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Porto Velho-RO
2022
Marina Nunes Pereira
Orientador (a):
Porto Velho-RO
2022
SUMÁRIO
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
O objetivo geral deste trabalho é, portanto, analisar o comportamento das finanças
públicas diante da pandemia de Covid-19 entre os anos de 2019 a 2022 no Estado de
Rondônia.
2.2 Específicos
a) Discutir o papel do Estado na economia e as nuances do federalismo fiscal brasileiro;
b) Apresentar as principais medidas tomadas pelo Estado de Rondônia para o enfrentamento
da epidemia;
c) Análise do desempenho e composição das receitas e despesas do Estado de Rondônia, entre
os anos que seguiram, antes e durante a pandemia.
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3 PRESSUPOSTOS/HIPÓTESES
Segundo Giambiagi e Além (2011, p. 9), “a presença do governo é necessária para
orientar, corrigir e complementar o sistema de mercado, que sozinho não consegue realizar
todas as funções econômicas”. Para que o mercado funcione, ele depende de uma série de
contratos que, por sua vez, requerem proteção e estruturas legais implementadas pelo Estado
(GIAMBIAGI E ALÉM, 2011).
Além disso, certos bens e serviços são produzidos ou consumidos de forma que não
podem ser fornecidos pelos mercados, e o livre funcionamento dos mercados não pode
garantir altos níveis de emprego, estabilidade de preços, taxas de crescimento do PIB e renda
distribuída. As rendas atingem níveis socialmente desejáveis, desencadeando ações
governamentais para tentar minimizar e solucionar tais problemas (GIAMBIAGI E ALÉM,
2011).
Nesse sentido, a teoria das finanças públicas postula a existência de falhas de mercado
que impedem a economia de alcançar o bem-estar social por meio do livre funcionamento dos
mercados, justificando a intervenção do Estado (GADELHA, 2017a). Os exemplos mais
comuns dessas falhas são: a existência de bens públicos, externalidades, assimetrias de
informação, forças de mercado, ocorrência de desemprego e inflação (GIAMBIAGI E ALÉM,
2011; REZENDE, 2006).
Os bens públicos possuem duas características básicas, a saber: a não rivalidade e a
impossibilidade de excluir o consumo (REZENDE, 2006). Isso significa que o consumo dos
indivíduos não afeta o consumo dos demais, assim como é impossível impedir alguém de
usufruir dos bens públicos (GIAMBIAGI E ALÉM, 2011). Consequentemente, o mercado
desses bens é subofertado, o que, dada a impossibilidade de determinar os benefícios efetivos
que todos recebem no consumo de bens públicos, faz com que as empresas não tenham
incentivo para fornecê-los, cabendo esse papel aos governos (GIAMBIAGI E ALÉM, 2011;
REZENDE, ano 2006). Exemplos de bens públicos são: ruas, iluminação pública, justiça,
segurança pública e defesa nacional (GIAMBIAGI E ALÉM, 2011).
Existem também alguns bens semipúblicos ou valiosos, como saúde e educação, que
embora sejam produzidos pelo setor privado, é razoável que sejam fornecidos total ou
parcialmente pelo estado porque geram altos benefícios sociais e externalidades positivas,
justamente pelos méritos associados às suas obras (GIAMBIAGI E ALÉM, 2011; REZENDE,
2006).
Por outro lado, quando os agentes econômicos não recebem indicações adequadas do
mercado sobre os custos ou benefícios de suas ações” (ANDRADE, 2005, p. 17) Temos
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4 JUSTIFICATIVA
A assimetria de informação também é comum em mercados, onde os produtores ou
vendedores têm mais informações sobre produtos e serviços do que os consumidores. O papel
dos governos é tentar mitigar essa assimetria, promulgando legislação e censurando as
informações às quais os consumidores devem ter acesso (por exemplo, rótulos de alimentos,
medicamentos, produtos de higiene e limpeza) (REZENDE, 2006).
Por sua vez, surge uma situação de poder de mercado quando os agentes econômicos
têm a capacidade de manter os preços de seus produtos acima dos níveis competitivos e em
detrimento dos consumidores (GADELHA, 2017a). É o caso, por exemplo, de mercados
incompletos, monopólios e oligopólios. Os mercados são incompletos quando bens ou
serviços não são fornecidos porque o setor privado não quer correr riscos, portanto, o Estado
desempenha um papel importante na concessão de crédito de longo prazo para financiar o
investimento no setor produtivo (GIAMBIAGI E ALÉM, 2011). Por outro lado, quando um
único fornecedor ou um pequeno grupo de fornecedores pode fornecer um produto ou serviço,
nos casos de monopólio e oligopólio, o papel do governo é justamente limitar o poder de
mercado dessas empresas por meio da regulação econômica (GADELHA , 2017a;
REZENDE, 2006).
