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1. O que são os bens públicos e os bens privados?

Bens públicos: há bens que ou não são produzidos no mercado, ou que quando o são,
demonstram que são insuficientes em relação às necessidades que se fazem sentir. Se estes
forem reputados de essenciais pela comunidade, não poderão deixar de ser
produzidos/fornecidos pelo Estado. A estes bens que o Estado é chamado a produzir e fornecer
dá-se o nome de bens coletivos ou bens públicos puros.
A designação bens coletivos destaca a apropriação coletiva que deles é feita, em função das
suas características e da dificuldade do seu produtor em retirar lucro da atividade. Podem
identificar se como características: satisfação passiva (não depende de nenhum esforço por
parte do consumidor), não são exclusivos (não se pode privar ninguém dessa utilização) e não
são emulativos (os consumidores não entram em concorrência para conseguir utilizá-los).
Exemplo: farol, justiça, segurança pública.
Por que o Estado que produz esses bens? Porque se for produzido no âmbito da economia
privada haverá um desequilíbrio entre a utilidade daquele que suporta os custos para a produção
e a utilidade daqueles que beneficiam desse bem-produzido.
• Exemplo: postes de luz ---> todos aproveitam a luz gerada por eles, mesmo os que não
pagaram impostos
Como que o Estado faz isso? através do financiamento por todos os membros da comunidade
por meio dos impostos.
Fala-se ainda de bens públicos impuros (semipúblicos): compartilham da característica de
terem um custo marginal zero por cada utilização a mais, mas são susceptíveis a ficar
congestionados. Exemplo: estradas, pontes, piscinas, bibliotecas
Se o bem não for facilmente congestionável, não haverá vantagem em excluir utilizadores, a
exclusão só se justifica quando os utilizadores de um bem vêm a sua utilidade reduzida pela
utilização simultânea do mesmo bem. Caso o bem seja facilmente congestionável, haverá
vantagem em promover a exclusão de alguns utilizadores (por exemplo, portagens ou
pagamentos de entrada). Nesse caso, estaremos perante um bem de clube

Bens privados: Bens produzidos pelo mercado/particulares. São bens de satisfação ativa (tem
que ser ativamente procurados pelo consumidor), busca a satisfação individual, das
necessidades individuais, há neste bem a característica da rivalidade entre indivíduos e a
exclusividade do consumo.
Exemplo: A compra uma maça, B já agora B não pode comprá-la, sendo então evidente a
finalidade de satisfação individual, a concorrência na utilização uma vez que B tem que ser
excluído da posse e fruição, e a exclusividade do consumo, pois só A vai consumir essa maça.
2. O que são as finanças públicas e as finanças privadas?
As finanças públicas compreendem a captação, a gestão e a execução de recursos pelo Estado
para financiamento de suas atividades. Essa atividade busca a satisfação das necessidades
sentidas por uma determinada comunidade, e que são assumidas pelo poder político. Essas
necessidades não podem ser sanadas autonomamente pelo mercado.

-------- Objeto Natureza Interesse Fonte Enquadramento


legal

Regras que
Finanças do Tributos, fixam,
Finanças estado e Social e empréstimos, determinam,
Públicas demais macroeconó Público concessões e limitam a
entidades mica receitas atividade
públicas patrimoniais financeira dos
recursos públicos

Finanças Individual Individual Receitas que Sujeita a regras,


relativas as ou / proveem da mas com base na
Finanças atividades empresarial particular atuação liberdade de
Privadas financeiras de particular fruição,
entidades (salário, celebração e
privadas vendas, estipulação
investimento) (respeito pela
decisão do
particular)

3. O que é a política financeira?


Componente da política económica do Estado. Distingue-se em dimensão conjuntural e
estrutural. Na primeira, encontra-se, por um lado, a política financeira (ou orçamental) e, por
outro, a política monetária. Ambas prosseguem objetivos de estabilização traduzida em três
grandes áreas de intervenção macroeconómica: O pleno emprego; A estabilidade dos preços;
O equilíbrio externo.
Na dimensão estrutural, identificam-se objetivos mais complexos, como sejam: O
desenvolvimento e crescimento económico; A redistribuição de riqueza.
Política orçamental: A política orçamental é um tipo de política financeira que implica um
conjunto de escolhas “explicitas e implícitas” inspirada em motivações qualitativas, tais como
o bem-estar, a eficiência, a equidade, a solidariedade e a segurança. É a política do Estado que
envolve a utilização de receitas e de despesas públicas, com vista a influenciar o nível e o
crescimento da procura agregada, do PIB e do emprego.

4. Fale sobre a atividade financeira.


Todas as decisões têm um custo, o orçamento do Estado não é ilimitado, é necessário fazer
opções e, neste âmbito concreto, o Estado vê-se num conflito entre dois grandes valores, por
um lado, a justiça e, por outro lado, a eficiência. Gera um conflito entre justiça e eficiência.
• Eficiência: busca da eficiência leva o Estado interferir na economia para colmatar as
falhas do mercado de forma a promover o aproveitamento ótimo dos recursos
produtivos
• Justiça: O mercado tem as suas próprias regras, as suas próprias leis e, muitas vezes, as
decisões mais eficientes não são as mais justas, por exemplo, está economia de
mercado, o mercado de concorrência perfeita, deixa de fora todos aqueles que não estão
em condições para participar, cabe ao Estado suprir estas insuficiências. ---> correção
da distribuição feita pelo mercado.

