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22/08/2022

Serviço Público: não há uma regra para compreender o que é


Serviço Público e o que o separa das demais atividades Estatais.
I) Serviço Público em Sentido Amplo: derivadas do Executivo,
Legislativo e Judiciário – Também conhecido como Atividade Estatal
Ampla.
II) Serviço Público em Sentido Estrito: só existe no Poder
Executivo.

- Escola do Serviço Público – França:


A) León Duguit - Teoria Orgânica dos Serviço Público = toda
atividade Estatal é serviço público, a razão da existência do
Estado seria realizar serviços públicos, ou seja, o Serviço
Público seria uma realidade constatada. (Não é mais usada).
* Serviço Público Realidade Constatada;
* Toda atividade que deve ser regulada e controlada, porque são
indispensáveis ao desenvolvimento da Sociedade.

B) Gaston Jèze – Teoria Objetiva ao formal do Serviço Público:


* Serviço Público determinado em Lei e executado mediante Regime
Jurídico Público (administrativo) – essa teoria está eliminando o
Poder Judiciário e o Poder Legislativo, sendo assim, só existe no
Poder Executivo.

*OBS: Críticas à Escola do Serviço Público: I) Ampliação do papel


do Estado para alcançar Atividades do Setor Privado;
II) Sujeito prestador
do Serviço Público não precisa pertencer ao Estado,
necessariamente.

- Critérios para determinar Serviço Público:


I) Critério Subjetivo ou Orgânico: não prevalece, pois, nem toda
atividade realizada pelo Estado são serviços públicos, e ainda as
que são, podem ser realizadas por particulares (por meio de
concessões).

II) Critério formal: a Lei determina o que é Serviço Público, e


deve estar regulamentado no Regime da Justiça Pública.
*Crítica: a Lei pode dizer que se trata de serviço público, mas
em na natureza dessa atividade não se trata de atividade pública,
exemplos:
Lei 8.906/94 – Art. 2°, §1° (Estatuto do Advogado); e Decreto –
Lei 6.259/44 – Art. 1° (Loterias).

III) Critério Material: é prestacional da atividade, ou seja,


aquele seja um encargo do Estado, por conta da sua essencialidade
da atividade.
*Crítica: existem atividades e circunstâncias que são essenciais
as quais não existem serviços públicos para supri-las. Ex:
Alimentação e Vestimentas.

- Onde está localizado o Serviço Público dentro do texto da


Constituição Federal:
Título VII - da Ordem econômica e financeira.
|-> Capítulo I – Dos princípios gerais da Atividade Econômica.
|-> Art. 175, “caput” – incumbe ao Poder Público na forma
da Lei a execução do Serviço Público – Titularidade do Serviço
Público sempre será do Estado
Atividade Econômica em Sentido Amplo: I) Serviço Público: Art.
175 CF – sempre será considerada Atividade Econômica em Sentido
Amplo, atividade econômica do Estado. Apenas aquilo que tem
substrato econômico, ou seja, toda aquela atividade que pode gerar
riqueza para um particular que executa o serviço público (Lucro
$), tendo o Estado o poder de cobrar por esse serviço realizado
pelo particular.
II) Atividade Econômica
em Sentido Estrito: Art. 173 CF
Livro pra ajudar – José dos Santos Carvalho Filho, Biblioteca
Virtual.

23/08/2022
Serviço Público por determinação – Constitucional:
A) União – Art. 21, X; XI; XII, “a” até “f”: competência Federal,
existem atividade que pertencem a União que não são Serviços
Públicos mas sim Obras públicas. São exemplos: manter serviços
postal (ADPF – 46, o Supremo Definiu quais são os Serviços Públicos
pertencentes aos Correios).
*OBS: Inciso XII, que determina o uso de energia elétrica como
Serviços Públicos de competência da União.
Ainda a “c” é importante, o que determina a infraestrutura
hidroaérea como Serviço Público.

B) Estados – Art. 25, §1° e §2°: o único Serviço Público


determinado com competência do Estado é o serviço de fornecer o
Gás Canalizado (Apenas a concessão ou o Estado diretamente que
pode exercer esses Serviços).
*OBS: são reservadas ao Estado as competências que não as sejam
invalidadas na Constituição.

