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André Pena André


Ema Virgínia
Ivone
João Serrote
Julieta Orlando
Kems Julião
Lavone Bernardo
Mara Nhamussua
Mariazinha João Sixpence Mafundisse
Nazarana Vasco Sambai
Nilza Victorino
Santos Sábado

Apreciação crítica do Programa e Manual do aluno da “8ª, 9ª e 10ª classe”

Licenciatura em Ensino do Português com Habilitações em Língua Bantu

Universidade Pungué
Manica
2020
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André Pena André


Ema Virgínia
Ivone
João Serrote
Julieta Orlando
Kems Julião
Lavone Bernardo
Mara Nhamussua
Mariazinha João Sixpence Mafundisse
Nazarana Vasco Sambai
Nilza Victorino
Santos Sábado

Apreciação crítica do Programa e Manual do aluno da “8ª, 9ª e 10ª classe”

Departamento de Línguas, da Faculdade de Ciências


de Linguagem, Comunicação e Arte da Delegação
de Manica, Curso de licenciatura em Ensino de
Português com habilitações em Línguas Bantu
trabalho da Cadeira de Didáctica do Português III,
sob orientação do Docente: dr:

Universidade Pungué
Manica
2020
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1. Introdução

O referente trabalho é inerente a cadeira de Didáctica do Português III, onde abordaremos sobre
análise crítica do Programa do Ensino Básico, um tema macro na qual iremos confrontar o
programa e manual do aluno para ilustrar se os conteúdos convergem ou divergem. Visto que a
Educação é um processo pelo qual a sociedade prepara os seus membros para garantir a sua
continuidade e o seu desenvolvimento. Trata-se de um processo que busca continuamente as
melhores estratégias, para responder aos novos desafios que a comunidade e a sociedade impõem.

Ensino Básico constitui um principal instrumento para a formação da força de trabalho


qualificada necessária para o desenvolvimento económico e social do país. O Ensino secundário
compreende dois níveis, Básico e Médio. Todos estes níveis constituem uma visão, e garante aos
indivíduos ingressados neles, adquirirem conhecimentos, sobretudo capacidades e aptidões de
saber fazer.

Objectivo Geral
 Analisar o Programa de Ensino Básico e manuais do aluno;

Objectivos específicos
 Detectar desvios de focalização dos conteúdos entre o programa e manual;
 Apresentar sugestões necessárias para o melhoramento e equilíbrio dos conteúdos
apresentados no programa e manual do aluno;
2. Metodologias

Para uma materialização qualitativa o grupo usou programa do Ensino Basico, manuais do aluno
e pesquisa bibliográfica.
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Revisão da Literatura

No contexto educativo «Programa» significa um conjunto de conteúdos que devem ser


ensinados, isto é, o que ensinar em cada uma das matérias ou disciplinas e para cada uma das
classes ou anos de escolaridades de um determinado sistema educativo.

O Programa de cada disciplina é um documento que se reveste de carácter de lei, sendo por isso,
de cumprimento obrigatório. É, no entanto, em simultâneo, um meio auxiliar para o professor, do
ponto de vista de orientação metodológica.

Programa no contexto educativo significa conjunto de conteúdos que devem ser


ensinados, isto é, o que ensinar em cada uma das matérias ou disciplinas e para
cada uma das classes ou anos de escolaridade de um determinado sistema
educativo”. (LIBANEO, 1994).

Na óptica do grupo olha o programa como sendo todo processo de ensino desenvolvido no
sistema educativo.

LIBANEO, diz que um programa de ensino é um documento que permite organizar e detalhar
um processo pedagógico. O programa permite orientar o docente no que se refere aos conteúdos
que deve partilhar, a forma como deve desenvolver a sua actividade de ensino e os objectivos a
conseguir”.

PACHECO (1996) diz que ‟ Os programas de ensino têm conteúdos obrigatórios,


os quais são determinados pelo Estado. Desta maneira, espera-se que todos os
cidadãos de um país disponham de uma certa base de conhecimentos que se
considera imprescindível por motivos culturais, históricos ou de outro tipo ”.

Para além desta característica, os programas de ensino apresentam diferentes características


inclusive no mesmo país. Cada estabelecimento de ensino incorpora aquilo que considera
necessário e outorga uma fisionomia particular ao programa educativo que regerá a formação dos
seus alunos.