5. Quais as 3 funções musgravianas do Estado?


1- Correção da falta de eficiência (afetação de recursos) = colmatar as falhas do mercado (um
bem que não é produzido pelo mercado de forma eficiente), de forma a promover o
aproveitamento dos recursos produzidos, e uma das formas de atuar com este objetivo prende-
se pelo suprimento das incapacidades de mercado.
2- Função de redistribuição= também aqui o Estado usa os seus instrumentos orçamentais
(receitas e despesas públicas) para promover esse desiderato redistributivo, “corrigindo” os
resultados da repartição primária dos rendimentos resultantes do funcionamento da economia.
---> contraposição de justiça e eficiência
3- Função de e estabilização macroeconómica = A função de estabilização pretende explicar
como, através dos instrumentos orçamentais ao dispor do Estado (a receita e a despesa pública),
este tenta suavizar as flutuações da economia.

6. Classifique as receitas tributárias.


Impostos: É uma receita tributária, uma prestação pecuniária, coativa e unilateral, exigida por
um ente público, com a finalidade de obtenção de receita.
Este está regido pelo princípio da legalidade, criado por lei, (art. 103/2 e 165/1, i)) e princípio
da capacidade contribuitiva (art. 103/2 da CRP e art. 4/1 da LGT), esta capacidade é feita por
um sistema de tributação proporcional: em termos absolutos, paga mais quem mais ganha.
Quanto a competência para a sua criação é relativa da AR ---> o artigo 165/1/i) CRP submete
a reserva relativa de competência legislativa da AR a criação de impostos e sistema fiscal, por
um lado, e o regime geral das taxas e demais contribuições financeiras a favor das entidades
públicas.
Elementos essenciais dos impostos: incidência, taxas, os benefícios fiscais, garantias dos
contribuintes
Conceito de taxas: constituem tributos bilaterais, no sentido de que o seu pagamento
pressupõe uma determinada contrapartida específica, tendencialmente direta e imediata. As
taxas podem ser cobradas, fundamentalmente, numa de três situações: (lei geral tributária)
1. pela utilização de bens de domínio público
2. pela obtenção de um serviço público
3. pela remoção de um obstáculo jurídico ao exercício da atividade privada.

Competência: Criação de taxas não estão sujeitas a reversa relativa do AR, pode ser criado
por um decreto-lei, uma vez que o art. 165/1, i) prevê que a reserva relativa se refere a um
regime geral não as taxas em si. ---> nunca criaram este regime---> essa falta de um regime
geral das taxas não é omissão constitucional??

Contribuições financeiras: Ficam a meio caminho entre impostos e taxas, há aqui


contraprestação, mas está é de natureza difusa. Exemplo: as contribuições para a segurança
social, na parte que é paga pelo trabalhador, trata-se de um imposto (estão a financiar os
benefícios para a segurança social: as suas pensões, a proteção do desemprego, da doença, da
maternidade, etc.). Ou seja, o trabalhador paga, mas não quer dizer que vá logo receber essa
pensão.

7. Conceitue o IRS, IRC, IVA.


IRS: O IRS é um imposto singular, direto, único e progressivo (sua tributação obedece a
escalões de rendimento) sobre o rendimento. O IRS incide sobre o valor anual dos rendimentos
líquidos (objetiva) auferidos nas diferentes categorias, de acordo com os artigos 1º a 11º do
código do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares(subjetivo) (CIRS).
Objetivo: redistribuição da riqueza---> visa a diminuição das desigualdades e será único e
progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar--> art.
104/1 da CRP.

IRC: é um imposto direto e incide sobre a capacidade contribuitiva do sujeito passivo, neste
caso, o rendimento das pessoas coletivas. --> art. 104/2 da CRP

IVA: O imposto indireto que incide sobre uma manifestação mediata de riqueza ou da
capacidade contribuitiva do sujeito passivo, o consumo ---> imposto geral sobre o consumo---
> art. 104/4 da CRP
• Diferentes taxas de IVA ---> as diferentes taxas dizem respeito a essencialidade.
• Outra característica: qualquer consumidor paga a mesma taxa (imposto plurifásico=
desde o início da cadeia inicial da produção até o final paga-se o IVA--> último da linha
= consumidor final) ---> desde a produção, distribuidor, donos dos estabelecimentos,
consumidores comuns
• Impostos cegos= é igual para todos independente da sua capacidade
contribuitiva= aumentar o IVA afeta a todos.
8. O que são os benefícios fiscais?
Benefícios fiscais são as isenções, as reduções de taxas, as deduções à matéria coletável e à
coleta, e outras medidas fiscais de carácter excecional instituídas para tutela dos interesses
públicos extrafiscais. ---> estatuto dos benefícios fiscais (DL 215/89):

Artigo 2.º

Conceito de benefício fiscal e de despesa fiscal e respectivo controlo

1 - Consideram-se benefícios fiscais as medidas de carácter excepcional instituídas para tutela


de interesses públicos extrafiscais relevantes que sejam superiores aos da própria tributação
que impedem.

