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ENSINO DE PORTUGUÊS
2º ANO
Disciplina: METODOLOGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM DO PORTUGUÊS - I
Código:
Créditos (SNATCA):
Número de Temas:
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 2º Ano
Módulo: Metodologia de Ensino e Aprendizagem do Português - I
Fax: 23323501
E-mail: isced@isced.ac.mz
Website: www.isced.ac.mz
Código:
Agradecimentos
O Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED) agradece a colaboração dos seguintes
indivíduos e instituições na elaboração deste manual:
Local de Publicação
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 2º Ano
Módulo: Metodologia de Ensino e Aprendizagem do Português - I
Índice
Visão Geral 1
Quem deve estudar este módulo 1
Como está estruturado este módulo………………………………………………………………………………2
Ícones de actividade...........................................................................................................3
Habilidades de estudo ……………………………………………………………………………………………………3
Precisa de apoio?............................................................................................................... 5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)……………………………………………………………………………… 6
Avaliação………………………………………………………………………………………………………………………6
Sumário…………………………………………………………………………………………………………………………………25
Exercícios para AUTO - AVALIAÇÃO……………………………………………………………………………….26
Exercícios para AVALIAÇÃO………………………………………………………………………………………….27
Unidade Temática 2.2. Tendências Pedagógicas…………………………………………………………..27
2.2.1. Pedagogia Liberal……………………………………………………………………………………..28
2.2.2. Tendência Tradicional……………………………………………………………………………….28
2.2.3. Tendência Renovada Progressista……………………………………………………………..30
2.2.4. Tendência Renovada Não – Directiva………………………………………………………..32
2.2.5. Tendência Pedagogia Tecnicista………………………………………………………………..32
2.2.6. Tendência Progressista Libertadora…………………………………………………………..34
2.2.7. Tendência Progressista Libertária……………………………………………………………..35
2.2.8. Tendência Progressista “Crítico Social dos conteúdos”……………………………..36
Tabela 1: Sistematização das tendências pedagógicas…………………………………………………37
Sumário…………………………………………………………………………………………………………………………………39
Exercícios para AUTO - AVALIAÇÃO……………………………………………………………………………………….41
Exercícios para AVALIAÇÃO………………………………………………………………………………………………….41
Unidade Temática 2.3. Teorias Contemporâneas de Educação…………………………………….41
2.3.1. Teorias Espiritualistas……………………………………………………………………………….42
2.3.2. Teorias Personalistas………………………………………………………………………………..42
2.3.3. Teorias Psico-cognitivas…………………………………………………………………………….43
2.3.4. Teorias Sociais…………………………………………………………………………………………..43
2.3.5. Teorias académicas…………………………………………………………………………………..43
2.3.6. Teorias tecnológicas………………………………………………………………………………….43
Sumário…………………………………………………………………………………………………………………………………44
Exercícios para AUTO - AVALIAÇÃO……………………………………………………………………………………….44
Exercícios para AVALIAÇÃO………………………………………………………………………………………………….45
Unidade Temática 2.4. Paradigmas de Educação e sua relacção no Ensino da Língua
Portuguesa…………………………………………………………………………………………………………………..45
2.4.1. Behaviorismo…………………………………………………………………………………………….46
2.4.2. Construtivismo………………………………………………………………………………………….47
2.4.3. Sócio-interaccionismo.………………………………………………………………………………47
Tabela 2: Resumo de alguns aspectos centrais das três abordagens.……………………………48
Sumário……………………………………………………………………………………………………………………….49
Exercícios para AUTO – AVALIAÇÃO…………………………………………………………………………….50
Exercícios para AVALIAÇÃO………………………………………………………………………………………….51
2.5. Exercícios integrados do tema………………………………………………………………………………51
2º Ano
1
Como está estruturado este módulo
Este módulo, à semelhança dos restantes do ISCED, está
estruturado do modo seguinte:
Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo
os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor
estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com
atenção antes de começar o seu estudo, como componente de
habilidades de estudos
Conteúdo desta Disciplina / módulo
Este módulo está estruturado em temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, terminologia e conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação como a seguir se
exemplifica:
• Introdução
• Objectivos
• Terminologia
• Conteúdos
• Sumário
• Exercícios de Auto-avaliação
2
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Outros recursos
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem,
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu
módulo para você explorar. Para tal, o ISCED disponibiliza na
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital
moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus
estudos.
Comentários e sugestões
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser
melhorado.
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar
3
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa,
uma mudança de actividade, etc.
Habilidades de estudo
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a
aprender.
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso, é importante saber como, onde e quando
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos
estudos, procedendo como se segue:
1º Praticar a leitura. Aprender à distância exige alto domínio de
leitura.
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou
as de estudo de caso se existirem.
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,
respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si:
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em
cada hora, etc.
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido
estudado durante um determinado período de tempo; Deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos
conteúdos de cada tema, no módulo.
4
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, pode suscitar - lhe algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
5
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página
trocada ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo) é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED
indigitada para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste
período, pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%
do tempo de estudos à distância, revela – se extremamente
importante, na medida em que lhe permite situar, em termos do
grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta
maneira ficará, a saber, se precisa de apoio ou precisa apoiar aos
colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados
com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes
temas e unidade temática, no módulo.
6
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Avaliação
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância,
estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor! Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma
avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de
avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da
cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)
trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.
1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária,
propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 7
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Introdução
Os processos histórico, político, económico e sócio-cultural de
Moçambique tanto anterior quanto posterior à proclamação da
independência nacional requer o uso de um quadro teórico
metodológico complexo e interdisciplinar que permita a construção de
inter-relações de diversos saberes entrelaçados a multiplicidades de
áreas disciplinares. Esse desafio da complexidade exige abrir-se para a
indeterminação dos acontecimentos buscando possibilidades e
caminhos que permitam compreender a dinâmica dos processos
passados e dos que ainda estão em curso.
9
1.1.1 O que é conhecimento?
10
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
11
Entretanto, os problemas essenciais nunca são parcelados e os
problemas globais são cada vez mais essenciais. Enquanto a cultura
geral comportava a incitação à busca da contextualização de qualquer
informação ou ideia, a cultura científica e técnica disciplinar parcela,
desune e compartimenta os saberes, tornando cada vez mais difícil sua
contextualização.
Para Morin (2000), ao mesmo tempo, o recorte das disciplinas
impossibilita apreender o que está tecido, ou seja, segundo o sentido
original do termo, o complexo.
12
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Sumário
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c) O elemento representado pelo conteúdo disciplinar, a matéria a ser
ensinada e aprendida;
d) Representação do imaginário.
2. O conhecimento especializado é uma forma particular de abstracção
porque:
a) A especialização não “abstrai” ou não extrai um objecto de seu
contexto e de seu conjunto;
b) A especialização não rejeita os laços e as inter-comunicações com
seu meio;
c) A especialização não introduz o objecto no sector conceptual
abstracto que é o da disciplina compartimentada, cujas fronteiras
fragmentam arbitrariamente a sistemicidade (relação da parte com o
todo) e a multidimensionalidade dos fenômenos;
d) A especialização “abstrai”, em outras palavras, extrai um objecto de
seu contexto e de seu conjunto, rejeita os laços e as inter-
comunicações com seu meio
3. A maioria das ciências obedecia ao princípio de redução, que
limitava o conhecimento do todo ao conhecimento de suas partes,
como se a organização do todo não produzisse qualidades ou
propriedades novas em relação às partes consideradas isoladamente.
