um tema
específico para cada unidade, o que facilita a planificação diária do professor e a consecutiva
compreensão dos conteúdos pelos alunos.
Os conteúdos da 9ª classe estão divididos em 15 unidades temáticas. Nota-se uma discrepância,
em relação a visão geral dos conteúdos. No manual do aluno apresenta uma unidade diferente do
programa de ensino. Assim sendo, o programa do ensino deve ser elaborado mediante as
unidades e manual do aluno, não obstante, o grupo sugere que o professor seja capaz de elaborar
fichas de apoio através de artigos documentários que versem sobre o tema.
E por fim, os conteúdos da 10ª classe estão divididos em 18 unidades temáticas, cuja sua
encadeação, há conteúdos desviados nas unidades II e VI unidades temáticas. Contudo, na II
unidade: Textos de Natureza Didáctica ou Cientifica, nota-se uma não correlação, visto que, trata
de conteúdos textos expositivos argumentativos, o que na nossa concepção o programa do Ensino
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Básico na planilha geral, deveria versar como unidade temática: Textos Multiusos, e que a nível
do funcionamento da língua falariam das orações formadas por conjunções subordinativas e
coordenativas.
No que tange a apreciação crítica em função do programa de Ensino da 8 ª classe, em função da
carga horária, e no contexto de enquadramento dos conteúdos, o grupo observa que nas unidades
temáticas do programa de ensino da 8ª classe, começa com os textos normativos que contem a
carga horária de 8 horas, o grupo acha muita carga horária, na nossa visão ideológica, tendo como
ponto de vista, que os conteúdos não são mais amplos, visto que nestes textos visam dar uma
visão aos alunos em relação as normas e regulamentos da escola assim como outras instituições.
Portanto, por de trás dos textos normativos encontramos textos administrativos que por não ser
complexo em conteúdos, concordamos em ter 6 horas no que dita inclusivamente a carga horaria,
porém achamos que o tempo aqui apresentado é suficiente quando ao grau de assimilação dos
conteúdos e ao nível do aproveitamento pedagógico, conforme nos apresenta a grelha dos
programas de ensino, podemos notar que os objectivos e tudo que dita os textos administrativos
achamos em linhas mestres estar tudo organizado.
Em função dos textos jornalísticos que levam seis tempos quanto a carga horária, achamos que o
tempo e suficiente, tendo em conta que nas classes anteriores os alunos já aprenderam acerca
deste tipo de texto, isto leva-nos a visão de que os alunos já apresentaram um conhecimento
básico acerca dos textos jornalísticos, mas isto cabe ao professor saber gerir deforma superficial o
seu tempo.
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Para os textos multiusos, que apresentam 8 horas, não achamos conveniente esta carga horária,
sugerimos 9 cargas horárias, tendo em conta que os conteúdos que esta unidade apresenta são
imensos, e todos eles importantes na aprendizagem, quanto aos objectivos que a grelha nos
apresenta neste tipo de texto, concordamos a organização dos mesmos. Para os textos literários,
que em função das mesmas apresentam 8 horas.
Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal
forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam
para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares
sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores. O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma
explícita, ao longo do ano lectivo.
No nosso ponto de vista do grupo, para além de se abordar os temas transversais, numa
perspectiva teórica em salas de aulas, os professores, poderiam ampliar os horizontes, a fim de
submeter aos alunos à prática, ou seja, na realidade dos factos. Temos como sugestões de alguns
temas que deveriam ser levados para prática tais como: plantios de árvores, saúde pública,
nutrição e biblioteca. Essas actividades poderiam ser realizadas no recinto escolar.
No nosso ponto de vista há um equivoque, no que diz respeito aos temas transversais, no qual
aparecem repetidas nas unidades que contem a mesma proposta temática, por exemplo: nos textos
multiusos, a proposta temática para os temas transversais dessa unidade são desastres naturais.
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Como se não houve mais assuntos de carácter social que os alunos pudessem ter mais
informação. O grupo sugere os seguintes temas:
São temas que merecem destaques. Porque os temas transversais aparecem nos manuais como
uma estratégia didáctica com vista a desenvolver uma consciência integrada do aluno de hoje e
futuro adulto, consciente dos seus actos. Com isso espera-se que as actividades curriculares,
sejam desafiantes e estimulem os alunos na mobilização de conhecimentos, habilidades, valores e
atitudes.
