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2015
Resumo elaborado conforme o edital do XVI Concurso Público para Provimento de Cargo de Juiz Federal
Substituto do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, tendo sido adaptado com informações do edital
adotado pelo Tribunal Regional da 3ª Região.
Colaboradores:
Adriana Moraes
Ângelo Gripp Saippa
Oreste Dallochio Neto
William Cruvinel
Ângelo
Augusto
Camila
Franscielle
Mateus
Thiago
Raffaela
Emília
Gabriel
Sumário
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1.1.1 Introdução
O Direito Tributário é um ramo do Direito Financeiro e não o contrário. Enquanto o direito financeiro cuida
da receita e da despesa do Estado, o direito tributário cuida só de uma parte da receita, os tributos.
Definição de Direito Financeiro: “Ramo do Direito Público que estuda a atividade financeira do Estado sob
o ponto de vista jurídico” Kioshi Harada.
Magna Carta da Inglaterra 1215
No Brasil: Foi prevista a exigência de lei orçamentária na Constituição do Império, 1824, mas
a primeira lei orçamentária só veio a lume no ano de 1830.
Quem legisla sobre direito financeiro? Art. 24, inciso I e II, é competência concorrente entre União e os
Estados as normas de direito Financeiro e as de Direito Orçamentário. Apesar de não mencionados
diretamente os municípios tem competência suplementar para legislar sobre direito financeiro, art. 30
incisos II e III da CF.
A iniciativa sobre leis orçamentárias é privativa do Chefe do Executivo, ao contrário da iniciativa para leis
sobre direito tributário, que permitem iniciativa concorrente tanto do Legislativo quanto do Executivo.
Quais as espécies normativas aptas a veicular normas de direito financeiro? Lei complementares,
ordinárias e medidas provisórias (esta última em hipótese excepcional).
Art. 163, inciso I, da CF - lei complementar disporá sobre finanças públicas. As normas gerais de direito
financeiro, bem como as de direito tributário são veiculadas por lei complementar.
A lei 4320/64, que traz normas de elaboração do orçamento, foi recepciona pela Constituição Federal de
1988 materialmente como lei complementar. A lei complementar 101/2000 traz normas sobre a
responsabilidade na gestão fiscal. Os dispositivos da lei 4320/64 que conflitarem com os dispositivos da LC
101/00 reputam-se por esta revogados pelo critério cronológico de interpretação.
São regulados por lei ordinária, art. 165 CF: PPA, LDO e LOA.
Medida provisória será o instrumento utilizado para a abertura de crédito extraordinário para atender a
despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrente de guerra, comoção interna ou calamidade pública
(§3° do art. 167 da CF).
A competência para emitir moeda é da União, que será exercida exclusivamente pelo Banco Central. É
vedado ao Banco Central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a
qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. O Banco Central poderá comprar e vender
títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. As
disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco Central; as dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em
instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
Princípios do Direito Financeiro (Tathiane Piscitelli) (não confundir com os Princípios Orçamentários)
a) LEGALIDADE: Toda arrecadação e gasto público têm fundamento legal. Orçamento, metas, diretrizes,
distribuição de receitas e despesas serão objeto de processo legislativo. Necessidade de ato normativo
primário oriundo do Poder Legislativo. Exceção: Poder Executivo mediante MP dispor sobre crédito
adicional em caso de guerra, comoção ou calamidade, atendidos os pressupostos materiais (ADI 4048).
LOA pode autorizar adicionais suplementares por Decreto.
b) ECONOMICIDADE: Trata-se da exigência relativa à eficiência do gasto público do ponto de vista
econômico. Relação custo-benefício. Tentar o melhor pelo menos possível.
c) TRANSPARÊNCIA: Aplicação do Princípio da Publicidade (art. 37, caput, CF) no tema atividade financeira.
Tem a mesma roupagem do Princípio Orçamentário da Publicidade (específico). É corolário do princípio
republicano. Art. 165 § 3º da CF. Arts. 48 e 49 da lei de responsabilidade fiscal.
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d) RESPONSABILIDADE FISCAL: Assegurado que o gasto público seja realizado dentro de certos limites e de
acordo com as regras estritas que, se não cumpridas, acarretam sanções aos entes públicos. É condição de
tal responsabilidade a ação planejada e transparente, com zelo pelo equilíbrio das contas públicas.
2.1.1.1 Introdução
Conceito: ato pelo qual o poder legislativo prevê e autoriza o Poder Executivo, realização de despesas e
receitas para um período determinado. Reflete o plano de ação governamental, espelhando a vida
econômica do Estado. Segundo a concepção moderna o orçamento deixa de ser um mero documento
financeiro ou contábil, para passar a ser instrumento de ação do Estado, sendo, portanto, instrumento
representativo da vontade popular.
Aspecto político: é um ato político por meio do qual se permite a atuação harmônica e interdependente
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
2.1.2 Aspecto jurídico: veículo por meio do qual se preveem receitas e autorizam os gastos.
Orçamento participativo: Caracteriza-se por uma participação direta e efetiva das comunidades na
elaboração da proposta orçamentária do Governo.
a) simples ato administrativo sem caráter de lei = orçamento é uma “lei de meios”, mero
instrumento de arrecadação;
b) lei em sentido formal = produzida mediante processo legislativo;
c) lei em sentido material = geral e abstrata
d) lei em sentido material e formal;
e) lei em relação à receita e ato normativo em relação à despesa;
f) ato condição.
2.3 Princípios orçamentários
Princípio da unidade: A ideia do princípio da unidade não é que exista uma única peça, o que se exige é
que as várias peças tenham harmonia entre si. Um dos objetivos da Lei de Responsabilidade Fiscal é
garantir essa harmonia.
Princípio da universalidade: todas as receitas e despesas devem estar previstas na lei orçamentária.
Exceções:
Súmula 66 STF - É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o orçamento, mas antes
do início do respectivo exercício financeiro. Com esse entendimento firmado pelo STF, é possível concluir
que no Brasil não vigora o princípio da anualidade tributária, em que o Tributo, para ser cobrado, além de
atender às regras da legislação tributária, deveria a cada ano, estar previsto no orçamento, sob pena de
não ser exigido.
As receitas e despesas operacionais (correntes) das empresas públicas e sociedades de economia mista
consideradas estatais independentes.
ARO – Operações de crédito por antecipação de receita.
Emissões de papel moeda.
Outras entradas compensatórias no ativo e no passivo financeiro (cauções, depósitos, consignações etc)
Princípio da Anualidade (ou periodicidade): determina que o orçamento seja atualizado a cada ano. Não
confundir princípio da anualidade tributária (que exige que o tributo esteja previsto no orçamento do ano
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anterior - não mais existe no ordenamento brasileiro) com o princípio da anualidade financeira (que exige
que o orçamento tenha um prazo de duração).
Princípio da proibição do estorno de verbas: impossibilidade de transpor, remanejar ou transferir
recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro sem autorização
legislativa prévia. Também está vedada a utilização, sem autorização legislativa específica, dos recursos do
orçamento fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações
ou fundos. Exceção: art. 167, §5° da CF.
Princípio da não afetação da receita de impostos: vedação à vinculação da receita proveniente dos
impostos a órgão, fundo ou despesa. Disposição constitucional, art. 167, IV. Há quem, incorretamente,
relacione o dispositivo à característica da não vinculação da espécie tributária denominada imposto.
Ocorre que o dispositivo não trata de vinculação ou não-vinculação tributária, trata, isso sim, do princípio
do direito financeiro da não afetação. Exceções:
1) repartição das receitas tributárias (arts. 158 e 159, CF);
2) destinação de recursos para a saúde: União, receita corrente líquida do respectivo exercício
financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento). Estados, DF: o produto da
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e
159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos
Municípios. Municípios e DF: o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e
dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º (Art. 198, §2° - EC 86/2015).
3) destinação para a saúde de metade do percentual de 1,2% instituído por ocasião do orçamento
impositivo das emendas individuais dos parlamentares (§9° do art. 166, CF).
4) destinação de recursos para a educação, sendo U 18%, E, DF e M 25% (art. 212, CF);
5) realização de atividades da administração tributária (art. 37, XXII, CF);
6) prestação de garantias em relação às operações de crédito por antecipação de receitas (art.
165, § 8º; art. 167, § 4º, CF)
7) fundo de combate e erradicação da pobreza;
8) vinculação de até 0,5 % da receita tributária líquida dos estados e DF para programa de apoio à
inclusão e promoção social.
9)vinculação de até 0,5 % da receita tributária líquida dos estados e DF para fundos destinados
para o financiamento de programas culturais.
DRU – Desvinculação das Receitas da União - com objetivo de livrar-se parcialmente das
vinculações obrigatórias, a reforma tributária (EC 42) prorrogou os efeitos da EC 27. Durante o
período previsto pelo texto constitucional há a desvinculação de órgão, fundo ou despesa de 20 %
da arrecadação de impostos, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico,
incluindo seus adicionais e acréscimos.
Princípio da Exclusividade: determinação de que as leis orçamentárias contenham apenas fixação de
despesas e previsão da receita. Regra: a lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão de
receita e à fixação da despesa (“rabilongos orçamentários ou cauda orçamentária”). Exceções: é possível
que a lei orçamentária preveja, além de despesas e receitas: autorização para abertura de crédito
suplementar; autorização para contratação de operações de crédito, ainda que por ARO (em qualquer mês
do exercício financeiro).
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Princípio da especialização, especificação ou discriminação: as receitas e as despesas devem aparecer no
orçamento de maneira discriminada, de tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, a origem dos
recursos e sua aplicação.
Princípio do orçamento-bruto: todas as receitas e despesas constarão da Lei Orçamentária pelos seus
totais, seus valores brutos, vedadas quaisquer deduções.
Princípio da precedência: a aprovação do orçamento deve ocorrer antes do exercício financeiro a que se
refere.
Princípio do equilíbrio: as receitas devem ser iguais às despesas. Exceção no art. 167, §8º, onde se permite
que os recursos que em decorrência de veto, rejeição, ou emendas sejam aproveitados mediantes créditos
suplementares e especiais, condicionado o aproveitamento à autorização legislativa. A Constituição de
1988 (diferente da Constituição de 1967) não contempla tal princípio e, por essa razão, seria possível
afirmar a desnecessidade de sua observância. Contudo, a análise da LRF demonstra que, apesar de não se
tratar de uma diretriz constitucional, a busca pelo equilíbrio está presente em suas disposições e deve ser
entendida como uma meta a ser alcançada.
O orçamento proposto pelo governo federal para o ano de 2016 não respeitou esse princípio,
apresentando mais gastos do que despesas.
Princípio da programação: O orçamento deve enfatizar os planos de governo com as metas e os objetivos
a serem alcançados, e não apenas prever receitas e despesas.
O PPA estabelece, de forma regionalizada, diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal
para as despesas de capital e outras dela decorrente e para as relativas aos programas de duração
continuada. Estabelece um planejamento a longo prazo e depende do orçamento anual para ter eficácia
quanto à realização das despesas. É uma programação que deve orientar o executivo na execução da LOA.
Investimento que ultrapasse um exercício financeiro, sob pena de caracterização de crime de
responsabilidade, deve estar incluído no PPA ou ter previsão em lei que autorize a inclusão.A validade do
PPA é de 4 anos.
2.4.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO [art. 165, § 2º, CF; art. 4º, LRF]
A LDO é a lei orçamentária que estabelecerá metas e prioridades da administração pelo período de
1 ano.Funções da LDO previstas no texto constitucional:a) estabelece metas e prioridades da
Administração, incluindo as despesas de capital para o exercício seguinte; b) Orienta a elaboração
da LOA; c) Dispõe sobre alterações na legislação tributária; d) Estabelece a política das agências
oficiais de fomento.
A LRF amplia as funções da LDO:disporá também sobre:a) equilíbrio entre receitas e despesas;b)
critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do
inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;e) normas relativas ao controle de
custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;f)
demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
Validade da LDO: 1 ano.
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2.4.3 Lei orçamentária anual - LOA [art. 165, § 5º, CF; art. 5º, LRF]
Deverá estar compreendido na LOA:a) orçamento fiscal: nele estão as autorizações para as
despesas do Poder Público. Nele deverá estar incluído o orçamento referente: aos Poderes da União;
aos fundos federais; aos órgãos e entidades da administração direta e indireta; as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público; às despesas do Banco Central.b) orçamento de
investimentos:abrange sociedades de economia mista e empresas estatais em que a União, direta
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.c) Orçamento da
seguridade social:abrange as despesas ligadas às entidades relacionadas a saúde, previdência e
assistência social.
É vedado o início de programa ou projeto não incluído na LOA. [art. 167, I, CF].
Dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro somente poderá estar
na LOA se constar na PPA ou em lei que ali autorize sua inclusão.
Não é possível o uso de recursos do orçamento fiscal e da seguridade social para cobrir déficit de
empresas, fundações e fundos sem autorização legislativa específica. [art. 167, VIII da CF]
Todos os créditos previstos na lei orçamentária devem ter uma finalidade determinada e uma
dotação específica e certa. [art. 5, §4º, LRF] ; Exceção: DRU [desvinculação das receitas da União] -
20 % da receita da União está desvinculada para se garantir maior margem de manobra.
Todas as despesas e relativas à DÍVIDA PÚBLICA, DÍVIDA MOBILIÁRIA, dívida CONTRATUAL, bem
como as receitas que as atenderão, deverão constar na LOA.
Refinanciamento da dívida pública deverá constar separadamente da LOA. Atualização monetária
do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços
previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica.
A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação de despesa. [ princípio da
exclusividade]
Validade da LOA: 1 ano.
A CF é expressa em atribuir competência ao Poder Executivo para iniciativa das leis orçamentárias,
mas é omissa quanto aos projetos de lei que visem alterar a LOA.
2.5 Processo Legislativo para aprovação das leis orçamentárias(art. 166, CF)
Iniciativa: Poder Executivo. O projeto será apreciado pelas duas casas do CN.
Comissão mista permanente examina e emite pareceres, e realiza o acompanhamento e fiscalização
orçamentária.
Emendas ao projeto são apresentadas perante a comissão mista e apreciadas pelo plenário das 2
casas. Nas constituições anteriores o poder de emendar estava excessivamente restrito. A CF/88
possibilita a propositura de emendas, mas traz algumas limitações.
Condições para que emenda ao projeto LOA ou para a lei que a modifique seja
aprovada:a)compatibilidade com PPA e com a LDO;b)indicação dos recursos necessários que
atenderão à alteração pretendida.
Condições para que emenda ao projeto LDO seja aprovada: deve estar compatível com o PPA.
Caso não haja apresentação da proposta orçamentária no prazo fixado o Poder Legislativo
considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.
Caso o Projeto de Lei orçamentária não seja aprovado até 31.12: posições doutrinárias:a) a lei
anterior deve ser mantida, fazendo-se as devidas adaptações.-eventuais autorizações deverão
depender do Poder Legislativo.b) a lei anterior deve ser mantida com liberação de 1/12
mensalmente, até a aprovação de uma nova lei.c)promulgação do projeto pelo chefe de executivo
sem qualquer alteração.
No caso da LDO, se não houver aprovação até 17.06 não se encerra o 1º período da sessão
legislativa.
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Orçamento do P. Judiciário: Poder judiciário que elabora a proposta orçamentária. É necessário o
atendimento aos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes
orçamentários.
Em caso de ausência do encaminhamento o Poder executivo considerará os valores aprovados na lei
orçamentária vigente, realizando-se os devidos reajustes.
Caso a proposta seja encaminhada em desacordo com os limites estipulados, o Poder Executivo
procederá aos ajustes necessários – etapa de planejamento do orçamento.
Cuidado: art. 9°,§3°, da LRF – Necessidade de limitação de despesas no orçamento – “§ 3o No caso
de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo
estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias”. Apesar da redação do artigo, na cautelar da
ADIN 2.238-5, o STF suspendeu a eficácia desse parágrafo por representar interferência indevida
do poder executivo sobre os demais.
2.6 Orçamento-Programa
CRÉDITOS ADICIONAIS- são autorizações do legislativo para efetivação de despesas não previstas ou
insuficientemente previstas na LOA. Espécies: a) crédito suplementar: destinados a REFORÇO DE DOTAÇÃO
ORÇAMENTÁRIA. Trata de despesas que já havia sido prevista na LOA, mas de forma insuficiente, e
dependem de prévia autorização legislativa. É possível que a LOA já traga a autorização; Decreto do
Executivo é instrumento normativo para sua abertura; dependem da existência e da indicação da
disponibilidade de recursos; IMPOSSIBILIDADE de utilização de MP para abertura; b) crédito especial:
destinados às despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. Visa atender necessidades
novas (não previstas na peça orçamentária) surgidas no decorrer do exercício; Há a necessidade de prévia
autorização legislativa; Instrumento normativo para sua abertura é DECRETO DO EXECUTIVO; Utilização de
MP para abertura: IMPOSSIBILIDADE. c) crédito extraordinário: destinados a despesas urgentes e
imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública; Não há necessidade de prévia
autorização legislativa. Após a abertura do crédito extraordinário o Poder Legislativo é comunicado; Não há
necessidade de indicação da disponibilidade de recursos; Utilização de MP para abertura: POSSIBILIDADE.
[art. 62, § 1º, I, d c.c. art. 167, § 3º, CF].
Desde pelo menos 1998, o Supremo Tribunal Federal manifestava entendimento acerca da impossibilidade
de controle em abstrato de leis orçamentárias (ADI 1640 QO). Segundo essa posição, tais leis seriam, do
ponto de vista material, atos administrativos concretos e, por isso, não estariam alcançadas pelo controle
concentrado de constitucionalidade; Em 2008, julgamento da ADI 4048, ajuizada contra lei orçamentária, o
Plenário do Supremo posicionou-se de maneira diversa: entendeu que a análise material da norma, para
fins de identificação de sua abstração, não era necessária, na medida em que se estivesse diante de uma lei
em sentido formal. O simples fato de se tratar de lei, já justificava a possibilidade de controle em abstrato
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de sua constitucionalidade pelo Tribunal, independentemente do caráter abstrato ou concreto da norma
em questão. Com esse entendimento, o Supremo Tribunal Federal mudou radicalmente a posição
anteriormente firmada e reconheceu a possibilidade de controle concentrado de normas orçamentárias.
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Informativo 791 STF: Administração Pública e princípio da intranscendência.
O princípio da intranscendência subjetiva das sanções, consagrado pelo STF, inibe a aplicação de severas
sanções às administrações por ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos. [...] A Turma
consignou que, em casos como os presentes, em que os fatos teriam decorrido de administrações
anteriores e os novos gestores estivessem tomando providências para sanar as irregularidades verificadas,
aplicar-se-ia o princípio da intranscendência subjetiva. O propósito seria neutralizar a ocorrência de risco
que pudesse comprometer, de modo grave ou irreversível, a continuidade da execução de políticas
públicas ou a prestação de serviços essenciais à coletividade. Nesse sentido, a tomada de contas especial
seria medida de rigor com o ensejo de alcançar-se o reconhecimento definitivo de irregularidades,
permitindo-se, só então, a inscrição dos entes nos cadastros de restrição aos créditos organizados e
mantidos pela União. O Ministro Marco Aurélio asseverou que, por se tratar de governança, preponderaria
o princípio contido no art. 37 da CF, ou seja, o da impessoalidade.
Inglês:o sistema inglês guarda características inerentes ao sistema parlamentarista, em que o Poder
Executivo, representado pelo seu gabinete, interage diretamente com o Poder Legislativo, em matéria
financeira, por intermédio da Câmara dos Comuns;- francês: é caracterizado pelos Tribunais de Contas,
que têm a função de fiscalizar e julgar as contas públicas. Segundo a doutrina, é o sistema adotado no
Brasil;- americano:o sistema se caracteriza pela existência de um órgão no Congresso Nacional
denominado Controladoria Geral. O sistema é marcado ainda pela adoção das técnicas de auditoria
concernentes às empresas privadas.
O TCU é composto por 9 Ministros, tem sede no DF e jurisdição em todo o território nacional. Os Ministros
têm as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do STJ e
serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:I - mais de 35 anos e menos de
65 anos de idade;II – idoneidade moral e reputação ilibada;III – notórios conhecimentos jurídicos,
contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;IV – mais de 10 anos de exercício de
função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
São escolhidos:- 1/3 pelo Presidente da República, dentre auditores e membros do MP junto ao TCU,
indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo critérios de antiguidade e merecimento;- 2/3 pelo
Congresso Nacional.
Competências constitucionais do TCU:- apreciar as contas anuais do Presidente da República;- julgar as
contas de todos os administradores responsáveis por dinheiros, valores ou bens públicos;- apreciar, para
fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal e de aposentadorias;- realizar auditorias;-
fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe;-
fiscalizar a aplicação dos recursos da União repassados para os Estados e Municípios;- prestar informações
solicitadas pelo Congresso Nacional sobre as fiscalizações realizadas;- aplicar sanções e determinar a
correção de irregularidades em atos e contratos, determinar prazos para o cumprimento da lei; se
verificada ilegalidade, sustar a execução do ato impugnado, comunicando a decisão às Casas do Congresso
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Nacional, bem como representar ao Poder competente sobre as irregularidades apuradas;- fiscalizar a
aplicação das subvenções e renúncias de receitas;- emitir pronunciamento quando solicitado pela Comissão
Mista de Orçamento;- apurar denúncias apresentadas por qualquer cidadão, partido político, sindicatos,
sobre irregularidades ou ilegalidades;- fixar os coeficientes do FPM e FPE.
Competências legais do TCU:- Lei 8.443/92: Decidir sobre consulta formulada por autoridade competente
acerca de dúvida na aplicação de dispositivos legais ou regulamentares concernentes à matéria de
competência do Tribunal. São autoridades competentes: Ministros de Estado, Presidência da República,
Presidência dos Tribunais. A aplicação prática diz respeito à solução de dúvidas, mediante exposição que
será oficiada ao TCU, visando à obtenção da informação pertinente;- Lei 8.730/93: Exercer o controle da
legalidade, legitimidade dos bens e rendas de autoridades e servidores públicos;-Lei 8.031/90: Apreciar o
processo de privatização das empresas incluídas no Programa Nacional de Desestatização;Lei 8.666/93:
Apreciar as representações apresentadas por licitantes acerca de irregularidades nas licitações;Lei
9.452/97: Apreciar representações apresentadas pelas Câmaras Municipais acerca da não-comunicação da
liberação de recursos federais.
3.1.1 Conceito
A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento de despesas serão
acompanhados de estimativa de impacto orçamentário (no exercício de vigência e nos dois subseqüentes),
além de declaração do ordenador de que o aumento tem adequação com a LOA e compatibilidade com a
LDO e PPA.
Fases de formação e concretização da despesa pública(internas/prévias):
- AUTORIZAÇÃO: deve haver previsão orçamentária – a despesa deve estar autorizada por lei ou,
extraordinariamente por MP – ordenar despesa não autorizada por lei pode caracterizar o crime previsto
no artigo 359-D do CPB.
- LICITAÇÃO: verificação da necessidade ou não de licitação - procedimento administrativo pelo qual a
administração seleciona a proposta que lhe trará mais vantagens
- ADJUDICAÇÃO: atribuir ao vencedor o objeto da licitação – contrato com a adm. Pública
As fases elencadas acima são as chamadas fases internas (prévias). A partir de então surgem as fases
previstas na Lei nº 4320/64, artigos 58/ss:
“ELOP”:
- EMPENHO: ato administrativo emanado da autoridade competente que antecede a despesa e confirma as
obrigações da administração em relação ao contratado - reserva da quantia necessária ao pagamento da
dotação orçamentária – a nota de empenho apenas confirma a garantia de pagamento, não cria
obrigação para a administração pública.
Permite o autocontrole pela administração pública e serve como instrumento para o controle realizado
pelo legislativo (corte de contas)
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É vedado aos municípios, no último mês do mandato do Prefeito, empenhar mais do que o duodécimo
(1/12) da despesa prevista no orçamento vigente.
Obs.: empenhos globais – pagamento de servidores – está dispensada a emissão de nota de empenho
(o empenho deve haver, mas sem a nota de empenho – simplificação)
- LIQUIDAÇÃO (art. 63, §1º): verificação, por parte da administração, do direito do credor de receber a
quantia empenhada. Se não comprovar, o empenho será anulado. A anulação de empenho diferencia-se
do contingenciamento. O primeiro caso indica uma sanção pelo não cumprimento do contrato. Já o
contingenciamento é instrumento de controle orçamentário.
- ORDEM DE PAGAMENTO (art. 64): despacho, precedente ao pagamento, exarado pelo ordenador de
despesas.
Obs.: a LRF não traz punições a administradores pelo descumprimento de suas normas, aplicando-se
somente aos órgãos e entes públicos.
- PAGAMENTO: extingue a obrigação
3.1.2 Classificação
A CF/88 em seu artigo 100 dispõe que os pagamentos devidos pela fazenda pública em virtude de
sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios e à conta dos créditos respectivos, ressalvados os pagamentos das denominadas
Requisições de Pequeno Valor (RPV), assim qualificadas em razão de sua expressão numérica, a
qual, dentro dos limites expressos em lei (União – até 60 salários-mínimos; Estados e Municípios,
limites fixados em sua própria legislação, não podendo ser inferior ao teto dos benefícios pagos
pelo RGPS), dispensa a observância do regime de pagamento por precatório.