2 - São benefícios fiscais as isenções, as reduções de taxas, as deduções à matéria colectável e


à colecta, as amortizações e reintegrações aceleradas e outras medidas fiscais que obedeçam às
características enunciadas no número anterior.

3 - Os benefícios fiscais são considerados despesas fiscais, as quais podem ser previstas no
Orçamento do Estado ou em documento anexo e, sendo caso disso, nos orçamentos das regiões
autónomas e das autarquias locais.

4 - Para efeitos de controlo da despesa fiscal inerente aos benefícios fiscais concedidos, pode
ser exigida aos interessados a declaração dos rendimentos isentos auferidos, salvo tratando-se
de benefícios fiscais genéricos e automáticos, casos em que podem os serviços fiscais obter os
elementos necessários ao cálculo global do imposto que seria devido.

9. O que é a justiça fiscal?


É um conceito difícil de precisar, dado que varia ao sabor das modas económicas, do
posicionamento social e das concepções ideológicas dos cidadãos. Para Sousa Franco é
fundamental para o rendimento que exista um sistema fiscal justo. Para determinar essa é
necessário verificar 3 princípios fundamentais:
1. Legalidade fiscal: evidencia-se no art. 103° da CRP--> impostos são criados por lei,
ninguém é obrigado a pagar impostos que não tenham sido criados nos termos da CRP e sobre
a delegação da AR ao GOV (art. 165/1, i))
2. Generalidade fiscal:
3. Capacidade contribuitiva: O princípio da capacidade contributiva representa o critério
material de igualdade adequado aos impostos. O princípio da igualdade contributiva diz-nos
que os impostos devem adequar-se à força económica do contribuinte e por isso o seu alcance
mais elementar está na exigência de que o imposto incida sobre manifestações de riqueza e que
todas as manifestações de riqueza lhe fiquem sujeitas
10. Eficiência do sistema fiscal
Duas perspectivas:
1. Clássica: a capacidade de não influenciar ou influenciar ao mínimo a atividade
económica privada
2. Intervencionista: será medida pela forma como os impostos se revelaram adequados a
assegurar os resultantes económicos pretendidos e que vão para além da simples de receitas.

11. O que são as dívidas públicas?


É um instrumento financeiro através do qual o Estado obtém recursos que lhe são
proporcionados por prestamistas a quem o Estado se compromete a devolver as importâncias
que lhe foram transmitidas e a remuneração estipulada.
A dívida pública é a dívida do Estado, sendo que, como qualquer dívida, traduz um
compromisso financeiro ou um conjunto de compromissos financeiros, vencíveis num
determinado prazo. Concorrem para a dívida pública, não apenas a dívida do Estado, mas
também a dívida das administrações infra estaduais. Assim, a dívida pública constitui o
conjunto de situações passivas de que o Estado seja titular, determinada, em primeira linha,
pelo recurso ao crédito.
Receitas creditícias: As receitas do crédito público traduzem receitas não efetivas do Estado,
tal como a amortização da dívida configura uma despesa não efetiva. O recurso ao crédito, por
sua vez, é explicado ou pela existência de défice orçamental, ou pela existência de um stock
prévio de dívida acumulado. Assim, pode dizer-se que o défice pré-determina e influencia o
valor da dívida pública. A existência de dívida pública condiciona o desempenho orçamental,
na medida em que a sua existência envolve o pagamento de juros, despesa corrente, que
concorre para o saldo global.
Emissão de dívida pública: o processo de emissão de dívida pública é regulado pela
Constituição, pela LEO e pela lei ordinária e dele resultam precauções e limitações.
1. A primeira limitação, no processo de emissão de dívida pública, resulta da necessidade de
autorização parlamentar, mormente quando esteja em causa a emissão de dívida fundada.
2. Além de autorizar a emissão de dívida fundada, cabe à Assembleia da República definir,
também, as condições gerais dos empréstimos a emitir, sendo que constituem condições gerais
dos empréstimos o montante respetivo e os prazos de vencimento.
3. Para além da definição de condições gerais, e depois destas, há lugar à definição, em
Conselho de Ministros, de condições complementares a que devem obedecer a emissão,
negociação e contratação da dívida.
4. Segue-se, por fim, a definição das condições específicas dos empréstimos a contrair, por
parte da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública
12. O que são as despesas públicas?
Despesa pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para custear os
serviços públicos prestados à sociedade, ou para a realização de investimentos. O conjunto de
dispêndios abrange dois comportamentos típicos do agente económico:
Consumo: aquisição presente de bens, tendo em vista a satisfação de necessidades a
que um sujeito se propõe. Quando nos referimos aos consumos do Estado, estamos a
referir-nos às despesas de funcionamento do Estado, ou seja, às despesas correntes do
designado consumo público.
Investimento: representa todo o capital físico adicional adquirido pelo sector público
e privado, ao fim de um determinado período de tempo. O investimento pode ser real,
quando se reporte aos bens de capital empregues no processo produtivo, ou
financeiro, por referência ao mútuo ou depósitos de fundos junto de mercados ou
instituições especializadas.
A LEO estabelece os princípios que regem as receitas e despesas ---> Art. 52/3

3 - Nenhuma despesa pode ser autorizada sem que, cumulativamente:

a) O facto gerador da obrigação respeite as normas legais aplicáveis;

b) Disponha de inscrição orçamental no programa e no serviço ou na entidade, tenha cabimento


e identifique se os pagamentos se esgotam no ano ou em anos futuros no período previsto para
o programa;

c) Satisfaça os requisitos de economia, eficiência e eficácia.