No caso, por exemplo, da maior parte dos países do mundo, está estabelecido que os programas
ensino devem fomentar uma série de aspectos ou princípios como são os seguintes:
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 A equidade.
 A igualdade de oportunidades.
 A não discriminação.
 A inclusão educativa.

Por norma, um programa ensino inclui o detalhe dos conteúdos temáticos, sendo explicados quais
os objectivos de aprendizagem, mencionada a metodologia de ensino e os modos de avaliação e
esclarecida a bibliografia que será utilizada durante o curso.
Ao passo que, para GALLISSON & COSTE, (1983:584) afirmam que Programa, é sequencia de
itens ou unidades de aprendizagem e de controlo centradas à volta de uma dificuldade menor e
que constitui um conjunto coerente de conhecimentos, de reflexões, organizado segundo uma
progressão rigorosa, disposto de maneira a fazer participar activamente o aluno na execução da
tarefa visada e na aquisição de conhecimentos e fazê-lo trabalhar de modo a permitir uma eficácia
pedagógica máxima.

Segundo MINEDH (2010), Programa: refere-se ao conjunto de objectivos, produtos e


actividades que se formulam, produzem e desenvolvem para resolver uma parte do problema que
se encara através de um plano global ou estratégico. Duma forma tradicional, programa é um
instrumente legal que serve como consulta dos conteúdos com finalidade de alcançar um
determinado objectivo estratégico em prol das políticas educacionais.

Linhas Orientadoras do programa do ESG


Segundo MINED/INDE (2010) ‟O programa do ESG, a ser introduzido em 2008,
assenta nas grandes linhas orientadoras que visam a formação integral dos jovens,
fornecendo-lhes instrumentos relevantes para que continuem a aprender ao longo
de toda a sua vida”.

O novo programa procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre uma
componente profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências
relevantes para uma integração plena na vida política, social e económica do país.

Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma
formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares, assim descritos:
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 Saber Ser - que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético, de
modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os seus
próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de tomar em
diversas circunstâncias da sua vida;
 Saber Conhecer - que é a educação para a aprendizagem permanente de conhecimentos
científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a compreensão, a
interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e naturais;
 Saber Fazer - que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito
empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual,
mas também às tendências de transformação no mercado;

 Saber viver juntos e com os outros - que traduzem a dimensão ética do Homem, isto é,
saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de
diversas culturas, religiões, raças, entre outros.
Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize
em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir
sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável.

2.2. O Ensino e aprendizagem na disciplina de Língua Portuguesa


Para INDE (1997) ‟O Programa de Língua Portuguesa a ser
implementado visa dar continuidade à abordagem já iniciada no Ensino
Básico e iniciar a implementação das grandes linhas orientadoras da
educação expressas na Agenda 20-25 no Programa Quinquenal do
Governo e no Plano Estratégico do Ministério da Educação e Cultura.
Nele priorizam-se conteúdos que visam o desenvolvimento de
conhecimentos, habilidades atitudes e valores que o indivíduo deverá
mobilizar para enfrentar com sucesso exigências do dia-a-dia”.

Com enfeito, o Programa de cada disciplina deve estar elaborado de tal maneira que com base
nele, sem qualquer tipo de ambiguidade, em termos dos objectivos, conteúdos, sua ligação com
outras disciplinas, sequencias lógica, tempo lectivo disponível, orientação metodológica ou
didáctica, permitindo que:

 O professor cumpra a sua nobre e delicada missão de ensinar e educar;


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 As editoras ou as indústrias gráficas cabem a produção dos livros dos alunos e manuais
do professor.

O Programa assume, pois, a direcção do processo de ensino e aprendizagem, tendo em conta a


relativa autonomia do professor na condução deste processo, bem como a política da
liberalização da produção do livro.

(i) Plano Estratégico

Dá-se a referência da definição de um conjunto de objectivos muito amplos, aos produtos e as


actividades que se definem, produzem ou desenvolvem para enfrentar um problema de grande
complexidade como ampliação e melhoria da qualidade de ensino.

(ii) Visão Geral do Plano Estratégico da Educação

Segundo Guião do Professor (2016), a Educação, na visão do Governo, constitui um direito


fundamental de cada cidadão e é um instrumento para integração do indivíduo na vida social,
económica e política, indispensável para a preparação da nova geração e construção da Nação
moçambicana.

