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PFC-Comuna
CAÁLA, 2023
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DA CAÁLA
DEPARTAMENTO DE ENSINO, INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO EM PSICOLOGIA
CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
TFC-Comuna
CAÁLA, 2023
iii
FOLHA DE APROVAÇÃO
TFC-Comuna
Banca examinadora
Presidente Primeiro Vogal
____________________________ ___________________________
DEDICATÓRIA
Este trabalho dedica-se a todos os fazedores da ciência, em especial, os da área de
psicologia, pelo grandioso valor que têm agregado à estrutura sociocultural das
sociedades, de modo especial das modernas.
v
AGRADECIMENTOS
Os meus mais profundos votos de gratidão endereçam-se, de antemão, a Deus, pela
vida, saúde e discernimento académico;
RESUMO
O presente livro é um Trabalho de Fim de Curso, elemento “sine qua non” para a
obtenção do grau de Licenciatura, no Curso de Psicologia da Educação, afecto ao
Departamento de Ensino, Investigação e Produção em Psicologia do Instituto
Superior Politécnico da Caála. Aborda a criação de um Centro de Reforço Escolar,
baseado na realidade dos alunos da 7ª classde da Escola do I Ciclo 14 de Abril-
Ganda, do qual, através da observação, intuição etc., colocou-se o seguinte
problema de pesquisa: como minimizar as dificuldades de leitura e escrita dos
alunos da 7ª Classe da escola do I ciclo 14 de Abril da Ganda. Sob o uso de
métodos dedutivos como a observação, a análise, indutivos como a síntese,
hipotético-dedutivos como intuição procurou-se alcançar com tudo aquilo um grande
objectivo: Criar um Centro de reforço escolar para minimizar as dificuldades de
leitura e de escrita dos alunos da 7ª classe da Escola do I ciclo 14 de Abril no
município da Ganda, Município da Ganda-Benguela. Durante a sua elaboração,
desenrolaram-se várias actividades desde a pesquisa exploratória, a revisão
bibliográfica, a recolha e análise de dados, até aos resultados adiante apresentados.
O trabalho reveste-se de uma estrutura de cinco (5) capítulos, nomeadamente: o
introdutório, o da fundamentação teórica, o da fundamentação prática, o quarto
aborda os resultados produzidos no trabalho prático. Já no último, o quinto, faz a
conclusão do trabalho e tece-se a proposta prática do escopo do mesmo trabalho.
Entre as principais conclusões salta a vista o facto de ser premente e urgente a
necessidade social de criação de um centro de reforço escolar para a fraja social
insvestigada.
Palavras-chaves: Reforço Escolar. Leitura. Escrita.
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
A criança, por natureza, está exposta a dois tipos de conhecimento interativo que
provem de um contacto com a linguagem escrita e com experiências de leitura
Teberosky e Colomer (2003) apud Machado (2017,).
1.2 OBJETIVOS
Geral
Criar um Centro de reforço escolar para minimizar as dificuldades de leitura e de
escrita dos alunos da 7ª classe da Escola do I ciclo 14 de Abril no município da
Ganda.
Específicos
Caracterizar os factores implícitos de leitura e da escrita, dos alunos da
Escola do I Ciclo 14 de Abril no município da Ganda.
Caracterizar os perfís psicoemocional, socioeconómico dos alunos da 7ª
classe na escola do I Ciclo 14 de Abril no Município da Ganda.
Esquematizar acções metodológicas veiculantes da matriz funcional do
centro.
ação.” Quer dizer que, com os resultados desse trabalho, pretende-se melhorar a as
habilidades de escrita e leitura do público em causa e, consequentemente, melhorar
a sua capacidade interactiva com o mundo.
Como já foi dito, o tipo de amostragem é aleatório simples, tmabém entendido por
Gil, como amostragem casual, randômica, acidental etc.
Os números dessa tabela, no total de 45, foram, portanto, escolhidos para constituir
a amostra.
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1.4.6 Metodologia
Para isso, utilizaram-se métodos que fornecem as bases lógicas à investigação que
são, na visão de GIL, (1999); LAKATOS; MARCONI, (1993) apud Silva e Menezes
(2005): dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialéctico e fenomenológico.
a) Exploração bibliográfica;
Além das acções metodológicas acima relatadas, teve maior evidencia, nessa etapa,
o método fenomenológico. Como lembrete, este é um método de interpretação
dinâmica e totalizante da realidade. Considera que os factos não podem ser
considerados fora de um contexto social, político, económico, etc. Empregado em
pesquisa qualitativa.