13. O que é o Orçamento do Estado?


É um documento onde são previstas e computadas as receitas e as despesas anuais,
competentemente autorizadas. Daqui resultam os seus dois elementos centrais: o OE é uma
previsão, sendo que a este elemento se associam as funções económicas do Orçamento; o OE
é uma autorização, sendo que a este elemento se associam as funções jurídicas e políticas do
Orçamento.
No que diz respeito à sua natureza e características:
• Jurídica: o OE é uma lei, em sentido formal e em sentido material, uma vez que a CRP
de 1976 não prevê distinção.
• Económica: dupla perspectiva: racionalidade (O OE permite uma gestão mais eficiente
e racional dos dinheiros públicos) e eficiência na gestão (é através do OE que é possível
conhecer também, os aspectos fundamentais da política económica do Estado).
• Política: autorização política que visa a garantia dos direitos fundamentais (propriedade
privada, equilíbrio na separação e interdependência de poderes entre a AR e GOV),
equilíbrio e separação de poderes.
o Equilíbrio entre poderes:
▪ Iniciativa: GOV ---> art. 161, g) da CRP
▪ Aprovação: AR ---> art. 161, g) da CRP
▪ Norma travão---> art. 167/ 2 e 3 da CRP
Objeto ambivalente: o OE é uma lei (vertente normativa); mas também é um conjunto de
mapas, agregados e desagregados de receita e despesa (vertente contabilística).

14. Fale sobre o processo do orçamento do Estado e suas fases


Primeira fase: o processo se inicia com a apresentação à assembleia da república da
actualização anual do programa de estabilidade e da lei das grandes opções (quadro orçamental)
(art.32 da LEO 2015). São apresentadas até o dia 15 de abril a AR e essa dispõe de 10 dias para
a apreciação, devendo o governo apresentar a proposta até finais de abril a comissão europeia
(art. 33/3 da LEO).
O prazo para a apresentação da lei das grandes opções é até 15 de abril também, mas a AR tem
30 dias para a discussão (art. 34/3 da LEO)
Instituições europeias nesta fase: comissão europeia (prazo para apresentar o programa de
estabilidade até o dia 30).

Segunda fase: É nesta segunda fase que a proposta de lei vai finalmente ser objeto de entrega
na AR para ser discutida e votada.
Data limite de entrega:10 de outubro (art. 36 da LEO)
Prazo de discussão e votação pela AR: 50 dias (art. 38/2 da LEO) (obs.: primeiro é discutido
e votado na generalidade e depois discutido na especialidade- art. 38/3 da LEO)
Características: a proposta apresentada a AR é acompanhada obrigatoriamente de um
conjunto de elementos (art.37/1), temos, pois, 3 peças fundamentais que devem sempre
acompanhar a proposta de lei:
1. os elementos indicados no art. 40 da LEO (um articulado, os mapas contabilísticos e
as demonstrações orçamentais e financeiras)
2.um relatório cujos variados aspectos a considerar estão elencados nas alíneas de A-R
do art. 37/2 da LEO
3.os elementos informativos referidos no art. 37/3 da LEO, que devem acompanhar o
relatório.

15. Fale sobre o equilíbrio de poderes dentro do OE


Este equilíbrio se dá devido ao fato de o governo possuir a reserva de iniciativa no processo
orçamental (apresentação da lei das grandes opções e programa de estabilidade) (art.161/g),
elaborar da proposta do OE, alterações orçamentais (art. 60 da LEO), e fazer executar o
orçamento do estado (art. 199/b da CRP).
Já a AR compete discutir e aprovar as propostas de orçamento dentro dos prazos estabelecidos,
as revisões orçamentais (art. 59/1 da LEO), fiscalização da execução do orçamento (art.107 da
CRP), (art. 161= competência da AR).
Para além disso existe a norma travão que impede a iniciativa por parte dos grupos
parlamentares ---> art. 167/2 e 3 da CRP.