Ressalte-se que os acordos judiciais poderão não se sujeitar ao regime dos precatórios, se
presentes o interesse público e observada a moralidade administrativa, não podendo, para tanto,
ser utilizada verba reservada para o pagamento de precatórios (ex.: art. 2º, Lei 9.469/97).
O precatório decorre de sentença executada na forma do artigo 730 do CPC, sendo a pessoa
jurídica de direito público citada para opor embargos no prazo de 30 dias (não para pagar).
Decorrido o prazo de 30 dias sem embargos ou caso estes sejam julgados improcedentes, o juiz
expedirá ofício requisitório ao presidente do seu Tribunal.
A ordem judicial de pagamento do Presidente do Tribunal, bem como os demais atos necessários a
tal finalidade, concernem ao campo administrativo e não jurisdicional. A respaldá-la tem-se
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sempre uma sentença exeqüenda (ADI 1098/SP e RE 595045). O Presidente pode determinar as
correções de erro material ou inexatidão dos cálculos, nos termos do título judicial. (ADI 1098/SP)
A execução contra empresas públicas ou sociedades de economia mista será feita na forma comum,
caso referidas entidades tenham por objeto atividade econômica. O STF decidiu que no caso dos
Correios, por exercer atividade típica de Estado, o regime de execução deveria seguir a forma dos
precatórios, em razão da impenhorabilidade de seus bens (Informativo 213). Inaplicabilidade do
precatório para a Eletronorte (RE 599628).
Sumula 655 do STF estabelece que “A exceção prevista no art. 100, caput, da Constituição, em
favor dos créditos de natureza alimentícia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a
isentá-los da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de
outra natureza.”. Esta manifestação teve como contraponto a tese que defendia que a previsão do
caput do art. 100 trazia uma exceção ao regime dos precatórios, que ao final restou não acolhida.
Prazo constitucional para pagamento - precatórios apresentados até 1º de julho, serão pagos até o
final do exercício seguinte, quando serão atualizados monetariamente. (Antes da Emenda no.
30/2000 a atualização dos valores era realizada em 1º de julho do ano anterior ao do pagamento
(data limite para apresentação). Após referida emenda os valores passaram a ser reajustados na
data do pagamento, o qual tem por limite o final do ano seguinte (essa previsão foi mantida com a
EC no 62/09).
Juros de mora:não incidem juros de mora entre a data de expedição e a data do efetivo pagamento
do precatório (AI 713551-AgR)(SV 17 STF). Passado o prazo da mora constitucional, configurando-
se demora injustificada, deve incidir juros moratórios (RE 589513-ED)
Na hipótese de litisconsórcio cada autor terá seu crédito considerado individualmente (Resoluções
373 e 399 do CJF). Também é possível o fracionamento para pagamento da parte incontroversa, a
ser pago conforme valor global da execução (AI 798495-AgR)
O art. 33 do ADCT (originário da CF) autorizou o parcelamento, em até oito anos do valor dos
precatórios judiciais pendentes de pagamento na data da promulgação da CF. (O dispositivo foi
várias vezes questionado, mas o STF declarou constitucional, por considerar manifestação do
constituinte originário) – RE 161170/SP, RE148266/SP.
De acordo com o art. 78 do ADCT (redação da EC 30/2000) os precatórios pendentes de
pagamento na data de promulgação da Emenda 30 (13/09/2000) e os que decorram de ações
ajuizadas até 31/12/1999, serão liquidados pelo seu valor real , em moeda corrente, acrescido de
juros legais, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de dez anos.
O prazo de parcelamento fica reduzido para dois anos nos casos de precatórios originários de
desapropriação de imóvel residencial do credor, desde que seja seu único imóvel à época da
imissão na posse.
Não estão sujeitos ao parcelamento os créditos de natureza alimentícia, os de pequeno valor, os
que já tiveram recursos liberados, os já depositados e os anteriormente parcelados.
Entretanto, o STF deferiu, em 2010, cautelar para suspender a eficácia do art. 2º da EC 30, que
introduziu o art. 78 no ADCT - por violação ao direito adquirido, ato jur. perfeito, coisa julgada; ter
atendado contra a independência do Poder Judiciário – poder de julgar e fazer cumprir suas
decisões – e separação dos poderes (ADI 2356 MC / DF).
As prestações anuais que não forem liquidadas até o final do exercício a que se referem terão
poder liberatório dos tributos da entidade devedora. Obs.: Segundo entendimento da doutrina e
jurisprudência, a compensação tem que ocorrer em relação aos tributos da mesma entidade
pública devedora, bem como ter previsão legal.
Sequestro de rendas: previsto para o caso de direito de precedência. A não-inclusão no orçamento
da verba necessária à satisfação de precatórios judiciais e o pagamento a menor, sem a devida
atualização ou fora do prazo legal, não se equiparam a preterição do direito de precedência.
Somente neste caso é possível a decretação do sequestro. (ADI 1662/SP)
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Intervenção federal: no caso de atraso ou suspensão do pagamento de precatórios, pode
caracterizar-se o descumprimento de uma ordem judicial, dando ensejo a eventual intervenção,
que dependerá de requisição do STF, STJ ou TSE. Mas o descumprimento precisa ser voluntário e
intencional (não o é por insuficiência de recursos, que não justifica a IF) (IF 1917-AgR). Além disso,
o descumprimento pode configurar crime de responsabilidade (inc. VII do art. 85 da CF).
A Lei nº. 11033/2004 exigiu a apresentação de certidões negativas para levantamento dos valores
depositados a título de precatório. Tanto o STF (Pleno – ADI 3453) quanto o STJ (1a turma -
Zavascki) entenderam pela inconstitucionalidade do artigo 19 desta lei. (Motivo: violação ao
contraditório prévio, ao devido processo legal e à segurança jurídica, pois a exigência somente era
feita no momento do pagamento).
A Emenda Constitucional no. 62/2009 trouxe profundas alterações no sistema constitucional dos
precatórios, como a inclusão do art. 97 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
dispondo que até que seja editada a lei complementar de que trata §15 do art. 100 da Constituição
Federal (acima exposto), os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, na data de publicação
desta Emenda Constitucional, estejam em mora na quitação de precatórios vencidos, relativos às
suas administrações direta e indireta, inclusive os emitidos durante o período de vigência do regime
especial instituído por este artigo, farão esses pagamentos de acordo com as normas a seguir
estabelecidas, sendo inaplicável o disposto no art. 100 desta Constituição Federal, exceto em seus
§§ 2º, 3º, 9º, 10, 11, 12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juízos conciliatórios já formalizados
na data de promulgação desta Emenda Constitucional.
Obs.: Conforme se verá abaixo, a sistemática adotada pela EC 62 foi, em grande medida, reputada
inconstitucional pelo STF. Ver a modulação dos efeitos da decisão proferida na ADIs 4357 e 4425.
Denominada por alguns "emenda do calote", há de se dizer que, contra ela, a Ordem dos
Advogados do Brasil - OAB, em 15.12.2009, ajuizou ação direta de inconstitucionalidade (Adin
4357), sobretudo alegando que os leilões de deságio desqualificam as decisões do Poder Judiciário,
prejudicam o direito adquirido e apequenam a coisa julgada.
Para sintetizar o julgamento das referidas ADIs, transcrevo abaixo notícia veiculada no site
www.migalhas.com.br, ante a forma didática na exposição do resultado do julgamento:
Nos termos do voto do relator, ministro Ayres Britto, os dois modelos especiais para
pagamento de precatórios afrontam a ideia central do Estado democrático direito, violam
as garantias do livre e eficaz acesso ao Poder Judiciário, do devido processo legal e da
duração razoável do processo, além de afrontarem a autoridades das decisões judiciais, ao
prolongar, compulsoriamente, o cumprimento de sentenças judiciais com trânsito em
julgado.
Em março de 2015 o STF julgou o tema, modulando os efeitos da sua decisão, conforme notícia veiculada
no site www.migalhas.com.br.
Na sessão plenária desta quarta-feira, 25, o plenário do STF concluiu a modulação dos
efeitos da decisão que declarou parcialmente inconstitucional o regime especial de
pagamento de precatórios estabelecido pela EC 62/09. Por maioria, os ministros
concordaram com a proposta de modulação apresentada pelos ministros Barroso e Fux,
que compilou as sugestões e divergências apresentadas em votos já proferidos.
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2.Conferir eficácia prospectiva à declaração de inconstitucionalidade dos seguintes
aspectos da ADIn, fixando como marco inicial a data de conclusão do julgamento da
presente questão de ordem (25/3/15) e mantendo-se válidos os precatórios expedidos ou
pagos até esta data, a saber:
4.Durante o período fixado no item 1 acima, ficam mantidas (i) a vinculação de percentuais
mínimos da receita corrente líquida ao pagamento dos precatórios (art.97, § 10, do ADCT) e
(ii) as sanções para o caso de não liberação tempestiva dos recursos destinados ao
pagamento de precatórios (art. 97, §10, do ADCT).
No caso da compensação de precatórios vencidos com a dívida ativa, a decisão não tem
aplicação imediata, uma vez que o plenário delegou ao CNJ a regulamentação do tema,
com a apresentação ao STF de uma proposta normativa. Também caberá aoCNJ, nos
mesmos termos, a regulamentação do uso compulsório de 50% dos depósitos judiciais
tributários no pagamento de precatórios.
O ministro Marco Aurélio ficou vencido na modulação. Ele entendeu que a Corte não
deveria avançar na modulação da forma como fez. Citou, como já o fez outrora, a metáfora
do bumerangue: um instrumento que o STF lança no meio jurídico, mas que pode voltar-se
contra ele próprio.
"O Supremo age unicamente como legislador negativo. Jamais, por melhor que seja a
intenção, como legislador positivo."
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A ministra Rosa Weber ficou vencida em menor extensão, pois modulava a decisão apenas
para que a eficácia se desse a partir do julgamento público.
Súmula Vinculante nº 17: Durante o período previsto no §1º do art. 100 da Constituição,
não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.
Súmula 655: A exceção prevista no art. 100, caput, da Constituição, em favor dos créditos
de natureza alimentícia, não dispensa a expedição de precatórios, limitando-se a isentá-la
da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de
outra natureza.
Súmula 733: Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento
de precatórios (justificativa: atividade de expedição de precatório não possui caráter
jurisdicional).
3.2.2.2 STJ
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Súmula 279: É cabível execução por título extrajudicial contra a Fazenda Pública.
Súmula 406: A fazenda pública pode recusar a substituição do bem penhorado por
precatórios.
Receita pública é o ingresso de dinheiro aos cofres públicos do Estado para atendimento de suas
finalidades. É, portanto, ingresso de numerário aos cofres públicos que servirá como fonte para fazer face
às despesas públicas.
O conceito de receita não se confunde com o de entrada/ingresso, pois todo ingresso de dinheiro
aos cofres públicos caracteriza uma entrada, mas nem todo ingresso corresponde a uma receita
pública.
Receita entra no patrimônio sem ressalva; ingresso público é aquele recurso que poderá ser
devolvido ao particular (entrada condicionada).
Enquanto o ingresso é marcado pela noção de provisoriedade, a receita pública atrela-se ao
contexto de definitividade.
INGRESSO: todas as entradas, mesmo quando geram lançamento no passivo
RECEITA: apenas os ingressos que não geram lançamento no passivo.
Exemplos de ingresso: caução, fiança, antecipação de Receita Orçamentária (ARO), consignações,
empréstimos compulsórios.
Salienta Aliomar Baleeiro, porém, que a Lei 4320/64 não perfilhou a conceituação doutrinária de
receita pública, ditada por financistas. A lei não elege como requisito indispensável à configuração
da receita pública o ingresso de dinheiro sem contrapartida no passivo nem o acréscimo
patrimonial da entidade política. Adotou-se o conceito de receita pública em sentido amplo
(sinônimo de ingresso público).
Por força do princípio da unidade de tesouraria, previsto no art. 56, todo ingresso de dinheiro deve
ser centralizado no tesouro público e contabilizado ou como receita corrente ou como receita de
capital.
4.1.2 Classificação
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4.1.2.2 Quanto ao sentido
RECEITAS EM SENTIDO AMPLO: sinônimo de ingresso público. Toda entrada de recursos nos cofres
públicos, independente de haver lançamento no passivo ou não; RECEITAS EM SENTIDO ESTRITO: aquelas
que não deverão ser devolvidas ou entregues a qualquer pessoa posteriormente, visto que o Estado a
converte em bens ou serviços. Para o Direito Financeiro, apenas esses ingressos definitivos é que devem
ser considerados receita.
RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS – compõem a lei orçamentária, tal como a advinda da cobrança de tributos,
exploração do patrimônio do Estado etc; RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS– são aquelas que têm, em
contrapartida, um passivo exigível que será resgatado quando da realização da correspondente despesa
extraorçamentária. Daí que não podem ser consideradas pelo Estado para realizar os seus gastos
orçamentários. São, na verdade, meros movimentos de caixa.
Segundo a Lei 4320/64, de acordo com as categorias econômicas, as receitas podem ser: RECEITAS
CORRENTES: São resultantes da atividade própria da administração (Estado como agente arrecadador e
agente econômico). Não acrescente o patrimônio público, pois são arrecadadas e logo convertidas em
bens ou serviços, apenas para manter a máquina pública: Desdobram-se nas seguintes receitas: Receita
tributária ( tributos: impostos, taxas e contribuição de melhoria); Receita de contribuições; Receita
patrimonial (exploração dos bens/patrimônio próprio dos Estados); Receita agropecuária; Receita
industrial; - Receita de serviços; Transferências correntes: receitas recebidas de outro ente (transferência),
quando destinadas ao pagamento de despesa corrente. - Outras Receitas correntes: recebidas a título de
multas em geral, juros de mora, indenizações, valores inscritos em Dívida Ativa, royalties. RECEITAS DE
CAPITAL: aquelas advindas de uma operação em que o patrimônio gera patrimônio, ou seja, em que haja
aumento do patrimônio do Estado. Podem ser: operações de crédito (assunção de dívidas); alienação de
bens; amortização de empréstimos; transferência de capital: receitas recebidas por transferência de outro
ente para pagamento de despesa de capital; superávit do orçamento corrente.
RECEITA ORIGINÁRIA:é aquela que advém da exploração, pelo Estado, da atividade econômica. Resulta da
exploração do patrimônio do Estado. Isto é, são aquelas que resultam da atuação do Estado, sob o regime
de direito privado, na exploração da atividade econômica. Há bilateralidade na relação. Exemplos:
alienações, fianças, indenizações, doações, legados, preços públicos ou tarifa etc. Dividem-se em receitas
patrimoniais e industriais; RECEITAS DERIVADAS: São extraídas do patrimônio dos particulares para o
Estado, em razão do seu poder de império. São os tributos, as penas pecuniárias, as multas aplicadas por
autoridades administrativas ou judiciais, o confisco e as reparações de guerra. O Estado, em virtude do seu
poder de autoridade, pode retirar dos súditos parcelas de suas riquezas para a consecução dos seus fins,
visando ao bem-estar geral.
* Há quem ainda aponte uma terceira modalidade, quanto à origem: RECEITAS TRANSFERIDAS: aquelas
obtidas pela transferência constitucional de tributos a Estados e Municípios. Podem ser: Receita
transferida obrigatória(A receita transferida obrigatória é aquela que, nada obstante advinda do
patrimônio do particular a título de tributo, não é arrecadada pela entidade que vai utilizá-la); Receita
transferida voluntária: As receitas transferidas voluntárias têm assento na Lei de Responsabilidade Fiscal
(LC nº101/2000), nos artigos 25 a 28, valendo destacar o caput do art.25 que a conceitua como ‘a entrega
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de recursos correntes ou de capital a outro ente da federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência
financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de
Saúde”.
Atenção. Não confundir transferência voluntária com empréstimo . Isso porque o ente beneficiário não terá
que devolver o dinheiro ao ente político que lhe entregou.
Ainda, no ponto, vale destacar a proibição de repasse de recursos de convênios federais para os Estados e
Municípios inadimplentes com o Governo federal, prevista no art. 25, §1º da LRF. Exceções a essa regra,
são previstas na LRF e na lei do CADIN - Lei n. 10.522/2002. Se as transferências de recursos federais
tiverem por objeto (finalidade) a realização de ações de educação, saúde, assistência social ou outras
ações sociais, bem como ações em faixa de fronteira, será permitido o repasse dos valores mesmo que o
Estado ou Município esteja figurando no CAUC. O STJ entendeu que a pavimentação e drenagem de vias
públicas não pode ser enquadrada no conceito de ação social previsto no art. 26 da Lei n. 10.522/2002.
(Info 556)
O que é o CAUC? CAUC é a sigla de Cadastro Único de Exigências para Transferências Voluntárias. O CAUC
é um instrumento de consulta, por meio do qual se pode verificar se os Estados-membros ou Municípios
estão com débitos ou outras pendências perante o Governo federal e é alimentado com as informações
constantes em bancos de dados como o SIAFI e o CADIN. À União cabe a inscrição e retirada no sistema e,
antes de inscrever, deve ser garantida ampla defesa ao ente. Em caso de conflito envolvendo União (ou
suas entidades) contra Estado-membro (ou suas entidades), a demanda judicial é de competência do STF
em razão da magnitude do tema discutido, pois pode gerar conflito federativo. (Info 799)
Por fim, cabe destacar a compensação financeira assegurada aos Estados, DF e Municípios, nos termos do
art. 20, §1º da CF – que para a União, por ser a titular dos recursos naturais, é receita corrente, na
modalidade de receita patrimonial e para os E, DF e M, tem caráter contraprestacional e é recebida como
“outras receitas correntes”, conforme art. 11, §1º da L4320.
Toda receita que ingressa nos cofres públicos necessita ser lançada ou contabilizada. Os estágios da receita
são: previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento. Ocorre que, em tese, haveria 2 formas para esse
lançamento ser realizado: a) quando fosse prevista a sua realização (regime de competência); b) quando,
de fato, houvesse o ingresso do recurso (regime de caixa). O legislador preferiu a segunda hipótese.
Assim, o regime contábil de lançamento da receita é chamado regime de caixa.
Quando o critério de análise é o exercício financeiro, tem-se que as receitas lançadas, embora não
arrecadadas, pertencem ao exercício, figurando, quando não recebidas, como dívida ativa.
5 Ponto 5 - Dívida ativa da União de natureza tributária e não tributária. Crédito público.
Conceito. Dívida pública: conceito.
5.1 Dívida ativa da União de natureza tributária e não tributária
O que define determinado crédito como dívida ativa é a atribuição, mediante lei, de cobrança às
pessoas descritas no Art.1º, caput, da Lei n. 6.830/80, independentemente de sua origem e não
importando sua natureza pública ou privada em si. Neste sentido, a jurisprudência majoritária do
STJ (entendimento adotado, inclusive, em sede de julgamento de recurso repetitivo), seguida pelo
TRF1, afirma constituir dívida ativa créditos originários de operações financeiras, posteriormente
cedidos à União por força de lei (Por força de medida provisória, o Banco do Brasil cedeu créditos
rurais hipotecários à União, que passaram a integrar a dívida ativa).
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Outro aspecto relevante é a composição do valor que constitui a dívida ativa, que abrange, segundo
a dicção legal atualização monetária, juros, multa de mora e demais encargos previstos em lei ou
contrato.
Por fim, cumpre destacar que há doutrina minoritária que sustenta que, de todos os entes
componentes da Administração Indireta, somente as autarquias possuem a prerrogativa da dívida
ativa, com o conseqüente privilégio de constituir unilateralmente seus créditos. A posição
majoritária, entretanto, confere interpretação extensiva ao texto legal, entendendo que todas as
pessoas que integram o conceito de Fazenda Pública estão albergadas pela disciplina legal.
Convém destacar que as decisões do TCU que imputem débito, por força de norma constitucional,
possuem força de título executivo, sendo assim dispensada a inscrição em dívida ativa.
Por fim, ressalte-se que segundo o STJ, não se aplica os termos do CTN na cobrança de dívida não-
tributária, de forma que não é possível, por exemplo, o redireccionamento da execução fiscal com
base no art. 135 do CTN (Súm. 353/STJ).
5.1.1 Inscrição e Certidão da Dívida Ativa
O ato de inscrição é aquele através do qual o crédito da Fazenda Pública ganha eficácia executiva. É,
ainda, ato de controle administrativo de legalidade, realizado pelo órgão competente para a
apuração de liquidez e certeza do crédito público. O crédito público, após devidamente constituído,
é inscrito no Registro da Dívida Ativa, passando a ostentar eficácia executiva. Apesar de não se
confundirem, lançamento e inscrição são conceitos intimamente relacionados quando se trata de
dívida ativa tributária. O primeiro é constitutivo, dando ao crédito existência material; o segundo é
ato integrativo de eficácia, em que se apuram os requisitos para a criação do título executivo que
embasará a execução judicial do crédito tributário.
A Dívida Ativa regularmente inscrita goza de presunção de certeza e liquidez, presunção esta que é
júris tantum. A certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos elementos do Termo de Inscrição e será
autenticada pela autoridade competente.
A CDA é o título que embasa a execução fiscal. Existe a peculiaridade de ser possível, até a decisão
de primeira instância, a substituição ou emenda da Certidão de Dívida Ativa, assegurada ao
executado a devolução do prazo para embargos. Cumpre destacar, entretanto, que essa
possibilidade somente poderá acontecer quando se tratar de erro material ou formal. Quando
houve mudança do executado, necessária uma nova execução fiscal. STJ súmula 392: A Fazenda
Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos,
quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo
da execução.
5.2 Crédito Público. Conceito.
O crédito público pode ser visto sob dois enfoques: econômico, leva em consideração a
solvabilidade e o elemento fidúcia, que influem na capacidade de o Estado obter recursos através
de empréstimos; e jurídico, aponta que crédito público é a própria obtenção de recursos
financeiros por parte do Estado.
Existe divergência acerca de o crédito público configurar ou não receita pública. Aliomar Baleeiro
não vê o crédito público como capaz de compor o elenco regular de receitas públicas correntes;
quando muito, entende-o como uma receita impropriamente dita. A essência de seu entendimento
está no fato de que os empréstimos representados pelos créditos públicos seriam meras entradas
de caixa, uma vez que a cada soma representativa pelo ingresso, no ativo, deve corresponder um
outro lançamento, no passivo, para contrabalancear a operação. É a posição majoritária.
Crédito público é empréstimo obtido pelo poder público – tal e qual ocorre com a iniciativa
privada, também os Governos podem firmar contratos para obtenção de recursos que, no caso, são
tomados mediante empréstimo. Assim, o crédito público é estabelecido através de um instrumento
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contratual, fundado em um pressuposto no aspecto de confiança e certeza que o Estado possui e
transmite para poder contrair dívidas.
O professor Alexandre Henrique Salema Ferreira afirma que há 3 posições acerca da natureza
jurídica do crédito público: ato de soberania, decorrente da autodeterminação e de auto-obrigação
do Estado; operação resultante de um ato legislativo, e não contratual, restando ao mutuante a
possibilidade de aderir ou não; e trata-se de um contrato sujeito ao regime público.
5.3 Dívida Pública. Conceito.
Afirma-se que dívida pública é toda a dívida contraída pelo Estado a fim de obter recursos financeiros
necessários ao cumprimento de seus objetivos. A dívida pública brasileira, assim, encontra-se apresentada
em contratos firmados e no lançamento de títulos da dívida pública, dentre os quais se destacam Bônus do
Tesouro Nacional, Obrigações do Tesouro Nacional, Letra Financeira do Tesouro Nacional, Nota do Banco
Central e Letra do Tesouro Nacional. Conforme Eugênio Rosa de Araújo, trata-se de ato de natureza
contratual, embora fortemente disciplinado pelo Direito Público.
PRINCÍPIOS INCIDENTES SOBRE A DÍVIDA PÚBLICA - Régis Fernandes de Oliveira, em seu Curso de Direito
Financeiro, aponta princípios incidentes sobre o débito público, quais sejam:
Pacta sunt servanda – O contrato enquanto tal vincula as partes componentes e deve ser
cumprido;
Cláusula rebus sic stantibus – Ocorrendo bruscas transformações na situação fática que se
verificava à época da assinatura do contrato, modificação esta que torne difícil ou impossível o
cumprimento do que foi pactuado, deve haver reformulação do teor do contrato;
Princípio da boa-fé;
Princípio do beneficium competentiae – não redução do devedor ao estado de necessidade;
Princípio do favor debitoris – a parte mais fraca deve ser tutelada, de modo a tornar mais suave o
cumprimento das obrigações;
Impossibilidade de alteração unilateral das cláusulas.
5.4 Dívida Pública Consolidada. Dívida Pública Flutuante. Dívida Pública Mobiliária.
Dívida consolidada é o montante total das obrigações financeiras assumidas em virtude da Constituição,
leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito.para amortização em prazo
superior a 12 meses; é a que tem deduzidas as disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os
demais haveres financeiros, nos termos da Resolução nº 43/2001; A dívida pública flutuante é a assumida
para pagamento no mesmo exercício. Por fim, dívida pública mobiliária é a decorrente de títulos emitidos
pelos entes federados.