Isto aconteceu em:
a) Meados do século XV;
b) Meados do século XVIII;
c) Meados do século XIX;
d) Meados do século XX.
4. Morin (2005) chama paradigma de simplificação o seguinte:
a) Ao conjunto dos princípios próprios da cientificidade clássica que
não produzem uma concepção simplificadora do universo;
b) Ao conjunto dos princípios próprios da cientificidade clássica, e que,
ligados uns aos outros, produzem uma concepção simplificadora do
universo (físico, biológico, antropossocial);
c) Ao conjunto dos princípios que se ligam uns aos outros, podendo
determinar as condições de uma visão complexa do universo;
d) Ao conjunto dos princípios que não se ligam uns aos outros,
podendo determinar as condições de uma visão complexa do universo.
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
II. Assinale com (V) para afirmação verdadeira e com (F) para falsa.
I. Assinale com (V) para afirmação Verdadeira e com (F) para Falsa.
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conhecimento de suas partes, como se a organização do todo não
produzisse qualidades ou propriedades novas em relação às partes
consideradas isoladamente.
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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a) O conjunto das diversas partes ligadas a ele de modo inter-
retroactivo ou organizacional;
b) Ao conjunto dos princípios que não se ligam uns aos outros,
podendo determinar as condições de uma visão complexa do universo;
c) O conhecimento das informações ou dos dados isolados é
insuficiente;
d) Ao conjunto dos princípios próprios da cientificidade clássica que
não produzem uma concepção simplificadora do universo.
Soluções:
I.Verdadeiro/Falso
1.V); 2.F); 3.F); 4.V); 5.F); 6.V);7.V); 8.F); 9.V); 10.F); 11.V);12.F); 13.V);
14.F); 15.V
II – Escolha de alternativa correcta :1.C); 2.D); 3.D); 4.B); 5.A)
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
II. Assinale com (V) para afirmação verdadeira e com (F) para
falsa.
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TEMA 2: NOVOS ENFOQUES DIDÁCTICOS E PEDAGÓGICOS
2.1.1. Introdução
Nesta unidade temática gostaríamos de convidar, o estimado
estudante a colaborar com as suas experiências, visto que os assuntos
aqui a serem tratados podem ser do seu conhecimento. Vamos discutir
conceitos sobre didáctica, que no fundo fazem o corpo principal deste
manual, por outras palavras vamos abordar o conceito de didáctica,
educação e outros que julgamos necessários para melhor compreensão
das matérias em estudo.
Abordaremos também as teorias contemporâneas de educação,
olhando para novos enfoques didácticos e tendências pedagógicas, sua
aplicação no ensino aprendizagem do português, assim como
discutiremos as vantagens e limitações de cada teoria, além de
estabelecer uma relação entre educação, desenvolvimento e qualidade
de vida. A discussão sobre as teorias contemporâneas de educação
será desenvolvida de acordo com a classificação de Bertrand, o qual as
agrupa em 7 categorias.
Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:
20
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
21
Na relação de ensino existente entre professor e aluno, o plano de
ensino-aprendizagem não garante necessariamente excelência na
formação dos educandos. A aprendizagem é decorrente também das
relações que o professor constrói com seus alunos, relações essas de
proximidade, empatia e significado. Contudo, a construção dessas
relações e seus impactos no processo de ensino-aprendizagem,
dependem da concepção que os professores apresentam deste
processo, do modo como concebem seu papel, o papel dos alunos e
como consideram o pensar e o fazer docente no contexto escolar
(Braga, 2013).
A pedagogia está cada vez mais perdendo sua principal função/prática
nos procedimentos da sala de aula. Hoje, qualquer área da ciência
opina sobre questões específicas da prática pedagógica. É necessário
ter clareza sobre o contexto teórico do qual partimos, já que, no
mundo moderno, os educadores, de uma forma geral, vem deixando a
desejar com o processo ensino-aprendizagem, usando técnicas mal
elaboradas ou mal compreendidas, assim, dando origem à uma
aprendizagem desqualificada, sem fundamento (Bello, 1993).
O ensino e a aprendizagem são tão antigos quanto à própria
humanidade. Nas tribos primitivas os filhos aprendiam com os pais a
atender suas necessidades, a superar as dificuldades do clima e a
desenvolver na arte da caça. Hoje, o conceito de ensino-aprendizagem
deve ser amplamente discutido e aplicado, visto que cada situação
pode ser uma situação de ensino-aprendizagem e somente aqueles
que não apresentam atitudes de constante abertura e que não
aprendem ou não ensinam em todas as situações (Piletti, 1986).
Segundo Rodrigues (2013), no processo de ensino no ambiente escolar
pode observar-se a relação entre o ensino e a aprendizagem através
de actividades do professor em relação a do aluno; a didáctica
manifesta - se no contexto de organizar - se o ensino, de maneira que
se traçem os objectivos, estipulando os métodos a serem seguidos e
planeiando as acções conjuntas no âmbito escolar.
Ainda segundo Rodrigues (2013), o processo de ensino deve ter como
ponto de partida o nível de conhecimento, as experiências que
proporcionam uma transmissão progressiva das capacidades cognitivas
como intelectuais, o que liga o ensino a aprendizagem. O processo de
ensino faz a interacção entre dois momentos fundamentais: a
transmissão e assimilação activa, tanto de conhecimentos quanto de
habilidades. Dessa forma, cabe ao professor ensinar de modo que se
tenha uma organização didáctica dos conteúdos que venha a instruir
condições de aprendizagem, de forma que ele controle e avalie as
actividades.
No processo ensino-aprendizagem, em qualquer contexto em que se
esteja inserido, e necessário que se conheça os conceitos que integram
22
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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seria, então, o principal factor de estimulação intelectual (Piletti, 1986).
O processo de ensino, segundo Karger, Follmann e Schmitt (2014) só se
concretiza quando o aluno aprende e a didáctica e a sistematização dos
conhecimentos e experiência humana, sendo que a aprendizagem é
uma actividade praticada pelo aluno que visa a apropriação de
métodos, conceitos e instrumentos cognitivos, necessitando da
intervenção do professor através da mediação didáctica, ou seja, uma
intervenção intencional na formação.
Se considerarmos o processo de aprendizagem como uma acção
conjunta entre professor e aluno, na qual o professor estimula e dirige
as actividades em função da aprendizagem dos alunos, pode-se dizer
que aula é a forma didáctica básica de organização do processo de
ensino (Libâneo, 1994).
Uma aula ministrada de forma dinâmica, informal e descompromissada
com livros, segundo Toniazzo (2009), gera com maior precisão
resultados positivos do que uma aula formal. Os resultados didácticos
devem tomar uma distância, eventualmente, do convencional,
buscando ambientes descontraídos, onde acometa uma facilidade na
aquisição do conhecimento.
Segundo Libâneo e Alves (2012), a actividade de ensino e
aprendizagem consiste na apropriação dos conhecimentos pelos
alunos, como realizar o ensino de forma que os alunos
compreendam/aprendam a estruturação das tarefas de aprendizagem
e os contextos sócio-culturais e institucionais onde se realiza o ensino.