A ação do Estado também deve se concentrar na implementação de políticas que
visem o funcionamento do sistema econômico o mais próximo possível do pleno emprego e
da estabilidade de preços (GIAMBIAGI E ALÉM, 2011).
Em outras palavras, a atribuição econômica do governo será: promover o ajuste da
alocação de recursos, promover o ajuste da distribuição de renda e manter a estabilidade
econômica (REZENDE, 2006). Em outras palavras, as três funções clássicas do governo são:
alocação, distribuição e estabilização (GIAMBIAGI E ALÉM, 2011).
Para Oliveira (2007), o Estado desempenha determinados papéis na sociedade que
variam de acordo com sua inserção na realidade histórica. Dessa forma, as funções do Estado
mudaram historicamente com o desenvolvimento do próprio capitalismo.
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5 REFERENCIAL TEÓRICO
Crises de saúde, como as desencadeadas pela pandemia de Covid-19, exigem forte
coordenação governamental em países federalizados. No caso do Brasil, o enfrentamento da
pandemia tem sido marcado pelo enfrentamento e atuação descoordenada dos entes
federativos, ocasionada pela ausência de arranjos federativos próprios e de lideranças de
coligações (ABRUCIO et al., 2020).
Foi declarada por decreto no Brasil emergência de saúde pública de importância
nacional devido à infecção humana pelo coronavírus
Ministério da Saúde nº 188 de 3 de fevereiro de 2020. O primeiro caso no país foi
confirmado em 26 de fevereiro. Antes disso, a Lei Federal nº 13.979, de 6 de fevereiro de
2020, regulamentou as medidas para o enfrentamento da emergência de saúde pública causada
pelo coronavírus (TERRAZAS, 2021).
Em 20 de março de 2020, a Assembleia Nacional editou o Decreto Legislativo nº 6
reconhecendo, para fins artísticos, o estado de calamidade pública até 31 de dezembro de
2020. Art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade
Fiscal - LRF). Essa constatação permitiu que o Executivo federal gastasse mais do que o
esperado, mas aquém das metas fiscais estabelecidas para apoiar os esforços de financiamento
para combater a pandemia. Esse privilégio também foi estendido aos governos estaduais e
municipais, que editaram suas próprias portarias reconhecendo situações de calamidade
pública.
Desde então, os entes federativos compilaram uma série de leis, decretos e normas
ilegais para tratar de diversas questões relacionadas ao combate à pandemia (TERRAZAS,
2021). Uma das razões pelas quais as normas são tão ricas, além da complexidade e novidade
das situações a serem enfrentadas em termos de arte, é que as capacidades relacionadas à
saúde são comuns a todas as entidades. 23, II da Constituição Federal, legislação paralela
entre a Comunidade e os estados. 24, XII e legislação complementar dos municípios do art.
30, II, conforme descrito na seção anterior (SARLET, 2021).
Como resultado, há considerável variação e diversidade de atitudes em relação às
medidas tomadas pelos governos nacional, estadual e municipal, principalmente no que diz
respeito à diferença entre a necessidade de distanciamento social (seguindo evidências
científicas e orientações da OMS) e a flexibilização das atividades Evitar o colapso
econômico e o desemprego, que pode levar a conflitos políticos e falta de coordenação entre
os governos (SARLET, 2021; ABRUCIO et al., 2020).
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Nesse caso, o Supremo Tribunal Federal (STF) foi chamado a se pronunciar sobre o
emergente conflito de competência entre as autoridades federais, estaduais e municipais, com
foco nas decisões inconstitucionais da Ação Direta (ADI) 6341 e 6343, que concederam todas
as etapas os entes federativos podem adotar para respeitar poderes constitucionais sem
autorização prévia da União (SARLET, 2021).
Assim, reafirma-se a competência constitucional paralela e suplementar dos governos
estaduais, distritais e municipais de legislar sobre questões de proteção e defesa da saúde para
decidir, em seus territórios, adotar ou manter medidas restritivas durante a pandemia de
Covid-19 (HERMANY E MACHADO , 2021).
No entanto, por conta dessa competência concorrente, permitindo que todos os entes
tomem medidas relacionadas à pandemia, surgem desafios ao incorporar portarias municipais
mais liberais do que a legislação federal e estadual, resultando em muitas judicializações para
decidir em cada caso quais medidas prevalecerão (Hermani e Machado, 2021).