A quarta, última fase desse Trabalho de Fim do Curso, consistirá na redacção dos
capítulos de RESUMO, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES, procurando
esclarecer os factos ou fenómenos relacionados ao problema estudado.
Nesta ordem de ideias, tem-se a dizer que o preasente trabalho é eticamente válido,
se se tiver em conta a importância do mesmo no desenvolvimento do processo
docente educativo (PDE), principalmente, a nível da localidade em estudo. Também
é eticamente válido por ter sido feito dentro das normas exigidas e em vigor na
instituição de onde é produzido, bem como, ao longo do desenrolamento das suas
actividades de pesquisa, ter resitado e salvaguardado os direitos fundamentais dos
elementos participantes. Sendo uma pesquisa que envolveu adolescentes, houve a
necessidade de se solicitar um termo de consentimento livre aos seus encarregados.
Procurou-se proteger a identidade dos participantes da pesquisa com vista a garantir
confidencialidade, evitando que os mesmos sejam expostos e posteriormente
vítimas de discriminalização.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.5 CONSTRUÇÃO DE SABERES
Note-se que
O aluno não vai à escola apenas para aprender a aprender, mas também
para “aprender conteúdos curriculares já elaborados que fazem parte da
cultura e do conhecimento”, o que faz com que a construção dos alunos
seja peculiar. Dessa forma novos saberes são construídos sobre algo que já
existe, circunstância que não impede a atribuição de significado pessoal em
um determinado sentido. (ANTUNES, 2002 apud ROSA, 2016).
Tal como referiu Mendes em 2011, “a leitura é, hoje em dia, considerada uma das
ferramentas mais importantes através da qual podemos adquirir conhecimento (...)”.
implica isso dizer que, a habilidade de leitura constitui a base de construção do
conhecimento sistemático e positivo.
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Etimologicamente, ler deriva do latim e teve origem na palavra legere, que significa
conhecer, interpretar, descobrir (Sabino, 2008 apud Mendes, 2011). Por isso, saber
ler a sua propria natureza, consciência ou a natureza inteligência Para os Romanos,
legere significava colher, porque sabiam que através da leitura podiam colher muita
informação (MENDES, 2011).
Estes dois tipos de motivação são importantes na sala de aula para a compreensão
da leitura.
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Quer isto dizer que, esses factores motivam o aluno para o acto de leitura e não
havendo os mesmos ou a diminuição deles, enfraquecer-se-á a mesma motivação.
Nesta senda, indivíduos ou alunos intrinsecamente motivados actuam por sua
própria vontade, portanto são internamente orientados. As razões que levam o
indivíduo a ler estão relacionadas apenas com o prazer e interesse que resultam
dessa tarefa. Os indivíduos extrinsecamente motivados realizam as actividades para
serem externamente recompensados. Por conseguinte, o indivíduo leva a cabo a
tarefa de ler com o intuito de obter uma gratificação externa.
A motivação tem um papel crucial no PDE, razão pela qual, deve-se promovê-la,
constantemente, ao longo do mesmo, como garante do seu sucesso.
importante no contexto de sala de aula por ser um grande meio pelo qual
se realiza o processo de ensino-aprendizagem (ALMEIDA, 2012 apud
MAHOMED, 2028)
Como refere Pennac (2010, apud MENDES, 2011) “o verbo ler não suporta o
imperativo” por isso não podemos simplesmente obrigar os nossos alunos a ler.
Devemos ser capazes de encontrar formas de os cativar e de os envolver nas
tarefas de leitura.
Wigfield (2000 apud MENDES, 2011) assinala três variáveis fundamentais para o
estudo da motivação para a leitura:
Desta feita, de dentro para fora, podemos desenhar um rolo de factores cuja
presença para ou em um aluno podem motivá-lo ou desmotivá-lo para acto de
leitura, tal como se segue abaixo:
Existe uma relação entre a leitura e a escrita, dado que a primeira é o processo de
codificação da linguagem oral, representada através de sinais gráficos
convencionais (letras) e a leitura é a sua descodificação (REBELO, 2001).