É necessário que o professor tenha conhecimento e domínio da
matéria a ser ministrada, a relação entre prática e teoria que lhe
proporcione um suporte e conhecimentos das realidades particulares
de seus alunos e de suas práticas sócio-culturais e institucionais.
O importante para o educador é acreditar no potencial de
aprendizagem pessoal, na capacidade de evoluir, de integrar sempre
novas experiências e dimensões do quotidiano, ao mesmo tempo em
que compreendam e aceitem os limites, o jeito de ser e sua história
pessoal. Entretanto, alguns educadores confundem visão crítica com
pessimismo estrutural, transmitindo, aos seus alunos, apenas visões
negativistas e desanimadoras da realidade.
Na actualidade, a perspectiva fundamental da didáctica é assumir a
multifuncionalidade do processo de ensino-aprendizagem e articular
suas três dimensões: técnica, humana e política no centro configurador
de sua temática (Freitas, 2011).
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
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Sumário
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Exercícios para AUTO-AVALIAÇÃO
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
temática;
c) Política, económica e ideológica no centro configurador de sua
temática;
d) Técnica, humana e política no centro configurador de sua
temática.
Respostas: 1.C); 2.B); 3.B); 4.C); 5.D)
Nesta parte você irá reflectir em torno das diferenças existentes entre
as tendências pedagógicas conforme, a proposta de classificação de
Libâneo (1986), que sustentam os pressupostos de aprendizagem: a
Pedagogia Liberal (Tendência Tradicional, Tendência Renovadora
Progressista, Tendência Renovadora não-directiva Tendência
Pedagogia Tecnicista), Pedagogia Progressista (Tendência Progressista
Libertadora, Tendência Progressista Libertária, Tendência Progressista
“crítico-social dos conteúdos”).
27
▪ Compreender as tendências pedagógicas;
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Aprendizagem do Português- I
a) Em nível individual:
• Individualismo e falta de participação e cooperação;
• Falta de conhecimento da própria realidade;
• Inadaptação cultural, com adopção de padrões de
pensamento e comportamento estrangeiros;
• Aceitação passiva de processos de exclusão e divisão
social.
b) Em nível social:
• Prevalência da memorização;
• Passividade e falta de atitude crítica;
• Acrítica sobre as fontes de informação;
• Preferência pela especulação teórica e consequente
distância com a prática;
29
• Não problematização da realidade.
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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da dialéctica “professor-conteúdo”, com excepção de eventuais
sessões de reajustes. Contudo, nesse nível, há uma tendência ao
conformismo em virtude da tendência para a eficiência e o utilitarismo.
34
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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favorecer o desenvolvimento de indivíduos mais livres.
Ressalta-se o conhecimento que resulta das experiências vividas pelo
grupo, especialmente a vivência de mecanismos de participação crítica,
que permitam a cada um de seus membros, o atendimento de suas
aspirações e necessidades. Particularmente relevante para o
desenvolvimento das ideias da Tendência Progressista Libertária foi o
trabalho de Celestin Freinet. (Libâneo, 1986).
36
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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RENOVADA A importância recai Ativo. Deve-se aprender Relação democrática: o
PROGRESSIST sobre as fazendo. Pesquisar, professor é um facilitador
A experiências trabalhar em grupo, da aprendizagem do
vivenciadas, os resolver problemas, aluno.
desafios cognitivos e propor soluções, estudar
as situações o meio ecológico e
problema. O social, etc.
processo de
aquisição de
conhecimentos é
menos relevante
que a metodologia
aplicada.
A ênfase é dada no Terapêutico: o papel do Relação humana: o
RENOVADA desenvolvimento professor é o de professor não deve dirigir
NÃO das relações e das facilitador da o aluno no que tange as
DIRETIVA comunicações. aprendizagem. Uso de atividades. A relação é
Incentivo aos alunos técnicas de centrada no aluno.
para que busquem sensibilização é ênfase
por si mesmos, seu na melhoria do re-
próprio lacionamento
conhecimento. interpessoal.
Voltada para a Método científico de Técnica-diretiva: relações
TECNICISTA preparação técnica a Spencer: metodologiaestruturadas-objetiva,
fim de que o aluno tecnicista e abordagem com papeis bem
possa responder sistêmica. Uso de definidos.
adequadamente ao instrução programada, Professor: administrador,
sistema social, planejamento, recursos Aluno: ser que responde.
global e ao mercado audiovisuais, etc. A relação é centrada no
de trabalho controle das condições
LIBERTADOR Tem um caráter Dialogicidade: trabalho Não-diretividade; Os
A político, eu em grupo de discussão e alunos são sujeitos ao ato
incorpora a conscientização do conhecimento.
realidade vivencial Professor favorece a
do aluno como aproximação da
ponto de partida consciência. A relação é
para a seleção dos centrada nas relações
conteúdos da ação interpessoais
educativa.
LEBERTÁRIA O Conteúdo emerge Autogestão da Não-diretiva: o professor
dos interesses dos experiência do grupo: é o orientador e
alunos, não é pré- formas de participação e catalisador do processo,
determinado. de expressão pela junto ao grupo gera refle-
palavra, mediante xões. Não há
organização e execução centralidade.
do trabalho.
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Sumário
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Exercícios para AUTO-AVALIAÇÃO
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Aprendizagem do Português- I
c) Ovide Decroly;
d) Maria Montessori.
Respostas: 1.C); 2.D; 3.A); 4.D; 5.B)
41
O conceito de teoria é entendido na sua generalidade como sendo um
conjunto de ideias, organizadas de forma sistemática sobre um
determinado assunto. Assim, a descrição das teorias contemporâneas
de educação neste texto é baseada em Bertrand (2001) o qual agrupa
as teorias em sete categorias nomeadamente: espiritualistas,
personalistas, psico-cognitivas, tecnológicas, sócio-cognitivas, sociais e
académicas.
Esta classificação foi efectuada em função de quatro elementos
polarizadores essenciais que permitem a reflexão sobre a educação.
O primeiro elemento polarizador é designado sujeito, constituído pelo
aluno (aprendente) fazem parte deste polo as teorias espiritualistas e
personalistas.
O segundo elemento polarizador refere-se a sociedade que integra as
teorias sociais, as quais definem a educação como uma questão de
estruturas sócio-culturais que deve desempenhar um importante papel
na transformação da sociedade.
O terceiro polo é constituído por conteúdos (matérias, disciplinas),
neste polo associam-se as teorias académicas, as definem os
conhecimentos a ensinar.
O quarto polo estabelece a interações pedagógicas entre os três polos
(incluindo o docente, as tecnologias de comunicação). Neste polo,
encontram-se três tendências teóricas: as teorias tecnológicas
interessam-se pela modernização das interacções entre o sujeito, a
sociedade e os conteúdos. As teorias psico-cognitivas, preocupam-se
com as didácticas construtivistas concebidas a partir da psicologia de
aprendizagem. Por seu turno as teorias sócio-cognitivas, interessam-se
pelo impacto dos culturais e sociais na aprendizagem.
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aprendizagem.
Sumário
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Aprendizagem do Português- I
Introdução
Nesta unidade você vai aprender sobre os diferentes paradigmas de
ensino e sua específica com o ensino de língua portuguesa. Portanto,
serão abordadas questões e necessidades relacionadas a complexidade
do trabalho docente na orientação do processo de ensino-
aprendizagem da língua portuguesa.