Ressalte-se que a Lei Federal 13.979/2020 e suas alterações posteriores constituem o
principal marco legal para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Brasil (TERRAZAS,
2021). As medidas previstas incluem: quarentena; isolamento; controlos de identificação,
exames laboratoriais, recolha de amostras clínicas, vacinação, profilaxia e aplicação de
tratamentos médicos específicos; uso obrigatório de máscaras; estudos epidemiológicos;
gestão de cadáveres; restrição de circulação e entrada e saída ; regras básicas de atividade;
expropriação de bens e serviços e regras mais flexíveis para isentar bens e serviços de
licitação, aquisição ou contratação e importação (Brasil, 2020a).
Por outro lado, no que diz respeito às ações que visam mitigar o impacto econômico
da pandemia, destacam-se as seguintes medidas do Governo Federal: Atendimento
emergencial a grupos vulneráveis da sociedade de acordo com a Lei Federal nº 13.982, de 2
de abril de 2020 , 2020 O pagamento anual é de 293,11 bilhões de reais; o plano emergencial
de manutenção do emprego e da renda instituído pela Lei Federal nº 14.020, de 6 de julho de
2020, o governo arca com os custos decorrentes da suspensão ou redução da jornada de
trabalho, e as despesas é de 33,5 bilhões de reais em 2020; O fundo de garantia operacional
(FGO) custa cerca de R$ 58,09 bilhões e tem como objetivo fornecer crédito às micro e
pequenas empresas (SENADO FEDERAL, 2020; Brasil, 2021a).
Ainda sob prisma financeiro, coalizão oferece ajuda a estados, o Distrito Federal e os
municípios, por meio da promulgação da Lei Complementar (LC) nº 173, de 27 de maio de
2020, elaboraram um plano federal de combate ao coronavírus. As medidas do regime se
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6 METODOLOGIA DA PESQUISA
Quanto à natureza, trata-se de um trabalho teórico, pois não se trata de um estudo de
caso em particular, mas sim de analisar determinado assunto, visando enriquecer o
conhecimento científico sobre o assunto tratado.
O objetivo maior do pesquisador pode ser desenvolver novas teorias, criar novos
modelos teóricos ou estabelecer novas hipóteses de trabalho nos diversos campos do
conhecimento humano, seja por dedução, seja por indução, seja por analogia. Quanto aos
objetivos, trata-se de uma pesquisa exploratória, que segundo Gil (2018, p. 41), “visa
conhecer melhor o problema, a fim de torná-lo mais explícito ou construir hipóteses”.
Quanto à abordagem, utilizou-se a pesquisa qualitativa, que pode ser caracterizada
pela falta de dados quantitativos em suas análises.
Na pesquisa qualitativa, são desenhadas análises mais aprofundadas em relação ao
fenômeno em estudo. A abordagem qualitativa visa evidenciar características não observadas
por meio de um estudo quantitativo, dada a natureza superficial deste último.
Quanto à abordagem, recorrer-se-á também à pesquisa documental, que se realiza com
base em documentos, contemporâneos ou retrospectivos, considerados cientificamente
autênticos.
Quanto aos procedimentos técnicos, esta pesquisa adotou dados bibliográficos e
análise documental, uma vez que o trabalho foi elaborado a partir de material já publicado,
composto principalmente de livros, pareceres, artigos, periódicos e material disponibilizado
via internet.
Este trabalho, que não visa o uso prático dos resultados, mas o enriquecimento do
conhecimento científico, é definido como pesquisa teórica. É importante ressaltar que a base
teórica é fundamental para o desenvolvimento de qualquer tipo de pesquisa e o avanço de
qualquer campo científico.
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7 CRONOGRAMA
2022 2023
Atividades se out nov dez jan fev mar abri mai jun
t
Pesquisa do tema
Definição do tema
Pesquisa bibliográfica
Apresentação do
Projeto
Coleta de Dados
Análise e discussão
dos dados
Elaboração da
redação final do TCC
REFERÊNCIAS
ABRÚCIO, F.L.; GRIN, E.J.; FRANZESE, C.; SEGATTO, C.I.; COUTO, C. G. Combate à
COVID-19 sob o federalismo bolsonarista: um caso de desarticulação intergovernamental.
Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, RJ, c. 54, nº. 4, pág. 663-677, 2020.
GIAMBIAGI, F.; ALÉM, A. C. Finanças públicas: teoria e prática no Brasil. 4ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2011.
GIL, António Carlos. Como desenhar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2018.
HERMANY, R.; MACHADO, B.R.S. Federalismo cooperativo e saúde pública: uma análise
dos desafios da autonomia local brasileira em tempos de pandemia de Covid-19. Revista
Jurídica Luso-Brasileira, a. 7, nº 1, 2021.
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