Outras causas:
Aprender por via das habilidades de leitura e da escrita constitui um dos objectivos
específicos do Ensino Primário, no panorama educacional angolano, tal como consta
da alínea a) do 29º artigo da Lei nº 32/20, de 12 de Agosto, que é a lei de Bases do
Sistema de Educação angolana: “desenvolver a capacidade de aprendizagem, tendo
como meios básicos o domínio da leitura, da escrita, do cálculo (…)”. Isto significa
que, efectivando-se todos os factores de ensino-aprendizagem nesse nível, já não
seria necessidade dos alunos da 7ª classe, ou seja, os do ensino secundário, o
domínio da leitura e da escrita.
Quer isto dizer que, apesar de não estar regulamentada essa actividade de criação
de centros ou de aulas de reforço, é possível promovê-la por iniciativa singular ou
colectiva (por via de associações ou ONG’s).
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2012).
Dentro das suas limitações, estas escolas conseguem reunir as condições para
acolher as crianças de famílias mais carenciadas, integrando-as social e
economicamente, pelo que:
Evitam o analfabetismo
O rumo à dura vida das ruas
Aceleram as aprendizagens, bem como as suas capacidades socialização.
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2 FUNDAMENTAÇÃO PRÁTICA
2.1 DESENROLAMENTO METODOLÓGICO
2.1.1 População
No ano lectivo 2022/2023, na escola do ensino primário Dongoroca BG- 5063, foram
matriculados 450 alunos, na 7ª classe, perfazendo 10 turmas, entre os quais 205
masculinos e 245 femininos.
2.1.2 Amostra
Dos 450 alunos matriculados, observou-se que grande parte deles, nas 10 turmas,
apresentam problemas notáveis de dislexia e disgrafia, o que nos suscitou a
necessidade de se procurar alguma solução minimizadora do problema. Daí se ter
seleccionado aleatoriamente 45 alunos como amostra, no sentido de se averiguar,
de facto, a habilidade que os mesmos a têm em relação à leitura e escrita. Dos 45
alunos seleccionados, 19 são do sexo masculino e 26 do sexo feminino.
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População: 450
Amostra: 45
Os números dessa tabela, no total de 45, foram, portanto, escolhidos para constituir,
de maneira aleatória, a amostra. Os estudantes foram postos a prova por duas
ocasiões diferentes: a primeira consistiu em por os alunos em leitura em voz alta, na
presença apenas do júri selecionado para o efeito. A segunda, em leitura também
em voz alta, diante de todo o colectivo da amostra. O propósito da separação dos
momentos teve a ver com o medir da influência psicológica da “solitude” do leitor e
da moldura humana a volta. Os resultados não mudaram tanto, pois a solitude não é
verdadeira, tudo porque, o efeito do júri não difere muito do efeito dos colegas.
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2.1.4 Metodologia
Para isso, utilizaram-se métodos que fornecem as bases lógicas à investigação que
são:
A síntese se produz sobre a base dos resultados obtidos previamente pela análise.
Indução-dedução.
Na recolha de dados, optamos pelo inquérito por questionário aos pais e/ou
encarregados de educação, procurando abranger um maior número de inquiridos, de
forma rápida e simultânea. Existem algumas vantagens no uso desse instrumento:
economia de pessoal; obtenção de respostas precisas; maior liberdade e segurança
nas respostas, em razão do anonimato; menor risco de distorção, pelo facto de não
haver a interferência do pesquisador; liberdade de tempo e local, para responder e
mais uniformidade na avaliação, tendo em vista a impessoalidade do instrumento.
O inquérito por entrevista é uma técnica caracterizada por um contacto directo entre
o investigador e os seus entrevistados, através desta técnica, estes podem exprimir-
se de uma forma directa e espontânea. Foi neste caso, usada como técnica
complementar de informações dos alunos, aplicada aos professores cujas questões,
foram reunidas num guião. (cfr. anexo.2).
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Bons leitores
11%
Leitores razoáveis
Maus leitores
56% 33%
Figura 2- Gráfico sobrea condição de ter ou não alguma dificuldade de leitura e escrita
24%
Tem
49% Não tem
Sem noção
27%
Matemática 3
L. Portuguesa 2
Ed. Física 12
L. inglesa 5
Física 4
Biologia 6
Outra 2
Total 45
Outra questão observada e analisada foi a que se prende com o como os alunos se
sentem durante a aula de leitura, tendo em conta a qualidade da sua leitura, pois
que a motivação social, determinada pela pressão social imposta por vários grupos
(sociais) de forma a “discriminar” um elemento do mesmo grupo que não consiga ler,
é um dos factores fundamentais para a prendizagem da leitura. Dessa feita, os
resultados não estrapolaram o que bem havia previsto Wigfield (2000 apud
MENDES, 2011). Os resultados são reflectidos pelos gráficos que se seguem:
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Figura 3- Gráfico sobre o estado de ânimo dos alunos nas aulas de leitura.