No manual do aluno no que diz respeito aos vocabulários, parece-nos que vem um pouco mais
facilitado para o aluno, e isso não vai trabalhar a capacidade de investigação por parte do aluno,
ou seja, o aluno ficara num comodismo total, para além de traduzirem todos os vocabulários
difíceis, poderiam deixar uma parte reservada para o aluno investigar, trazerem os respectivos
significados. Essas atitudes farão com que o aluno, entre mais em contacto com o dicionário. Ou
seja, irá despertar no aluno o gosto pela investigação e com isso, descoberta de novos vocábulos.
O grupo após apreciação crítico dos programas do ensino, propõe que seja revisto todo programa
de ensino de modo a adequar a realidade do alunos, que actualmente ingressam no ensino básico
com a idade compreendida entre 12 à 13 anos (fase de adolescência).
Na abordagem dos temas transversais sugerimos que se crie uma excepção de modo que o
professor incorpore novos temas transversais, de acordo com os problemas que se encontra na
sociedade onde o professor esta inserido; O Programa de ensino deve ainda adicionar novos
temas transversais que vão de acordo com a actualidade como é o caso sequestros,
criminalidades, entre outros temas que não estão previstos pelo programa em vigor.
Na visão do grupo, os fazedores dos planos curriculares deviam produzir os programas de ensino
acompanhados dos professores, visto que eles que conhecem a realidade e a capacidade dos
alunos que recebem todos os anos. Desta maneira em algum momento eles saberiam fazer a
devida distribuição da carga horária consoante as unidades temáticas para melhor assimilação dos
conteúdos.
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Considerações Finais.
Durante a análise feita pelo grupo referente ao Programa de Ensino Básico em vigor, deve ser
revisado para aclarar a organização das Unidades Temáticas tendo em conta às competências,
objectivos a ser adquiridas pelos alunos, ao ingressar o este Ensino. Não obstante, recomendamos
ao Ministério da Educação como órgão responsável pela reforma do currículo em vigência, a fim
de rectificar o actual Programa, na componente correspondente à concatenação entre as unidades
temáticas e os conteúdos a serem ministrados.
Desde já queremos lançar o apelo que não basta apenas incumbir o professor como agente
dinamizador do actual Programa, adaptando-o em situações reais de Ensino, mas chamamos
atenção ao Governo para olhar o previsto no Plano Estratégico, que bem sabemos é que a
Educação, na Visão do Governo, constitui um direito fundamental de cada cidadão e é um
instrumento para integração do indivíduo na vida social, económica e política, indispensável para
a preparação da nova geração e da construção da Nação Moçambicana.
Ao terminar, as modalidades de Ensino, referindo para o desenvolvimento da leitura versus
escrita, oralidade, vocabulário versus gramática, a fim de o aluno adquira as competências
almejadas deve-se primeiro haver correspondência entre as Unidades Temáticas e os conteúdos a
ser leccionados.
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Referências Bibliográficas
GALLISSON & COSTE, Dicionário de Didáctica das Línguas, editor Livraria Almeida,
Coimbra-Portugal, 1983;
INDE/MINED – Moçambique, Português, Programa da 8ª Classe, editor INDE/MINED,
Moçambique, 2010;
Guião do Professor, Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, editor: Ministério da
Educação e Desenvolvimento Humano, Maputo, 2016;
MAGALHAES, Tânia Guedes. Concepções da Oralidade: A teoria e a Prática nos Livros
Didácticos, (s/d);
MENDONÇA, Albertina et alli. Métodos e Técnicas de Expressão Oral. Ensino Básico e
Secundário, ASA editor, 1ª edição, Lisboa. 2003;
AMOR, Emília. Didáctica do Português ― Fundamentos e Metodologias, texto editor, 2ª edição.
Lisboa, 2001;
MATOS, Alice & MELO, Lopes Amália. Programa da Disciplina de Língua Portuguesa, 2º e 3º
ciclo (9º, 10º e 12º ano). Ministério da Educação, Ciências e Cultura. Lisboa, 1997.
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