Além disso, para o Ensino Técnico-profissional, o Governo em colaboração com o Ministério da


Educação, o Plano Estratégico deste ensino, tem o propósito, assegurar equidade no acesso;
garantir uma formação de qualidade e relevante para o mercado de trabalho; melhorar a gestão e
coordenação, envolvendo o sector produtivo. Com enfoque principal de, transformar as escolas
existentes em escolas de qualidade, viradas ao sector formal; expansão da formação profissional
de curta duração e das capacitações para o sector informal e agrícola; fortalecendo o
envolvimento do sector produtivo.

(iii) Plano Temático

É uma matriz que contêm a organização das unidades temática, os objectivos específicos, os
conteúdos, as competências básicas e cargas horárias.
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A construção de um Currículo é um processo dinâmico que se deve ajustar as contínuas


transformações da sociedade. Assim sendo, passa-se a descrever os contextos sociais,
económicos e políticos educacionais que se vivem no país.

Para efeito de harmonização vertical da estrutura dos programas das diferentes disciplinas,
apresenta-se aqui uma proposta de estrutura base para os novos programas, ora em elaboração.
Esta estrutura apresenta os requisitos essenciais à organização dos programas.

Entretanto, alguns aspectos e/ou detalhes diferentes desta proposta poderão ser introduzidos
nalguns programas, se a natureza especifica da disciplina assim o exigir.

Análise crítica do programa de ensino do nível básico (8ª, 9ª e 10ª Classe)

O programa de Língua Portuguesa implementado visa dar continuidade à abordagem já iniciada


no Ensino primário e iniciar a implementação das grandes linhas orientadoras de Educação
expressas no Programa deste Ensino Básico já concebido a nível Central, isto é, pelo Ministério
da Educação.

Nele preconiza-se conteúdos que visam o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e


comportamentos que o indivíduo deverá mobilizar para enfrentar com sucesso exigências do dia-
a-dia. Contudo o Programa de Língua Portuguesa é baseado numa tipologia de textos,
nomeadamente:

(i) Visão Geral dos Conteúdos de Língua Portuguesa na 8ª Classe

 Unidade I - Textos normativos;


 Unidade II - Textos Administrativos;
 Unidade III - Textos Jornalísticos;
 Unidade IV - Textos Multiusos;
 Unidade V - Textos Literários;
 Unidade VI - Textos normativos;
 Unidade VII - Textos Administrativos;
 Unidade VIII - Textos Jornalísticos;
 Unidade IX - Textos Multiusos;
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 Unidade X - Textos Literários;


 Unidade XI - Textos Multiusos;
 Unidade X II - Textos Literários

(ii) Visão Geral dos Conteúdos de Língua Portuguesa da 9ª classe


 Unidade I – Textos Normativos;
 Unidade II – Textos administrativos;
 Unidade III – Textos jornalísticos;
 Unidade IV – Textos Multiusos;
 Unidade V – Textos literários;
 Unidade VI – Textos normativos;
 Unidade VII – Textos administrativos;
 Unidade VIII – Textos jornalísticos;
 Unidade IX – Textos multiusos;
 Unidade X – Textos literários;
 Unidade XI – Textos normativos;
 Unidade XII – Textos administrativos;
 Unidade XIII – Textos Jornalísticos;
 Unidade XIV – Textos multiusos;
 Unidade XV - Textos literários.

(iii) Visão Geral dos Conteúdos de Língua Portuguesa da 10ª classe.

 Unidade I- Textos normativos;


 Unidade II- Textos administrativos;
 Unidade III- Textos jornalísticos;
 Unidade IV- Textos multiusos;
 Unidade V- Textos literários;
 Unidade VI – Textos de pesquisa e organização de dados;
 Unidade VII- Textos normativos;
 Unidade VIII- Textos administrativos;
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 Unidade IX – Textos jornalísticos;


 Unidade X – Textos multiusos;
 Unidade XI – Textos literários;
 Unidade XII – Textos de pesquisa e organização de dados;
 Unidade XIII – Textos normativos;
 Unidade XIV – Textos administrativos;
 Unidade XV – textos jornalísticos;
 Unidade XVI – Textos multiusos;
 Unidade XVII – Textos literários;
 Unidade XVIII – textos de pesquisa e organização de dados.