16. O que é a conta geral do estado?


A Conta Geral do Estado (CGE) é o principal documento de prestação de Contas do Estado.
Corresponde a um registo da execução do Orçamento do Estado, igualmente sujeito à
aprovação da Assembleia e antecedida de um parecer do Tribunal de Contas. Está prevista no
art. 66º da Lei de Enquadramento Orçamental (LEO), que determina que o GOV submete à
AR, até dia 15 de maio do ano seguinte ao ano económico a que as mesmas respeitam, as
demonstrações orçamentais e financeiras consolidadas dos subsetores da Administração central
e da segurança social que integram a Conta Geral do Estado. Arts. 65º a 67º da LEO
estabelecem, entre outras disposições, as regras relativas à organização, elaboração e
apresentação das contas do Estado, incluindo a da Segurança Social. Compreende um conjunto
das contas relativas as entidades que integram o perímetro do OE, tal como definido pelo art.
2º da LEO

17. O que é a lei das grandes opções?


São atos legislativos parlamentares de planeamento, dotadas de valor reforçado e que fixam
orientações a planos de âmbito nacional, territorial ou setorial, em matérias de ordem
económica, social, cultural, ambiental, ecológica e educacional.
O processo orçamental inicia-se pela apresentação pelo Governo à Assembleia da República,
até ao dia 15 de abril, da atualização anual do Programa de Estabilidade para os quatro anos
seguintes e da Proposta de Lei das Grandes Opções.
A lei das Grandes Opções do Plano (GOP) está prevista no art. 34º da LEO. Nesse artigo,
encontra-se previsto que o GOV apresenta à AR a proposta de lei das GOP até o dia 15 de abril,
e é acompanhada de nota explicativa que a fundamente, devendo conter a justificação das
opções de política económica e a sua compatibilização com os objetivos de política orçamental.
A AR tem 30 dias para aprovar, a contar da sua recepção.
A lei das GOP estrutura-se em duas partes:
1. Identificação e planeamento das opções de política económica;
2. Programação orçamental plurianual, para os subsetores da Administração Pública
central e segurança social.
As Propostas das GOP bem como do Orçamento do Estado são da iniciativa exclusiva do
Governo. Com efeito, embora os Deputados não tenham o direito de iniciativa originária,
podem propor alterações antes de a votar. Outro elemento imprescindível para a apreciação e
votação das GOP é o parecer do Conselho Económico e Social, que tem que ser emitido antes
da proposta de lei ser apresentada na Assembleia da República.
As aprovações das leis das GOP integram a reserva exclusiva de competência da Assembleia
da República (art. 161º/g da CRP conjugado com o art. 91/1º da CRP). Elas resultam de uma
proposta de lei do Governo, e carecem de parecer consultivo e obrigatório do Conselho
Económico e Social, trâmites que lhes conferem alguma rigidez durante a sua vigência, não
podendo ser derrogadas por legislação avulsa do Governo ou de iniciativa parlamentar. As leis
das GOP precedem e vinculam o conteúdo da Lei do Orçamento do Estado, nos termos do nº
2 do art.º 105º da CRP. A sua rigidez e o seu poder de vinculação do conteúdo orçamental
convertem na numa lei reforçada, já que de acordo com o nº 3 do art.º 112º da CRP. Se trata de
uma lei que se faz respeitar por outros atos legislativos, nomeadamente o Orçamento do Estado

18. O que é o programa de estabilidade?


Nos termos do artigo 33 da LEO, o Programa de Estabilidade compete ao GOV, é efetuado de
acordo com a regulamentação da UE aplicável.
O GOV apresenta o programa de estabilidade para os quatro anos seguintes, e depois atualiza-
o anualmente, até ao dia 15 de abril (o que desde logo o distingue do OE que tem carácter
anual) à AR, antes do seu envio à Comissão Europeia.
A AR aprecia o programa de estabilidade no prazo de 10 dias, a contar da data da sua
apresentação. O GOV deve enviar à Comissão Europeia a atualização de estabilidade até o
final de abril.
É, portanto, um documento apresentado pelo GOV que contém as projeções e as estratégias
macroeconómicas e orçamentais para os 4 anos seguintes e que visa assegurar a
sustentabilidade das Finanças Públicas e promover o crescimento económico.
A principal função dos Planos de Estabilidade é permitir à Comissão e ao Conselho avaliar se
os Estados-Membros atingiram os seus objetivos orçamentais de médio prazo (OMP) ou se
estão numa trajetória de ajustamento para os alcançar, incluindo uma avaliação da
conformidade com o valor de referência das despesas. Já a principal função do OE é constar
uma previsão económica de captação de receitas para determinadas despesas, para um
determinado período de tempo