C) Municípios – Art. 30, I e V: o Serviço Público determinado de


competência do Município se trata do Transporte Público
(Coletivo), o qual tem caráter essencial.
Inciso I – O Município poderá legislar sobre qualquer matéria de
Interesse Local, desde que, não invada a competência Estadual e/ou
da União.

- Distinção de Serviço Público de: Celso Antônio Bandeira de Melo


A) Obra Pública (estática): considerada infraestrutura necessária
para a execução de um Serviço Público, devido à esse motivo não
pode ser considerada um Serviço Público.

B) Poder de Polícia (Fiscalização): trata-se de uma atividade que


possuí antagonismo dos efeitos, pois o Poder de Polícia é
restritivo. Sendo diferente dos efeitos dos Serviços Públicos,
uma vez que, ele tem o efeito trazer comodidades para a sociedade.

C) Atividade Econômica em Sentido Estrito: trata-se de uma


atividade vinculada estritamente ao Mercado, para que o Estado
possa realizar Atividade Econômica necessita estar autorizado em
Lei. O Regime Jurídico da Atividade Econômica é de caráter
privado.

- Princípios Aplicáveis aos Serviços Públicos: princípio possuí


valor normativo (norma), preceito de conduta.

*Haverá Serviço Público adequado quando: I, §1° / Lei 8.987/95 –


Art. 6°, §1°.
*OBS: Se o Estado estiver executando a Atividade do Serviço
Público de forma direta, deve respeitar os princípios.
A) Princípio da Regularidade: atende a quantidade e a qualidade
necessárias ao atendimento ao Serviço Público Executado.
*OBS: em caso de concessão a quantidade e a qualidade necessárias
para a execução do Serviço estará determinada no contrato.

B) Princípio da Continuidade – Art. 6°, §3° - Lei 8.987/95:


qualquer atividade que é considerada Serviço Público, é então em
sua essência, uma atividade essencial. Sendo assim, não poderá
haver um hiato entre a concessão ou o trabalho direto, para o que
o Serviço Público não sofra com a inexecução da atividade.
*OBS: art. 6°, §3° - não caracteriza a inexecução da atividade em
caso de emergência ou para serviços técnicos agendados, ou a
interrupção do fornecimento do Serviço em caso do usuário for
inadimplente.

C) Segurança: o prestador do Serviço deve investir em segurança


ao Usuário.

D) Atualidade – Art. 6°, §2° da Lei 8.987/95: modernidade das


técnicas usadas na execução dos Serviços Públicos.

E) Generalidade: igualdade, ou seja, deve ser colocado para todos


na sociedade, sem descriminalização.

F) Cortesia na sua prestação: deve ser prestado com Educação,


sendo assim, o usuário deve ser bem tratado por aquele que executa
o Serviço Público.

G) Modicidade Tarifária (Tarifa Adequada): é a menor tarifa


possível à execução do Serviço Público. Apesar de não ser
necessariamente a mais barata, pois está relacionada ao Princípio
da Regularidade.

- Classificação dos Serviços Públicos:


A) Classificação quanto à execução (Art. 175, “caput” da CF/88):
I – Execução Direta: quem executa é a União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.

II – Execução Indireta: 1) Outorga – pessoa jurídica vinculada ao


Estado, sendo ela: Empresa Pública ou Sociedade de Economia Mista.
2) Delegação (sempre será um contrato de
concessão ou de permissão) – 2.1) Concessão de Serviço:
2.2) Permissão de Serviço:
B) Classificação quanto à obrigatoriedade: de uso do Serviço
Público pelo Usuários
I – Facultativos: o usuário não é obrigado a usar. (Ex: transporte
coletivo, educação, *saúde pública, telecomunicações, energia
elétrica.
II – Obrigatórios: usuário é obrigado a usar. (Ex: coleta de lixo,
*vacinação infantil, esgoto, iluminação Pública, saneamento
básico).

C) Classificação quanto aos usuários:


I – Serviços Ferais ou “uti universi”: quando o usuário do serviço
é indeterminado.
II – Serviços Específicos (individuais) ou “uti singuli”: o
usuário do serviço é determinado.