Conceito de Oralidade

A Oralidade é dos quatro domínios de Ensino e aprendizagem no programa de Língua Portuguesa


para além da leitura, escrita e funcionamento da língua. A compreensão e expressão oral é uma
das competências privilegiadas no perfil do aluno do Ensino Básico.

Essa competência permitira ao aluno como um cidadão activo a participar na mudança,


contribuindo para maior autonomia na comunicação e uma maior integração social.

Para MAGALHÃES, a linguagem é uma forma de interacção mais do que possibilita uma
transmissão de informações de um emissor a um receptor, a linguagem é vista como um lugar de
interacção humana: através dela o sujeito que fala pratica acções que não conseguiria praticar
a não ser falando; com ela ao falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vínculos
que não pré-existem antes da fala.

O grupo concorda com a autora ao defender a interacção através da fala, valorizando desta forma
a Oralidade. No contexto sala de aula o aluno pratica as acções ao falar com o professor e com os
seus colegas, ou seja, ele estabelece compromissos e relação com o grupo ou a turma através da
fala.

Na mesma linha de pensamento não podemos deixar de citar AMOR (1999), afirma que «a
linguagem verbal oral tem uma vocação de dialogar que visa proporcionar as trocas
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comunicativas entre os falantes que a linguística e áreas de estudo nelas filiadas, durante muito
tempo, ignoram»

Para MENDONÇA et all (2003:5), a compreensão e a expressão oral são processos interactivos
de construção de significados e abrangem a recepção, o processamento de informação e
consequentemente a produção. O resultado desse processo interactivo depende do contexto em
que este ocorre, envolvendo os interlocutores com as suas vivências pessoais e experiencias
colectivas, o meio envolvente e as finalidades da expressão oral.

De forma semelhantes as posições acima podem afirmar que é através da interacção social que o
aluno aprende a usar a língua. Assim pensando na escola, a sala de aula é um espaço de
interacções em que os alunos interagem com o grupo através da oralidade. Se não houver
interacção não haverá aprendizagem do oral (MATOS & LOPES, 1997).

Estrutura do programa da 8ª, 9ª e 10ª classe


O ensino Básico tem como objectivo capacitar o aluno numa perspectiva do saber fazer, isto é, o
aluno que conclui as suas aprendizagens nas escolas primárias, está apto para desenvolver
actividades específicas de acordo com o nível em que ele se encontra.

O ensino Básico está subcategorizado em classes, a saber: da 8ª à 10ª classe. Os conteúdos para a
8ª classe estão divididos de 1ª à 12ª Unidade Temática. Este apresenta uma estrutura lógica das
unidades temáticas patentes no plano assim como no livro do aluno, isto é, apresenta um tema
específico para cada unidade, o que facilita a planificação diária do professor e a consecutiva
compreensão dos conteúdos pelos alunos.
Os conteúdos da 9ª classe estão divididos em 15 unidades temáticas. Nota-se uma discrepância,
em relação a visão geral dos conteúdos. No manual do aluno apresenta uma unidade diferente do
programa de ensino. Assim sendo, o programa do ensino deve ser elaborado mediante as
unidades e manual do aluno, não obstante, o grupo sugere que o professor seja capaz de elaborar
fichas de apoio através de artigos documentários que versem sobre o tema.
E por fim, os conteúdos da 10ª classe estão divididos em 18 unidades temáticas, cuja sua
encadeação, há conteúdos desviados nas unidades II e VI unidades temáticas. Contudo, na II
unidade: Textos de Natureza Didáctica ou Cientifica, nota-se uma não correlação, visto que, trata
de conteúdos textos expositivos argumentativos, o que na nossa concepção o programa do Ensino
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Básico na planilha geral, deveria versar como unidade temática: Textos Multiusos, e que a nível
do funcionamento da língua falariam das orações formadas por conjunções subordinativas e
coordenativas.
No que tange a apreciação crítica em função do programa de Ensino da 8 ª classe, em função da
carga horária, e no contexto de enquadramento dos conteúdos, o grupo observa que nas unidades
temáticas do programa de ensino da 8ª classe, começa com os textos normativos que contem a
carga horária de 8 horas, o grupo acha muita carga horária, na nossa visão ideológica, tendo como
ponto de vista, que os conteúdos não são mais amplos, visto que nestes textos visam dar uma
visão aos alunos em relação as normas e regulamentos da escola assim como outras instituições.