A Lei de Responsabilidade Fiscal promoveu algumas alterações neste panorama.
Primeiro, estabeleceu que a dívida relativa à emissão de títulos de responsabilidade do Banco
Central do Brasil integra a dívida mobiliária da União. (art. 29,inc. II, da LRF)
Instituiu também uma ampliação do conceito de dívida pública consolidada, aí incluindo as
operações de crédito para amortização em prazo inferior a 12 meses, desde que incluídas no
orçamento.
5.5 Limites da Dívida Pública
O atual panorama brasileiro possui específica regulamentação dos limites da dívida pública, tendo
em vista a busca de um aperfeiçoamento cada vez maior da eficiência da gestão estatal.
Inicialmente, convém afirmar que um ente público somente pode assumir um débito público
mediante específica autorização legislativa e após prévia previsão orçamentária. Além disso, devem
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ser obedecidas as Resoluções do Senado Federal, que é órgão encarregado de autorizar e fiscalizar
as obrigações financeiras dos entes públicos.
Atualmente não há qualquer limite de endividamento para a União, seja em relação à dívida
consolidada, seja quanto à dívida mobiliária.O regramento existente – e consolidado na redação
atual da Resolução do Senado Federal 43/2001 – apenas atinge os Estados, Distrito Federal e
Municípios. (Tathiane Piscitelli. Direito Financeiro Esquematizado, 2ª Edição, fl. 142).
Neste tocante, o Senado Federal editou algumas resoluções, dentre as quais se destacam a
resolução 40/2001, Resolução 43/2001 e Resolução 48/2007. Resolução 40/2001 estabeleceu que
a dívida consolidada líquida dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a partir do décimo
quinto exercício financeiro, contado de 2001, não poderá exceder, no caso de Estados e Distrito
Federal, a duas vezes o valor da receita corrente líquida, e no caso dos Municípios, um inteiro e dois
décimos da receita corrente líquida. Durante o período de transição, os valores excedentes deverão
ser reduzidos à razão de 1/15 avos a cada exercício financeiro. Os prazos estabelecidos foram
suspensos, nos termos da Resolução 20/2003, que dispensou do cumprimento da obrigatoriedade
dos limites no período de janeiro de 2003 a 30 de abril de 2005. Esta resolução dispõe ainda sobre
os limites da dívida mobiliária dos Estados, DF e Municípios, afirmando que, para Estados e
Municípios, a dívida mobiliária não pode ultrapassar o valor correspondente a duas vezes a receita
corrente líquida, e para os Municípios, não pode exceder um inteiro e dois décimos; A Resolução
43/2001 estabelece os critérios para a contratação de operações financeiras externas por parte dos
entes públicos; A Resolução 48/2007 estabelece os limites globais e as condições para operações
de crédito interno e externo da União. Pelo art. 7º desta Resolução, o valor global das operações
não poderá ser superior a 60% da receita corrente líquida. O art. 8º proíbe que os contratos
financeiros contenham cláusula: a) de natureza política; b) atentatória à soberania nacional; c)
contrária à Constituição e às leis brasileiras; d) que implique compensação automática de débitos e
créditos.
Por fim, por força do art. 35 da LRF, ficam proibidas as operações de crédito entre os entes da
Federação.
5.6 Penhora sobre Títulos da Dívida Pública.
Como tais títulos são expedidos pelo próprio Estado, tem sido admitido o oferecimento de tais
documentos a título de penhora, a fim de o juízo em sede de execução fiscal. Ocorre que a
expedição de títulos da dívida pública é praticada adotada pelo Estado brasileiro há muito tempo,
de modo que, muitos títulos ainda não resgatados apresentam sérias dúvidas acerca de suas
liquidez e certeza. A sucessão de planos econômicos, as incontáveis substituições da moeda
corrente nacional e outras circunstâncias conjunturais contribuem decisivamente para o
agravamento do caso.
Em casos tais, tem entendido o STJ ser legítima a recusa à penhora sobre tais títulos, notadamente
os que não possuem cotação em Bolsa de Valores, tendo em vista o possível comprometimento da
execução.
6 Ponto 6 - O Sistema Tributário Nacional. Limitações constitucionais ao poder de tributar. A
repartição de competências na federação brasileira. Delegação de arrecadação.
Discriminação constitucional das rendas tributárias. Legislação sobre o Sistema Tributário
Brasileiro. Definição de tributo. Espécies de tributos.
Conceito: Sistema é a “reunião ordenada de várias partes que formam um todo, de tal sorte que elas se
sustentam mutuamente e as últimas explicam-se pelas primeiras. As que dão razão às outras chamam-se
princípios, e o sistema é tanto mais perfeito quanto em menor número existam”(Carraza). Assim, STN é o
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conjunto de normas constitucionais e infraconstitucionais que disciplinam a atividade tributante. Resulta
da conjugação de 3 planos normativos: a CF (normas estruturantes do STN; a classificação dos tributos;
repartição de competências; e limitações ao poder de tributar), a lei complementar (veiculadora de normas
gerais em matéria tributária como o CTN), e a lei ordinária (instrumento de instituição de tributos por
excelência). As normas infralegais tratam de regulamentação. OBS: No Brasil, diferente da maioria dos
países, é a CF (analítica) que aponta as regras-matrizes de incidência tributária.
6.2.1 Princípios
a) Princípio da legalidade: a criação e majoração de tributos só pode ser feita por lei. A lei deve descrever
determinada situação (aspecto material) no tempo e no espaço (aspectos temporal e espacial), que, uma
vez ocorrida, gerará o dever para determinada pessoa (aspecto pessoal) de entregar ao Estado certa
quantia (aspecto quantitativo) a título de tributo. Previsão na Carta Magna Lhibertatis (1215), impôs a
necessidade de aprovação prévia dos súditos para a cobrança dos tributos, “no taxation whithout
representation”.
Exceção: para a majoração de alíquotas: II, IE, IOF, IPI (alíquotas fixadas por decreto, dentro dos limites
fixados em lei), CIDE-combustíveis (o Poder Executivo pode reduzir e restabelecer as alíquotas – art. 177, §
4º, I, b, da CF/88) e ICMS monofásico sobre combustíveis (alíquotas fixadas por convênio celebrado entre
Estados e DF – CONFAZ – art. 155, § 4º, IV, da CF) ; prazo para recolhimento previsto em ato normativo
infralegal (Sum 669, STF); obrigações acessórias e atualização monetária da base de cálculo (STF e CTN, art.
97, § 2º). Em relação a esta última, tanto o STF e STJ entendem ser possível a fixação de índice local para a
correção monetária, o qual somente teria como limite o índice oficial de correção monetária. Neste
sentido, Sumula 160 do STJ (“É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual
superior ao índice oficial de correção monetária”).
- Legalidade e delegação legislativa: nada impede a utilização de lei delegada em matéria tributária.
Contudo, a grande liberdade na edição de medidas provisórias acaba inutilizando o instrumento.
- Legalidade e regulamentos: STF: “os decretos regulamentadores, ao tratarem da atividade econômica
preponderante e do grau de risco acidentário, delimitaram conceitos necessários à aplicação concreta da
Lei 8.212/91, não exorbitando o poder regulamentar conferido pela norma ... (STF, RE 343.446-2/SC, j.
20.3.2003). Assim é possível que o legislador atribua ao regulamento a incumbência de complementar
conceitos jurídicos indeterminados, sem que com isto se fira o princípio da legalidade.
Roque Carraza afirma que no Brasil se aplica o PRINCÍPIO DA REFERENDA, no que tange aos regulamentos
expedidos pelo executivo, com fundamento no art. 87, parágrafo único, inciso I, da CF, que afirma que os
Ministros de Estado devem "referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República".
- Legalidade e medida provisória: a EC 32/2001 veio constitucionalizar a medida provisória como meio
adequado para criar ou aumentar IMPOSTOS (segundo a literalidade da CF). No entanto, antes mesmo da
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EC, o STF entendia ser a MP veículo normativo hábil a criar ou majorar tributos. Restrição: regulação dos
conteúdos cuja disciplina esteja reservada à lei complementar (art. 62, § 1º, CF).
b) Princípio da isonomia (art. 150, II, CF): “princípio da proibição de privilégios odiosos”. Veda o
tratamento tributário diferenciado para pessoas que estão na mesma condição. Não há exceções
constitucionais a este princípio. A isonomia possui acepção horizontal e vertical. A horizontal refere-se às
pessoas que estão na mesma situação e que devem ser tratadas da mesma forma. A vertical refere-se às
pessoas que se encontram em situações distintas e que, por isso, devem ser tratadas de maneira
diferenciada na medida em que se diferenciam.
As contribuições sociais previstas no inciso I do caput do art. 195 poderão ter alíquotas ou
bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de
mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
c) Princípio da irretroatividade (art. 150, III, a, CF): A nova lei só alcança fatos geradores futuros.
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eventos que devem ser considerados de maneira global, dentro de um determinado período de tempo
legalmente definido (Ex: IR e CSLL).
- Irretroatividade e CSLL: “se o fato gerador relativo à contribuição social reputa-se ocorrido em 31 de
dezembro, conforme a orientação do STF, a lei que esteja em vigor nessa data é aplicável imediatamente ...
(AI – AgR-ED 333.209/PR – Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 02.03.2007).
- Irretroatividade e IR: FG pode ser composto pela soma de fatos isolados, valorados num período de
tempo, de tal sorte que só se aperfeiçoe tal FG com a implementação do último fato isolado, como no IR, o
FG periódico (complexivo). SÚMULA Nº 584 do STF: Ao Imposto de Renda calculado sobre os rendimentos
do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. Tal
súmula parece desprezar tanto a anterioridade quanto a irretroatividade. A súmula é bastante constestada
pela doutrina. Em setembro/14 o STF concluiu o julgamento do RE 183.130 e embora tenha se mantido
válida a Súmula 584, entendeu-se “não ser legítima a aplicação retroativa da Lei que majorou a alíquota
incidente sobre o lucro proveniente de operações incentivadas ocorridas no passado, ainda que no mesmo
exercício. Relativamente a elas, a legislação havia conferido tratamento fiscal destacado e mais favorável,
justamente para incrementar a sua exportação. A evidente função extrafiscal da tributação das referidas
operações afasta a aplicação, em relação a elas, da Súmula 584/STF. (RE 183130, Pleno, 25/09/2014).
Pendente de julgamento o RE 592.396 (Repercussão Geral), onde se discute a possibilidade de “aplicação
de lei que majorou alíquota do imposto de renda sobre fatos ocorridos no mesmo ano em que publicada,
para pagamento do tributo com relação ao exercício seguinte” Vale registrar que, no âmbito do STJ,
existem precedentes afirmando a inaplicabilidade da referida Súmula (entre outros, AgRg no Ag 1363478, j.
15/03/2011) - “Inaplicável o verbete sumular 584 do STF, erigido à luz da legislação anterior à atual Carta
Magna, vigendo, desde então, os princípios da anterioridade e da irretroatividade da lei tributária.
Precedentes do STJ: REsp 222.338/RS” Exceção ao princípio (art. 106 do CTN): A lei aplica-se a ato ou fato
pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de
penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a)
quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência
de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento
de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua
prática.
d) Princípio da anterioridade: É vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Diz respeito à publicação, não à vigência da lei. Não se aplica
quando benéfica ao contribuinte. Há duas modalidades: anterioridade de exercício e anterioridade
nonagesimal (ou mitigada). Na primeira, exige-se que a lei que institua ou aumente o tributo tenha sido
publicada no exercício anterior. Na segunda, exige-se o decurso de um prazo de 90 dias, contados da data
em que haja sido publicada a lei que instituiu ou aumentou o tributo. (SV 50, STF) “Norma legal que altera
o prazo de recolhimento da obrigação tributária NÃO se sujeita ao princípio da anterioridade”.
- Anterioridade de exercício: II, IE, IPI, IOF, CIDE-combustíveis e ICMS monofásico sobre combustíveis
(ambos no que tange apenas ao restabelecimento da alíquota), EC para custear guerra ou calamidade (não
inclui “investimento público”), IE de guerra, e contribuições para o financiamento da Seguridade Social.
- Anterioridade nonagesimal: II, IE, IOF, IR, EC para custear guerra ou calamidade (não inclui “investimento
público”), IE de guerra, alterações da base de cálculo do IPVA e IPTU.
a) Anterioridade e MP: MP que implique instituição ou majoração de impostos, exceto o II, IE, IPI, IOF
e o IE de guerra só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em
lei até o último dia daquele em que foi editada. Não se aplica tal regra a outros tributos, só
impostos.
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b) O prazo de 90 dias da anterioridade nonagesimal, segundo o STF, é contado da data de publicação
da MP, não havendo interrupção sempre que ela for convertida sem alteração substancial. Caso
haja mudança substancial no texto da medida provisória, no momento de sua conversão em lei, o
prazo deve ser contado da publicação da lei de conversão (RE 169.740).
c) Ainda sobre MP, caso seja rejeitada ou perca a eficácia por decurso de prazo (120 dias), o tributo
(ou a majoração) deixa imediatamente de ser cobrado, cabendo ao Congresso Nacional disciplinar
por decreto legislativo as relações jurídicas geradas (CF, art. 62, § 3º).
d) Para o STF, a modificação do prazo para pagamento é exigível de imediato, pois não é aumento (RE
AgR 274.949, 1ª Turma, j. 13.11.2001). Mesmo raciocínio no que tange à atualização monetária do
valor do tributo ou da sua base de cálculo (RE-AgR 200.844/PR, 2ª Turma, j. 25.06.2002)
e) Para o STF, o princípio em tela é cláusula pétrea.
f) Revogação de isenção e anterioridade: Tema polêmico. Art. 104, III, CTN: lei que extinga ou reduza
isenção relativa a imposto sobre o patrimônio ou a renda entra em vigor apenas no exercício
seguinte. A revogação de benefício fiscal deverá obedecer ao princípio da anterioridade tributária?
• SIM. O ato normativo que revoga um benefício fiscal anteriormente concedido configura
aumento indireto do tributo e, portanto, está sujeito ao princípio da anterioridade tributária. (1ª
Turma. RE 564225 AgR/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/9/2014 (Info 757) Vencidos os
min. Toffoli e Weber. Para eles, a revogação de benefício fiscal não configura aumento de imposto,
portanto, não precisaria respeitar o princípio da anterioridade. • NÃO. A revisão ou revogação de
benefício fiscal, por se tratar de questão vinculada à política econômica, que pode ser revista pelo
Estado a qualquer momento, não está adstrita à observância das regras de anterioridade tributária.
(2ª Turma. RE 617389 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 08/05/2012). Questão
pendente de decisão pelo Pleno.
e) Princípio do não-confisco: veda a exigência de tributos que tenham caráter confiscatório, sendo tal
termo de difícil definição. Porém, pode adotar-se a definição de confisco como sendo a exigência tributária
que inviabiliza a existência ou o desenvolvimento das pessoas jurídicas, ou que priva as pessoas físicas de
suas necessidades básicas. Ligado ao direito de propriedade e à capacidade contributiva. Por isso o STF já
decidiu que o caráter de confisco deve ser avaliado não apenas em função de um determinado tributo,
isoladamente, e sim tendo em conta a totalidade da carga tributária suportada (todos os tributos que ele
deverá pagar, dentro de determinado período, à mesma pessoa política que os houver instituído) Também
se aplica para tributos extrafiscais e para multas. - Pena de perdimento e confisco: a pena de perdimento de
bens foi recepcionada pela CF (art. 5º, XLVI, b), razão pela qual nada impede que, em casos de
comprovação de graves infrações tributárias, a legislação específica preveja o perdimento como punição.
Neste sentido, STF; - Taxas e principio do não- confisco: A taxa tem caráter contraprestacional. A
verificação do caráter confiscatório é feita comparando o custo da atividade com o valor cobrado a título
de taxa (STF, ADI-MC-QO 2.551/MG, j. 02.04.2003). - Multas e princípio do não-confisco: aplica-se o
princípio em relação às multas (ADI 551).
f) Princípio da liberdade de tráfego (inciso V do art. 150 da CF): O trânsito de pessoas e mercadorias não
pode ser restringido por meio da imposição de tributos. A regra possui exceções: a) ICMS interestadual; b)
pedágio- A ressalva feita ao pedágio no dispositivo constitucional parece indicar que, para o constituinte, o
pedágio se afigura como tributo. O STF entende que o pedágio-tributo tem natureza de taxa de serviço (RE
181.475-6). Entretanto, é cediço que o pedágio tem sido cobrado por particulares em regime de
concessão, permissão ou autorização. Nestes casos, terá natureza de tarifa ou preço público.
g) Princípio da uniformidade geográfica (inciso I do art. 151 da CF): a tributação deve ser uniforme em
todo o território geográfico do ente da Federação, mas são permitidos os incentivos para desenvolvimento
regional.
h) Princípio da uniformidade da tributação da renda (inciso II do art. 151 da CF: é vedado à União (…)
“tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem
como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar
para suas obrigações e para seus agentes”).
i) Princípio da vedação às isenções heterônomas (inciso III do art. 151 da CF: é vedado à União (...):
“instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios”). Duas
exceções expressas: - Art. 155, § 2º, XII, e, CF: permite que a União conceda, por meio de lei
complementar, isenção heterônoma do ICMS incidente nas operações com serviços e outros produtos
destinados ao exterior. A partir da EC 42/2003, esta exceção perdeu a utilidade, uma vez que tal emenda
estendeu tal isenção (rectius, imunidade) a todas as operações que destinem bens e serviços para o
exterior. -Art. 156, § 3º, II, CF: permite que a União conceda, por meio de lei complementar, isenção
heterônoma do ISS nas exportações de serviços para o exterior. Exceção implícita (jurisprudência do STF):
possibilidade de tratado internacional conceder isenções de tributos estaduais e municipais. Isto porque o
Presidente da República, quando firma tratados, age como Chefe de Estado, em nome da soberana
República Federativa do Brasil, e não em nome da União. STJ Súm 178 “INSS não goza de isenção de custas
e emolumentos, nas ações acidentárias e de benefícios propostas na Justiça Estadual”.
j) Princípio da não-discriminação tributária em razão da procedência ou do destino dos bens (art. 152,
CF: “É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens
e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Tal como o anterior, decorre do
pacto federativo.
k) Princípio da capacidade contributiva: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. Isso significa que quem pode mais, paga
mais. A maioria dos autores entende que esse princípio só se aplica aos impostos ditos “pessoais” (ex.:
Imposto de Renda, não o ITR). O STF no julgamento do RE 423.768 relativizou essa diferença de impostos
pessoais e reais para fins de incidência do princípio da capacidade contributiva, aduzindo que, esta
tradicional dicotomia deve ceder ante o teor do § 1º do art. 145 da CF. Apesar de o texto constitucional só
determinar a aplicação desse princípio aos impostos, a jurisprudência do STF entende que tal princípio é
extensível às outras espécies tributárias.(“1. Todos os tributos submetem-se ao princípio da capacidade
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contributiva (precedentes), ao menos em relação a um de seus três aspectos (objetivo, subjetivo e
proporcional), independentemente de classificação extraída de critérios puramente econômicos.” - RE
406955 AgR, 2ª Turma, j. 04/10/2011) Tanto na doutrina como na jurisprudência, muito se controverte
sobre a possibilidade de progressividade nas alíquotas de impostos reais. Recentemente, o STF decidiu ser
possível a progressividade da alíquota do ITCMD sem precisar de emenda à constituição para tanto, apesar
do teor da Sum 668: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da emenda
constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento
da função social da propriedade urbana. Com a declaração de inconstitucionalidade da lei municipal, os
contribuintes irão pagar o IPTU com base em qual alíquota? A mínima prevista, de acordo com a
destinação do imóvel. (STF, 2015, INFO, RG).
6.2.2 Imunidades
São normas constitucionais de estrutura que delimitam a competência tributária, impedindo a atuação do
legislador (limitações constitucionais ao poder de tributar).
- Diferenciação de institutos assemelhados.
Não incidência: refere-se a situações em que um fato não é alcançado pela regra da tributação.
Pode ocorrer de três formas: a) o ente tributante, podendo fazer, deixa de definir determinada
situação como hipótese de incidência tributária; b) o ente tributário não dispõe de competência
para definir determinada situação como hipótese de incidência do tributo; c) a própria
Constituição delimita a competência do ente federativo, impedindo-o de definir determinadas
situações como hipóteses de incidência de tributos. As duas primeiras formas configuram não
incidência pura e simples. A última, não incidencia qualificada ou imunidade.
Isenção: dispensa legal de pagamento do tributo. O ente tributante tem competência para
instituir o tributo e, ao fazê-lo, opta por dispensar o pagamento. A isenção opera no âmbito do
exercício da competência, enquanto a imunidade opera no âmbito da própria delimitação de
competência.;
Alíquota zero: o ente tributante tem competência para instituir o tributo – e o faz -, o fato
gerador ocorre no mundo concreto, mas a obrigação tributária dele decorrente, por uma
questão de cálculo, é nula. * AG. REG. (…) inexistência de reserva de lei complementar para
dispor sobre isenção pertinente à Cofins, bem como ausente relação hierárquica entre lei
complementar e lei ordinária (art. 59 da Constituição) porquanto, em matéria tributária, a
reserva de lei complementar é definida em razão da matéria. (STF, 2015).
Imunidade recíproca ou intergovernamental (art. 150, VI, a, CF): é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios instituir impostos (não alcança taxas e contribuições – STF, RE-AgR 378.144/PR e
RE 364.202/RS) sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros (independentemente da finalidade).
A regra é extensiva (imunidade tributária recíproca extensiva) às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público (§ 2º do art. 150), no que se refere ao patrimônio, renda ou serviços
vinculados a suas finalidades essenciais ou delas decorrentes. Trata-se de cláusula pétrea, fundada no
pacto federativo. - Empresas públicas e sociedade de economia mista: quando prestadoras de serviços
públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, são abrangidas pela imunidade recíproca.
Entendimento jurisprudencial sedimentado pelo STF no RE 407.099/RS (ECT) e na AC 1.550-2 (Companhia
de Águas e Esgotos de Rondônia). Pode-se concluir, conforme entendimento de Sasha Calmon Navarro
Coelho, que a Corte, quanto ao alcance da imunidade tributária recíproca, já assentou que não é restrita
aos impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda ou o serviço, senão que alcança todo e qualquer
imposto que possa comprometer o funcionamento do ente imune. SÚMULA Nº 583 do STF: O promitente
comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do IPTU. Quanto às
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obrigações acessórias não estão quaisquer dos imunizados dela exonerados (STF, RE 627051/PE). (…) A
imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a, da Constituição, alcança o IPTU que incidiria sobre os
imóveis de propriedade da ECT e por ela utilizados. (STF, 2015).
Imunidade religiosa: é vedado instituir impostos sobre templos de qualquer culto, regra que abrange
apenas o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as atividades essenciais das entidades.
Fundada na liberdade religiosa. O STF tem uma visão ampla, reconhecendo imunidade de imóveis
alugados, desde que o produto seja revertido em prol das atividades essenciais (STF, RE 325.822/SP). No
caso de ICMS, havia acirrada controvérsia, mas o STF entendeu pela não incidência do imposto nas vendas
de mercadorias, desde que o lucro fosse destinado às finalidades do templo. Incluem-se também, na regra
de imunidade, os cemitérios que funcionem como extensão de entidades religiosas, sem fins lucrativos, e
dedicado exclusivamente à realização de serviços religiosos e funerários. “A imunidade tributária (religiosa)
é restrita aos templos de qualquer culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não se
professa qualquer religião.” (RE 562351, 14-12-2012) . É do ente tributante o ônus da prova de que imóvel
pertencente a entidade religiosa está desvinculado de sua destinação institucional (STJ, AgRg AREsp
444.193-RS).
Imunidade dos partidos políticos e sindicatos dos trabalhadores: é vedado instituir impostos sobre o
patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as atividades essenciais dos partidos políticos, inclusive
suas fundações, e das entidades sindicais dos trabalhadores (não abrange sindicatos patronais).
Imunidade das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos: é vedado instituir
impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais dessas
entidades, atendidos os requisitos da lei. A doutrina entende que os requisitos devem estar previstos em
lei complementar, a qual cabe regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (também neste
sentido, STF ADI-MC 1.802/DF; ver anotação abaixo sobre a jurisprudência recente). O art. 14 do CTN
delineia o conteúdo da expressão “sem fins lucrativos” (I – não distribuírem qualquer parcela de seu
patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na
manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em
livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão). No caso das entidades de assistência
social, existe outra regra específica de imunidade, aplicável a todas as contribuições de seguridade social,
desde que atendam às exigências legais (art. 195, §7º). Súmula 730, STF: A imunidade tributária conferida
a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança
as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.