45
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:
- Compreender os paradigmas de educação e sua relação com a Língua
Portuguesa;
- Distinguir os paradigmas de educação e sua relação com a Língua
Portuguesa;
- Reflectir sobre os paradigmas de educação e sua relação com a Língua
Portuguesa.
2.4.1. Behaviorismo
O Behaviorismo é um termo oriundo da palavra inglesa Behavior que
significa comportamento. Esse vocábulo foi incorporado pela língua
portuguesa por meio do sufixo ismo. Assim, o behaviorismo é
compreendido como uma análise experimental do comportamento
humano, na qual se controlam os efeitos do condicionamento de
acções e reacções dos indivíduos.
Esta corrente da psicologia, também é denominada de
comportamentalismo, que considera que a psicologia só pode estudar
os comportamentos directamente observáveis. Foi criada a partir dos
estudos de John Watson e Ivan Pavlov, no início do século XX. A teoria
do reflexo condicionado, elaborada por Pavlov, que define o
comportamento como o conjunto das reacções ou respostas exteriores
e observáveis de um organismo a um estímulo, constitui um dos
elementos principais do behaviorismo clássico.
Trata-se de uma corrente que influenciou o contexto educacional e as
práticas pedagógicas. Um exemplo disso são actividades mecânicas
repetitivas que visavam o alcance dos objectivos de ensino
aprendizagem com base na transmissão de conteúdos.
Alguns dos princípios do behaviorismo mais directamente
relacionados ao contexto escolar em sala de aula são:
• Definição rígida de papéis: o professor ensina e o aluno
aprende;
• As aulas são essencialmente expositivas;
• A posição dos alunos em relação a construção de
conhecimentos é de passividade. O professor é que define os
resultados esperados.
No ensino da língua portuguesa essa abordagem está associada ao
ensino tradicional da língua, baseado fundamentalmente no estudo
de conceitos, terminologias, memorização de regras de
acentuação, conjugação verbal, ênfase na análise sintáctica e
outros conhecimentos da estrutura da língua.
46
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
2.4.2. Construtivismo
O Construtivismo designa uma corrente paradigmática desenvolvida
por Jean Piaget que explica o desenvolvimento e a aprendizagem a
partir da interacção entre o sujeito e o ambiente. Esta teoria considera
que as fontes do conhecimento são, simultaneamente, de origem
interna e externa. Ao contrário do Behaviorismo, o construtivismo
defende que o conhecimento é construído e não apenas reproduzido.
Trata-se de uma corrente que procura explicar como evoluem os
processos mentais que vão caracterizar as quatro fases de maturação
do pensamento humano (sensório-motor, pré-operatório, operatório
concreto, e operatório formal).
Em sua origem, concebido como um método educativo desenvolvido
posteriormente por seguidora de Peaget, a pesquisadora argentina
Emília Ferreiro, a qual contribuiu para formulação de propostas para
alfabetização ao destacar os seguintes princípios:
• O aluno no centro do processo educativo;
• Autonomia do aprendiz;
• O conhecimento não está pronto, mas é construído na
interação entre sujeito aprendiz e o objeto do conhecimento;
• O professor não é transmissivo e respeita as fases de
desenvolvimento do aluno.
A perspectiva construtivista contrapôs - se ao ensino da escrita
baseado nos métodos tradicionais, cujo fundamento era a silabação
que iniciava pelos agrupamentos silábicos simples. Os professores
alfabetizadores passaram a compreender como se desenvolvia na
criança o processo de apropriação da escrita. No ensino da língua o
construtivismo exerceu influência ao privilegiar a autonomia do
educando, favoreceu a orientação de actividades de linguagem que
proporcionassem a reflexão sobre o uso da língua.
2.4.3. Sócio-interacionismo
Trata-se de um paradigma explicativo do desenvolvimento humano
proposto por Vygotsky (1896 - 1934). Foi contemporâneo de Piaget
que apesar de reconhecer suas grandes contribuições discorda em
alguns aspectos. Para Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo do ser
humano não decorrente apenas da maturação de seus estágios de
inteligência independentemente do contexto e das relações
partilhadas com outros indivíduos.
Para Vygotsky a aprendizagem se antecipa ao desenvolvimento,
47
enquanto para Piaget, é necessário que a criança níveis de
desenvolvimento (estágios) a fim de que ela consiga activar os
respectivos esquemas de aprendizagem. Vygotsky defende a existência
de dois níveis de desenvolvimento: o real e o potencial. O primeiro é
indicativo de actividades que a criança pode realizar sozinha sem
precisar de alguém experiente. O segundo corresponde a aquele em
que a criança só realiza determinada actividade com ajuda de alguém.
Essas noções ganham especial atenção para as práticas pedagógicas
por razões seguintes: a primeira, por enfatizar que o conhecimento é
construído nas interações sociais. A segunda, por destacar o papel do
professor como mediador nesse processo de construção. Os
professores que adoptam o paradigma sócio-interacionista de
aprendizagem procuram actuar sempre na zona desenvolvimento
proximal do aluno ao oferecer-lhe actividades desafiadoras na
construção do conhecimento. Alguns dos princípios sócio-
interacionistas que norteiam o ambiente de aprendizagem são:
• A interacção professor – aluno como princípio do processo
educativo;
• Importância dos trabalhos em grupos;
• O papel do professor como mediador;
• Rejeição ao aspecto da prontidão para aprendizagem;
• Ênfase na abordagem interdisciplinar;
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Sumário
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de seus deveres e de duas responsabilidades sociais. Nesse sentido,
Rodrigues (2013) complementa quando mostra que a didáctica e de
suma importância para um bom funcionamento e desenvolvimento do
trabalho escolar, de forma que ela organiza e planeia as actividades do
professor em relação aos alunos, visando atingir seus objectivos,
desenvolvimento de habilidades, como hábitos e conhecimento
intelectual.
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
51
condições do processo de ensino, tendo em vista finalidades
educacionais que são sempre sociais;
d) A disciplina que estuda a linguagem humana.
2.O processo de ensino faz a interacção entre dois momentos
fundamentais:
a) A mediação e assimilação;
b) A transmissão e assimilação activa, tanto de conhecimentos quanto
de habilidades;
c) A mediação e a transmissão;
d) A transmissão e a consolidação dos concecimentos por parte do
aluno.
3. O ensino existe com a finalidade seguinte:
a) Somente para orientar a aprendizagem;
b) Motivar a aprendizagem, orientá-la, dirigi-la, existindo sempre para
a e ciência da mesma;
c) Orientar e motivar o professor;
d) Motivar a aprendizagem do professor em contexto de sala de aulas.
4. Segundo Libâneo e Alves (2012), a actividade de ensino e
aprendizagem consiste no seguinte:
a) Na apropriação dos conhecimentos pelo professor;
b) Na apropriação dos conhecimentos pelo professor e aluno;
c) Na apropriação dos conhecimentos pelo aluno;
d) Na inapropriação dos conhecimentos pelo aluno.
5.A perspectiva fundamental da didáctica é assumir a
multifuncionalidade do processo de ensino-aprendizagem e articular
suas três dimensões, a saber:
a) Ideológica, humana e política no centro configurador de sua
temática;
b) Económica, ideológica e humana no centro configurador de sua
temática;
c) Política, económica e ideológica no centro configurador de sua
temática;
d)Técnica, humana e política no centro configurador de sua temática.