Quanto a função dos textos literários em função da carga horária, e no contexto de


enquadramento dos conteúdos, observamos que nas unidades temáticas do programa ilustram a
carga horária de 8 horas, aqui não achamos suficiente esta carga horária, na nossa visão
ideológica, tendo como ponto de vista, que os conteúdos são mais amplos que precisariam de 10
horas, visto que são nos textos literários que os alunos tendem desenvolver algumas habilidades
como o gosto pela leitura e na base desta habilidade o aluno com facilidade pode também
desenvolver a oralidade.

Portanto, por de trás dos textos normativos encontramos textos administrativos que por não ser
complexo em conteúdos, concordamos em ter 6 horas no que dita inclusivamente a carga horaria,
porém achamos que o tempo aqui apresentado é suficiente quando ao grau de assimilação dos
conteúdos e ao nível do aproveitamento pedagógico, conforme nos apresenta a grelha dos
programas de ensino, podemos notar que os objectivos e tudo que dita os textos administrativos
achamos em linhas mestres estar tudo organizado.

Em função dos textos jornalísticos que levam seis tempos quanto a carga horária, achamos que o
tempo e suficiente, tendo em conta que nas classes anteriores os alunos já aprenderam acerca
deste tipo de texto, isto leva-nos a visão de que os alunos já apresentaram um conhecimento
básico acerca dos textos jornalísticos, mas isto cabe ao professor saber gerir deforma superficial o
seu tempo.
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Para os textos multiusos, que apresentam 8 horas, não achamos conveniente esta carga horária,
sugerimos 9 cargas horárias, tendo em conta que os conteúdos que esta unidade apresenta são
imensos, e todos eles importantes na aprendizagem, quanto aos objectivos que a grelha nos
apresenta neste tipo de texto, concordamos a organização dos mesmos. Para os textos literários,
que em função das mesmas apresentam 8 horas.

Sugestões metodológicas na abordagem transversal


A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG, como uma estratégia didáctica com vista
um desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar
é chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações
problemáticas parecidas com as que se vão confrontar na vida. No currículo do ESG prevê-se
uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas transversais.

Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal
forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam
para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares
sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores. O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma
explícita, ao longo do ano lectivo.

Os temas transversais na disciplina de língua portuguesa tem o objectivo de suportar a tipologia


textual e para o desenvolvimento de competências linguísticas e comunicativas. Que contribui
para o desenvolvimento lexical do aluno.

No nosso ponto de vista do grupo, para além de se abordar os temas transversais, numa
perspectiva teórica em salas de aulas, os professores, poderiam ampliar os horizontes, a fim de
submeter aos alunos à prática, ou seja, na realidade dos factos. Temos como sugestões de alguns
temas que deveriam ser levados para prática tais como: plantios de árvores, saúde pública,
nutrição e biblioteca. Essas actividades poderiam ser realizadas no recinto escolar.

No nosso ponto de vista há um equivoque, no que diz respeito aos temas transversais, no qual
aparecem repetidas nas unidades que contem a mesma proposta temática, por exemplo: nos textos
multiusos, a proposta temática para os temas transversais dessa unidade são desastres naturais.
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Como se não houve mais assuntos de carácter social que os alunos pudessem ter mais
informação. O grupo sugere os seguintes temas:

 Tráfico de seres humanos;


 Álcool e drogas nas escolas;
 Assedio;
 Violência doméstica.

São temas que merecem destaques. Porque os temas transversais aparecem nos manuais como
uma estratégia didáctica com vista a desenvolver uma consciência integrada do aluno de hoje e
futuro adulto, consciente dos seus actos. Com isso espera-se que as actividades curriculares,
sejam desafiantes e estimulem os alunos na mobilização de conhecimentos, habilidades, valores e
atitudes.

No manual do aluno no que diz respeito aos vocabulários, parece-nos que vem um pouco mais
facilitado para o aluno, e isso não vai trabalhar a capacidade de investigação por parte do aluno,
ou seja, o aluno ficara num comodismo total, para além de traduzirem todos os vocabulários
difíceis, poderiam deixar uma parte reservada para o aluno investigar, trazerem os respectivos
significados. Essas atitudes farão com que o aluno, entre mais em contacto com o dicionário. Ou
seja, irá despertar no aluno o gosto pela investigação e com isso, descoberta de novos vocábulos.