19. O que é o TC? E quais as suas competências?


Artigo 214 da CRP
O Tribunal de Contas é o órgão supremo de fiscalização da legalidade das despesas públicas
e de julgamento das contas que a lei mandar submeter-lhe, competindo-lhe, nomeadamente:
a) Dar parecer sobre a Conta Geral do Estado, incluindo a da segurança social;
b) Dar parecer sobre as contas das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira;
c) Efetivar a responsabilidade por infracções financeiras, nos termos da lei;
d) Exercer as demais competências que lhe forem atribuídas por lei.
2. O mandato do Presidente do Tribunal de Contas tem a duração de quatro anos, sem
prejuízo do disposto na alínea m) do artigo 133.º
3. O Tribunal de Contas pode funcionar descentralizadamente, por secções regionais, nos
termos da lei.
4. Nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira há secções do Tribunal de Contas com
competência plena em razão da matéria na respectiva região, nos termos da lei.
20. Quais as modalidades de controle? (política, administrativa e jurisdicional)
A partir do art. 107 da CRP e do art. 68 da LEO podemos tirar 3 tipos de fiscalização sendo
eles:
Política: A fiscalização política cabe à Assembleia da República e traduz-se quer na apreciação
anual da Conta Geral do Estado, nos termos do art.107ºCRP, quer na apreciação, ao longo do
ano, do modo como os Governos vão executando os Orçamentos e pondo em prática as suas
políticas econômico-financeiras. Assim, a Assembleia exerce dois tipos de controlo:
• Controlo à posteriori: apreciação anual da Conta Geral do Estado;
• Controlo concomitante: apreciação do modo como os Governos executam o Orçamento
e como põem em prática as suas políticas econômico-financeiras
• Obs.: Para além destes dois controlos a Assembleia exerce, ainda, uma fiscalização ex
ante, já que, ao votar o Orçamento do Estado, a Assembleia da República exerce uma
primeira fiscalização •
• Esses controles são assistidos pelo tribunal de contas
• Art. 68/5 da LEO
Jurisdicional: A fiscalização jurisdicional da execução do Orçamento do Estado está confiada
ao Tribunal de Contas, que é constitucionalmente um verdadeiro tribunal e órgão supremo de
auditoria, integrado no poder judicial (art.209/1/c CRP), ao qual compete:
• Dar parecer sobre a Conta Geral do Estado; ---> é um parecer obrigatório ou
facultativo? Obrigatório---> no caso do tribunal se posicionar negativamente é vinculativo ou
não vinculativo? (não estão previstos, mas no silêncio da lei os pareceres não são vinculativos.)
----> pq? Pela divisão de poderes, níveis de competência e legitimidade. (legitimidade de
aprovação é da AR---> primazia da AR)
• Fiscalizar a legalidade das despesas públicas; e fiscalizar atos e contratos; boa gestão
financeira ---> art. 1°/1 da LOPTC
• Julgar as contas que a lei mandar submeter-lhe (art.214º/1CRP)
• Art. 68/4 da LEO • Art. 36° e 41° da LOPTC
• Art. 209/1, c) e 214° da CRP---> tribunal de contas
• Responsabilidade financeiro--> julgamento---> que tipo de fatos? Infrações financeiras
• Quais as especificidades desse tribunal--> art.1 ° e 5° da LOPTC (concretização do
214° CRP)
• Aspecto distintivo desses tribunais--> auditorias
Administrativa: A fiscalização administrativa compete à própria entidade responsável pela
realização da despesa (ou pela liquidação da receita), bem como a entidades que lhe sejam
hierarquicamente superiores e de tutela, a órgãos gerais de inspeção e controlo administrativo,
e à Direção Geral do Orçamento, através das respetivas delegações junto dos Ministérios. Tal
tipo de fiscalização está virado, sobretudo, para aspetos de legalidade e caimento orçamental e
é realizada à priori. ---> art.68/2 e 3 da LEO
21. Quais as formas de controle do TC? (fiscalização prévia, concomitante e sucessiva)
A fiscalização prévia (ocorre num momento anterior ao próprio ato praticado pelos serviços
do Estado), a concomitante (acompanha estes atos ou contratos) e a sucessiva ((ocorrerá
depois do termo desse ato ou contrato ainda que com produção de efeitos anterior).
Fiscalização prévia: A fiscalização prévia tem por fim verificar se os atos, contratos ou outros
instrumentos geradores de despesa ou representativos de responsabilidades financeiras diretas
ou indiretas estão conforme às leis em vigor e se os respectivos encargos têm cabimento em
verba orçamental própria. ---> art. 44 da LOPTC
• Realiza-se através do visto ou da declaração de conformidade com o art.46/3 da
LOPTC
• Quais características devem ter para serem sujeitas a visto? Todo e qualquer
instrumento que constituí despesas ao estado (gerador de despesas) --> art. 1° do
LOPTC
• 1 sessão do TC que lida com a fiscalização prévia ---> art. 77° da LOPTC
Fiscalização concomitante: onde se produzem relatórios de auditoria, que podem servir de
base a efetivação de responsabilidades ou aplicação de multas---> art. 49° da LOPTC • esta
fiscalização está no 49º e é durante a execução do ato ou contrato
• Esta fiscalização serve para quê?
o Numa vertente pedagógica → ensinar como é realizada a despesa, o juiz
ensina.
o Perspectiva substitutiva, ou seja, para encontrar alternativas entre o juiz e a
parte que celebrou o contrato, ver alternativas viáveis para não pôr em causa a
economia e eficácia da despesa.
• Sessão: 1 e 2 ---> art. 49° da LOPTC
• Quem é que toma a iniciativa de realizar auditorias--> qualquer entidade do art. 2°
está sujeita a auditoria---> pode ocorrer por iniciativa do TC, Governo (art. 55° da
LOPTC)
Fiscalização sucessiva: No âmbito da fiscalização sucessiva, o Tribunal de Contas verifica as
contas das entidades previstas no artigo 2.º, avalia os respectivos sistemas de controlo
interno, aprecia a legalidade, economia, eficiência e eficácia da sua gestão financeira e
assegura a fiscalização da comparticipação nacional nos recursos próprios comunitários e da
aplicação dos recursos financeiros oriundos da União Europeia. ---> art.50 da LOPTC
É a fiscalização depois do ato ou contrato estar realizado, quando já não há realização de
despesa, declaração de receita, a dívida dos serviços, o ato pode ser objeto de fiscalização,
monitorização. Quais os juízes que fazem a fiscalização sucessiva? Os juízes auditores, da 2ª
secção.