6. Uma das consequências da Pedagogia Tradicional abaixo, não é
apresentada por Bordenave e Pereira (1991), ao nível individual que é:
a) Individualismo e falta de participação e cooperação;
b) Falta de conhecimento da própria realidade;
c) Presença de participação e cooperação;
d) Inadaptação cultural, com adopção de padrões de pensamento e
comportamento estrangeiros.
7. Na Pedagogia Tradicional o método usado é:
a) Participativo e fundamentado no saber universal;
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
53
4. Nas teorias académicas, o educador assume o papel de facilitador do
processo de ensino-aprendizagem e o educando é sujeito desse
processo e nunca objecto dele.
5. Nas teorias espirutualistas há interesse pela relação entre o sujeito e
o universo numa perspectiva metafísica, centrada nos valores
espirituais.
Soluções:
I.Alternativa correcta
1.C); 2.B); 3.B); 4.C); 5.D); 6.C); 7.D); 8.A); 9.D); 10.B)
1.V); 2.F); 3.V); 4.F); 5.V); 6.V); 7.F); 8.V); 9.V); 10.F)
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Introdução
Nesta unidade temática abordar – se – à acerca do contexto actual do
ensino básico.
Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:
- Compreender o contexto actual do ensino básico;
- Reflectir sobre a situação actual do ensino básico.
55
durante a vivência.
Os planos de trabalho propostos no ensino básico com os
conhecimentos linguísticos prioriza a ortografia e a gramática. Quanto
à grafia das palavras, são abordadas as regularidades e algumas
irregularidades ortográficas, o uso de maiúsculas, a divisão silábica e a
acentuação gráfica. Os conteúdos gramaticais enfocados referem-se:
às classes de palavras, com suas subclassificações e flexões (por
exemplo: substantivos, adjectivos, artigos, pronomes, verbos,
substantivos colectivos, adjectivos pátrios, masculino e feminino,
singular e plural, presente, passado e futuro); à formação de palavras
(alguns prefixos e sufixos); e à concordância nominal e verbal.
A pontuação também é explorada. Com menor frequência, focalizam-
se alguns aspectos semânticos: sinonímia e antonímia, diminutivo e
aumentativo, com seus valores afectivos e pejorativos. O
funcionamento dos recursos linguísticos no texto e nas relações texto-
contexto só, excepcionalmente, é abordado na colecção. A variação da
linguagem, segundo o grau de formalidade da situação e segundo a
região e a classe social do falante, não é trabalhada.
Quanto às competências, exige-se que o aluno possa expressar-se,
oralmente e por escrito, em diferentes situações; ler e interpretar
mensagens de natureza diversa; produzir mensagens orais e escritas de
forma criativa; usar a língua como meio de acesso à ciência; participar
em situações de intercâmbio sócio-cultural, económico e político;
manifestar atitudes moral e civicamente corretas (INDE, 2003).
Há grande recorrência de exercícios de aplicação de regras ortográficas
e de noções gramaticais e, embora sejam propostas algumas
actividades lúdicas, de maneira geral, os exercícios apresentam pouca
variação na formulação e na abordagem, o que pode tornar o trabalho
cansativo.
O encaminhamento metodológico predominante nos planos temáticos
está mais voltado para a transmissão dos conteúdos gramaticais. As
oportunidades de reflexão estão presentes nos rápidos convites à
observação e em alguns momentos de condução a generalizações e
sistematizações dos conhecimentos trabalhados.
A linguagem falada é explorada na oralização de textos escritos (leitura
em voz alta, dramatização) e também nas propostas de debates na sala
de aula, actividades que pouco contribuem para o desenvolvimento
das capacidades de produção e compreensão dos géneros orais
presentes em diferentes práticas sociais de uso público da linguagem.
Os recursos gráficos, nos três ciclos, são bastante funcionais: a
anteposição de sumários iniciais oferece uma visão geral das unidades
e a hierarquização dos títulos e subtítulos indica adequadamente as
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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possibilidades de desenvolvimento intelectual e cultural, pré-requisito
para a participação consciente nas sociedades do nosso tempo.
Assim, entende-se que ter a capacidade de descodificar os diferentes
tipos de mensagens escritas é uma condição sem a qual, dificilmente,
se pode viver e usufruir o património cultural da humanidade. Embora
o fracasso na alfabetização seja um termo geralmente usado no
interior das instituições educativas, não é um fenómeno que se produz
exclusivamente nestas. Ele é, também, resultado das condições sociais.
Não é por acaso que esse fracasso é maior nas zonas rurais e peri-
urbanas, onde se registam indicadores sociais e económicos muito
baixos.
Para Buendia (2010) isto significa reconhecer que o problema do
analfabetismo, na escola ou fora dela, é parte de um problema maior,
de natureza política, isto é; de desigualdade social, de injustiça social e
consequente de exclusão social.
Como se fez referência, o desenvolvimento da competência de leitura
depende, por um lado, da forma como ela é adquirida num contexto
escolar e, por outro, do ambiente social, isto é; das condições sociais
que facilitem e incentivem o acesso dos cidadãos ao livro e outros
meios escritos. Mais adiante, Buendia (2010) acrescenta que não basta
aprender a ler, é necessário aprender com o que se lê. É necessário
interpretar os conteúdos e atribuir-lhes significado, para que a leitura,
enquanto exercício de inteligência cumpra o seu papel. Esta
interpretação não é um acto mecânico de juntar letras e formar
palavras, mas um verdadeiro diálogo do leitor com o autor, em que
aquele co–participa na produção de sentido do texto.
O Sistema Nacional de Educação (SNE) estabelece como um dos seus
objectivos gerais fundamentais a erradicação do analfabetismo, “de
modo a proporcionar a todo o cidadão o acesso ao conhecimento
científico e o desenvolvimento pleno das suas capacidades”. O SNE
deve, ainda, “proporcionar uma formação básica nas áreas da
comunicação, ciências, meio ambiente e cultural”.
Nesse domínio, cabe ao Ensino Básico “desenvolver a capacidade de
comunicar claramente (…) em Língua Portuguesa, tanto na escrita
como na oralidade”. Em decorrência desse objectivo, o aluno, que
tenha concluído o ensino básico, deve ser capaz de “comunicar
oralmente e por escrito, de forma clara, em Língua Portuguesa”
(INDE/MINED, 2003a:19-22)
Para implementar esses objectivos e desenvolver esse perfil no
domínio da comunicação em língua portuguesa, são definidos pelo
Documento Curricular do Ensino Básico os objectivos gerais para a
disciplina de Português. Destacam-se aqui, os objectivos terminais
directamente ligados à aprendizagem da língua e a sua utilização. No
fim do ensino básico, os alunos deverão ser capazes de:
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
59
que especialistas de currículo chamam a atenção para a necessidade de
se redefinir o que é básico, isto é; o que é imprescindível no currículo
da Educação Básica.
As avaliações disponíveis assim como as constatações de diferentes
supervisões pedagógicas confirmam uma grande distância entre a
aprendizagem preconizada pelo currículo do Ensino Básico e o que os
alunos conseguem, efectivamente, aprender. Grande número de
professores e directores de escola, principalmente nas zonas rurais,
considera que os alunos passam de classe sem terem adquirido as
competências exigidas pelo currículo.