Julgados: “Não há imunidade tributária em relação ao ICMS decorrente da prática econômica desenvolvida
por entidade de assistência social sem fins lucrativos que tem por finalidade realizar ações que visem à
promoção da pessoa com deficiência, quando franqueada da ECT, ainda que a renda obtida reverta-se
integralmente aos fins institucionais da referida entidade. (RMS 46.170-23/10/2014.);
A imunidade do art. 195, § 7º da CF/88 é regulamentada por lei ordinária e abrange o PIS. As entidades
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (entidades filantrópicas)
gozam de imunidade tributária com relação à contribuição para o PIS. A lei necessária para regulamentar o
referido § 7º é uma lei ordinária. STF. Plenário. RE 636941/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 13/2/2014
(Infos. 735/738). O mesmo entendimento, acredita-se, pode ser utilizado em relação à imunidade do artigo
150, VI, “c”;
“Não é possível condicionar a concessão de imunidade tributária prevista para as instituições de educação
e de assistência social sem fins lucrativos à apresentação de certificado de entidade de assistência social na
hipótese em que prova pericial tenha demonstrado o preenchimento dos requisitos para a incidência da
norma imunizante” (AREsp 187.172-DF, 18/2/2014.);
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O STF tem visão ampla, até para imóveis alugados, quando o produto seja revertido em prol das atividades
essenciais (Sum.Vinculante 52, STF, 2015): “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o
imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor dos
aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas” E se o imóvel do
partido, entidade ou instituição estiver vago ou não edificado, ele, mesmo assim, gozará da imunidade?
SIM. O fato de o imóvel estar vago ou sem edificação não é suficiente, por si só, para retirar a garantia
constitucional da imunidade tributária.
Imunidade cultural: é vedado instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão. Das imunidades previstas no inciso VI do art. 150, é única puramente objetiva. Conforme STF,
não alcança o serviço de composição gráfica, nem a renda da entidade. Alcança, todavia, os serviços
prestados pela empresa jornalística na veiculação de anúncios e propagandas, desde que estejam
impressos no corpo do jornal ou do periódico (folheto separado, não). A extensão da imunidade a
publicações em meios eletrônicos, a softwares, CDs, DVDs ou qualquer outro meio que não seja o papel já
foi rejeitada pelo STF, em órgãos fracionários. O tema está com RG reconhecida (RE 330817 RG / RJ).
Grande parte da doutrina advoga por interpretação teleológica. Hugo de Britto Machado é favorável à
imunidade em qualquer insumo. A Lei da Política Nacional do Livro é expressa acerca dos “livros em meio
digital”, que seriam “equiparados a livro” (Lei 10753, art. 2º, parágrafo único, VII). A EC 75/2013incluiu a
alínea “e” no inciso VI do artigo 150, instituindo imunidade aos “fonogramas e videofonogramas musicais
produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral
interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os
contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser”. Trata-se, a toda a
evidência, de “imunidade cultural”. Súmula 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. A imunidade abarca o II, IE,
IPI e o ICMS da produção e circulação do livro. Não abarca IPTU/IRPJ devidos pela editora.
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abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal”.
6.3 Repartição de competências na federação brasileira
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6.4 Definição de Tributo
Tributo é toda: prestação pecuniária (dar dinheiro), compulsória (prestação obrigatória) - em moeda ou
cujo valor nela possa se exprimir (não pode ser em algo que não seja economicamente apreciável ou que
não possa ser transformado em pecúnia. Não se permite concluir pela existência de tributos in natura ou in
labore. Permiti a utilização de indexadores (ex. UFIR). A LC 104/01 trouxe o XI ao art. 156 do CTN,
permitindo a dação em pagamento de bens imóveis como forma de extinção do crédito tributário, o que
não habilita a conclusão da possibilidade da instituição de tributos in natura (bens) ou in labore (em
serviços), uma vez que não se pode tomar a autorização da dação como regra geral.); - que não constitua
sanção de ato ilícito (diferencia tributo da multa. tributo não é punição). O FG é sempre lícito, embora
possa derivar de uma causa ilícita (“pecunia non olet”) - criada por lei: lei no sentido de norma produzida
pelo Poder Legislativo (ex.: lei ordinária) ou que passe pelo seu crivo para ter validade permanente (ex.:
MP) - cobrada mediante atividade administrativa: quem exige o tributo é a Administração Pública, não
podendo ser instituído e fiscalizado por entidades privadas - plenamente vinculada: a atividade de
imposição de tributos é vinculada, não havendo espaço para a discricionariedade.
Quatro principais correntes doutrinárias: 1) dualista, bipartida ou bipartite (somente impostos e taxas); 2)
tripartida, tricotômica ou tripartite (impostos, taxas e contribuições de melhoria; 3) quadripartida,
tetrapartida ou tetrapartite (impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios; 4) pentapartida,
ou quinquipartida (impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos
compulsórios).
b) A visão mais moderna do Direito Tributário, inclusive com respaldo do STF, reconhece a existência de
cinco espécies (classificação quinquipartida), com base na Constituição Federal: 1. impostos; 2. taxas; 3.
contribuições de melhoria; 4. contribuições sociais; 5. empréstimos compulsórios.
- A determinação da natureza jurídica específica do tributo, segundo o CTN: Art. 4º A natureza jurídica
específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para
qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do
produto da sua arrecadação.
1) Imposto: tributo não vinculado a qualquer contraprestação estatal específica (não-vinculado), que tem a
finalidade de custear serviços públicos gerais e universais (uti universi), não remunerados por taxas. A
vinculação da receita oriunda dos impostos a órgão, fundo ou despesa é proibida expressamente pela
Constituição Federal (art. 167, IV). Portanto, além de serem tributos não-vinculados, os impostos são
tributos de arrecadação não-vinculada (dupla desvinculação) O imposto, em regra, é criado por lei
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ordinária. Há apenas duas exceções que dependem de lei complementar para a sua criação: Imposto sobre
grandes fortunas e impostos residuais. A disciplina integral dos impostos se dá por meio de lei ordinária.
Muitos impostos são criados por lei ordinária, mas disciplinados por lei complementar (ex: ISSQN).
2) Taxa:tributo cobrado pelo exercício regular do poder de polícia ou pela prestação, efetiva ou potencial,
de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. - Taxas de
polícia: art. 78, CTN - O STF, em decisões recentes, tem presumido o exercício do poder de polícia quando
existente o órgão fiscalizador, mesmo que este não comprove haver realizado fiscalizações individualizadas
no estabelecimento de cada contribuinte (RE 416.601). Adiante, no RE 588.322/RO, nem mesmo a
existência de um órgão fiscalizador específico seria sempre necessária para legitimar a cobrança de uma
taxa de policia, desde que ocorrendo essa situação, possa ser demonstrado que o ente estatal realmente
desempenha a atividade de policia correspondente ao fato gerador da taxa. - Taxas de serviço: serviços
públicos específicos ou singulares (quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção,
de unidade, ou de necessidades públicas – art. 79, II, CTN – ou seja, os titulares são identificáveis) e
divisíveis (quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários – art.
79, III, CTN). SÚMULA Nº 670 do STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante
taxa. SÚMULA Nº 595 do STF: É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem
cuja base de cálculo seja idêntica à do Imposto Territorial Rural. SÚMULA Nº 667 do STF: Viola a garantia
constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa. Súmula
Vinculante 19 - a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da
Constituição Federal. SÚMULA Nº 545 do STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem,
porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia
autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. Serviços de água e esgoto, prestados por
concessionária de serviço público: tarifa ou preço público (STF – RE 518.256; STJ – Súmula 412, “A ação de
repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código
Civil”, AgRg no REsp 1236750) - Serviços de água e esgoto, quando prestado pelo próprio ente público
(mesmo que por autarquia): taxa (AI 765898 AgR, Min. Luiz Fux, j. 03/04/12)
Taxas e Preços Públicos
Taxa Preço Público (Tarifa)
Regime Jurídico de Direito Público Regime Jurídico de Direito Privado
O vínculo obrigacional é de natureza tributária, O vínculo obrigacional é de natureza contratual,
não admitindo rescisão admitindo rescisão
O sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito O sujeito ativo pode ser uma pessoa jurídica de
público direito público ou de direito privado
O vínculo nasce independentemente de Necessidade de manifestação de vontade
manifestação de vontade
Cobrada em virtude de utilização efetiva ou Só cobrada em virtude de utilização efetiva do
potencial do serviço público serviço público
A receita arrecadada é derivada A receita arrecadada é originária
Sujeita-se aos princípios tributários (legalidade, Não se sujeita
anterioridade, noventena)
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4) Contribuições especiais (arts. 149 e 149-A, CF): tributos cujo produto da arrecadação tem destinação
específica (contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico, contribuição de interesse de
categorias profissionais ou econômicas e contribuição de iluminação pública)
- Contribuições sociais: P/ STF, esta subespécie está sujeita a mais uma divisão: a) contribuições de
seguridade social e PIS/PASEP; b) outras contribuições sociais (as residuais); c) contribuições sociais gerais -
são elas: c.1) salário-educação; c.2) contribuições para os serviços sociais autônomos – STF disse que essas
últimas não são contrib. especiais de interesses de cat. profissionais.
- Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE): instituição não está sujeita a reserva de lei
complementar. São tributos extrafiscais (cuja finalidade precípua não é arrecadar, mas sim intervir numa
situação social ou econômica). Nas CIDE, a intervenção ocorre pela destinação do produto da arrecadação
a uma determinada atividade que se tem por incentivada. (Estímulo à Interação Universidade-Empresa
para Apoio à Inovação – CIDE-royalties. / CIDE – Combustíveis. “A contribuição do SEBRAE [estímulo às ME
e EPPs] é de intervenção no domínio econômico, não obstante a lei a ela se referir como adicional às
alíquotas das contribuições sociais gerais relativas às entidades (...). Não se inclui, portanto, a contribuição
do SEBRAE, no rol do art. 240, C.F. III. - Constitucionalidade da contribuição do SEBRAE. ” (RE 396.266, DJ
27.2.2004)
- Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas – Contribuições
Corporativas:Criadas pela União Federal, com o objetivo parafiscal de obter recursos destinados a
financiar atividades de interesses de instituições representativas ou fiscalizatórias de categorias
profissionais ou econômicas.
Contribuição Sindical: (art. 8º, IV, parte final, CF): a contribuição prevista na primeira parte do inciso
(contribuição fixada pela assembleia geral para o custeio confederativo do respectivo sindicato) não tem
caráter tributário, dado o fato de não ser compulsória (só paga quem é filiado) e não ser instituída por lei
(SUM Nº 666 do STF: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível
dos filiados ao sindicato respectivo).
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5) Empréstimos compulsórios (art. 148, CF): tributo restituível e vinculado a causas específicas (guerra ou
sua iminência, calamidade, investimentos públicos urgentes e relevantes). São tributos de arrecadação
vinculada.
1. Tributos vinculados (ou retributivos): fato gerador é alguma atividade específica do Estado relativa ao
contribuinte. Ex: taxas e contribuições de melhoria.
2. Tributos não vinculados (ou contributivos): fato gerador não é nenhuma atividade específica do Estado
direcionada ao contribuinte. Ex: impostos (fatos geradores são manifestações de riqueza – renda,
patrimônio, consumo).
3. obs: no que tange aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais, não há regra, devendo
ser analisado o fato gerador de cada um destes tributos instituídos para se aferir a sua vinculação ou
não-vinculação
- Quanto à finalidade:
6. Fiscal: têm por finalidade preponderante arrecadar dinheiro e prover de recursos o Estado. Ex: ISS,
ICMS, IR e outros.
7. Extrafiscal: têm finalidade diversa da simples obtenção de recursos. Objetivam, fundamentalmente,
intervir numa situação social ou econômica. Ex: II, IE
8. Parafiscal: quando a lei nomeia sujeito ativo diverso da pessoa que a expediu. Ex: contribuições
previdenciárias, antes da criação da Secretaria da Receita Previdenciária
9. Tributos diretos: o contribuinte eleito pela lei é aquele que, efetivamente, suporta o ônus.
10. Tributos indiretos: o contribuinte eleito pela lei (contribuinte de direito) é o que tem a obrigação de
efetuar o pagamento do tributo, mas não é ele quem, efetivamente, suporta o ônus tributário, que é
repassado a um terceiro (contribuinte de fato). Ex: ICMS
11. Tributos reais: são os que a lei valoriza, objetivamente, a operação ou o bem envolvido na relação
jurídica tributária, desconsiderando as características pessoais do contribuinte. Ex: IPVA.
12. Tributos pessoais: são os que a lei valoriza as características pessoais do contribuinte, para o fim de
determinar o alcance da imposição tributária. Ex: IR.
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13. Privativos: a CF defere a determinado ente político competência exclusiva para a sua instituição, não
sendo possível delegação. Ex: Impostos, empréstimos compulsórios, contribuições especiais e
contribuição de iluminação pública.
14. Comuns: cuja instituição é deferida a todos os entes políticos. Ex: taxas e contribuições de melhoria
15. Residuais: novos impostos (CF, art. 154, I) e as novas contribuições sociais para a seguridade social (CF,
art. 195, § 4º)
Súmula Vinculante nº 32 O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas
seguradoras.
A competência tributária plena é aquela outorgada à pessoa política não só para cobrar (arrecadar)
e fiscalizar o tributo (“função fiscal” ligada ao Poder Executivo), mas especialmente para criá-lo e
legislar (“poder fiscal” ligado ao Poder Legislativo) sobre ele. Somente os entes federados possuem
competência tributária. Somente a CF pode estabelecer competências tributárias.
Limites para o exercício da competência : são apenas aqueles constantes na Constituição Federal,
mas alguns autores entendem que Estados e Municípios podem criar restrições próprias (auto-
limitações), por meio de suas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas.
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Secretaria da Receita Previdenciária que, mais tarde, foi unificada com a Secretaria da Receita
Federal criando-se a Receita Federal do Brasil.
As atribuições atinentes à capacidade tributária ativa (arrecadar, fiscalizar e exigir tributos, bem
como executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária) só podem ser
delegadas para pessoas jurídicas de direito público (art. 7º, caput, do CTN). Não confundir com o
encargo ou função de mera arrecadação exercido por pessoas jurídicas de direito privado, como os
bancos (art. 7º, §3º, do CTN), concessionária de energia elétrica (art. 149-A CF)
7.3 Não exercício da competência
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São 3 os critérios para classificar a competência p/ instituir tributos (Paulsen): a) atividade estatal: Há
tributos cuja competência é outorgada em função da atividade estatal. Caso das taxas e contribuições de
melhoria; b) base econômica: O critério da base econômica enseja um controle material sobre o objeto da
tributação mediante análise do FG, da BC e do contribuinte em face da riqueza que pode ser tributada. - c)
finalidade: As competências pelo critério da finalidade indicam áreas de atuação que justificam a
instituição de tributos para o seu custeio. Ex: contribuições e aos empréstimos compulsórios.
Várias das limitações já foram tratadas na parte dos princípios (ver ponto 06 – “limitações constitucionais
ao poder de tributar): 1.Legalidade Tributária 2. Anterioridade 3.Igualdade Tributária 4.Capacidade
Contributiva 5.Indelegabilidade da Competência Tributária 6.Vedação ao Efeito Confiscatório 7. Liberdade
de Tráfego 8.Uniformidade Geográfica 9.Não-Discriminação Tributária em Razão da Origem ou Destino dos
Bens. Ao exercer sua competência, o ente da Federação tem como limites todos os princípios acima.
Além desses, há as limitações das imunidades.
A EC 32/2001 veio constitucionalizar a medida provisória como meio adequado para criar ou
aumentar tributo. No entanto, antes mesmo da EC, a STF entendia ser a MP veículo normativo hábil
a criar ou majorar tributos.
Segundo o STF, não estão sujeitas à reserva legal as seguintes matérias: a) obrigações acessórias;
b) prazos para pagamento de tributos; c) correção monetária da base de cálculo. Digno de nota é
que, conforme já decidido pelo STF, como a legislação sobre direito financeiro encontra-se no
âmbito da legislação concorrente (CF, art. 24, I), os entes federados podem utilizar-se de índices
locais para a correção monetária dos seus tributos. No âmbito do Superior Tribunal de Justiça, têm-
se entendido que a liberdade para que os Municípios estipulem o índice de correção monetária
para o IPTU é relativa, tendo por limite o “índice oficial de correção monetária”. Nesta linha, a
Súmula 160 do STJ: STJ – Súmula 160 – “É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante
decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária”.
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Alguns tributos devem ser instituídos por lei complementar: imposto sobre grandes fortunas,
empréstimos compulsórios, impostos residuais da União e contribuições sociais residuais da União.
b) Princípio da tipicidade: O tributo só será devido se o fato concreto se enquadrar na previsão da lei
tributária. Este princípio não é autônomo perante a legalidade tributária, sendo “um corolário do princípio
da legalidade” (Ricardo Lobo Torres). Alberto Xavier: “é a expressão mesma desse princípio, quando se
manifesta na forma de uma reserva absoluta de lei”, nos contornos da segurança jurídica. A tipologia da lei
tributária, sendo fechada e exauriente, remete o intérprete à noção de tipo ou de tipificação, em um
elevado grau de determinação conceitual e fixação de conteúdo, obrigando o aplicador da regra a
submeter as matérias ali discriminadas à moldura legal, sob pena de violação da estrita legalidade. Ives
Gandra: “é fechada a tipicidade de tributo e pena. É absoluta a reserva da lei. Sua veiculação normal deve
conter toda a informação necessária para a aplicação da norma”. Assim, a lei tributária deverá fixar, com
hialina clareza, a alíquota, a BC, o sujeito passivo do tributo, a multa e o FG, sendo-lhe vedadas as
indicações genéricas no texto legal de tais rudimentos numerus clausus da tipologia cerrada.
c) Princípio da anualidade: Existia na CF/46. Exigia para que o tributo fosse exigido no ano seguinte prévia
inclusão no orçamento como receita. Entretanto, esta limitação temporal que existia não existe mais.
Atualmente, exige-se que a lei instituidora ou majoradora do tributo seja publicada antes do final do
exercício financeiro, respeitada também a anterioridade nonagesimal, à luz das esperas temporais (art.
150, III, “b”, “c”, CF). Logo, tributo mesmo não previsto no orçamento, pode ser exigido, restando
prejudicado o final da Súm545.STF (não sendo exigida prévia autorização orçamentária p/ cobrar taxas).
EMENTA Imunidade. Entidade de assistência social. Artigo 150, VI, c, CF. Imóvel vago.
Finalidades essenciais. Presunção. Ônus da prova. 1. A regra de imunidade compreende o
reverso da atribuição de competência tributária. Isso porque a norma imunitória se traduz
em um decote na regra de competência, determinando a não incidência da regra matriz
nas áreas protegidas pelo beneplácito concedido pelo constituinte. 2. Se, por um lado, a
imunidade é uma regra de supressão da norma de competência, a isenção traduz uma
supressão tão somente de um dos critérios da regra matriz. 3. No caso da imunidade das
entidades beneficentes de assistência social, a Corte tem conferido interpretação
extensiva à respectiva norma, ao passo que tem interpretado restritivamente as normas
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de isenção. 4. Adquirido o status de imune, as presunções sobre o enquadramento
originalmente conferido devem militar a favor do contribuinte, de modo que o
afastamento da imunidade só pode ocorrer mediante a constituição de prova em contrário
produzida pela administração tributária. O oposto ocorre com a isenção que constitui mero
benefício fiscal por opção do legislador ordinário, o que faz com que a presunção milite em
favor da Fazenda Pública. 5. A constatação de que um imóvel está vago ou sem edificação
não é suficiente, por si só, para destituir a garantia constitucional da imunidade. A sua não
utilização temporária deflagra uma neutralidade que não atenta contra os requisitos que
autorizam o gozo e a fruição da imunidade. 6. Recurso extraordinário a que se nega
provimento.
(STF, RE 385091, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 06/08/2013,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-207 DIVULG 17-10-2013 PUBLIC 18-10-2013)
Imunidade Isenção
* prevista na Constituição Federal * prevista nas leis de cada ente da Federação
* é vedação ao poder de legislar sobre o tributo * é a dispensa legal do pagamento do tributo
em determinados casos e em relação a
determinadas pessoas
* é ausência de competência * é causa de exclusão do crédito tributário
De forma resumida esses são os quatro casos que resultam no não pagamento do tributo:
• O CTN coloca a isenção ao lado da anistia, como formas de exclusão do crédito tributário. Parte da
doutrina, porém, sustenta que a isenção é norma que reduz o campo de abrangência da norma tributária
impositiva, o que implicaria na inexistência de incidência. STF perfilha a literalidade do CTN, entendendo
que há a incidência da norma, ocorre o FG e surge a obrigação tributária, com posterior dispensa do
pagamento do tributo em razão da isenção. (visão clássica de Rubens Gomes de Souza).
• A isenção está submetida à reserva legal (lei específica) - pode ser restrita a determinada região
do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares. Tal regra deve ser aplicada
em harmonia com o art. 151, I da CF, que permite a concessão de incentivos fiscais destinados a promover
o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.Não há previsão de
que ela possa ser restrita a “determinada classe ou categoria de sujeitos passivos”, como há em relação à
moratória.
• Salvo disposição legal em contrário, a isenção genérica não se aplica às taxas e contribuições de
melhoria, que têm caráter contraprestacional, e aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão
(art. 177 do CTN)
• As isenções onerosas ou condicionais (em que é exigida alguma contrapartida do beneficiário)
concedidas por prazo certo geram direito adquirido à fruição do benefício, pelo prazo estipulado, para os
que cumpram as condições (vide súmula 544/ STF: Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa,
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não podem ser livremente suprimidas). A lei que concede tal isenção pode ser revogada, mas a isenção,
não. Assim, ainda que revogada a lei, o beneficiário continuará fruindo da isenção até o prazo final.
Revogação de isenção e anterioridade: Tema polêmico. Art. 104, III, CTN: lei que extinga ou reduza
isenção relativa a imposto sobre o patrimônio ou a renda entra em vigor apenas no exercício seguinte. A
revogação de benefício fiscal deverá obedecer ao princípio da anterioridade tributária? SIM. O ato
normativo que revoga um benefício fiscal anteriormente concedido configura aumento indireto do
tributo e, portanto, está sujeito ao princípio da anterioridade tributária. (1ª Turma. RE 564225 AgR/RS,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/9/2014 (Info 757) Vencidos os min. Toffoli e Weber. Para eles, a
revogação de benefício fiscal não configura aumento de imposto, portanto, não precisaria respeitar o
princípio da anterioridade. NÃO. A revisão ou revogação de benefício fiscal, por se tratar de questão
vinculada à política econômica, que pode ser revista pelo Estado a qualquer momento, não está adstrita
à observância das regras de anterioridade tributária. (2ª Turma. RE 617389 AgR, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 08/05/2012). Questão pendente de decisão pelo Pleno.
Vedação às isenções heterônomas - art151,III,CF: é vedado à União (...): “instituir isenções de tributos da
competência dos Estados, do DF ou dos Municípios”). Exceções expressas: - Art. 155, § 2º, XII, e, CF: A
União pode, por LC, conceder isenção heterônoma do ICMS incidente nas operações com serviços e outros
produtos destinados ao exterior. A partir da EC 42/2003, esta exceção perdeu a utilidade, uma vez que tal
emenda estendeu tal isenção (rectius, imunidade) a todas as operações que destinem bens e serviços para
o exterior. -Art. 156, § 3º, II, CF: A União pode, por LC, conceder isenção heterônoma do ISS nas
exportações de serviços para o exterior. Exceção implícita (jurisprudência do STF): tratado internacional
pode conceder isenções de tributos estaduais e municipais, porque o PR, quando firma tratados, age como
Chefe de Estado e não em nome da União. STJ Súm 178 “INSS não goza de isenção de custas e
emolumentos, nas ações acidentárias e de benefícios propostas na Justiça Estadual”..
A CF/88 traz outras 2 exceções à vedação de isenções heterônomas: a) o art. 155, §2º, XII, “e”, autoriza o
Poder Legislativo da União, por Lei complementar, a excluir da incidência do ICMS serviços e outros
produtos exportados para o exterior; b) o art. 156, §3º, II, autoriza a União a editar lei complementar que
exclua da incidência do ISS as exportações de serviços para o exterior (implementada pela LC 116/03).
ICMS: STF permitiu a concessão de isenção fiscal sem necessidade de convênio autorizativo, no
caso de isenção do ICMS nas contas de água, luz, telefone e gás utilizados por templo de qualquer
culto (não abrangido pela imunidade religiosa, haja vista o contribuinte de direito serem as
concessionárias). A situação não geraria guerra fiscal ou gerar risco ao pacto federativo (ADI 3.421)
8 Ponto 8 - Impostos federais: impostos sobre o comércio exterior. Imposto sobre produtos
industrializados (IPI). Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a
títulos ou valores mobiliários (IOF). Imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR).
Os impostos sobre o comércio exterior são divididos em Imposto sobre Importação e Imposto sobre
Exportação.
É o chamado Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros, também conhecido como “tarifa
aduaneira”.
Sujeito ativo: União (art. 153, I, CR).
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Sujeito passivo(art. 22 do CTN e 31 do DL 37/66): a) Importador (qualquer pessoa física ou jurídica); b)
arrematante; c) destinatário de remessa postal internacional; d) adquirente de mercadoria em entrepostos
aduaneiros.
Responsáveis (art. 32 do DL 37/66): a) Transportador (transportando mercadoria procedente do exterior
OU sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno); b) depositário (pessoa incumbida da custódia
de mercadoria sob controle aduaneiro).