22. O que é a responsabilidade financeira? (responsabilidade sancionatória e


reintegratória).
• Responsabilidade reintegratória: constitui os responsáveis na obrigação de repor os
montantes determinados na lei, apurados obviamente em função dos factos que constituem
os pressupostos da responsabilidade. Esta ainda se distingue em 3 figuras (art.59 da
LOPTC)
o O alcance: existe o alcance quando independentemente da ação do agente nesse
sentido, haja desaparecimento de dinheiros ou de outros valores do Estado ou
de outras entidades públicas (art. 59/2 LOPTC)
o Desvio de dinheiro ou valores públicos: quando se verifique o seu
desaparecimento por ação voluntária de qualquer agente público que a eles
tenha acesso por causa do exercício das funções públicas que lhe estão
cometidas. (art. 59/3 LOPTC)
o Pagamentos indevidos: consideram-se pagamentos indevidos para o efeito de
reposição os pagamentos ilegais que causarem dano para o Estado ou entidade
pública por não terem contraprestação efetiva. (art. 59/4 da LOPTC)
o Acresce ainda a figura da reposição por não arrecadação de receitas devidas,
aplicável apenas a atos praticados com dolo ou com culpa grave (art.60°da
LOPTC)
o Quanto aos responsáveis pela reposição, eles constam do art.61º LOPTC: recai
sobre o agente ou agentes da ação, que podem ser os membros do Governo, os
gerentes, dirigentes ou membros dos órgãos de gestão administrativa e
financeira, e outras entidades sujeitas à jurisdição do Tribunal de Contas
o O serviço/entidade que cometeu legalidade deve repor a partir do seu orçamento
as verbas que estão em falta

• Responsabilidade sancionatória: traduz na aplicação de multas num conjunto tipificado no


art. 65° da LOPTC
o Considera-se que é a menos grave, já que a pena mais grave no âmbito da
efetivação da responsabilidade financeira é a atribuição de valor por conta do
próprio património do agente e a responsabilidade financeira sancionatória
resulta na aplicação de uma multa.
o Obs.: a responsabilidade sancionatória não é alternativa à responsabilidade
reintegratória, ou seja, a aplicação de multas não prejudica a efetivação da
responsabilidade pelas reposições devidas, se for caso disso.
o Obs.: ela recai sobre os próprios dirigentes que decidiram aquela ação que foi
considerada ilegal pelo tribunal
o Remete para uma lista e um conceito de ilegalidade financeira, a violação de
uma norma do Orçamento de Estado, tem responsabilidade sancionatória, ou de
conteúdo financeiro que não seja Orçamento de Estado. Ex.: não pagamento
atempado de salários em serviço público gera a responsabilidade financeira
sancionatória também porque há prazos de pagamento a cumprir e ordem de
pagamento – em Portugal paga-se por ordem de setores. Começa no dia 15 e
acaba no dia 23 com os professores. Há uma obrigação que gera por contrato, o
incumprimento do prazo tem esta responsabilidade.
• Obs.:
• Quem são os responsáveis? Art. 61° da LOPTC
• Responsabilidade direta e subsidiária (art. 62° da LOPTC)
o Ambos são aplicados nas duas modalidades de responsabilidade (art. 67° da
LOPTC)
• Responsabilidade solidária (art. 63° da LOPTC)
• Verificar acórdãos de decisões do TC, onde não se aplicou a multa.
• Obs.: art. 65/9 da LOPTC é cumulativo--> deve ser preenchido todos os requisitos

23. Secções do TC
1° secção: “secção de visto” ---> (art. 15/1, a) da LOPTC) + (art. 46/5 da LOPTC): é
responsável pela fiscalização prévia (visto) e concomitante. Ordena ainda auditorias relativas
ao exercício dessas fiscalizações, essas auditorias da 1° secção visam os procedimentos e atos
administrativos que impliquem despesas pessoais (art. 49/1 a) e 47° da LOPTC), aplica também
multas relativamente a processos em que os juízes desta secção sejam relatores (art.77/4 da
LOPTC)
2° secção: “secção de auditoria” ---> (art. 15/1, b) da LOPTC): dedica-se a fiscalização
concomitante, realizando auditorias que não competiam a 1 secção. (art. 49/1 al. B)),
produzindo os relatórios, pode aplicar multas (art. 78/4 al. E)), cuida da fiscalização sucessiva
(art. 50°/1). ---> esta secção funciona em plenário.
3° secção: “secção de julgamento” ---> (art. 15/1, al. C)): dedica-se a efetivação de
responsabilidades financeiras em processo de julgamento de contas e em processos de
responsabilidade financeira. Compete ainda a esta julgar os recursos das decisões proferidas na
1 secção. (art., 79° da LOPTC)