Por outro lado, percebe- -se na sociedade, em geral, e nos pais ou
encarregados de educação, em particular, certo descontentamento,
relativamente ao desempenho dos alunos do ensino primário na
aprendizagem da leitura e escrita.
Sumário
60
ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
b) À regência verbal;
c) Ao modo conjuntivo;
d) Aos compostos eruditos.
4. No ensino básico, a leitura e escrita constituem necessidades
básicas de aprendizagem que mais se destacam, porque:
a) Permitem conhecimento ou cálculos das operações
matemáticas;
b) Não permitem o desenvolvimento intelectual do indivíduo;
c) Não são competências básicas e imprescindíveis para a
formação do pensamento e espírito crítico do indivíduo;
d) São competências básicas e imprescindíveis para a formação do
pensamento e espírito crítico do indivíduo, e que possibilitam ter
acesso a outros conhecimentos e continuar aprendendo ao longo
da vida.
5. De entre os objectivos gerais definidos pelo Documento
Curricular do Ensino Básico para a disciplina de Português somente
um não faz parte deles, que é:
a) Usar regras elementares de funcionamento da língua;
b) Exprimir as suas ideias oralmente e por escrito;
c)Ler textos diversos relacionados com situações da vida sócio-
económica e cultural do país e do mundo;
d) Reconhecer a situação política e económica do seu país.
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Exercícios para AVALIAÇÃO
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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moçambicanas que aprende o Português na
escola. (INDE/MINED, 2003, p.7).
Os próprios documentos curriculares do Ensino Básico reconhecem a
situação linguística da maior parte dos alunos e o seu grau de
dificuldade e complexidade para o processo de aprendizagem: A língua
é um dos factores que maior influência exerce no processo de ensino-
aprendizagem, sobretudo, nos primeiros anos de escolaridade, na
medida em que a maior parte dos alunos moçambicanos, que entra na
escola pela primeira vez, fala uma língua materna diferente da língua
de ensino. Este factor faz com que muitas das competências e
habilidades, sobretudo a competência comunicativa, adquiridas pelas
crianças, antes de entrarem na escola, não sejam aproveitadas.
(INDE/MINED, 2003:12).
Na sequência desta problemática, Buendia (2010) levanta uma série de
questionamentos para se pensar melhor a situação do ensino básico no
contexto moçambicano: até que ponto o currículo toma em
consideração as condições específicas de aprendizagem da maioria dos
alunos que não têm a língua portuguesa como língua materna e, não a
falam quando ingressam na escola?
O currículo anterior previa o desenvolvimento da oralidade dos alunos
da 1.ª classe durante o primeiro semestre. Qual é o tempo previsto
pelo actual currículo para desenvolver esta competência? De facto, não
se pode aprender conteúdos numa determinada língua sem que
anteriormente tenha sido desenvolvida a competência comunicativa
nessa língua.
Por outro lado, é preciso que se verifique até que ponto está sendo
implementada a metodologia do ensino da língua portuguesa como
segunda língua, principalmente, nas escolas das zonas onde esta língua
não é conhecida dos alunos. É possível que o currículo actual, ao limitar
o tempo para o desenvolvimento da oralidade dos alunos, tenha
partido do pressuposto de que seria introduzida e generalizada a
educação bilíngue nas escolas primárias, principalmente, das zonas
rurais. Pressuposto que ainda não se materializou tal como os
documentos curriculares previam.
(…) o Plano Curricular do Ensino Básico (PCEB),
desenhado no âmbito do Projecto de
Transformação Curricular, concebe um
programa monolíngue, no qual a língua de
ensino é o português e um (programa) bilíngue,
em que as crianças iniciam a escolarização na
sua língua materna. (INDE/MINED, 2003, p.7).
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Sumário
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Exercícios para AUTO-AVALIAÇÃO
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Introdução
Nesta parte abordar – se – à acerca da integração do Currículo Local no
ensino básico.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:
▪ Compreender a integração do Currículo Local no ensino básico;
▪ Reflectir sobre a integração do Currículo Local no ensino básico;
▪ Discutir a importância do Currículo Local no ensino básico.
O Currículo Local (CL) tem uma grande importância porque possibilita
uma interlocução mundial para a educação na construção do
conhecimento que liga o ser humano com o seu meio cultural. Nesse
sentido, a responsabilidade da educação é descobrir os fundamentos
culturais dos alunos para reforçar a solidariedade dos grupos.
Respondendo aos apelos de Jomtien (1990), segundo o qual o
67
desenvolvimento da educação de cada país passa, necessariamente,
pelo reconstituição das culturas locais, Moçambique introduziu, no
Ensino Básico, o Currículo Local, uma componente do currículo
nacional que integra aspectos de cultura local.
O Ministério de Educação considera, o Currículo Local como uma das
componentes do currículo nacional que integra aspectos de cultura
local. O currículo local constitui uma das inovações fundamentais que
vai perpassar todo o sistema do ensino moçambicano. De facto, para
dar continuidade à reforma do Ensino Básico, foi operada a reforma
curricular do Ensino Secundário Geral, em 2007. Nesse currículo, é
sublinhada mais uma vez, a componente do currículo local (Basílio,
2012).
A integração do Currículo local na escola pretendia resolver dois
problemas, a saber: reintegração do aluno, reconhecendo as suas
potencialidades, na sua comunidade – cultura e melhoraria da
qualidade de educação a partir de aprendizagem significativa. Ai, a
educação, não só alimenta o processo de construção das identidades
nacional e étnica – objectivo político da escola - é procurar
“consciencializar o individuo para as suas raízes, a fim de dispôr de
referências que lhe permitam se situar no mundo e ensinar-lhe o
respeito pelas culturas” (Delors, 1996: 42), mas também despertar as
potencialidades dos alunos a partir da promoção aprendizagem vertical
e horizontal, aprendizagem significativa que se funda nas temáticas
especificas da vida quotidiana dos alunos.
Os saberes locais cruzam - se e impregnam - se com os saberes
escolares. Eles comunicam - se com temas escolares tornando-se
temas transversais no currículo. Basílio (2006, p.1) define os saberes
locais como “um conjunto de conhecimentos, práticas, atitudes,
habilidades e experiências partilhadas no quotidiano das pessoas”.
A partir da relevância das culturas, as reflexões em torno dos saberes
locais e sua articulação na escola começaram a dominar os dois
âmbitos, que são: filosófico e educacional. No âmbito filosófico e
educacional porque estes se cruzam no tratamento das questões do
saber. Ao se cruzarem, relacionam – se na definição dos currículos
nacional e local.
A filosofia intervém para questionar os critérios de produção e
disseminação do saber, a natureza e o valor do saber e o tipo de saber
que a escola tende a socializar para tornar aprendizagem dos alunos
mais relevante e eficaz. A educação preocupa-se em conceber
currículos não só meramente técnicos, mas também que abrangem as
esferas sociais e culturais.
Tendo como base pesquisas recentes constatadas em comunicações
diversas quer a nível do Ministério de Educação e Cultura quer a nível
de outros pesquisadores que se debruçam sobre o currículo local,
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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d) Assiduidade do aluno em contexto de sala de aulas.
II.Verdadeiro ou Falso?
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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c)Ler textos diversos relacionados com situações da vida sócio-
económica e cultural do país e do mundo;
d) Reconhecer a situação política e económica do seu país.