Responsáveis solidários (art. 32, parágrafo único, do DL 37/66): a) adquirente ou cessionário de mercadoria
beneficiado com isenção ou redução de imposto; b) representante do transportador estrangeiro; c)
adquirente de mercadoria de procedência estrangeira que importe por sua conta e ordem; d)
encomendante predeterminado de mercadoria estrangeira. Atenção: responsabilidade do agente marítimo
no uso exclusivo de atribuições próprias: a) antes do DL nº 2.472/88 – Não era responsável (STJ. Resp.
252457/RS); b) após o DL nº 2.472/88 – sim (nova redação do art. 32 do DL 37/66).
Fato gerador: É a entrada real ou ficta do produto estrangeiro no território nacional. Considera-se ocorrido
o FG na data do registro da declaração de importação (aspecto temporal), realizado eletronicamente no
SISCOMEX. A declaração serve a instrumentalizar o controle aduaneiro e viabilizar o desembaraço do
produto importado. Incide, pois, a legislação quando do Registro da declaração de importação, já que
este imposto não se submete às anterioridades de exercício e nonagesimal mínima (exceção do art 150,
§ 1º, CF). É irrelevante a data da expedição da licença de importação, assim como a data da assinatura
do Termo de Responsabilidade nos casos de trânsito aduaneiro em que, ingressada a mercadoria com
suspensão, acabe sendo devida por não restar comprovada a chegada ao destino. Também será FG por
equiparação o retorno de mercadoria nacional ou nacionalizada ao Brasil, exceto: a) enviada em
consignação e não vendida no prazo autorizado; b) devolvida por defeito técnico (reparo/substituição); c)
modificação na sistemática de importação do país importador; d) guerra ou calamidade pública (art. 1º, §
1º, do DL 37/66). Obs.: O produto estrangeiro deve ingressar no país para integrar a economia nacional,
excluindo-se a mercadoria em trânsito para outro país ou os casos de admissão temporária (não
configura importação em sentido jurídico. Ex.: entrada de automóvel para competição no país).
Obs.3: “Produto” engloba bens corpóreos e incorpóreos, inclusive energia elétrica e softwares. O DL 37/66
usa o termo “mercadoria” no lugar de produto.
Obs.4: O FG possui um critério material (registro da declaração de importação para o desembaraço
aduaneiro), e um critério espacial (território nacional, assim considerado o território geográfico, excluído o
que decorre da extraterritorialidade, como as representações diplomáticas no exterior, as aeronaves e as
embarcações brasileiras).
Não incidência do II: Não incidirá sobre a mercadoria estrangeira: a)destruída sobre o controle aduaneiro;
b) acidentalmente destruída em trânsito de passagem aduaneira; c) que tenha sido objeto de pena de
perdimento, salvo se não localizada, consumida ou revendida.
STJ (Resp. 984.607/PR) afirma que não será cobrado o II de mercadoria tida por ilícita (que acarretará sua
perda) em razão de que “importar mercadoria” ser elemento essencial do tipo tributário. Por outro lado,
o STJ entendeu que incidem normalmente outros tributos (IPI, PINS, COFINS), tendo em vista que a
irregularidade em nada afeta a incidência deles. “Dá ensejo à pena de perda do veículo a conduta DOLOSA
do transportador que utiliza veículo próprio para conduzir ao território nacional mercadoria estrangeira
sujeita à pena de perdimento, independentemente de o valor do veículo ser desproporcional ao valor das
mercadorias apreendidas. O art. 104, V, do DLi 37/66 dispõe que a pena de perda do veículo é aplicada
“quando o veículo conduzir mercadoria sujeita à pena de perda, se pertencente ao responsável por
infração punível com aquela sanção”. Igual o art. 688, V, do Dec. 6.759/09, dispõe que se aplica a pena de
perdimento do veículo, por configurar dano ao Erário, “quando o veículo conduzir mercadoria sujeita a
perdimento, se pertencente ao responsável por infração punível com essa penalidade”. (…) Além disso, “na
aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. Assim,
a legislação aduaneira, ao tratar da pena de perdimento de veículo, é severa em razão de uma finalidade
nítida, como coibir a sonegação tributária, por meio do descaminho ou de contrabando. (STJ, 2015)
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Conversão de moedas: a moeda estrangeira será convertida em nacional à taxa de câmbio vigente no
momento de entrada (desembaraço aduaneiro).
Base de cálculo: A base de cálculo poderá ser: a) quantidade de mercadoria (alíquotas será específica); b)
valor da mercadoria (expressão monetária do produto importado) (alíquota será ad valorem); c) preço da
arrematação.
Alíquota: é aplicada a contemporânea à ocorrência do FG (data do desembaraço aduaneiro). Classificam-se
em: a) específicas (valor em pecúnia – “R$”); b) ad valorem (valor percentual – “%”); c) mista (combinação)
Mercosul – adota-se a Tarifa Externa Comum (TEC) para países não pertencentes ao Bloco. (Decisão 22
do Conselho de Mercado Comum). Tal política tarifária não se aplicará aos acordos comerciais no âmbito
da ALADI (Associação Latino-Americana de Integração).
Classificação: 1. LEGAL: a) Quanto à categoria econômica – Imposto sobre o comércio exterior (CTN);
b)quanto à competência – da União (CF). 2. DOUTRINÁRIA: a) Real (incide sobre coisas); b) Indireto (tributo
cujo valor é repassado ao consumidor); c)Proporcional (alíquota constante / não variável); d) Extrafiscal.
Princípio da Legalidade: o Poder Executivo pode alterar as alíquotas nos limites estabelecidos em lei (art.
153, § 1º, CF).
Princípio da Anterioridade: não se aplica ao II, seja a de exercício, seja a nonagesimal (art. 150. § 1º, CF).
Regimes aduaneiros: as regras vistas referem-se ao denominado regime aduaneiro comum (conjunto de
normas que estabelece o tratamento tributário e administrativo das mercadorias submetidas a importação
em caráter definitivo (nacionalização) e consumo no território nacional). Entretanto há dois outros
regimes: regimes aduaneiros especiais (ingresso temporário de mercadoria em território nacional – ex.:
Loja franca, trânsito aduaneiro, admissão temporária, drawback, depósito franco etc.) e regimes aplicados
em áreas especiais (conceder benefícios fiscais que estimulem determinadas atividade - Ex.: Zona Franca
de Manaus, Áreas de Livre Comércio).
Drawback: trata-se do ingresso de produto com obrigação de voltar ao exterior (ex.: matéria-prima para
uma mercadoria a exportar). Permite-se o ingresso sem incidir II visando fomentar o mercado nacional.
Modalidades de aplicação: a) suspensão do pagamento de tributos na importação; b) isenção dos tributos
na importação da mercadoria; c) restituição total ou parcial dos tributos pagos na importação da
mercadoria.
Admissão ou franquia temporária: consiste na permissão temporária de ingresso de produtos sem a
cobrança do II (há uma suspensão do pagamento por certo período). Ex.: exposições de obras artísticas,
competições automobilísticas, veículos de turistas etc.
Entreposto aduaneiro
Jurisprudência: a) “Ex tarifário”: isenção ou redução de alíquota do II para produto desprovido de similar
nacional (medida discricionária da administração fazendária). Tem caráter declaratório, sendo que se o
contribuinte cumpriu os requisitos legais deve ser assegurada a redução do II deste a data do
requerimento administrativo (STJ. REsp. 1174811/SP) b) O crédito tributário relativo ao II e IPI no caso de
drawback se forma no momento da importação. Descumprindo-se os requisitos do drawback, torna-se
desnecessária a autuação fiscal ou a constituição do crédito, visto que já foi realizado o lançamento antes o
desembaraço aduaneiro (STJ. REsp. 1291018/MG). c) O FG do II de mercadoria despachada para consumo
ocorre na data da declaração de importação (STJ. REsp. 1220979/RJ).
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FG: saída do território nacional de produtos nacionais ou nacionalizados (mercadoria estrangeira
importada a título definitivo) para o exterior. Elemento temporal (ficção jurídica): momento da liberação
pela autoridade aduaneira OU data de embarque/saída (expedição da guia de exportação ou equivalente).
Obs.1: Conforme Regulamento do IE (Dec. 4.543/02), o FG ocorre na data do registro da exportação no
Siscomex. STF (RE 235858/PE) aduz que o registro de exportação não se confunde com registro da venda
(esta irrelevante para incidência do IE). O STJ (REsp 225546/PR e REsp 382494/PR), precedentes recentes,
entende que o FG do IE sobre o açúcar é a data de registro de venda no Siscomex.
Critério espacial: IE é cobrado em operações no território nacional (território geográfico somente).
BC: é o preço normal que a mercadoria, ou sua similar, alcançaria ao tempo da exportação, em uma venda
em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo
Conselho Monetário Nacional (Decreto-lei nº 1.578/77, art. 2º). Obs.: A BC poderá ser: a) quantidade de
mercadoria (alíquotas será específica); b) valor da mercadoria (expressão monetária do produto
importado) (alíquota será ad valorem); c) preço da arrematação. Em relação ao valor da mercadoria, o
Fisco buscará o preço normal que o produto alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência,
não se vinculando ao valor consignado na fatura comercial (evitar fraudes).
Alíquota: estão prevista na TAB (Tarifa Aduaneira do Brasil). Classificam-se em: a) específicas (valor em
pecúnia – “R$”); b) ad valorem (valor percentual – “%”); c) mista (combinação). A alíquota ad valorem
atualmente é de 30%, mas pode ser aumentada pelo Executivo em até 5 vezes (150%) – Lei 9.716/98.
Classificação: 1. LEGAL: a) Quanto à categoria econômica – Imposto sobre o comércio exterior (CTN);
b)quanto à competência – da União (CF). 2. DOUTRINÁRIA: a) Real (incide sobre coisas); b) Indireto (tributo
cujo valor é repassado ao consumidor); c)Proporcional (alíquota constante / não variável); d) Extrafiscal.
Princípio da Legalidade: Executivo pode alterar as alíquotas nos limites estabelecidos em lei (art. 153, § 1º,
CF).
Exportação temporária: raciocínio inverso ao da admissão temporária do II. Assim, é a permissão dada para
saída de produto nacional ou nacionalizado para o exterior por período determinado desde que retorne ao
Brasil, não incidindo o IE. Contingenciamento: é a limitação em unidades ou cotas para exportação
(também aplicável à importação). Jurisprudência: a) Registro de exportação: somente ele corresponde a
Guia de Exportação, e não qualquer registro no Siscomex (STF. AI 578372 AgR). b) FG do IE na exportação
de açúcar: ocorre com o registro de vendas no Siscomex (STJ. AgRg no Ag 830.231/SP)
Decisão recente 1a T. do STJ (5/11/15) - REsp 1313705PR - “Incide IE sobre produtos cujos insumos
ingressaram no país pelo regime de drawback. O drawback é um instrumento de incentivo à exportação,
uma operação pela qual o insumo ingressa no país com isenção ou suspensão de determinados impostos
para ser reexportado após ser utilizado para fabricação de um produto. A empresa contribuinte, atuante
no ramo de curtimento e industrialização de couros bovinos, queria a isenção do imposto de exportação
em relação ao produto final (couro), cujos insumos foram importados sob o regime de drawback. STJ
entendeu que as normas que regem o drawback não contemplam a desoneração.
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i. produto nacional que retorne ao Brasil: a) se enviado em consignação e não vendido; b) por defeito
técnico (reparo ou substituição); c) mudança na sistemática de importação do País importador; d)
calamidade pública/guerra; e) outros fatores alheios à vontade do exportador.
ii. saídas de produtos subsequentes à primeira: a) locação ou arrendamento, exceto se submetido a nova
industrialização; b) bens do ativo permanente, industrializados/importados pelo próprio estabelecimento
industrial (ou equiparado), para executar serviços pela mesma.
iii. saída de produtos incorporados ao ativo permanente, após cinco anos da incorporação, pelo
estabelecimento industrial (ou equiparado) que os tenha industrializado/importado.
iv: a saída de produtos por motivo de mudança de endereço do estabelecimento.
Obs1: Após incidência do IPI no desembaraço aduaneiro de produto de origem estrangeira (art. 46, I, do
CTN), não é possível nova cobrança do IPI na saída do produto do estabelecimento do importador (arts. 46,
II, e 51, parágrafo único, do CTN), salvo se, entre o desembaraço aduaneiro e a saída do estabelecimento
do importador, o produto tiver sido objeto de industrialização (art. 46, parágrafo único, do CTN) (EREsp
1.411.749-PR – Info 553)
Obs2: Não incide IPI na importação de veículo por pessoa física para uso próprio (AAREsp 1393108
Repetitivo – Info 557)
Conceito de produto industrializado: para os fins do IPI, o produto que tenha sido submetido a qualquer
operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade ou aperfeiçoe para o consumo, tais como a
transformação, o beneficiamento, a montagem etc.
Obs.: o art. 4º do Regulamento do IPI amplia tal conceito – inclui o simples acondicionamento ou
embalagem. Sabbag entende violar a CF e o CTN (art. 46, p.u.).
Base de Cálculo: variará conforme a hipótese de incidência. Pode ser (art. 47 do CTN):
a) o valor da operação de saída do produto do estabelecimento do contribuinte (inclui-se o valor do frete e
demais despesas acessórias). STJ: 1) descontos incondicionais não integram a BC do IPI, por não fazerem
parte do valor de saída da mercadoria (MC 15.218 - SP); 2) o Frete não pode ser inserido na BC do IPI – o
valor da operação é o contrato de compra e venda (REsp 667.950).
b) o preço normal + imposto de importação + taxas aduaneiras + encargos cambiais. A inclusão do II na BC
do IPI é meio de proteção à indústria nacional.
c) o próprio preço da arremataçãoem face de produto apreendido, abandonado e levado a leilão.
Alíquotas: É imposto proporcional já que sua alíquota varia de forma constante em função da grandeza
econômica tributada (princípio da seletividade).
Obs.1: com lastro no princípio da seletividade, o Judiciário poderá atuar somente como legislador negativo
na correção de eventuais distorções na alíquota aplicada (inconstitucionalidade/ilegalidade). Mao pode
atuar como legislador positivo para alterar alíquota de um produto.
Obs.2: Alíquota zero – ciente que o Executivo pode alterar as alíquotas do IPI dentro das balizas legais, o
Legislativo deixa a alíquota mínima em zero. Assim o Executivo poderá “zerar” a incidência de um tributo
sem precisa usar da isenção (está só por meio de lei).
Obs.3: Despesas com transporte (frete) não podem ser incluídos na base de cálculo do IPI, por ofensa ao
art. 146, III, da CFRB, já que o art. 47 do CTN prevalece sobre a Lei nº 7.798/89 (AgReg no RE 881908)
Princípio da Legalidade e anterioridade: Idem II, EXCETO no tocante à anterioridade nonagesimal que deve
ser observada no IPI.
Princípio da não-cumulatividade (value-added para os estadunidenses): em cada operação tributada deva
ser abatido o valor do mesmo imposto pago na operação imediatamente anterior (art. 49 do CTN). Com
efeito, faz-se o registro contábil como crédito do IPI na entrada de mercadoria e como débito na saída de
mercadoria. O IPI, nos documentos fiscais, é destacado separadamente ou, como denomina parte da
doutrina, “por fora” somado ao preço pago pelo adquirente dos insumos. O mesmo fato ocorre com o
ICMS.
Imunidade: os produtos industrializados destinados ao exterior estão imunes ao IPI (art. 153, § 3º, III, CR
c/c súmula 536 STF).
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IPI na base de cálculo do ICMS: não integrará a BC se (requisitos cumulativos – art. 155, §2º, XI, CF): a)
realizada entre contribuintes (do IPI); b) relativa a produto destinado à industrialização/comercialização; c)
configurar FG dos dois impostos.
Obs: Inclui-se IPI na base de cálculo do ICMS sujeito a regime de substituição tributária (ARE 714.647)
Creditamento do IPI: para insumos isentos, não tributados ou tributados à alíquota zero.
Obs.1: antes da Lei 9.779/99 não era possível o creditamento de insumos/matérias-primas de produtos
isentos ou tributados com alíquota zero.
Obs.2: tanto a aquisições de bens do ativo permanente quanto o uso de energia elétrica (REsp
1129345/RS) não têm sido autorizados o creditamento na condição de insumos.
Princípio da autonomia dos estabelecimentos: cada estabelecimento, para fim de IPI, embora não tenha
personalidade jurídica própria, é considerado como “contribuinte autônomo”.
Classificação: 1. LEGAL: a) Quanto á categoria econômica – Imposto sobre a produção e circulação (CTN);
b)quanto à competência – da União (CF). 2. DOUTRINÁRIA: a) Real; b) Indireto; c)Proporcional; d)
Extrafiscal; e) Seletivo (obrigatoriamente); f) não cumulativo (o imposto pago em uma operação é
compensado nas seguintes).
Correção monetária do crédito de IPI: Regra: não incide correção monetária sobre os créditos de IPI
decorrentes do princípio constitucional da não cumulatividade, por ausência de previsão legal. Exceção:
incide, porém, a correção se o ressarcimento do contribuinte sofre demora em virtude da oposição da
Fazenda Pública que faz com que o contribuinte socorra-se do Poder Judiciário.
Aquisição de bens de capital (Art. 153, § 3º, IV, CF): O IPI terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de
bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.
Crédito-prêmio de IPI: era um incentivo às exportações de manufaturados instituídos em 1969 (DL 491/69),
em que todos os fabricantes de produtos vendidos no exterior obtinham um crédito sobre o valor da
mercadoria embarcada (inicialmente 15%). Após pressão internacional (GATT) contra os subsídios, o
Ministro da Fazenda editou PORTARIA (Decretos-Leis o autorizavam) estabelecendo prazo para o fim do
crédito-prêmio (1983). Ab initio, o STJ entendeu que uma portaria não poderia revogar um benefício.
Todavia, mudou de entendimento (idem STF) justificando que tal direito teria acabado em 1990 por força
do art. 41, caput e § 1º, do ADCT da CF/88. Julgado importante nesse entendimento: STF. RE 577348 em
REPERCUSSÃO GERAL.
Crédito presumido IPI (art. 1º da Lei 9.363/96): refere-se ao direito de crédito presumido com
ressarcimento de contribuições para PIS/PASEP e COFINS – para empresas produtora e exportadora de
mercadorias nacionais – sobre as aquisições no mercado interno de matérias-primas, produtos
intermediários e materiais de embalagem utilizados no processo produtivo. Ele abrange, inclusive, a
produto com alíquota zero e nas vendas a empresa comercial exportadora, com fim específico de
exportação. Por outro lado, pessoa jurídica com receitas sujeitas a incidência não cumulativa de PIS/Pasep
e Cofins não fará jus ao crédito presumido de IPI em relação ao ressarcimento dessas contribuições. Em
relação a produtos oriundos da atividade rural utilizados como matérias-primas, produtos intermediários
ou materiais de embalagem para produtos industrializados exportados; será calculado o creditamento
exclusivamente nas aquisições efetuadas de pessoas jurídicas sujeitas ao PIS/Pasep e à Cofins (posição
oposta ao enunciado da Súmula 494 do STJ). O crédito é devido ainda que o beneficiamento do insumo
seja realizado por terceira empresa (lembre-se que a finalidade será sempre a exportação de uma
mercadoria) – STJ AgRg no REsp 1314891/RS.
Em repercussão geral, o STF reafirmou que os princípios da seletividade e não cumulatividade não
asseguram direito ao crédito-prêmio do IPI sobre insumos não tributados ou sujeitos à alíquota zero (RE
398365 RG)
Isenção
a) Isenção para deficiente físico pode ser novamente concedida em razão do furto de veículo. A regra que
limita a uma isenção a cada 2 anos da Lei 8.989/95 deve ser flexibilizada em caso de força maior, dado o
caráter humanitário da política fiscal (REsp 1390345)
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b) Isenção prevista na Lei 8.032/90 para entidades de educação se estende às entidades com finalidade
eminentemente cultural, pois, para o STJ, educação e cultura são indissociáveis (REsp 1100912 – Info 561)
Jurisprudência:
b) “(...) 2. O art. 11 da Lei n. 9.779, de 1999, autoriza o creditamento de IPI para duas
hipóteses: i) quando o produto final for isento; ou ii) quanto é tributado à alíquota zero. Os
casos de não-tributação não estão alcançados pela referida norma. (...) 4. A correção
monetária não incide sobre o crédito escritural de IPI por ausência de previsão legal .
Entretanto, o STJ entende que, se o direito ao creditamento não foi exercido no momento
oportuno em razão de óbice criado pelo Fisco – que não é o caso dos autos, por não
constar do acórdão recorrido –, a correção monetária deverá incidir, de modo a preservar
seu valor. STJ. Resp 1004964/PR (Recurso Repetitivo – Resp 1035847).
8.5 Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou Relativas a Títulos ou Valores
Mobiliários
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Fato gerador. É propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil,
localizada fora da zona urbana do Município (CTN, art. 29).
Obs.: Bens imóveis por natureza(CC/16, art. 43). Compreende o solo com a sua superfície, os seus
acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o
subsolo. Atenção: os bens imóveis por acessão física (tudo quanto o homem incorporar permanentemente
ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que não se possa retirar sem
destruição, modificação, fratura ou dano) nãosão FG do ITR. Aliás, enquanto o ITR é tributo apenas sobre a
propriedade (art. 153, VI), o IPTU é sobre a propriedade e predial (art. 156, I) – por isso o IPTU tributa
ambas as situações (por natureza e acessão física).
Obs.2: Zona urbana. O ITR incide sobre zuna rural, mas seu conceito é por exclusão. Assim, será zona rural
o que não for urbana. Por sua vez, zona urbana é delineada pelo CTN em seu art. 32, sendo de
competência do Município sua definição (lei municipal) que deve observar os requisitos dos §§ 1º e 2º
deste artigo (ler o art. 32).
Obs.3: Art. 15 do Decreto-Lei 57/66. Esse DL é posterior ao CTN e traz ressalva ao seu art. 32 (dispositivo
sobre o FG do IPTU). Segundo o DL 54/66, no imóvel situado em área urbana que seja utilizado em
exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, incide ITR e não IPTU. O STJ, REsp.
1.112.646 – SP, sistemática dos Recursos Repetitivos, entendeu que tal dispositivo foi recepcionado pela
Constituição.O critério adotado pelo CTN (32) é da localização e o do DL 57/66 (15) é o da destinação.
Base de cálculo. É o valor fundiário, que é o valor da terra nua tributável (art. 10, § 1.º, I, da Lei
9.393/1996). Excluem-se desse valor: construções, instalações, benfeitorias, culturas permanentes e
temporárias, pastagens cultivadas e melhoradas, florestas plantadas.
Alíquotas. Tendo em vista que a finalidade do ITR é marcantemente extrafiscal, suas alíquotas serão
fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. O que se quer é tributar de
uma maneira mais gravosa as propriedades menos produtivas, de forma a desestimular a manutenção da
situação. As alíquotas são inversamente proporcionais ao grau de utilização de cada imóvel rural (Lei
9.393/1996, art. 11 e Anexo)
Lançamento. O ITR é tributo com lançamento por homologação, vez que o contribuinte preenche
declaração do ITR, calculando o tributo e antecipando o pagamento (idem IR).
Classificação: imposto real, direto, progressivo (extrafiscal) e não cumulativo.
Progressividade. O ITR é progressivo (CF, art. 153, § 4.º, I), aumentando a alíquota de acordo com o critério
da área do imóvel.
Imunidades de pequenas glebas (CF, § 4º, in fine). São imunes em virtude do p. da função social da
propriedade. Os requisitos para ter tal benefício são: a) exploração somente pela entidade familiar; b) não
ter outro imóvel (rural ou urbano). Pequenas glebas: 100ha (Amazônia Ocidental ou no Pantanal),
50ha(Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental) ou 30ha (qualquer outro município) – art. 2º da Lei
9.393/1996.
Imóveis destinados à reforma agrária (Decreto n. 4.382/2002, art. 2º § 1º): a declaração de interesse social
não imuniza o imóvel, porém, a imissão na posse faz cessar a incidência do ITR.
Possibilidade de delegação da fiscalização e cobrança. O município que optar por fiscalizar e cobrar o ITR,
desde que não implique em redução ou renúncia fiscal, será titular de toda a arrecadação. Se não optarem,
a União repassará metade do valor arrecadado. A previsão constitucional consta do art. 158, II, da CF/88
(EC 42/03). A lei do ITR é a Lei 9.393/1996 e o Regulamento é o Decreto 4.382/2002.
Obs: se houver delegação da capacidade tributária ativa, o município será único legitimado a propor
execução fiscal e a responder por demandas tributárias do ITR.
Responsabilidade tributária por sucessão: o adquirente responde pelo ITR ou pelo IPTU, por se tratar de
obrigação propter rem (AgRg no AREsp 708087)
Obs: esta regra não se aplica ao caso de arrematação do bem em leilão judicial, por se tratar de forma de
aquisição “originária”, mas se aplica no caso de adjudicação do bem pelo credor (REsp 1179056)
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8.7 Gráficos
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a) Imunidade recíproca
É cláusula pétrea, eis que visa à proteção do pacto federativo (ADI 939).
• Imunidade subjetiva.
• Somente impostos. A imunidade recíproca somente se aplica aos impostos,
não impedindo, a título de exemplo, que um Município institua taxa pela coleta
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domiciliar de lixo, cobrando-a, também, pelo serviço prestado nas repartições públicas
federais e estaduais localizadas em seu território.