14%
19%
19%
49%
Pelo que se nota, os alunos que se animam durnte ou para uma aula de leitura
fazem o menor grupo do conjunto, apenas 13%. Ao contrário disso, cerca de 49 %
faz o conjunto de alunos que manifestam acanhados, num clima de não estar à
vontade para a actividade. O que, combinado com o número de estudantes que
gostam das aulas ou das matérias de L. Portuguesa e com o número de alunos que
se afirmaram possuir alguma dificuldade de leitura (gráfico 3), justifica o reduzido
número de bons leitores observados no terreno, tal como ilustra o gráfico nº 1.
Ja que, para cada problema há sempre uma solução, ao menos redutora, procurou-
se saber durante a desenvoltura desse trabalho o que os alunos achavam que
deveria ser feito, por si ou pela escola, para melhorar essa situação. Muitos foram os
alunos, tanto os que apresentam problema de leitura como os que não apresentam,
defenderam duas posições básicas: mais empenho pessoal dos alunos visados e a
criação de estratégias extracurriculares, como por exemplo, aulas de (reforço)
explicação ou mesmo centros de reforço escolar. O gráfico nº 4, que abaixo se
segue, resume esse facto.
35
22% 27%
51%
É caso para se dizer que que ideia de se criar uma estratégia extracurricular não
decorrem apenas em sede da necessidade do pesquisador, é já para essa
localidade, uma necessidade social. Na qualidade de técnicos ligados a psicologia
da aprendizagem, achamos ser de valorosa importância, esse acto de mergulhar
num problema tão “textual” como esse. Auguramos, por isso melhorias e
aprofundamento do mesmo, por parte de outras tantas entidades interessadas na
investigação científica.
Já que o PDE não se faz apenas pelo aluno, também pelo professor e por outros
entes da comunidade educativa, para melhor se entender as razões da dislexia e
disgrafia dos alunos em causa e, provavelmente, a necessidade de se cria um
centro com missão fazer o reforço escolar das aprendizagens afins, inquiriu-se,
também, a partir dos professores da referida instituição, por via de entrevita
semiestruturada.
Classes
Perfil Grau Tempo de
Especialização com que
Profissional acdémico serviço
trabalha
1 não Bacharel 4 7ª e 9ª
Licenciad
2 Sim o 5 7ª e 8ª
3 Não T. Médio 12 7ª e 9ª
4 Não T. Médio 18 7ª
Fonte: criação do autor
4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Tal como vimos em Carolina Mendes, 2012, a respeito do projecto da Aliança para a
Promoção do Desenvolvimento da Comuna do Hoji-ya-Henda (APDCH) que, para
começar a alfabetização daquela comunidade (sem escolas) partiu da formção de
uma associação, passando pelo recrutamento de professores informais, ao que
seguiu o treinamento desses, a nivel da nossa cidade, com a situação que se vive
(de dislexia acentuada) a nível dos alunos, propõe-se a criação de um centr de
reforço escolar passando pelos seguintes meandros:
1 Escolha do tema *
Elaboração do projecto de
2 pesquisa *
Aprovação do Projecto de
Pesquisa pelo Departamento
3 de Psicologia *
4 Pré-defesa *
Aplicação dos
instrumentospara a recolha de
5 dados *
Redação e compilação do
6 trabalho * *
13 Defesa do trabalho *
Anexo nº 2:
8 a 12 anos 12 a 18 anos
8 a 12 anos 12 a 18 anos
7ª, 8ª e 9ª 7ª e 8ª 7ª apenas
a. O que acha que deveria ser feito para melhorar a condição dos que possuem disgrafia e
dislexia e outros problemas, tendo em conta as consequências que isso pode produzir
na evolução científica, técnico-profissional e social do indivíduo?
6 A nível pessoal, qual acha que deve ser a base desses problemas?
Sim Não
Anexo nº 3:
Questionário aplicado, de acordo com os bons princípios da ética investigativa, aos alunos
da 7ª classe da Escola do I Ciclo 14 de Abril da Ganda, entre os dias 22 e 23 de Maio de
2023.
Repetente Novo
Sim Não
SIM NÃO
6. O que acha que deveria ser feito, por si ou pela escola, para melhorar essa situação?