6. Um dos desafios que alunos do 2 º Ciclo (6.ª e 7.ª classes)
apresentam em relação ao conhecimento da língua portuguesa é:
a) Interpretam mal o que se lhes diz em português;
b) Não sabem operações matemáticas;
c) Desconhecem os membros da sociedade oriunda;
d) Não reconhecem os seus pais.
7. O currículo actual preconiza a metodologia do ensino da língua
portuguesa como:
a) Língua materna;
b) Língua segunda;
c) Língua estrangeira;
d) Línguas oficial.
8. Maior parte das crianças quando entra na escola, fala uma língua
materna diferente da língua de ensino. Este factor faz com que:
a) Desistam da escola;
b) Não saibam ler;
c)Muitas das competências e habilidades, sobretudo a competência
comunicativa, adquiridas pelas crianças, antes de entrarem na escola,
não sejam aproveitadas.
d) Não reconheçam os seus professores.
9. Não se pode aprender conteúdos numa determinada língua sem que
anteriormente tenha o seguinte:
a) Desenvolvimento das cálculos matemáticos
b) A maturidade;
c) A inteligência;
d) Desenvolvimento da competência comunicativa na língua;
10.No plano curricular de língua portuguesa, no ensino básico exige –
se que o aluno no fim de uma dada classe/nível ou ciclo de
aprendizagem, tenha uma dss competências seguintes:
a) Maturidade;
b) Leitura;
c) Desenvolvimento;
d) Inteligência.
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Soluções:
I.Alternativa correcta
1.C); 2.B); 3.A); 4.D); 5.D); 6.A); 7.B); 8.C); 9.D); 10.B)
II.Verdadeiro/Falso
1.a) V; b) F); c) V; d) V; e) V 2.F); 3.V); 4.V); 5.F); 6.F)
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TEMA.4: MÉTODOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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selecção de conteúdos, de métodos de ensino, de procedimentos, que
devem ser dimensionados sempre pensando nas capacidades
cognitivas dos alunos no sentido da aprendizagem da linguagem
escrita” (Frade, Silva, p.09).
Metodologicamente, a criação desse ambiente concretizar – se - ia em
levar os alunos em fase de aprendizagem a usar a linguagem escrita,
mesmo antes de dominarem as “primeiras letras”, organizando a sala
de aula com base na escrita (registro de rotina, uso de etiquetas para
organização do material, emprego de quadros para controlar a
frequência, por exemplo).
Conceitualmente, a defesa da criação de um ambiente de
aprendizagem estaria baseada na constatação de que saber para que a
escrita serve (suas funções de registro, de comunicação a distância, por
exemplo) e saber como é usada em práticas sociais (organizar a sala de
aula, fixar regras de comportamento na escola, transmitir informações,
divertir, convencer, por exemplo) auxiliariam o aluno em sua
apropriação da leitura e escrita. Auxiliariam por criar a necessidade da
alfabetização; auxiliariam, enfim, por favorecer a exploração, pela
criança, do funcionamento da linguagem escrita (Soares, Baptista.
2005, p. 53).
Cabe à escola planeiar e organizar situações didácticas em que os
conhecimentos se tornem mais significativos para os alunos.
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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Apesar das pesquisas na área
educacional, inclusive nas ciências
como a da aprendizagem, ainda
não há consensos sufi cientes para
a formulação de um sistema de
princípios que abranja toda a
complexidade de nexos e relações
que envolvem as atividades de
ensino. Em outras palavras, como
explicar alunos com todas as
condições de aprendizagem que
não aprendem? Ou ainda, como
Ilustração 1: Raciocinando, adaptado de Pimenta (2008)
explicar alunos sem nenhuma
4.1.3. Princípios básicos de ensino condição concreta de
O ensino formal possui alguns princípios básicosque
aprendizagem queaprendem?
devem serO
considerados em relação às estratégias metodológicas:
que de fato os motiva? O que não
• Ser sistemático e científico, de modo a promover o
os motiva? Quais as relações que
desenvolvimento intelectual dos alunos;
• Ser compreensível e assimilável estes pelo
alunos expressam
aluno, com o
num exercício
constante de reflexão sobre a saber?
vida prática;
• Ser baseado na unidade ensino-aprendizagem, como binômio
indissociável para que os alunos dominem conscientemente
conhecimentos e métodos, desenvolvendo a criatividade e a
independência do pensamento;
• Ser orientado para vincular o trabalho colectivo às
particularidades individuais, de modo que o aluno possa,
concomitantemente, desenvolver-se e respeitar as
diversidades;
Complementando estes princípios, entendemos que a escolha das
estratégias metodológicas depende então dos objectivos, dos
conteúdos, das particularidades dos alunos e das possibilidades
subjectivas e concretas do professor, sendo estas últimas
caracterizadas pelos meios disponíveis para organização e condução
metódica do processo ensino-aprendizagem. Podemos citar como
exemplo, o material e o livro didáctico, os filmes, as gravuras, o rádio, a
televisão, os fenômenos da natureza, as excursões escolares, as
dramatizações etc. Estes meios, serão utilizados de acordo com o
trabalho prático do professor.
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Sumário
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Exercícios para AUTO-AVALIAÇÃO
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
81
No primeiro, o grau de autonomia do aluno é mínimo, cabendo ao
professor a direcção do processo em todas as suas parcelas. Em
relacção ao segundo, o grau de autonomia do aluno é máximo e o
professor só intervém quando solicitado por ele. Quanto ao último, o
grau de autonomia do aluno é crescente, mas pressupõe a presença
activa do professor na orientação das várias etapas do processo.
Para Libâneo (1994, p.151) “o método decorre de uma concepção de
sociedade, da natureza da atividade prática humana no mundo, do
processo de conhecimento e, particularmente, da compreensão da
prática educativa numa determinada sociedade”. Nesta perspectiva,
Libâneo (1994) propõe alguns exemplos de métodos utilizados em sala
de aulas:
Como orientar
uma aula
expositiva?
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Avaliação_educacional#/media/File:Sleep
ing_while_studying.JPG
83
Etapas do Método Paulo Freire
Alunos de um Colégio
brasileiro trabalhando em
grupos de estudo em sala
de aulas.
Fonte:
https://www.capesesp.com.br/co
nheca-os-metodos-de-ensino-
das-escolas
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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4.2.5.Método da narrativa
A narrativa é a expressão que designa uma metodologia do ensino dos
valores que consiste na exposição das crianças às histórias que
constituem o reservatório do nosso património moral, de forma a
conseguir a sua identificação com modelos, exemplos, apreço pelos
símbolos e relação de proximidade com os heróis nacionais. Esta
exposição faz-se contando oralmente histórias ou discutindo as
histórias após a sua leitura.
Este método é o mais antigo que se conhece no ensino dos valores e na
educação do carácter. Era usado na Grécia antiga, com os poemas
homéricos, foi utilizado na Idade Média, com as lendas de cavalaria, as
vidas dos santos e as histórias bíblicas e continua, hoje em dia, a ser
muito popular com os contos de fada e as biografias dos grandes
homens e das grandes mulheres.
Na década de 1970, este método foi identificado com uma perspectiva
doutrinante de educação. Essa crítica conduziu à sua substituição pelo
método da clarificação dos valores e pela defesa do relativismo moral.