• Abrangeimpostos indiretos: no RE 242.827, o STF considerou imune ao ICMS a
unidade agroindustrial que, em virtude de desapropriação promovida pelo INCRA,
passou a integrar seu acervo patrimonial:a atividade exercida pelo Incra, autarquia
federal, não se enquadra entre aquelas sujeitas ao regime tributário próprio das
empresas privadas, considerando que a eventual exploração de unidade agroindustrial,
desapropriada, em área de conflito social, está no âmbito de sua destinação social em
setor relevante para a vida nacional. A imunidade tributária só deixa de operar quando
a natureza jurídica da entidade estatal é de exploração de atividade econômica.
• Abrange patrimônio, renda ou serviços (jurisprudência: também aplicações
financeiras).
• Não há imunidade: se o ente, direta ou indiretamente, explora atividades
econômicas regidas pelas normas aplicáveis aos empreendimentos privados, ou em
que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário.
• Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas: se explorarem atividades
econômicas, não há imunidade.
Para o STF, a imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, I, a
da CR abrange as empresas públicas e sociedades de economia mista
prestadoras de serviços públicos (RE407.099 e AC 1.550-2).
• Concessionárias de serviços públicos: se forem remuneradas apenas pelo
Estado (ex: Parceria Público Privada, na modalidade concessão administrativa), há
imunidade. Se forem remuneradas também pelo usuário, não há imunidade.
• Autarquias e Fundações: como exercem atividades típicas estatais, há
imunidade, mas apenas no que for vinculado às finalidade essenciais ou às delas
decorrentes (art. 150, § 2, da CF).Parte da doutrina denomina a regra de extensão de
“imunidade tributária recíproca extensiva”.
Resumindo a tese esposada, o Supremo Tribunal Federal afirmou que, sem prejuízo da
necessidade de cumprimento de outros requisitos constitucionais e legais, a
aplicabilidade da imunidade deve observar os seguintes requisitos (denominados
“estágios” pela Corte):
c. não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da
livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica
lícita.
No RE 610.517 AgR/RJ, rel. Min. Celso de Mello, a Segunda Turma do STF estendeua
imunidade tributária recíproca, no âmbito do ISS, à Casa da Moeda do Brasil (CMB).Tal
empresa estatal é empresa pública federal, dedicada à execução de serviços públicos
de emissão de moeda, outorgados por meio de lei pela União, a quem foi
constitucionalmente deferido, em regime de monopólio, o indigitado encargo (art. 21,
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VII, CF). A delegação da execução de serviço público, mediante outorga legal, não
implica alteração do regime jurídico de direito público, que incide sobre referida
atividade. O presente decisum corroboraa linha de entendimento adotada pela Corte
Suprema para casos assemelhados, e.g., Correios, INFRAERO, CAERD e CODESP.
Foi também com base na imunidade recíproca que o Supremo Tribunal Federal proferiu
algumas decisões cujo conhecimento é fundamental para a compreensão da matéria.
No RE-RG 599.176, o Pleno do STF entendeu que a imunidade tributária recíproca não
alcançaria a União com relação aos créditos tributários constituídos em face de extinta
RFFSA ao tempo em que houvera a sucessão:
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Por fim, a parte final do art. 150, §3º, da CF tem o objetivo de impedir a utilização da
imunidade recíproca como mecanismo de elisão fiscal. Assim, se o Estado da Paraíba
celebra compromisso irretratável de compra e venda, o promitente comprador deve
pagar os impostos incidentes sobre o imóvel (Súmula 583 do STF: Promitente-
Comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do
imposto predial territorial urbano).
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Esse transporte, que se daria entre unidades próprias da ECT, em nenhum momento
ensejaria à empresa terceirizada a atividade de receber ou entregar as
correspondências ou encomendas diretamente ao usuário do serviço postal.
Por outro lado, sendo obrigatórias a regularidade do serviço postal e a garantia de sua
continuidade, não seria despropositado que a ECT aproveitasse espaços ociosos nos
veículos que utilizasse para exercer atividades afins. Não se estaria, assim, a criar
determinada estrutura exclusivamente para competir com particulares, mas,
meramente a aproveitar meios já disponíveis e utilizados, necessários ao serviço
postal.
Ademais, as atividades exercidas sob regime concorrencial existiriam para custear
aquela exercida sob o regime constitucional de monopólio. Se assim não fosse,
frustrar-se-ia o objetivo do legislador de viabilizar a integração nacional e dar
exequibilidade à fruição do direito básico do indivíduo de se comunicar com outras
pessoas ou instituições e de exercer outros direitos, com esse relacionados, fundados
na própria Constituição.
Outrossim, seria impossível separar topicamente as atividades concorrenciais para
que se verificasse a tributação.
Além disso, o desempenho daquelas atividades não descaracterizaria o viés
essencialmente público das finalidades institucionais da empresa pública em comento.
Por fim, a ECT não poderia nem deveria ser equiparada a empresa de transporte
privado — cuja atividade fim fosse o transporte de mercadorias —, na medida em que,
não apenas o recebimento e a entrega de correspondências e encomendas, mas,
notadamente, o próprio transporte, seriam todas fases indissociáveis de um serviço
postal que se qualificaria pela incindibilidade, tendo em vista a sua última destinação e
sua própria função. (RE 627051/PE, rel. Min. Dias Toffoli, 12.11.2014, Inf. 767).
Os Correios gozam de imunidade tributária porque são uma empresa pública que
desempenha serviços públicos.
Ocorre que os Correios, além das atividades que desenvolvem de forma exclusiva,
como é o caso da entrega de cartas, também realizam alguns serviços em
concorrência com a iniciativa privada (ex: entrega de encomendas).
Quando os Correios realizam o serviço de transporte de bens e mercadorias,
concorrendo, portanto, com a iniciativa privada, mesmo assim eles gozam de
imunidade? Ficam livres de pagar ICMS?
SIM. O STF decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT goza de
imunidade tributária recíproca mesmo quando realiza o transporte de bens e
mercadorias. Assim, não incide o ICMS sobre o serviço de transporte de bens e
mercadorias realizado pelos Correios.
ATIVIDADES QUE SÃO PRIVILÉGIO ATIVIDADES QUE SÃO EXERCIDAS PELA ECT,
(“MONOPÓLIO”) DA ECT (ART. 9º DA LEI Nº SENDO TAMBÉM PERMITIDAS À INICIATIVA
6.538/76) PRIVADA
Entrega de: Entrega de:
1. Cartas pessoais; 1. Impressos diversos como jornais,
2. Cartas comerciais, aí incluídas: revistas, catálogos de mala direta;
Cobranças comerciais como faturas de 2. Encomendas em geral (livros, celulares,
cartões de crédito, carnês, talões de computadores, etc.)
cheques;
Cobranças de tributos;
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Sublinhou que o oposto ocorreria com a isenção, que constituiria mero benefício fiscal
concedido pelo legislador ordinário, presunção que militaria em favor da Fazenda
Pública.
A Corte observou que, no caso dos autos, a autuação fiscal se dera sob a alegação de
que a ECT seria empresa pública sujeita ao regime jurídico de direito privado, a atrair a
regra do art. 173, § 1º, da CF.
Ressaltou, todavia, que esse argumento já teria sido refutado em manifestações
anteriores do Colegiado. Destacou que, ao reconhecer a abrangência da imunidade
recíproca às empresas prestadoras de serviço público de prestação obrigatória e
exclusiva do Estado — a exemplo da ECT —, o STF não se pautaria pelo regime
jurídico da entidade integrante da Administração Indireta. (STF. Plenário. RE
773992/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/10/2014, Inf. 763)
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“Âmbito de aplicação do art. 151, CF é o das relações das entidades federadas entre si.
Não tem por objeto a União quando esta se apresenta na ordem externa. Não
incidência sobre a prestação de serviços de transporte aéreo de passageiros –
intermunicipal, interestadual e internacional." (ADI 1.600, Rel. Min. Sydney Sanches,
julgamento em 26-11-2001, Plenário, DJ de 20-6-2003.)
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Vale destacar que Empresa Pública que executa serviço público monopolizado –
admite-se a concessão de privilégio, em virtude da inexistência da ameaça de mercado
e da ausência do risco de abuso do poder econômico. O STF (RE 407.099 – Rel. Carlos
Veloso) entendeu que a ECT está abrangida pela imunidade tributária recíproca, por
se tratar de prestadora de serviço público exclusiva do Estado. (Monopólio que está
sendo questionado na ADPF 46, sob o fundamento de livre iniciativa e livre
concorrência). Equiparou, portanto, no que concerne à imunidade tributária recíproca,
empresas públicas prestadoras de serviços públicos às autarquias.
ATENÇÃO: Em julgado ainda mais recente (06.02.07), o STF, sob os mesmos
fundamentos, considerou aplicável a imunidade tributária recíproca a uma sociedade
de economia mista prestadora de serviços públicos (Ação Cautelar 1550-2 – 2ª
Turma).
Assim, com base nesse julgado e no inteiro teor do voto do Min. Gilmar Mendes, pode-
se concluir que o entendimento atual do STF é no sentido de ampliar a imunidade
tributária recíproca para empresas públicas e sociedades de economia mista
prestadoras de serviços públicos obrigatórios. Manteve-se a vedação de extensão de
vantagens para empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de
atividade econômica.
Em relação às fundações, o artigo 150, §2º CF dispõe que a imunidade tributária
relativa aos impostos sobre a renda, o patrimônio e os serviços federais, estaduais e
municipais é extensiva às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, não
diferenciando qual tipo de fundação pública. Ou seja, ambas as modalidades de
fundações públicas fazem jus à referida imunidade, desde que a atividade esteja
relacionada às suas atividades essenciais.
Competência. União.
Função. Predominantemente fiscal. Extrafiscal, também: redistribuição de riquezas.
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Pessoa jurídica: a base é, além das hipóteses tributadas exclusivamente “na fonte”, o
lucro, sendo de periodicidade trimestral. O lucro da pessoa jurídica (ou equiparada)
pode ser obtido pelos critérios de apuração real, presumido ou arbitrado.
• Lucro real: é calculado a partir do lucro líquido apurado na escrituração contábil,
fazendo-se as adequações necessárias (adições, exclusões e compensações). As
adições são representadas por despesas contabilizadas e não dedutíveis para
apuração do lucro real; as exclusões são representadas pelas receitas não tributáveis,
contabilizadas; excluem-se também os valores cuja tributação pode ser diferida; a
compensação refere-se ao prejuízo fiscal, que diminui a base de cálculo do IR – lucro
real em períodos futuros até se esgotar. A apuração do lucro real é obrigatória para
as empresas indicadas na Lei 9.718/98, e opcional às demais.
• Lucro presumido: empresas com receita até determinado patamar, e que atendam
a outras condições e optem pelo lucro presumido, ficam dispensadas de escrituração
e o IR é calculado sobre um percentual da receita bruta mensal.
• Lucro arbitrado: essa apuração tem caráter excepcional, ocorrendo apenas quando
não for possível por meio de lucro real ou presumido (erros, vícios, fraudes). A
própria pessoa jurídica, de per si, pode informar a impossibilidade de apuração,
sujeitando-se ao arbitramento. O montante arbitrado será um percentual sobre a
receita bruta (se conhecida) ou outros elementos (conhecidos ou não). O
contribuinte poderá oferecer a demonstração contábil do lucro real antes do
lançamento definitivo (jurisprudência).
Compensação de prejuízos passados depende de autorização legal expressa, conforme
já decidiu o STF. Ele aduz válida a limitação da compensação a 30% estabelecida pela
Lei 8.981/95.
Critério temporal:É imposto cujo FG é complexivo, sendo considerado ocorrido no dia
31/12 do ano-calendário. A verificação do quantum devido ocorre até 30/04,
compensando-se o montante já recolhido (retenção ou carne-leão), restando um saldo
a pagar ou restituir. O prazo para pagamento é o mesmo da obrigação acessória
(declaração de ajuste e de bens).
Obs.: No IRPJ, tem-se período de apuração trimestral, podendo, a pessoa que pagar
com base no lucro real, optar pelo período anual, com antecipações mensais. No
imposto trimestral, considera-se ocorrido o FG ao final de cada trimestre civil; no
anual, em 31/12. As pessoas jurídicas estão obrigadas à apresentação da Declaração
de IRPJ até o 31/03 do ano subsequente.
Critério espacial: Caracteriza-se o IR pela extraterritorialidade, ou seja, por alcançar
fatos geradores ocorridos não apenas no território nacional. É o que se chama de
tributação em bases universais ou tributação em base global.
Atualização da tabela e limites de dedução do IR. Não tem sido acolhida pela
jurisprudência, pois: não há fundamento constitucional para a indexação generalizada
da economia, bem como para as tabelas do IR; a irredutibilidade de vencimentos não
vai além da manutenção do valor nominal; sem lei que determine, não há como alterar
a base de cálculo do IR (em resumo: “nem tudo o que incomoda é inconstitucional”).
Desconsideração da pessoa jurídica para fins tributários. Embora Hugo de Brito
Machado entenda ser inadmissível, é de se observar o permissivo do art. 116, par.
único, CTN (antielisão)
Lançamento. É feito por homologação. Será de ofício se a declaração de rendimentos
não for entregue ou for feita de forma incorreta.
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Fato gerador (art. 77 do CTN). O FG das taxas consiste no exercício regular do poder de
polícia ou de prestação de serviços públicos a contribuinte individualizado. Assim, são
duas espécies.
Base de cálculo. Conforme o art. 145, § 2º, da CF, é vedada a utilização de BC própria
de imposto na cobrança de taxa. Entretanto, o STF (Súmula Vinculante 29) entende
que no cálculo do valor da taxa pode ser utilizado um ou mais elementos da BC de
determinado imposto.
Taxas de polícia. Decorrem do exercício regular do poder de polícia administrativa
(atua restringindo ou condicionando atividades privadas em prol da coletividade). Este
poder deve ser exercício pelo órgão estatal competente e dentro dos parâmetros
legais de exercício de fiscalização. Diferentemente da taxa de serviço, a taxa de polícia
somente pode ser cobrada pelo efetivo exercício da atividade de polícia (e não por
prestação potencial – STF), mas esse efetivo exercício pode ser presumido, bastando a
existência de órgão fiscalizador estruturado (STF – RE 416.601) – Ex.: taxa por
fiscalização ambiental. No RE 558.322/RO, o Supremo disse que nem mesmo a
existência de um órgão fiscalizador específico seria sempre necessária para legitimar a
cobrança de uma taxa de polícia, desde que possa ser demonstrado que o ente estatal
realmente desempenha a atividade de polícia correspondente ao FG da taxa. O STJ
tem se posicionado contra a cobrança de taxa de polícia por atividade potencial,
cancelando sua súmula 157 que seguia nesse sentido (REsp. 271.265/SP).
Taxas de serviços públicos. Decorrem da prestação de serviço público
específicoedivisível, cuja utilização pelo contribuinte pode ser efetivaoupotencial.
• Específicos: quando possam ser • Divisíveis: quando suscetíveis de
destacados em unidades autônomas de utilização, separadamente, por parte
intervenção, de unidade ou de de cada um dos seus usuários.
necessidade pública.
Conforme doutrina majoritária, acolhida pelo STF, todo serviço público específico é
também divisível, sendo que os conceitos são mutuamente dependentes entre si.
Ótica da prestação: serviço geral (uti universi) ou específico (uti singuli). Ótica da
utilização: serviço divisível ou indivisível.
• Efetivo: quando há o uso real do • Potencial: quando – sendo de
serviço. utilização compulsória23 – sejam postos à
disposição do usuário, mediante
atividade administrativa em efetivo
funcionamento.
2
Ex.: Coleta domiciliar de lixo é compulsória, pagando-se taxa mesmo que não produza lixo.
3
Súmula Vinculante 19 – a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta,
remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo
145, II, da Constituição Federal.
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Obs.1: Exercício regular do poder de polícia: só pode ser remunerado por taxa (STF).
Obs.2: Serviços públicos gerais (uti universi): só podem ser remunerados por impostos.
Obs.3: Serviços públicos específicos e divisíveis (uti singuli)exclusivamente estatais: só
podem ser remunerados por taxa (ex.: emissão de passaporte/serviço jurisdicional).
Pedágio. Apesar da controvérsia doutrinária, o STF pacificou o tema ao dizer em ADI
que pedágio é tarifa e não taxa, em razão de não ser cobrado compulsoriamente de
quem não utilizar a rodovia; ou seja, é uma retribuição facultativa paga mediante o uso
voluntário do serviço. (ADI 800/RS – Info 750)4. Note que a CF previu a possibilidade de
pedágio intermunicipal e interestadual, mas não proibiu o pedágio intramunicipal.
Quanto à necessidade de existência de via alternativa para a cobrança de pedágio, o
STF e o STJ têm se manifestado pela sua desnecessidade.
Custas judiciais. Natureza jurídica de taxa de serviço público.
“Taxa” de pesquisa de jazida: é, na verdade, preço público (ADI 2.586-DF – Info 269).
Taxa processual do CADE. TRF 1ª entende ser caso de taxa.
4
Para aprofundamento, recomendo a leitura do comentário em:
www.dizerodireito.com.br/2014/07/pedagio-possui-natureza-juridica-de.html?m=1
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IMPOSTO TAXA
Competência privativa; Competência comum;
Inexiste atividade estatal relativa Existe vínculo direto identificável entre o
ao contribuinte; Estado e o contribuinte;
Sua receita financiará os serviços Sua receita financiará o custeio dos
públicos gerais; serviços públicos específicos e divisíveis;
Tem como fato gerador uma Tem como fato gerador a prestação de
atividade econômica do serviço público.
contribuinte.
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A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido foi instituída pela Lei 7.689/88. A forma de
contabilizar o lucro é igual à do IRPJ, podendo ser lucro real, presumido ou arbitrado.
Se a empresaoptarpelo lucro presumido no IRPJ, também deve fazê-lo na CSLL.
Base de cálculo: é o lucro. Sendo presumido, a BC será de 12% do faturamento para
atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte; já para a
prestação de serviços, exceto os já citados, bem como para a intermediação de
negócios, administração, locação ou cessão de imóveis e móveis, a base de cálculo é de
32% do faturamento.
Alíquota: 9%.
Imunidade nas receitas decorrentes de exportação: não há (visto acima – RE 474132).
Isenções conferidas ao IRPJ: não se estendem à CSLL (STF e STJ – AI 767141)
Princípio da anterioridade. Por seremespécie de contribuição para a seguridade social,
estão sujeitas a noventena do art. 195, mas excluídas da anterioridade anual.
Princípio da irretroatividade. O STF, como faz no IR, entende que o FG da CSLL ocorre
no dia 31/12 do ano-base. Desde que respeitado o p. da anterioridade nonagesimal,
uma lei que mude as alíquotas até 02/10será aplicada para todo6o exercício.
6
O STF, com esse raciocínio, diz não haver retroatividade jurídica (na prática há retroatividade
econômica).
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7
A Lei 12.973/14 não revoga a Lei 9.718/98, mas sim a altera.
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comprador ou contratante, pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na
condição de mero depositário, a exemplo do IPI, do ICMS, do ISS, do PIS e da COFINS
Substituição Tributária.
Alargamentos. O § 5º dispõe que na BC da receita bruta serão incluídos os tributos
sobre ela incidentes (PIS e COFINS/CSLL e IRPJ -estas duas se a pessoa jurídica for
optante do Lucro Presumido). Note-se que antes da Lei Modificadora (12.973/14)
incluía-se “impostos incidentes sobre vendas” (ICMS e IPI) – o que já é motivo de
discussões judiciais no STF (Ex.: RE nº. 240.785 com Repercussão Geral). Agora, mudou
para “tributos sobre elas incidentes”, o que pode alargar ainda mais a BC 8.
Modalidades de COFINS:
a) Cumulativa: tem como BC a receita bruta, com alíquota de 3%, sem qualquer direito
a crédito. É adotada pelas empresas optantes pela sistemática do lucro presumido.
b) Não cumulativa: tem como BC também a receita bruta, com alíquota de 7,6%, mas é
possível aproveitar créditos de COFINS incidentes sobre bens adquiridos para revenda,
bens e serviços utilizados como insumos, energia elétrica, máquinas e equipamentos
para o ativo imobilizado, etc. Opta pela COFINS não cumulativa quem adota a
sistemática do lucro real.
Majoração da alíquota pela Lei 9.718/98 (2% para 3%). STF entendeu pela
constitucionalidade, pois a COFINS já estava amparada pela redação original do art.
195, I, “a”, da CF (“faturamento”). Por já estar prevista, não era contribuição residual,
podendo ser alterada por simples lei ordinária9.
COFINS e sociedades civis. O art. 56 da Lei 9.430/96 revogou a isenção prevista no art.
6º da LC nº 70/91. O STF considerou que a LC 70/91 é materialmente ordinária,
inexistindo hierarquia entre LC e LO, mas apenas reserva de determinadas matérias
para disciplina por LC. Não há reserva na CF para LC sobre COFINS (não é residual).
Assim, a revogação operada pela lei ordinária foi válida. Após, o STJ cancelou a S. 276.
COFINS-Importação: A Lei nº 10.865/2004 (conversão da MP 164/04) instituiu a
Contribuição para a COFINS incidentes sobre a importação de bens e serviços,
denominada de Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social Devida
pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (Cofins - Importação).
Desoneração da aquisição de bens para o ativo imobilizado. LC 128/2008 autorizou a
União a reduzir a zero as alíquotas da COFINS e da COFINS-importação (entre outras
contribuições) incidentes na aquisição, ou importação, de equipamentos, máquinas,
aparelhos, instrumentos, acessórios, sobressalentes e ferramentas que os
acompanhem, na forma definida em regulamento, quando adquiridos, ou importados,
diretamente por microempresas ou empresas de pequeno porte para incorporação ao
seu ativo imobilizado.
Inclusão do ICMS na BC da COFINS. Sobre o tema tramitam duas importantes ações no
STF - RE240.785 (com Repercussão Geral) e ADC 18. A discussão gira em torno do fato
de o ICMS não ser receita da Pessoa Jurídica e sim do Estado arrecadante. ORE foi
decidido pró-contribuinte e a ADC foi uma contramedida do Fisco para reverter o
cenário do RE. Ciente da possibilidade de derrota, a União tentará modulação de
efeitos para evitar a perda bilionária. Com edição da Lei 12.973/14, nota-se que a
União alterou a inclusão na receita bruta de “impostos incidentes sobre vendas” (que
8
Recomendo a leitura do texto: http://jus.com.br/artigos/31677/a-lei-12-973-2014-e-o-alargamento-da-
base-de-calculo-do-pis-e-da-cofins
9
Observe que a EC 20/98 deslocou “faturamento” para art. 195, I, “b” (e acrescentou “receita”).
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incluía o ICMS e IPI) paratributos sobre elas incidentes (que passa a incluir PIS e
COFINS/CSLL e IRPJ -estas duas se a pessoa jurídica for optante do Lucro Presumido).
10.6 CPMF
Foi instituída pela Lei 9.311/96. Vigorou de 1997 até 2007 (última alíquota 0.38%). A
receita da CPMF era destinada para o Fundo Nacional de Saúde. Após foi direcionada
para o Fundo Nacional de Combate à Pobreza.
Fato gerador: movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de
natureza financeira.
Base de cálculo: o valor da operação.
Não estava sujeita à imunidade prevista para o ouro, definido em lei como ativo
financeiro ou instrumento cambial.
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10
Para aprofundamento ver a obra de Leandro Paulsen – Contribuições: Teoria Geral, Contribuições em
Espécie.
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11
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2836
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É o conjunto de disposições legais e infralegais que tem por objetivo instituir e definir
os tributos e regular as relações jurídicas decorrentes de sua cobrança. Incluem-se,
também, os convênios de ICMS, por previsão constitucional. Só abrangem os atos
normativos (generalidade e abstração). Legislação tem sentido mais amplo que lei,
abrangendo convenções internacionais, decretos e normas complementares.
Matérias restritas à lei (sentido lato) – 97, CTN: a) instituir/extinguir tributos; b)
majorar/reduzir tributos; c) definição do FG da obrigação principal; d) fixação de
alíquotas e da base de cálculo; e) cominar penalidades; f) hipóteses12de exclusão,
suspensão e extinção de créditos tributários, ou dispensa ou redução de penalidades.
Obs.1: alíquotas aumentadas ou diminuídas pelo Executivo: II, IE, IPI, IOF. Alíquota
diminuída ou restabelecida pelo Executivo: CIDE-Combustível. Alíquota definida por
convênio de Estados e DF: ICMS monofásico sobre combustíveis.
Obs.2: não há exceção quanto à base de cálculo. A simples atualização do valor
monetário, que é feita pelo Executivo, não configura majoração.
Obs.3: não estão sujeitas à reserva legal (STF): a) obrigações acessórias; b) prazos para
pagamento de tributo.
Obs.4: iniciativa em matéria tributária não é privativa do Chefe do Executivo.
Obs.5: regra, a lei ordinária é o instrumento hábil para disciplinar os tributos. Apenas
em casos excepcionais, expressamente previstos na Constituição, é que se exige LC.
12
A CF vai além aoexigir lei específica (Art. 150, § 6º).
13
CF, art. 155, § 2º, V, a.