05/09/2022
Política Tarifária (Lei 8.987/95):
- Fixação da tarifa – Art. 9°, e Art. 15: Art. 9°, “caput” - A
tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da
proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de
revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato.

Art. 15 – o julgamento da licitação será definido pelos seguintes


critérios:
I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;
II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente
pela outorga da concessão;
III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos
incisos I, II e VII;
IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital
V - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor
valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor
técnica;
VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior
oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica; ou
VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação
de propostas técnicas.
*OBS: A concessionária possuí direito a expressão econômica do
Contrato de Concessão – Equilíbrio.

- Art. 9°, §1°: I – Atualização da Tarifa – não fica subordinada


a legislação anterior.
II – Serviço Público Alternativo (gratuito) – é
faculdade prevista em Lei, ou seja, não há obrigatoriedade existir
tais serviços alternativos gratuitos.

- Reajuste Tarifário (Art. 9°, §2°): evitar a correção do valor


dos contratos pela inflação.
I – significado: aplicação de índices governamentais que refletem
a variação dos custos dos insumos necessários (exemplos:
pagamentos dos colabores da empresa, aumento no valor do
combustível) a execução do serviço público.
II – periodicidade: normalmente de 12 em 12 meses (da data do
contrato), não podendo ser inferior por conta da Lei do Plano
Real.

- Revisão Tarifária (Art. 9°, §2°): a revisão está vinculada ao


equilíbrio econômico do contrato.
Analise de todas as cláusulas que possam impacto econômico sobre
a tarifa.
Geralmente a periodicidade é mais longa para revisão, de 4 em 4
anos, 5 ou 5 anos, para que possa ser analisado o desequilíbrio
do contrato.

- Art. 9°, §4°: Alteração unilateral do Contrato – é possível


(poder da Concessionária).

- Receita Alternativa – Art. 11: objetivo é reduzir, diminuir o


impacto das tarifas pagas pelo usuário. É autorizado pelo Poder
Público.

Intervenção nos Contratos de Concessão (Art. 32 e 33 da Lei


8.987/95):
- Objetivo: assegurar a execução do Serviço Público adequado.

- Legitimidade: Poder Concedente (Chefe do Poder Executivo, sendo


poder indelegável, ou seja, não pode delegar para outra pessoa).
- Formalização: a) Decreto de Intervenção: assinado pelo Chefe do
Poder Concedente, onde determina os limites, o que será
fiscalizado, por quanto tempo ficará com a intervenção, e
determinará o interventor.
b) Processo Administrativo: art. 33 – Prazo
Instauração e Prazo Conclusão – O prazo pra instauração do
processo será de 30 dias corridos da data da publicação, caso não
seja instaurado configura abuso de poder.
E o Prazo para a Conclusão terá prazo determinado de 180 dias
máximo contando da instauração do processo administrativo.
c) Decisão (art. 34):
I – Improcedente a Acusação: será arquivado o processo
administrativo, e o Estado terá que prestar contas do período que
ficou gerindo o serviço público.
II – Procedente a Acusação: poderá levar a extinção do contrato
de concessão.

Extinção dos Contratos de Concessão (Art. 35, I a VI): são


taxativas
- Classificação:
A) Termo final do Contrato – Art. 35, I: quando o contrato chega
no seu final (último dia previsto para o contrato).
B) Iniciativa do Poder Concedente: I – Encampação (Art. 35, II e
Art. 37) –
II – Caducidade (Art. 35, III
e Art. 38 –
C) Inciativa da Concessionária – Rescisão (Art. 35, IV):
D) Ato do Poder Concedente ou Judiciário – Anulação (Art. 35, V):
por ilegalidade, pode ser do contrato ou do Edital - (no caso do
Edital nulo então será o contrato, mesmo que o esse não tenha nada
ilegal)

- Bens Reversíveis (Art. 35, §1° e Art. 36): Art. 35, §1° – são
aqueles essenciais, necessários obrigatoriamente para a execução
de um Serviço Público, uma vez que, os esses bens voltam para o
Poder Público, após o fim da concessão.
Art. 36 - A reversão no advento do termo contratual far-se-á com
a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido
realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade
do serviço concedido.

- indenização bens ainda:


a) Não Amortizados – investimento.
b) Não Depreciados – não pode haver a depreciação contábil.

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