Aspectos que o grupo considera negativos

 No programa de ensino, verificamos a repetição dos conteúdos em unidades temáticas


(textos normativos, textos administrativos, textos jornalísticos, textos multiusos, textos
literários, textos de pesquisa e organização de dados), o que pode resultar fadiga no
processo de ensino - aprendizagem;
 O Programa de ensino da língua portuguesa no que concerne a abordagem dos temas
transversais, não reflecte a realidade dos nossos alunos que se encontram nas Províncias e
Distritos;
 Por falta de revisão geral do programa de ensino, o mesmo programa acaba ficando
desactualizado, conforme a INDE/MINED – Moçambique o programa de ensino foi
elaborado em 2004, pelo Ministério da Educação e Cultura e entrou em vigor em 2008.
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 A maior parte dos professores, dependem na totalidade a implementação dos programas


de ensino, e nalgum momento influência as competências dos alunos no processo de
ensino - aprendizagem.

Proposta do grupo a análise crítica dos programas de ensino

O grupo após apreciação crítico dos programas do ensino, propõe que seja revisto todo programa
de ensino de modo a adequar a realidade do alunos, que actualmente ingressam no ensino básico
com a idade compreendida entre 12 à 13 anos (fase de adolescência).

Na abordagem dos temas transversais sugerimos que se crie uma excepção de modo que o
professor incorpore novos temas transversais, de acordo com os problemas que se encontra na
sociedade onde o professor esta inserido; O Programa de ensino deve ainda adicionar novos
temas transversais que vão de acordo com a actualidade como é o caso sequestros,
criminalidades, entre outros temas que não estão previstos pelo programa em vigor.
Na visão do grupo, os fazedores dos planos curriculares deviam produzir os programas de ensino
acompanhados dos professores, visto que eles que conhecem a realidade e a capacidade dos
alunos que recebem todos os anos. Desta maneira em algum momento eles saberiam fazer a
devida distribuição da carga horária consoante as unidades temáticas para melhor assimilação dos
conteúdos.
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Considerações Finais.
Durante a análise feita pelo grupo referente ao Programa de Ensino Básico em vigor, deve ser
revisado para aclarar a organização das Unidades Temáticas tendo em conta às competências,
objectivos a ser adquiridas pelos alunos, ao ingressar o este Ensino. Não obstante, recomendamos
ao Ministério da Educação como órgão responsável pela reforma do currículo em vigência, a fim
de rectificar o actual Programa, na componente correspondente à concatenação entre as unidades
temáticas e os conteúdos a serem ministrados.
Desde já queremos lançar o apelo que não basta apenas incumbir o professor como agente
dinamizador do actual Programa, adaptando-o em situações reais de Ensino, mas chamamos
atenção ao Governo para olhar o previsto no Plano Estratégico, que bem sabemos é que a
Educação, na Visão do Governo, constitui um direito fundamental de cada cidadão e é um
instrumento para integração do indivíduo na vida social, económica e política, indispensável para
a preparação da nova geração e da construção da Nação Moçambicana.
Ao terminar, as modalidades de Ensino, referindo para o desenvolvimento da leitura versus
escrita, oralidade, vocabulário versus gramática, a fim de o aluno adquira as competências
almejadas deve-se primeiro haver correspondência entre as Unidades Temáticas e os conteúdos a
ser leccionados.
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Referências Bibliográficas

GALLISSON & COSTE, Dicionário de Didáctica das Línguas, editor Livraria Almeida,
Coimbra-Portugal, 1983;
INDE/MINED – Moçambique, Português, Programa da 8ª Classe, editor INDE/MINED,
Moçambique, 2010;
Guião do Professor, Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, editor: Ministério da
Educação e Desenvolvimento Humano, Maputo, 2016;
MAGALHAES, Tânia Guedes. Concepções da Oralidade: A teoria e a Prática nos Livros
Didácticos, (s/d);
MENDONÇA, Albertina et alli. Métodos e Técnicas de Expressão Oral. Ensino Básico e
Secundário, ASA editor, 1ª edição, Lisboa. 2003;
AMOR, Emília. Didáctica do Português ― Fundamentos e Metodologias, texto editor, 2ª edição.
Lisboa, 2001;
MATOS, Alice & MELO, Lopes Amália. Programa da Disciplina de Língua Portuguesa, 2º e 3º
ciclo (9º, 10º e 12º ano). Ministério da Educação, Ciências e Cultura. Lisboa, 1997.
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