14
CF, art. 155, § 2º, V, b.
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Conceito. Vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para
propagar efeitos, tão logo aconteçam no mundo fático, aos eventos que elas
descrevem, sendo pressuposto para a incidência da norma (eficácia jurídica) e
pressupõe a superação da vacatio legis. Validade é a conformidade da norma com o
ordenamento jurídico (aspectos material/formal). Eficácia é a aptidão da norma para
produzir regularmente seus efeitos.
Vigência X Eficácia. A regra é que uma norma vigente seja também eficaz, mas há
exceções. Uma lei pode estar vigente e não ser aplicada(ex.: princípio da anterioridade,
que não afeta a vigência, mas sim a eficácia); enquanto uma lei pode ser aplicada, não
se encontrando mais vigente (ultra atividade).
Vigência no tempo.
17
O art. 55, II, da Lei 8.212/91, que previa essa exigência, foi revogado pela Lei 12.101/2009.
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Integração (CTN, art. 108). Salvo disposição expressa, a autoridade competente para
aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente: 1) analogia, 2) princípios gerais
de direito tributário; 3) princípios gerais do direito público; 4) equidade.
Obs.1: O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não
previsto em lei.
Obs.2: O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de
tributo.
Por força da aplicação rígida do princípio da legalidade ao direito tributário, o CTN não
deixou espaço de discricionariedade ao aplicador da norma tributária quando se
depara com lacuna na legislação tributária. A ordem apresentada é taxativa,
hierarquizada e de observância obrigatória.
• Analogia. Em razão do princípio da tipicidade tributária, não é admitida analogiain
malam partem. Nos casos em que há ‘silêncio eloquente’ (hipótese contemplada é a
única a que se aplica o preceito legal), não se admite analogia (STF, RE 130.552).
• Equidade. É vedado utilizar equidadepara dispensar o pagamento do tributo, mas é
possível uma lei conceder anistias ou remissões com base na equidade. Quanto às
multas, por não serem tributos, alguns doutrinadores entendem que podem ser
dispensadas por equidade.
Obs.: as lacunas são tratadas de forma diferente entre o CTN e a LINDB: nesta é
analogia, costumes e princípios gerais do direito.
Interpretação. Interpretar e integrar têm sentidos parecidos, mas sutilmente diversos.
A interpretação é atividade lógica pela qual se determina o significado de uma norma
jurídica, enquanto a integração é o meio de que se vale o aplicador da lei para tornar o
sistema jurídico inteiro, sem lacuna.
Critérios ou técnicas de interpretação. Na teoria da interpretação, também chamada
hermenêutica, vários métodos são utilizados, sendo de se destacar os seguintes:
a) gramatical – o intérprete investiga antes de tudo o significado gramatical das
palavras usadas no texto legal;
b) histórico – o sentido da norma é buscado com o exame da situação a que ela se
refere através dos tempos; investiga-se o direito anterior; compara-se a norma atual
com a que lhe antecedeu e assim, por diante;
c) sistemático –o intérprete verifica a posição da regra jurídica no diploma legal e as
relações desta com as demais regras no mesmo contidas;
d) teleológico – o intérprete empresta maior relevância ao elemento finalístico; busca
o sentido da regra jurídica tendo em vista o fim para o qual ela foi elaborada.
Interesse público. muitas vezes utilizado como argumento para a exigência de tributos,
não se presta para fundamentar uma posição apriorística do intérprete a favor do
Fisco. O verdadeiro interesse público reside na adequada interpretação da
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Constituição e das leis. Segundo Luciano Amaro, está superada a idéia de in dubio pro
Fisco.
Interpretação quanto aos efeitos ou resultados.
a) Declaratória – há coincidência entre o que o legislador quis dizer e o que
efetivamente ficou disposto no texto legal, não havendo necessidade de se fazer
qualquer correção interpretativa (ampliação ou restrição) do alcance normativo;
b) Extensiva – o legislador disse menos do que pretendia, deixando de abranger casos
que deveriam estar sob regulação, sendo necessário ampliar o conteúdo aparente da
norma. Ex: art. 150, inciso IV, da CRFB (proibição do uso do tributo com efeito de
confisco) – o STF interpretou extensivamente o texto para afirmar que a vedação ao
efeito confiscatório se aplica também às multas tributárias;
c) Restritiva – o legislador disse mais do que pretendia, abrangendo casos que não
deveriam estar sob a regulação do texto normativo, sendo necessário restringir o
conteúdo aparente da norma. Ex: art. 195, §6º da CRFB (aplicação da noventena em
caso de instituição ou modificação de contribuição) – o objetivo da norma é proteger o
contribuinte contra mudanças que agravem a carga tributária, de modo que o STF
restringiu o alcance da norma aos casos de instituição e majoração de contribuições.
Princípios de direito privado na interpretação tributária. Os princípios gerais de direito
privado devem ser usados para pesquisar a definição, conteúdo e alcance de seus
institutos, conceitos e formas. Por outro lado, não podem ser usados para definir os
respectivos efeitos tributários (CTN, art. 109). Por sua vez, a lei tributária não pode
alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito
privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela CF, CEs ou Leis orgânicas dos
Entes federados (CTN, art. 110).
Do exposto, a contrario sensu, quando os conceitos de direito privadonão tenham sido
utilizados pelas citadas leis máximas, podem ser alterados pelo legislador
infraconstitucional (ex.: a prescrição tributária extingue o direito, a decadência
tributária admite interrupção).
Por outro lado, os conceitos presentes na Constituição não podem ser ampliados
arbitrariamente pelo legislador (ex.: charretes não podem ser conceituadas como
veículos automotores, nem a eles equiparadas, para viabilizar a tributação pelo IPVA).
Se o legislador tributário pudesse alterar conceitos presentes na CF ele estaria
mudando a própria Lei Maior por norma infraconstitucional. Ex.: caso da COFINS, com
ampliação indevidado conceito de faturamento para receita bruta (tema já visto).
Interpretação necessariamente literal de determinados institutos (CTN, art. 111).
Sobre: a)suspensão ou exclusão do crédito tributário; b) outorga de isenção;
c)dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Assim, não se poderia utilizar analogia para reconhecer isenção, anistia ou dispensar o
cumprimento de obrigações acessórias. De outro lado, não obstante se preceitue a
interpretação literal nas matérias assinaladas, não pode o intérprete abandonar a
preocupação com a exegese lógica, teleológica, histórica e sistemática dos preceitos
legais que versem as matérias em causa, pois faz parte do processo normal de
apuração compreensiva do sentido da norma.
Interpretação benéfica ao acusado (CTN, art. 112). No tocante às infrações, na
definição ou cominação de penalidades, a interpretação é a mais favorável ao acusado
em caso de dúvida quanto:
a) à capitulação legal do fato;
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da especialidade (regra especial deve ser aplicada com preferência sobre a geral, sem
modificá-la ou revogá-la). Aliás, essa interpretação foi usada na redação do art. 85-A
da Lei 8.212/90. Assim, os tratados prevalecem sobre a legislação interna, mas sem
revogá-las (há suspensão da eficácia da norma tributária nacional, que readquirirá a
sua aptidão para produzir efeitos se e quando o tratado for denunciado).
Os tratados internacionais e a legislação tributária superveniente (visão do STF). Tendo
em vista que o art. 98 (CTN) aduz que os tratados serão observados pela legislação
tributária que lhes sobrevier, o legislador ordinário não poderia revogar ou alterar
regras do direito interno. Esse é o entendimento da maioria dos internacionalistas. O
STF, entretanto, entende que um tratado, em regra, adquire posição hierárquica de lei
ordinária. Assim, uma lei ordinária superveniente pode modificar/revogar um tratado
sobre legislação tributária internamente.
Tratados normativos e contratuais e a legislação tributária superveniente (visão do
STJ). Os tratados internacionais, quanto à natureza, classificam-se como normativos
(tratados-leis) e contratuais (tratados-contratos). Os normativos caracterizam-se pela
generalidade, criando uma regra de direito internacional de aplicação cogente pelos
signatários. Os contratuais decorrem do estabelecimento de obrigações recíprocas
entre os pactuantes (prestações e contraprestações), exaurindo-se com o seu
cumprimento. Para o STJ (REsp 426.945), a restrição do art. 98 do CTN aplica-se
somente aos tratados normativos, mas não aos tratados contratuais.
O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT). O Brasil é signatário. Prevê a
equivalência de tratamento entre o produto importado, quando este ingressa no
território nacional, e o produto similar nacional (é a famosa regra do tratamento
nacional). Assim, a isenção concedida por lei ao produto nacional deve ser
interpretada como aplicável a todos os casos de mercadorias estrangeiras (salvo os
expressamente ressalvados), em virtude da extensão da isenção pelo tratado. Também
há fundamento constitucional (art. 152), já que se veda tratamento tributário distinto
entre bens e serviços em razão da procedência ou destino.
Em relação ao possível conflito com o art. 111, II, do CTN (matéria sobre isenção
interpreta-se literalmente – o que impediria a extensão), o STJ (REsp 460165) afirmou
que deve prevalecer a legislação internacional, aplicando o art. 98 e afastando a
incidência do art. 111, ambos do CTN.
Súmulas sobre o tema: a) STJ: 20, 71; b) STF: 575.
Isenções heterônomas em tratados internacionais. A União age, nesses casos, como
representante da federação (e não em interesse próprio), podendo conceder isenções
de tributos pertencentes aos demais entes federados. Os tratados são recepcionados
como leis nacionais (e não federais) por ser assunto da República Federativa do Brasil
(e não da União). Aliás, é o que dispõe o parágrafo único, art. 4º, da CF.
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Washington de Barros Monteiro (Curso de Direito Civil).
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Os entes políticos possuem imunidade recíproca SOMENTE em relação a impostos.
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Classificações do FG:
a) Quanto ao momento da sua ocorrência:
• FG instantâneo: fato isolado que ocorre num determinado momento plenamente
identificável. Ex.: Saída de uma mercadoria de estabelecimento (ICMS).
• FG continuado: é a situação jurídica que se perpetua no tempo (Ex.: ITR).
• FG de período (ou complexo ou complexivo): é a situação composta por diversos
fatos considerados em conjunto, podendo ser composto por um conjunto de atos
simples, e não necessariamente atos complexos, considerados como uma unidade por
questões de política tributária (Ex.: IR).
b) Conforme estejam ligados ou não à atividade do Estado:
• FG vinculado: é aquele realizado pela própria Administração. Ex.: taxas.
• FG não vinculado: diz respeito ao próprio contribuinte. Ex.: impostos.
Obs.1: não confundir o FG vinculado (aspecto material da HI) com a vinculação do
produto da arrecadação (destinação do tributo).
Obs.2: Imposto de renda e lei vigente antes do final do ano-base: uma vez que o FG do
IR é complexivo, ele se verifica tão somente no dia 31/12 de cada ano. Com isso, não
violará o p. da irretroatividade, já que o FG está pendente. Súmula 584 do STF
(polêmica). No STJ há precedentes afastando a referida súmula. O STF rediscutiu
recentemente o tema no RE 183130/PR (25/09/2014), considerando ainda válida a
Súmula 584, todavia não aplicável aos casos de IR sobre importações incentivadas 20.
FG sujeitos à condição suspensiva ou resolutiva: é perfeitamente possível, como já
visto.
INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA DO FG. É o método de interpretação através do qual o
operador abre mão do império da lei e da tipicidade tributária para atingir a riqueza
tributável. Tem fundamento na doutrina alemã e é justificada com base nos princípios
da isonomia e da capacidade contributiva (“seria contrário ao direito deixar de cobrar
um tributo diante de uma situação equivalente àquela em que outras pessoas, por
adotarem as formas típicas, sofreram a incidência tributária.”). O STJ já entendeu
20
Mais informações em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=276047
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Tese C) É constitucional e tem aplicação imediata, sem que haja a necessidade de lei
definindo as hipóteses de dissimulação. O direito tributário é direito de justaposição,
cabendo à Fazenda Pública recorrer ao direito privado para buscar subsídio na
definição e alcance de o que vem a ser dissimulação, à luz dos artigos 109 e 110 do
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CTN. Sílvio Rodrigues, por ex., define dissimulação como negócio indireto, chamado de
simulação relativa; diferentemente da simulação absoluta, a vontade expectorada é a
mesma intencionada, sendo que, no entanto, as partes elegem um meio alternativo
não usual para atingir seus objetivos, no caso, não pagar tributos.
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ESTADO SUBSIDIÁRIO:
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direta com o fato gerador; o responsável tem uma relação indireta, sua ligação com o
fato é mais distante, mais remota.
Obs.: quanto às obrigações acessórias, não há essa bipartição entre contribuinte e
responsável.
Contribuinte de fato: não integra a relação econômica e, portanto, não tem obrigação
legal de pagar o tributo. Contudo, sofre o fenômeno econômico da repercussão que
lhe transfere o ônus econômico de tal tributo. Ex.: transferência do encargo do ICMS
ao consumidor (preço embutido na mercadoria)
Relação com o FG. O sujeito passivo indireto (responsável), conquanto não tenha
relação pessoal e direita com o FG, tem que ter algum liame com o FG (CTN, art. 128),
não podendo a lei tributária estabelecer livremente o responsável. Por seu turno, a lei
tributária – ao definir o responsável tributário – poderá excluir a responsabilidade do
contribuinte (caso de substituição tributária) ou mantê-la de forma supletiva.
Convenções particulares perante a Fazenda Pública: não podem ser opostas ao Fisco
para modificar o sujeito passivo, que é determinado pela lei. A autonomia de vontade
não interfere na relação tributária. O Fisco também, sem base em lei, não poderá usar
tais convenções em seu favor.
Capacidade tributária passiva: é aptidão para ser sujeito passivo da relação jurídico-
tributária. Conforme art. 126 do CTN, capacidade tributária independe de outras
modalidades de capacidade, previstas em outros ramos do Direito (ex.: direito civil).
Assim, pessoas absolutamente incapazes para o direito privado e entes
despersonalizados podem perfeitamente figurar na relação jurídico-tributária como
parte.
Domicílio Tributário (CTN, art. 127): é o local em que o sujeito passivo mantém as suas
relações com o fisco. Aquele tem liberdade em escolher seu domicílio tributário (regra
da eleição), entretanto, tal escolha pode ser recusada pela administração tributária
quando impossibilite ou dificulte a atividade de fiscalização.
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para determinar qual autoridade ocupará o polo passivo de uma ação de mandado de
segurança, por exemplo.
Nulidade de notificação. Caso a autoridade administrativa encaminhe notificação fiscal
para endereço diferente do indicado pelo contribuinte, tal notificação é nula, por
restrição ao direito de defesa do contribuinte. Entendimento pacífico no STJ (REsp.
33.837/MG).
12.5 Solidariedade
Responsável é sujeito passivo indireto, devendo ter liame com o FG e ser indicado
expressamente na lei.
Obs.: a lei pode excluir a responsabilidade do contribuinte ou atribuí-la em caráter
supletivo.
Modalidades de responsabilidade tributária:
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O problema da cisão. Como o CTN não tratou dos casos de cisão (instituto posterior ao
CTN - Lei 6.404/1976, art. 220), doutrina majoritária entende aplicável as regras do art.
233 da Lei 6404/76 que define responsabilidade solidária entre companhia cindida que
subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio. O lastro seria o art. 123 do
CTN (“salvo disposição em contrário”)
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funcionar no seu domicílio fiscal sem comunicação aos órgãos competentes, gera
presunção de dissolução irregular apta a atrair a incidência do art. 135, III, do CTN para
redirecionar a execução ao sócio-gerente (súm. 435, STJ). Info 564.
22
O legislador insere na definição de determinados ilícitos a presença de um elemento subjetivo do
injusto, fazendo que sua configuração dependa da existência de dolo específico.
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13.2 Lançamento
Efeitos: ex tunc.
Ato ou procedimento
Segundo a lei: procedimento
Segundo a doutrina:O Professor Paulo de Barros entende que o lançamento é ato
jurídico. Já Eduardo Sabbag entende que se trata de procedimento.
É ato administrativo vinculado.
Funções do lançamento
a) verificar a ocorrência do fato gerador;
b) identificar o sujeito passivo (art. 97, III, CTN);
c) determinar a matéria tributável (Base de Cálculo);
d) calcular o montante do tributo devido;
e) aplicar a penalidade (multa), se for o caso.
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Ocorre quando o Fisco dispõe dos dados suficientes para efetuar a cobrança,
dispensando o auxílio do contribuinte. Ex: IPTU, IPVA e contribuições de melhoria.
Também é utilizado nos casos de omissões, erros ou fraudes que justificam a
realização de novo lançamento. Está previsto no artigo 149 do CTN.
Lançamento por arbitramento: o valor da base de cálculo será determinado com base
numa prudente e razoável suposição da autoridade administrativa. A jurisprudência
entende que a simples ausência de escrita fiscal regular não é motivo para o
lançamento por arbitramento, uma vez que tal técnica não possui natureza punitiva.
Ressalte-se que o arbitramento não se constitui numa quarta modalidade de
lançamento, sendo apenas uma técnica para se definir a base de cálculo, para que se
proceda a um lançamento de ofício.
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* Pautas fiscais: Sempre que, na atividade de lançamento, for adotada uma base de
cálculo que não corresponda comprovadamente ao preciso valor ou preço do bem,
direito, serviço ou ato jurídico, mas sim a um valor razoável fixado com base em
pesquisas, estatísticas ou procedimentos semelhantes, haverá arbitramento.
Atualmente, a expressão “pauta fiscal” deve ser utilizada com bastante cuidado, já que
segundo o STJ “é ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria
submetido ao regime de pauta fiscal” (Súmula 431). A questão é apenas terminológica,
pois o que o Tribunal considerou ilegítima foi a utilização de tabelas com “valores
fixados prévia e aleatoriamente para a apuração da base de cálculo do tributo” que
sejam encaradas como presunção absoluta de valor (RMS 18.677⁄MT).
Voto do relator: a pauta fiscal não encontra espaço no ordenamento jurídico. Não se
enquadra nem na hipótese de arbitramento (em que há contraditório em processo
administrativo-fiscal), nem se assemelha ao regime de valor agregado para a fixação da
base de cálculo do ICMS na substituição progressiva.
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Por fim, restou decidido pelo STJ que o artigo 892 do CPC NÃO é aplicável aos
depósitos judiciais referentes a créditos tributários, de tal sorte que são exigíveis multa
e juros caso o depósito não seja realizado dentro do prazo para o pagamento do
tributo (AgRg no REsp 1.365.761-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
9/6/2015, DJe 17/6/2015 (Informativo 564).
Reclamações
Com a impugnação instaura-se um litígio a ser dirimido por um órgão julgador de
primeira instância (ou instância única).
Recurso
Decidido o processo em primeira instância e havendo previsão na lei do processo
administrativo fiscal, poderá haver recurso contra a decisão, direcionado ao órgão de
segunda instância.
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13.4.6 Parcelamento
14.1 O pagamento
Nesta linha do completo afastamento das presunções, o STJ entende que “a expedição
de certificado de registro e licenciamento de veículo, embora condicionada à quitação
de tributos incidentes sobre a propriedade de veículo automotor, não é dotada de
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14.2 Compensação
Tributária Civil
depende de lei específica independe de lei
créditos do fisco vencidos e vincendos apenas dívidas vencidas
só dinheiro qualquer objeto fungível
Trânsito em julgado: o artigo 170-A do CTN vincula o direito de compensação ao
trânsito em julgado da sentença.
Vale ressaltar que “a restrição da possibilidade de se efetivar a compensação
somente após o trânsito em julgado, só se aplica às ações que tenham sido ajuizadas
posteriormente ao advento da LC n. 104/2001 ,nos termos do Recursos Especial n.
1.137.738-SP, Relator Min. Luiz Fux, DJe 01/02/2010, uma vez que no acórdão citado,
que é representativo de controvérsia (543-C do STJ), a Lei Complementar 104, de 10 de
janeiro de 2001, ao acrescentar o artigo 170-A do Código Tributário Nacional, agregou
mais um requisito à compensação tributária, devendo ser considerado o regime
jurídico vigente à época do ajuizamento da demanda.” (AC 0008179-
38.1999.4.01.3800 / MG, Rel. JUIZ FEDERAL SILVIO COIMBRA MOURTHÉ, 6ª TURMA
SUPLEMENTAR, e-DJF1 p.157 de 12/09/2012). Isso porque, até então, não havia
vedação legal.
Em que pese o § 3º do art. 16 da LEF vedar a compensação em embargos à execução
fiscal, o STJ vem entendendo-a cabível.
Súmulas do STJ:
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A partir de 30/12/2002, com a nova redação dada ao art. 74, dada pela Lei 10.637/02,
foi autorizada, para tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, a
compensação por iniciativa do contribuinte, mediante a entrega de declaração
contendo informações sobre os créditos e débitos utilizados, cujo efeito é o de
extinguir o crédito tributário sob condição resolutória de sua ulterior homologação.
Se a compensação do tributo não for, de fato, devida, a declaração de compensação
constitui o crédito tributário, podendo a Administração cobrá-la em juízo sem a
necessidade de lançamento.
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14.4 Restituição
Obs.1: Após a edição da Lei 9.250/95, aplica-se a taxa SELIC desde o recolhimento
indevido, ou, se for o caso, a partir de 1º.01.1996, não podendo ser cumulada, porém,
com qualquer outro índice, seja de atualização monetária, seja de juros, porque a
SELIC inclui, a um só tempo, o índice de inflação do período e a taxa de juros real.
Tributos indiretos: o art. 166 do CTN determina que a restituição de tributos que
comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente
será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo
transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.
STF/ Info 643: "É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei
Complementar 118/2005. Esse o consenso do Plenário que, em
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Conforme o STJ, “a partir de uma interpretação conjunta dos artigos 156, inciso V, (que
considera a prescrição como uma das formas de extinção do crédito tributário) e 165,
inciso I, (que trata a respeito da restituição de tributo) do CTN, há o direito do
contribuinte à repetição do indébito, uma vez que o montante pago foi em razão de
um crédito tributário prescrito, ou seja, inexistente”. (RESP 200400346220, SEGUNDA
TURMA, DJE 23/06/2009)
14.5 Remissão
A lei deve ser específica, ou seja, deve tratar apenas deste assunto, nos termos do art.
150, §6º da CF.
A remissão só é concedida após o lançamento, e pode abranger o crédito relativo a
tributo e/ou multa.
A isenção, diferentemente, precede o lançamento.
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Não se confunde com anistia, que é forma de exclusão do crédito tributário (artigo
175, II do CTN) que consiste no perdão de infrações e, consequentemente, na
exclusão da penalidade correspondente.
14.6 Transação
Obs1: 2. Na desistência dos embargos à execução fiscal (movida pela FN) por adesão
ao Parcelamento junto à Fazenda Nacional, o encargo de 20% de que cuida o art. 1º do
DL n. 1.025/69, de compulsória inclusão, faz as vezes dos honorários advocatícios, quer
se entenda a adesão como transação, quer como faculdade do contribuinte (SÚMULA
n. 168 do ex-TFR c/c EREsp n. 445.582/RS). AC 2006.01.99.000903-0/MG em jun/08
Conceito: fulmina o direito potestativo de lançar o crédito tributário (por isso seria
melhor classificá-la como forma de exclusão do crédito e não de extinção). O
lançamento é o divisorde águas entre a prescrição e a decadência. Assim, dito de
forma simples e direta, a decadência é o prazo para o Fisco lançar, apurar ou
determinar o crédito tributário.
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14.7.2 Prescrição
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Prescrição intercorrente: Súmula 314 – STJ – “Em execução fiscal, não localizados bens
penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual inicia-se o prazo da
prescrição qüinqüenal intercorrente”. A prescrição intercorrente pode ser decretada de
ofício, conforme alteração na Lei 6.830/80 efetuada pela Lei 11.051/2004: Art. 40 - §
4º.
A Lei 6.830/80 (art. 2º, § 3º) também prevê a suspensão por 180 dias, quando da
inscrição em Dívida Ativa da União, mas a jurisprudência em geral só tem aceitado
essa suspensão para créditos não tributários, visto que na esfera tributária a matéria
deve ser regulada por lei complementar (STJ, REsp 249.262/DF; AGA 933059; EREsp
657536/RJ).
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que a ordena (redação dada pela LC 118/05) sempre retroage à data da propositura
da ação (art. 219, § 1o. do CPC, c/c art. 174, I do CTN), tendo em vista o julgamento
do REsp. 1.120.295/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe 21.05.2010, representativo da
controvérsia.
Registre-se, outrossim, que o STJ aplica, às execuções fiscais, seu verbete sumular de n.
106, pelo qual “proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na
citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da
arguição de prescrição ou decadência.”
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É a decisão final, da qual não cabe recurso, proferida pelo Poder Judiciário
reconhecendo a invalidade do tributo ou da ação fiscal. O STJ entende que superada a
coisa julgada, por intermédio de ação rescisória, é perfeitamente possível a exigência
do tributo (REsp. nº. 333258).
Na ADI 1917, o STF julgou inconstitucional lei distrital trouxe a possibilidade de dação
em pagamento em material e não em bem imóvel: “a norma impugnada viola o art.
37, XXI, da CF, porquanto afasta a incidência do processo licitatório, por ele exigido,
para aquisição de materiais pela Administração Pública”.