24. Fale sobre a PEC.


O Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) foi introduzido como parte da terceira fase da
União Económica e Monetária. Foi concebido para garantir a manutenção da sanidade das
finanças públicas por parte dos Estados-Membros da UE após a introdução da moeda única.
Desde a crise, as regras de governação económica da UE foram reforçadas através de oito
regulamentos da UE e de um tratado internacional:
• o «six-pack» (que introduziu um sistema para monitorizar as políticas
económicas em sentido lato, de modo a detetar problemas como as «bolhas» no
mercado imobiliário ou a queda precoce da competitividade);
• o «two-pack» (um novo ciclo de monitorização para a área do euro, com a
apresentação, por parte dos países, exceto aqueles com programas de
ajustamento macroeconómico, dos seus projetos de planos orçamentais à
Comissão Europeia no outono de cada ano);
• o Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação de 2012 (Pacto
Orçamental) que introduz disposições de natureza orçamental mais
rigorosas do que o PEC.

Este conjunto de medidas é agora parte integrante do Semestre Europeu, que é o mecanismo
de coordenação das políticas económicas da UE.

• A base jurídica do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) são os artigos 121.º e 126.º
do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE).
• O Protocolo n.º 12 do Tratado fornece mais pormenores sobre o procedimento de défice
excessivo, incluindo os valores de referência para o défice e a dívida. O artigo 136.º do
TFUE prevê a adoção de disposições específicas para a área do euro. Constitui a base para
um regulamento de sanções para os países da área do euro (incluído no chamado pacote de
seis medidas) e para o chamado regulamento de dois pacotes, que inclui monitorização e
supervisão reforçadas na área do euro.
• Objetivo: Algumas das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento visam impedir que
as políticas orçamentais se inscrevam em direções potencialmente problemáticas, enquanto
outras existem para corrigir défices orçamentais excessivos ou encargos excessivos da
dívida pública.

25. O que são os cavaleiros orçamentais


Constituem cavaleiros orçamentais todas as disposições, inseridas no orçamento, não
financeiras e todas as disposições financeiras de carácter permanente, ou seja, que tenham uma
vigência superior ao período orçamental, que no nosso ordenamento é o ano, de acordo com o
artigo 14.º da LEO e art. 106 da CRP. Os cavaleiros orçamentais levantam o problema da
adequada classificação das leis. Rigorosamente, uma das formas de combater os cavaleiros
resolver-se-ia se fosse classificado, de forma mais ampla e desconcentrada das despesas
obrigatórias, que os orçamentos deviam operar pelo estrito respeito pelas leis preexistentes.

• São admissíveis? Ou é um vício? O que são? Se forem legais a que regime ficam
sujeitas? (as mesmas leis do orçamento?)

Conceito= São normas que se incluem no orçamento apesar de não ser normas de despesas e
receitas orçamentais do ano económico. Não é uma norma de teor orçamental.
• Efeitos (divergência de doutrina) = pode sim ter, valor de decreto lei, mas não tem valor
de lei reforçado. Mas a doutrinas que divergem sobre isso.
• É inconstitucional? Depende da tese que seguimos---> tese da irrelevância jurídica
(Jorge Miranda, Souza Franco) ---> cria-se uma norma costumeira
o Obs.: mas vale ressaltar que não existe no nosso ordenamento jurídico qualquer
proibição expressa.

Obs.: atualmente temos um parecer importante sobre os cavaleiros conselho consultivo da


PGR, pronunciou sobre uma norma do orçamento de 2018, que para o entender do governo
era uma norma cavaleiro, e o governo queria dizer sobre a admissibilidade dessa lei no
orçamento (custo da tarifa social do gás natural), a PGR disse que de fato é uma norma
cavaleiro, mas que é admissível. Não fica sujeita ao princípio da anualidade, pois continua
a vigorar mesmo após o fim do ano económico

Leo e os cavaleiros orçamentais: As últimas duas LEO incluíram uma disposição


aparentemente limitativa dos cavaleiros orçamentais ao preverem, após uma lista não exaustiva
de matérias que poderiam ser incluídas no articulado, a indicação de que as disposições
constantes da lei do orçamento de estado devem limitar-se estritamente ao necessário para
execução da política orçamental e financeira (art.41/2) ( refere as disposições constantes do
articulado da lei do orçamento de estado limitam-se ao estritamente necessário para execução
da política orçamental e financeira.

26. Princípios do OE.


Princípios orçamentais: previstos do art. 9 ao 19 da lei de enquadramento orçamental

Art. 9 da LEO: unidade e universalidade


Art.10 da LEO: estabilidade orçamental
Art. 11 da LEO: sustentabilidade
Art. 12 da LEO: solidariedade recíproca
Art. 13 da LEO: equidade intergeracional
Art. 14 da LEO: anualidade e plurianualidade
Art. 15 da LEO: não compensação
Art. 16 da LEO: não consignação
Art. 17 da LEO: especificação
Art. 18 da LEO: Economia, eficiência e eficácia
Art. 19 da LEO: transparência orçamental

27. Finanças das regiões autónomas.

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