Por outro lado, a influência da sociologia e da história marxistas
conduziram à ausência nos programas de ensino das narrativas e das
biografias, consideradas como exemplos de uma história tradicional,
factual e biográfica, que se queria fazer substituir por uma história
interpretativa, baseada em grandes quadros conceptuais e no estudo
das transformações estruturais. Nos anos 80 e 90, assiste-se a um
regresso do método da narrativa, considerado essencial para o
desenvolvimento da linguagem e da imaginação moral. Embora alguns
autores continuem a considerar que o método da narrativa seja
doutrinante e conformista, não deixa de ser significativa a enorme
adesão das crianças às narrativas tradicionais de fundo moral, as quais
constituem um poderoso instrumento de educação da sensibilidade
moral, tão necessária para o desenvolvimento do carácter.
Para Soares (2012) nos processos de ensino-aprendizagem é
importante conhecer os seus processos de desenvolvimento e
aprendizagem da criança, e conhecendo a natureza e as características
da língua escrita, o professor saberá como agir e como interferir na
apropriação pela criança do sistema de representação alfabético e das
normas ortográficas. O que em grande parte tem nos levado a baixos
resultados no desenvolvimento da leitura e escrita é que, geralmente,
os professores esforçam – se para ensinar as crianças contando apenas
com alguns conhecimentos dispersos e não estruturados sobre como
ela aprende a língua escrita e sobre o que a língua escrita impõe à
criança, em geral apoiando-se num determinado método ou num livro
didáctico.
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
Sumário
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Exercícios para AUTO-AVALIAÇÃO
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
II.Verdadeiro ou Falso?
Introdução Nesta unidade temática vai abordar – se acerca dos métodos de ensino
do Português como Língua Segunda, língua não materna.
Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de:
▪ Compreender os métodos usados para o ensino do Português como
L2;
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▪ Distinguir os métodos usados para o ensino do Português como L2,
língua não materna.
A Língua Portuguesa no nosso país é a língua oficial e de unidade
nacional. Além disso, é falada em quase toda a extensão do país, pelos
países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e em
outras partes do mundo. Por isso, ela constitui um instrumento de
comunicação, de acesso à ciência e de intercâmbio social e cultural. De
acordo com INDE/MINED (2003) o ensino da Língua Portuguesa tem
como objectivos seguintes: dotar os alunos de capacidades e
habilidades para comunicarem, oralmente e por escrito, de modo a
participar integralmente na vida social, cultural, económica e política
do país e do mundo.
Na estrutura curricular do ensino basico os programas de ensino
monolingue – Português L2, a língua portuguesa é meio de ensino e é
uma disciplina de estudo da própria língua. Ao passo que os programas
de ensino bilingue, a língua portuguesa é, numa primeira fase, uma
disciplina (1º ciclo) e progressivamente vai-se tornando meio de ensino
de algumas disciplinas (2º Ciclo).
Pois, maior parte dos alunos, quando ingressa na escola, já tem
desenvolvida a competência comunicativa básica nas suas línguas
maternas. Assim, a utilização das línguas moçambicanas na escola tem,
como objectivo, desenvolver as competências que os alunos já
possuem para a iniciação à leitura e escrita, desenvolver outras
habilidades e assegurar a valorização dos conhecimentos e da cultura
que estas línguas veiculam (INDE/MINED, 2003).
Daí que o conhecimento dos perfis sócio e psicolinguísticos dos alunos
que não têm a língua de escolarização como língua materna é
fundamental para a definição de políticas educativas e linguísticas, mas
também para a selecção dos métodos mais adequados a cada
caso/grupo. Há opções, no âmbito de tais políticas, que têm de ser
feitas ao nível de instituições nacionais e essas, idealmente, deveriam
oferecer um leque de opções suficientemente amplo e aberto para
que, já ao nível dos centros de decisão regionais e das escolas,
houvesse liberdade de optar pelas formas de educação mais
adequadas a cada situação concreta.
De forma a evitar as consequências académico-cognitivas decorrentes
de situações de bilinguismo, uma das possibilidades oferecidas deveria
ser a de educação bilíngue. No entanto, esta pode ser uma opção
apenas em contextos em que haja um número razoável de alunos que
partilham uma mesma língua materna para uma resenha das formas de
educação bilíngue.
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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sociolinguísticas dando voz à sujeitos.
Os alunos que não têm o português como língua materna constituem
uma população extremamente heterogénea, que se confronta com a
necessidade de, simultaneamente, aprender a língua portuguesa e os
conteúdos das diversas áreas curriculares, num ambiente escolar
imbuído de uma cultura que é, por vezes, muito diferente da que
conhecem. Esta situação, já em si problemática, pode ainda ser
agravada por factores ligados às condições sócio-económicas das
famílias e a problemas de integração social, que se repercutem de
forma necessariamente negativa na motivação, nas expectativas e nas
atitudes dos alunos.
O acesso ao currículo, para estes alunos, não é fácil nem imediato.
Cada área curricular tem as suas características, estruturas discursivas
próprias, léxico especializado ou com significado específico, e requer
competências linguísticas adequadas. Não é fácil, para os docentes de
Português no tempo reduzido de que dispõem e sem apoios em nível
de orientações ou de materiais didácticos, prepararem-se e preparar os
alunos para os desafios criados pelas múltiplas áreas curriculares dos
vários ciclos de ensino.
Para os docentes das várias disciplinas, a presença nas salas de aulas de
alunos cuja língua materna não é o português também pode criar
dificuldades, dada a falta de formação e de informação com vista à
integração desses alunos nas suas aulas.
A resposta adequada às dificuldades dos alunos cuja língua materna
não é o português, no que respeita aos conteúdos académicos, exige,
pois, uma colaboração entre docentes de Português e das outras áreas
do currículo, que tenham em conta as características e necessidades
desse público, assim como o contexto escolar em que se integra. No
entanto, é fundamental que esta seja devidamente apoiada por
propostas e materiais didácticos cientificamente fundamentados e
testados em sala de aula.
Até ao momento, parece ter havido, sobretudo um investimento, por
parte dos docentes e das instituições, na elaboração de materiais
destinados ao desenvolvimento das competências de comunicação
básicas que permitam a interacção nas situações correntes, dentro e
fora da escola. A criação de materiais directamente orientados para o
contexto escolar, que permitam o acesso aos discursos específicos das
várias disciplinas, não recebeu ainda a devida atenção. Contudo, trata-
se, de um factor fundamental para o sucesso escolar dos alunos cuja
língua materna não é o português, que não pode ser negligenciado.
Daí, a necessidade de um trabalho conjunto de professores do ensino
de língua não materna e de cada disciplina que, tendo em consideração
as características do discurso académico, em geral, e de cada área
curricular em particular, estabeleça competências linguísticas
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ISCED CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS; 20 Ano/Módulo de Metodologia de Ensino e
Aprendizagem do Português- I
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favorável aos alunos e à escola em geral, a democratização do
conhecimento numa dimensão cognitiva e crítica da sociedade,
ampliando o ato de conhecer, de modo prazeroso para uma formação
de indivíduos humanizados, críticos e eternos aprendizes - vencendo
assim a dicotomia entre teoria e prática.
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Aprendizagem do Português- I
Sumário
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Exercícios para AUTO-AVALIAÇÃO
a) Intervenção;
b) Histórias de vida;
c) Formal;
d) Conversação.
a) Intervenção;
b) Histórias de vida;
c) Informal;
d) Conversação.
a) Contexto de aprendizagem;
b) Canal de