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Divisão:
Fase procedimental – resulta o lançamento;
Fase processual – fase litigiosa do procedimento
Contagem de prazos: como no processo civil (exclui o dia do início e inclui o dia do
fim).
O processo administrativo fiscal se submete ao princípio da duração razoável do
processo. Há dispositivo na Lei 11.457 determinando a sua conclusão em 360 dias. A
consequência da inobservância de tal prazo é, contudo, somente a declaração da mora
do ente público. Conforme este julgado - EDcl no AgRg no REsp 1090242 / SC Data da
Publicação/Fonte DJe 08/10/2010.
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[Art. 62. A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer
modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto
do processo administrativo, importa renúncia às instâncias administrativas]
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Sem adquirir o caráter de constrição efetiva dos bens e direitos sob os quais venha a
recair, o arrolamento administrativo determina que se proceda à comunicação de
qualquer transferência, oneração e alienação ao órgão da receita da jurisdição do
contribuinte. Em termos práticos, esse controle das alterações patrimoniais permitirá a
instrução de eventual Medida Cautelar Fiscal dando eficácia a esse instrumento
judicial.
Não confundir com a exigência de depósito prévio ou arrolamento de bens exigida
para interposição de recurso administrativo.
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alienação dos bens (CTN, art. 185); 3. Suspensão do prazo de prescrição (art. 2º, LEF); e
4. Expedição de CDA.
Ademais, a execução fiscal não serve para cobrar débitos que não estão inscritos em
dívida ativa:
1° - avaliação;
2° - publicação dos editais do leilão;
3° - lavratura (em 24 horas após o leilão) do auto de arrematação;
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O prazo para os embargos será de trinta dias (art. 16). Saliente-se que este prazo é
contado da data da própria intimação, e não da juntada do mandado nos autos.Isso
porque, conforme o art. 16 da Lei nº 6.830/1980, é de 30 dias contados da efetivação
do depósito; ou da data da juntada da prova de fiança bancária, ou, no caso de
oferecimento de bens, na intimação da penhora).
A Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp n. 1.127.815/SP, em 24/11/2010,
Relator Ministro Luiz Fux, feito submetido à sistemática do art. 543-C do CPC,
reafirmou entendimento no sentido de que uma vez efetuada a penhora, ainda que
insuficiente, encontra-se presente a condição de admissibilidade dos embargos à
execução, haja vista a possibilidade posterior da integral garantia do juízo, mediante
reforço da penhora.
Além disso, a LEF e o STJ permitem que os títulos da dívida pública sejam utilizados
como garantia do juízo, desde que esse título tenha cotação em bolsa, ou seja tenha o
seu valor flutuante. O título da dívida pública que tem valor fixo, para o STJ, não é
liquido.
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Atenção:
A indisponibilidade de bens e direitos autorizada pelo art. 185-A do
CTN depende da observância dos seguintes requisitos: (i) citação do
devedor tributário; (ii) inexistência de pagamento ou apresentação
de bens à penhora no prazo legal; e (iii) a não localização de bens
penhoráveis após esgotamento das diligências realizadas pela
Fazenda, caracterizado quando houver nos autos (a) pedido de
acionamento do Bacen Jud e consequente determinação pelo
magistrado e (b) a expedição de ofícios aos registros públicos do
domicílio do executado e ao Departamento Nacional ou Estadual de
Trânsito - DENATRAN ou DETRAN. O bloqueio universal de bens e de
direitos previsto no art. 185 -A do CTN não se confunde com a
penhora de dinheiro aplicado em instituições financeiras, por meio
do Sistema BacenJud, disciplinada no art. 655-A do CPC.
REsp 1377507 / SP DJe 02/12/2014 (Repetitivo)
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Como, porém, a Lei nº 6.830/80 não cuida dos efeitos oriundos do ajuizamento dos
embargos à execução fiscal, mostra-se possível aplicar às execuções fiscais o art. 739-A
do Código de Processo Civil: o mero ajuizamento dos embargos, mesmo que garantida
a execução, não suspende automaticamente a execução fiscal.
5. Desse modo, tanto a Lei n. 6.830/80 - LEF quanto o art. 53, §4º da
Lei n. 8.212/91 não fizeram a opção por um ou outro regime, isto é,
são compatíveis com a atribuição de efeito suspensivo ou não aos
embargos do devedor. Por essa razão, não se incompatibilizam com
o art. 739-A do CPC/73 (introduzido pela Lei 11.382/2006) que
condiciona a atribuição de efeitos suspensivos aos embargos do
devedor ao cumprimento de três requisitos: apresentação de
garantia; verificação pelo juiz da relevância da fundamentação
(fumus boni juris) e perigo de dano irreparável ou de difícil
reparação (periculum in mora). Em atenção ao princípio da
especialidade da LEF, mantido com a reforma do CPC/73, a nova
redação do art. 736, do CPC dada pela Lei n. 11.382/2006 - artigo que
dispensa a garantia como condicionante dos embargos - não se aplica
às execuções fiscais diante da presença de dispositivo específico, qual
seja o art. 16, §1º da Lei n. 6.830/80, que exige expressamente a
garantia para a apresentação dos embargos à execução fiscal.
Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-
C, do CPC, e da Resolução STJ n. 8/2008. (REsp 1272827/PE, Rel.
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado
em 22/05/2013, DJe 31/05/2013)
Súmulas do STJ
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pela Lei 9.532/97, em que, excepcionalmente, o legislador admite o seu uso antes
mesmo da constituição do crédito (parágrafo único do art. 1º): a do contribuinte que
põe seus bens em nome de terceiros e a daquele que aliena bens ou direitos sem
proceder à comunicação devida ao órgão da Fazenda Pública (caso dos bens objeto de
arrolamento administrativo).”. Além desta situação lembrada pelo autor destaca-se
que também será possível lançar mão desta medida quando o devedor possuir
débitos, inscritos ou não em dívida ativa, cujo montante ultrapasse 30% do seu
patrimônio conhecido.
O art. 4º traz casos em que o sócio gerente também vai ter os seus bens bloqueados.
Para o STJ, essa lei deve obedecer aos requisitos do CTN, não podendo determinar a
responsabilidade do sócio simplesmente porque ele é sócio ou sócio-gerente
porquanto a cautelar fiscal é medida preparatória à execução fiscal, não podendo ter
responsabilidade mais grave que ela23 (REsp 1.141.977). Por outro lado, uma vez
presente os requisitos da medida será possível até mesmo atingir o patrimônio de
terceiros.
23
Cuida lembrar os termos da Súmula 430 do STJ: “o inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não
gera, por si só, a responsabilidade tributária do sócio-gerente”
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O art. 5º trata do juízo competente, qual seja, o da execução fiscal, além das regras
gerais sobre o direcionamento dos processos cautelares. Lembrando que as execuções
fiscais da União não poderão mais tramitar no juízo estadual (Art. 114, IX, da lei
13.043/14). Sendo que as que já estão em trâmite lá continuam (Art. 75 da lei
13.043/14).
De seu lado, O art. 7º prevê a possibilidade de liminar na ação cautelar fiscal, inaudita
altera pars.
O art. 11 estabelece que, após 60 dias, no máximo, da decisão irrecorrível na esfera
administrativa, a Fazenda Pública tem de ajuizar a execução fiscal (a regra geral do
processo cautelar é o prazo de 30 dias após a efetivação da medida constritiva). O art.
13 elenca as hipóteses em que é cessado o efeito constritivo: I - se a Fazenda Pública
não propuser a execução judicial da Dívida Ativa no prazo fixado no art. 11 desta lei; II -
se não for executada dentro de trinta dias; III - se for julgada extinta a execução judicial
da Dívida Ativa da Fazenda Pública; IV - se o requerido promover a quitação do débito
que está sendo executado.
Os arts. 15 e 16 ampliam as exceções nas quais o processo cautelar faz coisa julgada,
para, além da prescrição e decadência, nos casos de alegação de pagamento, de
compensação, de transação, de remissão, de conversão de depósito em renda e de
qualquer outra modalidade de extinção do crédito (tributário ou não tributário, art.
2º da Lei). O art. 17 regula a apelação à sentença que decretar a medida cautelar
fiscal, a qual será em 10 dias. Também, tal recurso será destituído de efeito
suspensivo.
Temos então que a medida cautelar fiscal só pode ser requerida via de ação
preparatória no prazo de 60 dias da constituição definitiva do crédito, sendo vedado
seu requerimento posterior, uma vez que o prazo sexagesimal para a propositura da
ação principal já terá se esgotado. (STJ)
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Segundo o STJ e a Lei 12.016/2009, a compensação não pode ser deferida por meio de
liminar. Esta vedação, nos moldes do Código Tributário, veio à baila com a LC 104/01
(inseriu o art. 170-A no CTN). Desta feita, o STJ firmou entendimento em sede de
recurso repetitivo segundo o qual esta vedação não se aplica às ações ajuizadas antes
da vigência da citada Lei Complementar (REsp 1164452 / MG DJe 02/09/2010).
Não se pode olvidar o teor da Súmula 213 do STJ: “O mandado de segurança constitui
ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária”.
O contribuinte não pode se valer do MS para reaver quantias pagas ao erário, pois o
writ não é substitutivo de ação de cobrança e não produz efeitos patrimoniais em
relação a período pretérito (súmulas 269 e 271 do STF).
Se o crédito tributário foi recolhido, ainda que indevido, instrumento adequado será a
ação de repetição do indébito tributário, e não o mandamus, salvo em relação à
pretensão meramente declaratória do direito à compensação tributária (Súmula 213
STJ).
Insta lembrar, como ensina Leandro Paulsen (ob. cit.), que “A autoridade coatora, nos
tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, será, normalmente,
o Delegado da Receita Federal do Brasil ou, no que diz respeito ao comércio exterior e
às atividades de administração de mercadorias estrangeiras apreendidas, o Inspetor da
Alfândega ou o Inspetor da Receita Federal do Brasil. Tratando-se de débito já inscrito
em dívida ativa pela PFN, a autoridade será o Procurador Regional respectivo.”. O STJ
comunga deste entendimento doutrinário
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De igual forma, o STJ entende que se o débito estiver inscrito em DAU a autoridade
coatora será o Procurador-Chefe da Fazenda Nacional (AgRg no REsp 1462031 / SC
DJe 02/02/2015). Neste caso, porém, o objeto passível de impugnação no MS deve ter
por fundamento questões atinentes ao procedimento de inscrição, “decaindo a parte
impetrante do direito de questionar o auto de infração correspondente a tal inscrição,
pela via mandamental, se ultrapassados cento e vinte dias da notificação para
pagamento do valor objeto da autuação fiscal” (AgRg no REsp 1492050 / SP DJe
01/07/2015). Isto porque segundo entendimento há muito firmado no STJ (EAg
1085151/RJ) prazo decadencial do art. 18 da Lei 1.533/51, nos casos em que a
impetração do mandado de segurança se volta contra o ato de inscrição de dívida ativa
para discutir a própria constituição (lançamento) do crédito tributário, deve ter como
dies a quo a ciência do contribuinte acerca da constituição definitiva do crédito
tributário em seu desfavor, e não a data da respectiva inscrição em dívida ativa.
partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular
do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo.
Decisões Judiciais
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"É pacífico nas Turmas que integram a Primeira Seção desta Corte o
entendimento no sentido de que deve ser reconhecida a
litispendência entre os embargos à execução e a ação anulatória ou
declaratória de inexistência do débito proposta anteriormente ao
ajuizamento da execução fiscal, se identificadas as mesmas partes,
causa de pedir e pedido, ou seja, a tríplice identidade a que se refere
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A ação declaratória é a ação que visa apenas efeitos declaratórios, basicamente de três
espécies: a) declarar a inexistência da relação fiscal; b) declarar imunidade ou isenção
fiscal do sujeito passivo; c) declarar importe menor a ser pago a título de tributação.
Pode haver também ação declaratória (positiva) de créditos tributários escriturais:
trata-se de ação por meio da qual o contribuinte, cuidando-se de tributos como o IPI e
ICMS, cujos créditos são escriturais, busca o reconhecimento de seu direito ao
lançamento contábil de créditos não reconhecidos pelo Fisco24.
24
Nesse caso há de se observar o teor da Súmula 411 do STJ (“É devida correção monetária ao creditamento do IPI
quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do fisco”)
154
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Enquanto não ajuizada a execução fiscal, o sujeito passivo da obrigação tributária pode
oferecer caução em ação cautelar, para que faça as vezes de penhora, permitindo-lhe
obter certidão positiva de débitos com efeitos de negativa. Admite-se também o
oferecimento de bens por meio de ação cautelar.
Como a ação principal é a execução fiscal ainda não ajuizada pelo fisco, a ação cautelar
deve ser ajuizada perante o juízo competente para a execução fiscal, forte no art. 109
do CPC.
Não há perda da eficácia da medida no caso de não haver ajuizamento da ação
principal em trinta dias. Cabe ao credor tal ajuizamento e a demora corre contra os
seus interesses.
Ressalte-se que, como o oferecimento de caução é uma mera antecipação da penhora
e, assim, não tem efeito suspensivo da exigibilidade do crédito, o Fisco pode e deve
promover a execução fiscal, quando, então, a caução será convertida em penhora.
O oferecimento da caução implica reconhecimento do débito pelo contribuinte e
interrompe a prescrição art. 174, parágrafo único, inciso IV, do CTN. Todavia, importa
ressaltar que a ação cautelar de caução não impede o contribuinte de questionar
judicialmente o crédito tributário através de ação anulatória ou mediante o
oferecimento oportuno de embargos à execução.
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Ação cautelar inominada. Sempre que houver fundado receio de grave lesão a direito
subjetivo, o contribuinte poderá intentar uma medida cautelar inominada ou atípica,
com base nos arts. 798 a 803 do CPC. Sua finalidade é garantir a eficácia da tutela
jurisdicional de conhecimento ou de execução, objetivando sempre a garantia do
processo principal ao qual guarda certa dependência quanto a seu objeto. Não é
cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou
preventivo, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações
de mandado de segurança, em virtude de vedação legal. Não confundir com a cautelar
de caução.
16.2 Fiscalização
16.2.1 Poderes das autoridades fiscais
Como não poderia deixar de ser, a legislação relativa à fiscalização aplica-se às pessoas
naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade
tributária ou de isenção de caráter pessoal (CTN, art. 194, parágrafo único).
Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais
excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos,
documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou
produtores, ou da obrigação destes de exibi-los (art. 195 CTN). Nesse sentido é o teor
da Súmula 439 do STF: “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária
quaisquer livros comerciais, limitando o exame aos pontos objetos da investigação”.
Como esclarece Hugo de Brito Machado o direito de examinar abrange todos os livros,
ainda que não obrigatório. Assim, por exemplo, se um agente fiscal encontra um livro
caixa no escritório da empresa tem o direito de examina-lo, mesmo em se tratando de
livro não obrigatório. Para Eduardo Sabbag em havendo recusa por parte do
contribuinte à exibição de seus livros e papéis à autoridade fiscal, será possível ensejar
o lançamento por arbitramento (art. 148 do CTN). A titulo de ilustração, a Lei 8.981/95
estabelece que a base de cálculo do IRPJ será o lucro arbitrado quando “o contribuinte,
obrigado à tributação com base no lucro real ou submetido ao regime de tributação de
que trata o Decreto-Lei nº 2.397, de 1987, não mantiver escrituração na forma das leis
comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela
legislação fiscal”. Esta é a linha seguida pelo TRF1: É devida a modificação do regime
de tributação de "lucro presumido" para o "lucro arbitrado" em virtude da ausência de
apresentação dos livros fiscais e contábeis e/ou Livro Caixa pela contribuinte, nos
termos do art. 530/III do Decreto 3.000/1999. Omissão sanada (EDAC 0023887-
13.2012.4.01.3400 / DF 23/10/2015)
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Segundo o CTN a escrituração fiscal será conservada até que ocorra a prescrição dos
créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram (art. 195, P. único).
O início de qualquer fiscalização será anotado no livro fiscalizado, ou, quando não,
entregue cópia dos termos necessários para o início da fiscalização à pessoa sujeita à
fiscalização. A instauração do procedimento fiscal dá-se com o Mandado de
Procedimento Fiscal (MPF), que estabelece a delimitação do trabalho a ser
desempenhado pelo fiscal. O prazo máximo para conclusão do MPF é de 120 dias,
prorrogáveis (Portaria RFB n. 11.371/07). Existe divergência em saber se o lançamento
efetuado após o prazo do MPF seria válido. Há entendimentos oriundos do CARF pela
validade. Contudo, O TRF1 tem o seguinte precedente:
TRIBUTÁRIO. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. PRORROGAÇÃO
IRREGULAR. MANUTENÇÃO DO AUDITOR FISCAL ORIGINÁRIO. ART.
16, PARÁGRAFO ÚNICO, DA PORTARIA SRF Nº 3.007/2001. Na
hipótese vertente, o Mandado de Procedimento Fiscal - MPF tem por
data inicial o dia 26/02/2009 e deveria ter sido concluído no prazo de
sessenta dias, conforme determinava a Portaria SRF nº 3.007/2001
(art. 12) e determina atualmente a Portaria RFB nº 1.687/2014 (art.
11), pois se cuida de Procedimento Fiscal de Diligência (coleta de
informações). Assim, o prazo de validade do MPF se encerrou no dia
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A discussão doutrinária é ferrenha 25. A problemática foi submetida ao STF, por meio de
cinco ações diretas de inconstitucionalidade, quais sejam: ADI n. 2.386 e n. 2.397
(apensadas à ADI n. 2.390) e ADI n. 2.406 (apensada à ADI 2.389), que ainda não
tiveram o julgamento concluído. No RE 601314 foi reconhecida a repercussão geral da
matéria (ainda não julgado).
O fundamento utilizado pelo aresto foi a ilicitude da quebra do sigilo bancário pelas
autoridades fazendárias porquanto “Apenas o Judiciário, desinteressado que é na
solução material da causa e, por assim dizer, órgão imparcial, está apto a efetuar a
ponderação imprescindível entre o dever de sigilo - decorrente da privacidade e da
intimidade asseguradas aos indivíduos em geral e aos contribuintes, em especial - e o
também dever de preservação da ordem jurídica mediante a investigação de condutas
a ela atentatória”. Vale atentar que este julgado foi prolatado pela 5 Turma a qual
compete julgar matéria penal.
25
A titulo de informação, nos EUA (US x Miller – 1976), a Corte Suprema definiu que tendo em vista que o próprio
indivíduo, voluntariamente, entregara sua documentação ao estabelecimento bancário, onde viria ser manuseado
por número indefinido de pessoas não haveria que contestar o acesso de autoridades administrativas, com justa
causa, a estes dados. Não existe ali, portanto, uma “expectativa de privacidade” (Fonte: Garantismo Penal Integral
– Editora Juspodivm - Jose Robalinho Cavalcante pg. 306). José Adércio Leite Sampaio esclarece que no mundo
inteiro nota-se uma firme tendência no sentido de ser deferido a órgãos administrativos o poder de quebra do sigilo
bancário sempre que necessário às investigações criminais, financeiras ou fiscais e inexistirem outros meios menos
gravosos.
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TRF1:
PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME CONTRA A ORDEM
TRIBUTÁRIA. OMISSÃO DE INFORMAÇÃO À AUTORIDADE
FAZENDÁRIA. SUPRESSÃO DE TRIBUTO FEDERAL. QUEBRA
DE SIGILO BANCÁRIO DIRETAMENTE PELARECEITA FEDERAL.
AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE A
previsão de quebra do sigilo bancário sem prévia autorização
(art. 6º da Lei Complementar 105/01) refere-se a procedimento
fiscal de constituição de crédito tributário. No processo penal,
contudo, tal ato deve ser precedido de autorização judicial, sob
pena de ilicitude da prova dessa forma colhida. (Precedente da
Turma). ACR 0002653-40.2011.4.01.3810 / MG TERCEIRA
TURMA DESEMBARGADORA FEDERAL MONICA SIFUENTES
23/06/2015
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52.2011.4.01.3300/BA (DESEMBARGADOR FEDERAL MÁRIO
CÉSAR RIBEIRO 11/11/2014
Três efeitos tem esse dever: 1) precisar o termo inicial do prazo para conclusão; 2)
antecipar a contagem do prazo decadencial (173, p.u.); 3) afastar a espontaneidade do
sujeito passivo, para efeitos da denúncia espontânea.
Previsto no caput do art. 198: Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada
a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida
em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de
terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.
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Obs. 2: CADIN (Cadastro informativo dos créditos não quitados de órgãos e entidades
federais)– a inscrição no CADIN e a obstaculização do exercício de direitos (p. ex.,
contratação de crédito público): sanção política?
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“Ementa: .... II. Não há qualquer óbice à utilização pelo Fisco Federal
de autos de infração lavrados pelo Fisco Estadual. Ao contrário, tal
procedimento é expressamente previsto no art. 199, do Código
Tributário Nacional e é de extrema utilidade para a apuração de
ilícito fiscal cometido pelo contribuinte, já que, comprovada a
insuficiência do recolhimento do ICMS, presume-se a omissão do
imposto de renda (IRPJ). ....” (TRF-1ª Região. AC 1998.01.00.026264-
5/BA. Rel. Juiz Wilson Alves de Souza (convocado). 3ª Turma
Suplementar. Decisão: 16/06/05. DJ de 04/08/05, p. 107.)
No plano doutrinário, Hugo de Brito Machado esclarece que quando o uso da força
pública estiver em conflito com as garantias constitucionais do contribuinte a
ponderação judicial será indispensável, sem o quê as provas colhidas pela Fazenda
Pública não poderão ser utilizadas.
Conceito
O único objeto da inscrição do crédito tributário como dívida ativa é possibilitar futura
execução fiscal.
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Extrai-se do art. 203 do CTN que a omissão de quaisquer dos requisitos previstos no
termo de inscrição ou o erro a eles relativo é causa de nulidade da inscrição. O STJ,
contudo, pondera esta rigidez legal:
26
Nesse sentido, oportuno lembrar a Súmula 436 do STJ: “A entrega da declaração pelo contribuinte
reconhecendo o débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por
parte do fisco”
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protesto da CDA. Alguns doutrinadores (Mauro Luis Rocha Lopes) entendem que esta
previsão é inconstitucional por configurar sanção política. O STJ aplica a citada Lei
(Informativo 533).
Atenção! A substituição da CDA é uma faculdade do credor. Não pode ser determinada
pelo magistrado. A pena para a inércia da exequente é a declaração de nulidade do
título, com a consequente extinção da execução.
Segunda Turma
- Deve ser extinta a execução fiscal que, por erro na CDA quanto à
indicação do CPF do executado, tenha sido promovida em face de
pessoa homônima. REsp 1.279.899-MG, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, julgado em 18/2/2014 (Informativo nº 0536).
Só por lei é que a pratica de atos pode ser condicionada à apresentação de certidões
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negativas de débitos, o que se pode extrair diretamente dos art. 5º, II e XIII da CF, e
resta expresso no art. 205 do CTN. Mas nem mesmo a lei poderá exigir a apresentação
de CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS incorrendo em irrazoabilidade ou
compromentendo desproporcionalmente direito do contribuinte, o que configuraria o
que há muito se designa como sanção política. Atos normativos infralegais não podem
restringir direitos.
STJ, Info 413: Não é lícito exigir uma nova certidão negativa de
débitos (CND) para o desembaraço aduaneiro da importação, se a
comprovação da quitação dos tributos já foi apresentada quando da
concessão do benefício fiscal de drawback.
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Por sua vez, se já foi proposta a execução fiscal e realizada a apreensão judicial de bens
suficientes à total extinção do crédito (penhora), o direito do Fisco está garantido,
dependendo sua satisfação tão somente do natural andar do procedimento judicial,
não podendo o particular ser punido pela lentidão do aparelho judicial (STJ – REsp
328.045/SC).
Por fim, se o Fisco não pode promover atos de cobrança, não estando o particular
obrigado a fazer qualquer recolhimento naquele momento, o mesmo está em situação
regular, tendo o direito à certidão. A regra vale para todas as hipóteses suspensivas
previstas no art. 151 do CTN, não sendo lícito ao ente tributante condicionar a
expedição de certidão à apresentação de qualquer garantia. Nessa linha, segundo a
jurisprudência do STJ, a lei de determinado ente pode exigir apresentação de garantia
para a obtenção do parcelamento. Se não o faz, os particulares que legalmente
parcelam seus débitos têm direito à certidão positiva com efeito de negativa (AgRg no
Ag 442.292).
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Segundo o art. 208 do CTN, a certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que
contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário
que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescido.
Para Ricardo Alexandre, o CTN foi extremamente infeliz ao classificar tal situação como
geradora de responsabilidade pessoal. Afinal, a responsabilidade pessoal é exclusiva,
não aparecendo qualquer outra pessoa que responda subsidiariamente ou
solidariamente com o devedor. O problema na regra prevista no artigo 208 do CTN é
que, se a responsabilidade for considerada pessoal, o sujeito passivo do tributo estaria
livre do dever de pagá-lo. Além disso, a responsabilização pessoal do servidor
praticamente transformaria o pagamento do tributo em sanção por ato ilícito, o que
contraria a definição constante do art. 3.º do CTN. Assim, na visão do autor, pode-se
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